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Ação de consignação em pagamento II

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Ação de consignação em pagamento II
Consignação em caso de dúvida quanto à titularidade do crédito e consignação de alugueres.
Consignação em caso de dúvida quanto à titularidade do crédito
A ação cabe quando o devedor não sabe, com certeza, a quem entre os possíveis credores deve efetuar o pagamento, para que não pague mal, e com isso tenha que pagar novamente.
É legitimado passivo todos aquele que se apresentar como credor, disputando o pagamento.
Basta a dúvida subjetiva do devedor, que com razões fundadas, esteja com dúvida de identificar com segurança a quem o pagamento deve ser feito. Com isso, não é necessário que duas ou mais pessoas tenham apresentados como credoras pretendendo o pagamento.
Porém é obrigatória que a dúvida seja fundada e razoável, pois caso o juiz ao analisar a petição, por exemplo, vendo que a dúvida era infundada, indeferirá a petição inicial.
Por óbvio, também é admitida a consignação quando houver efetiva disputa judicial ou extrajudicial entre os potenciais credores.
O prazo para efetivar o depósito é de cinco dias após recebimento da petição inicial, e caso isso não ocorra, o processo será extinto sem resolução do mérito.
Após a citação o procedimento dependerá das possíveis atitudes que os réus poderão tomar:
a) Caso ninguém se manifeste, o magistrado aplicará os efeitos da revelia e proferirá sentença, declarando a extinção da obrigação, liberando o devedor. A quantia ou coisa depositada será arrecadada como bem de ausentes.
b) Pode ocorrer, ainda, que apenas um interessado se apresente e reclame o pagamento, dentre os outros possíveis credores. Sendo assim, o juiz decidirá de plano, o que faz pressupor que, ante a omissão dos demais, o valor deve ser entregue àquele que compareceu, porém necessário se faz, que esse credor demonstre que tem direito a recebê-lo. Caso não seja demonstrado o seu direito se procederá como se ninguém tivesse apresentado.
c) Por fim, pode ser que apresente dois ou mais interessados, devendo o magistrado declarar efetuado o depósito, se suficiente, e extinta a obrigação, dando continuidade ao processo unicamente entre os credores, observando assim, o procedimento ordinário.
Se o depósito inicial for insuficiente para extinguir a obrigação, o magistrado concederá prazo de dez dias para a complementação.
A decisão que declara efetuado o depósito e extinta a obrigação, tem natureza de decisão interlocutória, já que não põem fim ao processo, tendo como recurso cabível o agravo de instrumento.
Consignação de alugueres
Cabe quando o objeto do depósito é o pagamento de alugueres e encargos, provenientes de contrato de locação, regido pela lei do inquilinato (Lei n°8.245/91).
O procedimento também é regido por essa lei especial, não diferenciando, profundamente, entre o procedimento da consignação comum.
Entre outras peculiaridades, a apelação interposta contra sentença não possui efeito suspensivo, apenas meramente devolutivo. Tem como competência o foro de situação do imóvel, salvo eventual foro de eleição, sendo que o valor da causa deverá corresponder a doze meses de aluguel.
Estando a petição inicial com todos os seus requisitos necessários, o juiz determinará a citação do réu, e no mesmo despacho, ordenará que o autor seja intimado, para que em 24 horas deposite o valor ofertado, sob pena de extinção. A falta do depósito acarretará a extinção do processo sem resolução do mérito.
Se tratando de consignação de alugueres, obrigações de natureza periódica, o pedido abrange a quitação das parcelas que se vencerem no curso do processo, até a sentença. Devendo os depósitos serem feitos na data dos vencimentos.
Caso o depósito seja insuficiente, este poderá ser complementado após a resposta, o qual deverá ser acrescido de 10%. O prazo para tal complementação é de cinco dias.

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