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Dissídio Coletivo

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Direito Processual do Trabalho
Continuação
Quando as partes de comum acordo levam o litigio ao judiciário para tentar fazer um acordo ou convenção coletiva:
De acordo com o art. 220 do RITST, os dissídios coletivos subdividem-se em
Dissídios Coletivos
Formas de Dissídios
Dissídio de natureza econômica
Dissídio de natureza Jurídica
Dissídio originário
Dissídio de Revisão
Dissídio de Greve
originário
revisional
 I – de natureza econômica: para a instituição de normas e condições de trabalho;  tem capacidade de criar e modificar ou extinguir norma jurídica, ou seja, o judiciário não vai aplica uma norma preexistente ele vai cria uma norma, passando a atuar como legislador. Pode ter clausulas econômicas ou sociais: Clausulas Economico, quando se tratar de aspecto pecuniário, econômico, ex: reajuste salarial. Clausula social reduzir o invervalo, possibilitar intervalo maior, impor concessão de EPI diferenciado. Quando se tratar de PJ de direito Público e possível econômico desde que seja para criar clausulas de natureza sociais, já que as clausulas de natureza econômico não podem ser impostas pelo Poder Judiciario, já que decorrem de clausulas próprias do poder legislativo, bem como há que se observar a lei de responsabilidade fiscal.
II – de natureza jurídica: para a interpretação norma jurídica ACT, CCT ou sentença normativa, de instrumentos de negociação coletiva, acordos e convenções coletivas, de disposições legais particulares de categoria profissional ou econômica e de atos normativos;  Tem como objetivo exercer o poder jurisdicional. Não pode ser utilizado para interpretar uma lei.
III – originários: o sindicato ajuíza o dissídio sem ter antes uma ACT ou CCT. quando inexistentes ou em vigor normas e condições especiais de trabalho decretadas em sentença normativa;
 IV – de revisão: Decorre do dissídio econômico. Depois de 1 ano da decisão proferida no dissídioeconômico,se houver alteração substancial ali, é possível entrar com dissídio revisional com o objetivo de modificar a decisão anterior.
Suponhamos que eu tenha uma sentença normativa que determine a majoração salarial de 10% ao ano no período de 4 anos (tempo de vigência da sentença normativa) e já no primeiro ano haja uma redução da inflação, mudando consideravalmente a sistemática, é possível entrar com o dissídio coletivo revisional para que haja uma limitação nos parâmetros da inflação.
quando destinadas a reavaliar normas e condições coletivas de trabalho preexistentes que se hajam tornadas injustas ou ineficazes pela modificação das condições que a ditaram; e
V – Dissídio coletivo de greve = tem como objetivo declarar a abusividade ou não de um movimento grevista. declaração sobre a paralisação do trabalho: decorrente de greve. (grifos nossos). O dissídio coletivo de natureza econômica (art. 114, § 2°, CF) subdivide-se em:
a) originário (art. 867, par. Único, a, CLT);
 b) revisional (art. 873 a 875, CLT); e c) de extensão, que visa estender a toda a categoria as normas ou condições que tiverem como destinatário apenas parte dela (art. 868 a 871, CLT). A Constituição da República estabeleceu como requisito específico para os dissídios coletivos de natureza econômica o comum acordo (art. 114, § 2, CF), sendo, para alguns, pressuposto de desenvolvimento constituição e de válido e regular do processo, para outros, condição da ação – interesse de agir.
Dissídio coletivo – Competência de um tribunal, ora do TST ora de um TRT.
A competência no Dissídio coletivo a depender da extensão do conflito, se circunscrito a um determinado TRT, este é o responsável pela competência para apreciar o dissídio coletivo.
Se ultrapassou o âmbito de um regional a competência é o TST.
Já no caso de são Paulo onde há 2 TRT’s, sempre que houve conflito, será o TRT da 2ª região em razão da antiguidade. Artigo 12 da Lei 7525/86.
Art. 114. § 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
O dissídios coletivos de greve pode ter natureza exclusivamente declaratória, quando apenas declarar a abusividade ou não da greve, ou mista, quando além da declaração ainda constituir novas relações de trabalho (art. 114, § 3°, CF e art. 8° da Lei 7783/89). O MPT pode suscitar dissídio coletivo em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público. [ art. 114, § 3°, CF] Art. 114.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) No dissídio coletivo de extensão o Tribunal pode estender as condições de trabalho a todos os empregados de uma mesma empresa, embora o dissídio tenha sido suscitado por apenas uma parte deles (juízo de equidade). [art. 868, CLT] O dissídio coletivo de revisão poderá ser proposto quando decorrido mais de um ano da vigência da sentença normativa. As partes no dissídio coletivo são suscitante e suscitado. O dissídio coletivo é uma ação de competência originária dos Tribunais, TRT e TST, segundo o âmbito territorial do conflito ou a representação das entidades sindicais, de modo que, se o dissídio limitar-se a base territorial do TRT, este será o Tribunal competente para julgá-lo (art. 678, I, a, e art. 6°, Lei 7783/89); se ultrapassar referida base, será de competência do TST (art. 702, I, b, e art. 2°, I, a, Lei 7783/89).
Legitimidade 
Suscitante e suscitado
Possuem legitimidade para suscitar o dissídio coletivo, de um lado, necessariamente, o sindicato da categoria profissional e, do outro lado, o sindicato da categorial econômica ou empresa(s).
Quando não há sindicato posso me valer da federação e confederação.
As empresas também são partes legitimas
Tem legitimidade também uma comissão de trabalhadores. Nesta hipótese só posso utilizar desta comissão quando se tratar de greve e no local não tiver um sindicato. Isto está disposto nos artigo s4º e 5º da Lei de greve, ou seja Lei 7783/89
Por fim o MPT, por força do artigo 114 parágrafo 3º da CF/88, tem legitimidade para ajuizar dissídio coletivo de greve, quando estivermos em greve de atividade essencial que possa atingir interesse público.
Atenção: Embora bastante criticado, o art. 856 da CLT estabelece que o Presidente dos Tribunais Regionais do Trabalho tem legitimidade para suscitar o dissídio em caso de greve. Art. 856 – A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho. É pacifico na doutrina e jurisprudência que o presidente do tribunal não pode nos dias atuais ajuizar dissídio coletivo de oficio, uma vez que tal dispositivo não foi recepcionado pela CF/88, já que poder judiciário está embasado no principio da inércia
Embora a Lei 11648, tenham  dada Personalidade Juridica as centrais sindicais brasileiras, as centrais sindicais não integram a estrutura sindical. Logo não tem legitimidade para firmar ACT ou CCt e consequentemente ajuizar dissídio coletivo.
Art. 857 - A representação para instaurar a instância em dissídio coletivo constitui prerrogativa das associações sindicais, excluídas as hipóteses aludidas no art. 856, quando ocorrer suspensão do trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 7.321, de 14.2.1945)
Parágrafo único. Quando não houver sindicato representativo da categoria econômica ouprofissional, poderá a representação ser instaurada pelas federações correspondentes e, na falta destas, pelas confederações respectivas, noâmbito de sua representação. (Redação dada pela Lei nº 2.693, de 23.12.1955) A decisão proferida em dissídiocoletivo denomina-se sentença normativa.
Atenção ao artigo 867 da CLT
Art. 867 - Da decisão do tribunal serão notificadas as partes, ou seus representantes, em registrado postal com franquia, fazendo-se, outrossim, a sua publicação no jornal oficial, para ciência dos demais interessados.
§ único - A sentença normativa vigorará:
a) a partir da data de sua publicação, quando ajuizado o dissídio após o prazo do artigo 616, § 3º ou, quando não existir acordo, convenção ou sentença normativa em vigor, da data do ajuizamento;
b) a partir do dia imediato ao termo final de vigência do acordo, convenção ou sentença normativa, quando ajuizado o dissídio no prazo do artigo 616, § 3º.
A sentença normativa tem por vigência
Sumula 277 do TST – ultratividade retroativa
Súmula nº 277 do TST
SENTENÇA NORMATIVA, CONVENÇÃO OU ACORDO COLETIVOS. VIGÊNCIA. REPERCUSSÃO NOS CONTRATOS DE TRABALHO.
I � As condições de trabalho alcançadas por força de sentença normativa, convenção ou acordo coletivos vigoram no prazo assinado, não integrando, de forma definitiva, os contratos individuais de trabalho.
II � Ressalva-se da regra enunciada no item I o período compreendido entre 23.12.1992 e 28.07.1995, em que vigorou a Lei nº 8.542, revogada pela Medida Provisória nº 1.709, convertida na Lei nº 10.192, de 14.02.2001.
A matéria foi aprovada por maioria no Tribunal Pleno.
 
Atenção
Da decisão proferida em dissídio coletivo pelo TRt cabe Recurso ordinário, contudo, se o dissídio coletivo for ajuizado no TST, em seção de dissídio coletivo, desta decisão cabe embargos infringentes dentro do mesmo TST.
Dissídio Coletivo Competência Originária do TRT:
TRT (dissídio) Decisão (AC) Recurso Ordinário TST
 Súmula 201 do TST
Dissídio coletivo de Competência Originária do TST:
TST (SDC) Decisão (AC) Embargos ao TST TST
 por infringência
A decisão em dissídio coletivo não se submete a execução, por criar uma norma jurídica. Tem corpo de sentença e alma de lei. Nesta situação se a sentença normativa tem alma de lei, é necessário que ajuíze ação de cumprimento artigo 872 da CLT, tem natureza de conhecimento para fazer cumprir a sentença normativa. Sumula 286 do TST (serve também para ACT e CCT.
Sumula 350 do TST, necessito do transito em julgado para iniciar a ação de cumprimento.
Tal decisão não é executada, mas cumprida, por meio de ação de cumprimento proposta perante o juiz do trabalho. A petição inicial do dissídio coletivo deverá ser escrita (art. 856, CLT), dirigida ao Presidente do Tribunal que designará uma audiência de conciliação (art. 860, CLT). O Presidente do Tribunal não está adstrito as propostas de conciliação das partes (art. 862, CLT). Havendo ou não o acordo, o processo será distribuído, por sorteio, para relator e revisor, sendo julgado pela SDC. O recurso cabível para impugnar a sentença normativa proferida pelo TRT é o Recurso Ordinário de competência do TST. [art. 895, II, CLT]. Em caso de acordo, apenas o MPT poderá interpor Recurso Ordinário. [art. 83, VI, LC 75/93 e art. 7°, § 5°, Lei 7701/88] É possível a propositura da ação de cumprimento independentemente do transito em julgado da sentença normativa. [súmula 246, TST] Súmula 246, TST. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA NORMATIVA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 É dispensável o trânsito em julgado da sentença normativa para a propositura da ação de cumprimento. A Lei 7701/88 estabelece o Recurso Ordinário interposto de sentença normativa poderá ter efeito suspensivo na medida e extensão conferidas em despacho pelo Presidente do TST. A sentença normativa somente produz coisa julgada formal, segundo o entendimento do TST. [súmula 397, TST]
Súmula 397, TST. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, IV, DO CPC. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA (conversão da Orientação Jurisprudencial nº 116 da SBDI-2) - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005 Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de descumprimento do art. 572 do CPC. (ex-OJ nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003).

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