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CONT. MET. ENS DA ARTE AULAS DE 1 A 10

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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DA ARTE
AULA 1- LINGUAGEM DA ARTE
Objetivo da aula:
• analisar as diferentes razões que ao longo da história do homem o levam a criar e se expressar através das linguagens artísticas; 
• explicar as ideias que fundamentam a abordagem da arte como produção social;
• definir quais são os principais objetivos da arte no contexto escolar. 
Nesta aula, você iniciará uma discussão sobre o campo da Arte a partir do estudo sobre o pensamento de autores que a compreendem como produção social e defendem a ideia de que as manifestações artísticas são produções situadas e datadas historicamente, e só poderão ser adequadamente abordadas a partir de uma perspectiva sócio-histórica. 
E, também, verá os pressupostos teórico-metodológicos que orientam o campo da Arte/Educação.
A FUNÇÃO DA ARTE NA SOCIEDADE
Ao longo da história do homem, as manifestações artísticas estiveram sempre presentes.
As razões que levam o ser humano a criar e se expressar através das linguagens artísticas variam e acompanham as transformações ocorridas na sociedade. Por isso, a razão de ser da arte nunca permanece inteiramente a mesma.
A função da arte, numa sociedade em que a luta de classes se aguça, difere, em muitos aspectos, da sua função original.
No entanto, a despeito das situações sociais diferentes, há alguma coisa que nos leva ainda hoje a nos comover com as pinturas pré-históricas das cavernas ou com antiquíssimas canções.
Pensamento de Ernst Fischer: Ernst Fischer (1983, p.16), “a arte tem sido, é e será sempre necessária”. Ernst Fischer nasceu em 1899, na Áustria, e exerceu as atividades de poeta, escritor, filósofo e jornalista ao longo de sua vida. No livro A Necessidade da Arte, publicado pela primeira vez em 1959, o autor coloca em discussão a natureza da arte e da sua função social, numa perspectiva sócio-histórica.
Você sabia que nos primórdios da civilização, a arte era concebida como uma manifestação mítica e mágica?
Mágica - A crença no poder mítico da arte representava a necessidade do homem de buscar na magia o auxílio sobrenatural para o processo de dominação de um mundo real inexplorado. 
Através de seus desenhos e pinturas, da música, da dança e de diferentes rituais, o homem encontrou uma forma de manifestação primitiva de magia.
Ao longo da história, a função e as formas de manifestação da arte vêm sofrendo modificações e acompanhando o desenvolvimento das civilizações e o surgimento de novas formas de organização social.
Manifestação da Arte - A complexidade das relações e contradições sociais da sociedade moderna já não podem mais ser representadas à maneira dos mitos, passando a envolver a pesquisa de formas mais abertas e uma maior liberdade formal nas manifestações artísticas. 
Entre a concepção da arte como mito e os movimentos de arte moderna e contemporânea, vê-se que é uma linguagem que possibilita ao homem sua expressão e comunicação através de formas simbólicas.
Toda manifestação artística recebe influências e influencia a experiência humana e social de seu tempo, representando suas aspirações, necessidades e questionamentos.
A repercussão de uma obra de arte pode ultrapassar os limites de um determinado momento histórico, e seu potencial de mobilização do prazer estético e sensível pode se perpetuar no tempo.
A ARTE COMO PRODUÇÃO SOCIAL
Como orientador do estudo sobre o campo da Arte, destaca-se o pensamento de Vygotsky. Ao longo de sua obra, o autor apresenta discussões importantes relacionadas ao tema e a cultura.
Suas ideias nos ajudam na compreensão da arte como produção social, como, também, fundamenta a crítica sobre a concepção romântica e mística da arte como criação individual do artista, que é visto como um “gênio”.
Vygotsky instaura novos paradigmas de abordagem dos fenômenos, dentro de uma perspectiva sócio-histórica e interdisciplinar, e resgata a centralidade da linguagem em suas reflexões e estudos nos diferentes campos de conhecimento.
Sócio-histórica - É, sobretudo, no compartilhar da concepção do homem como um ser histórico e como produto das relações interpessoais, que constituem sua consciência no social, e nas relações mediadas pela linguagem, que o sistema teórico do autor se baseia.
AULA 01 – A LINGUAGEM DA ARTE
 VYGOTSKY E A SUA VISÃO RELACIONADA AO HOMEM
 Segundo Vygotsky, a capacidade de refletir sobre a realidade objetiva de forma mediada na e pela linguagem, utilizando os signos como instrumentos desta mediação, é o que diferencia o homem do animal e o caracteriza como um ser sociocultural. 
Em seus estudos realizados no âmbito da Psicologia, tem como base o método dialético e procura explicar os processos psicológicos e suas alterações qualitativas e quantitativas, a partir da premissa de que todos os fenômenos devem ser estudados como um processo em movimento e mudança, buscando-se conhecer sua gênese e transformação. Todo fenômeno tem sua história e essa história é caracterizada por mudanças quantitativas, mas, principalmente, qualitativas. 
Suas ideias estabelecem novos paradigmas no campo da Psicologia e Educação ao abordar o homem como um todo, entendendo que sua constituição se dá na relação com o outro e com o meio. 
Ele afirma que o homem não se constitui a partir de fenômenos internos e nem é apenas reflexo passivo do meio. O homem é um ser histórico-cultural e se constitui, enquanto sujeito inserido na história e na cultura, interagindo com a diversidade dos sujeitos e contextos que caracterizam a variedade da natureza humana e do mundo.
O Processo de Ensinar e Aprender Arte
A partir da reflexão de Vygotsky e de sua concepção de arte como linguagem, refletimos sobre o processo de ensinar e aprender arte.
É na interação com o outro, mediada pela linguagem, ou seja, no contato social com o outro e com suas produções, que ocorre a internalização da linguagem e dos conceitos, e são ampliadas as perspectivas de desenvolvimento do processo de produção, fruição e conhecimento no campo específico da Arte.
Interação com o outro - Parte-se do pressuposto que a relação entre o eu e o outro que, no contexto mais específico da escola, se traduz na relação entre educador-educando, e na relação entre criador-obra-espectador no campo da criação artística, desencadeiam os processos de constituição do sujeito e de aprendizagem.
Internalização da linguagem - Para Vygotsky, a presença do outro é indispensável para a internalização da linguagem, organização dos processos psicológicos superiores, constituição da subjetividade e construção do conhecimento.
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DA ARTE 
Quando pensamos sobre a construção de uma proposta de ensino-aprendizagem das linguagens artísticas, podemos definir como principal objetivo da arte na escola, propiciar e ampliar as possibilidades de interação direta do educador e educando com o campo estético-sensível e cognitivo da arte e pela arte.
 Partindo da ideia de que o processo de ensino-aprendizagem tem como proposta principal possibilitar que o outro construa sentidos, isto é, “construa significados internos, assimilando e acomodando o novo em novas possibilidades de compreensão de conceitos, processos e valores” (Martins, 1998, p.129), ressalta-se a importância da construção de uma relação dialógica entre educador e educando como condição facilitadora deste processo.
 A educação em Arte teria, então, como função desvelar, ampliar e propor desafios estéticos a partir de experiências lúdicas, cognitivas e sensíveis, que envolvam a produção, fruição e o conhecimento do campo específico da Arte. O educador é visto, assim, como um possível mediador deste processo de construção de sentidos e conceitos neste campo. 
Procurando ampliar as possibilidades de um contato mais crítico do educando com as formas artísticas, pode-se também contribuir para o enriquecimento de seu repertório e para uma melhor compreensão da arte e da produção estética.
A Arte é um campo de construção de conhecimento, que se difere da Ciência, mas que é igualmente relevantee contribui para a ampliação do horizonte de percepção, representação e significação do mundo que nos cerca.
As Artes Visuais, o Teatro, a Música e a Dança representam uma forma particular de pensamento, a qual certamente pode nos conduzir ao mesmo que o conhecimento científico, porém, por outros caminhos.
Nesta aula, você:
• abordou alguns pressupostos que orientam a concepção da arte como produção social colocando em destaque o pensamento de Vygotsky sobre o campo da Arte da cultura;
• viu que a partir das ideias de Vygotsky, compreende-se a centralidade da linguagem na constituição do homem e reflete-se sobre a função da arte na sociedade; 
• compreendeu que a função da arte vai além da expressão de sentimentos e de vivências emocionais;
• viu que o processo de criação humana envolve tanto o intelecto como a emoção;
• percebeu a arte como linguagem, procuramos destacar a importância das experiências artísticas e estéticas na formação do educando, no contexto escolar e na vida.
AULA 2- CRIATIVIDADE E O PROCESSO DE CRIAÇÃO
A criação não surge de uma inspiração divina ou se resume à pura ação da descarga de emoções, é fruto do trabalho humano.
O ato criador é uma atividade humana que exige esforço e dedicação do sujeito, que, neste processo de produção/criação, procura transformar a matéria e criar formas simbólicas expressivas de seus pensamentos e emoções.
A seguir, veja como funciona o potencial criador no ser humano.
O potencial criador é inerente a todo ser humano e não se concretiza apenas nas atividades relacionadas às linguagens artísticas.
Linguagens Artísticas - Sendo o potencial criador condição inerente a todo ser humano, não se pode pensar que o trabalho com as linguagens artísticas seja um privilégio para poucos, que exija um dom inato ou habilidade excepcional de quem cria para se concretizar.
Em todos os campos de conhecimento, quando nos expressamos livremente, deixamos registrada nossa maneira particular de compreensão, expressão e comunicação no mundo em que vivemos.
Todos nós somos seres sensíveis e com potencial para criação a ser desenvolvido em diferentes áreas da experiência humana ao longo de nossa existência.
Para melhor explicar os complexos mecanismos envolvidos no processo de criação, pensaremos nos estudos de Vygotsky.
Processo de criação - O processo de criação humana envolve tanto o intelecto como a emoção, ou seja, é na articulação entre pensamento e sentimento, entre cognição e linguagem, que o homem desenvolve seu potencial criador nos diferentes campos do saber e nas diversas áreas de atuação.
O desejo do homem de transformar a realidade, de criar algo novo, de buscar novas soluções e adaptações para satisfazer necessidades e desejos são fatores que estimulam a imaginação, a qual, por sua vez, constitui a base para a criação. 
Toda atividade criadora está relacionada e depende da capacidade que tem o homem de imaginar e fantasiar.
Os processos criadores são desenvolvidos desde a infância e se constituem a partir de elementos da realidade. Os primeiros pontos de apoio que a criança encontra para sua futura criação advêm do que ela vê e ouve, acumulando materiais que usará para construir sua fantasia.
Os processos perceptivos também são destacados por Vygotsky como fator importante para a experiência criativa: a percepção externa e interna são o começo de um processo que serve de base para nossa experiência criativa.
Além desses processos já citados, os processos mentais de dissociação, associação e combinação de imagens são descritos por Vygotsky como fundamentais no processo de criação, que envolve a imaginação e a fantasia, tanto no campo da Ciência como na Arte.
O QUE É ARTE?
A arte permite o acesso a dimensões não reveladas pela lógica e pelo pensamento discursivo, explorando o poder simbólico, poético e sensível de expressão e comunicação humana.
As diferentes produções no campo da Arte estão impregnadas pelas relações vivas estabelecidas na interlocução entre produtor-obra-espectador e o meio social mais amplo.
Arte é uma produção social que afeta o meio extra-artístico, ao mesmo tempo em que é afetada por ele.
Arte e vida são polos indissociáveis da existência humana.
A partir de uma perspectiva sócio-histórica, Vygotsky ressalta o papel das interações entre os sujeitos, o meio e os objetos de cultura como base para a atividade criadora da imaginação e de produção artística, uma vez que toda obra criada está inserida no fluxo da história e se apoia nas experiências e criações que a precederam.
Sócio-histórico - Toda invenção depende e se apoia em acontecimentos anteriores, em condições materiais e socioculturais pré-existentes e, desta forma, está inscrita dentro do processo histórico, reflete e refrata as condições sócio-históricas da sociedade e da humanidade como um todo.
Produção Artística
Tanto as descobertas científicas como as produções artísticas não surgem do nada, não são frutos de geração espontânea ou da criação individual de uma mente genial. 
No campo da produção artística, destacamos a relação dinâmica entre o artista, a obra produzida e o espectador. A experiência do processo de produção da obra se completa com a experiência de fruição da obra pelo expectador. É nesse diálogo que o objeto artístico se constitui como uma forma materializada da inter-relação estabelecida entre criador e contemplador, inseridos no contexto sócio-histórico. 
Desta forma, o processo de criação é o resultado deste processo, ou seja, qualquer invenção é fruto de sua época e de seu ambiente, de parte das condições já alcançadas e de outras possibilidades, que são encontradas fora de seu criador. 
O ato de criar e imaginar não se limita à reprodução de imagens historicamente constituídas, pois é a partir das experiências históricas e culturais, de pensamentos, imagens e expressões que o homem cria.
A ARTE NA ESCOLA
Ao longo da história da educação no Brasil, reconhecemos diferentes concepções sobre o papel da arte na educação, que foram traduzidas em propostas pedagógicas com objetivos e métodos diversificados.
Propostas pedagógicas - Atualmente, observa-se o crescente reconhecimento da importância de construção de uma proposta pedagógica que valorize a livre expressão e o desenvolvimento do potencial criador do educando articulado ao domínio dos conhecimentos específicos dos diferentes campos do saber.
As linguagens artísticas podem estar inseridas no cotidiano da escola de diferentes formas, seja no trabalho especifico de educação em Arte, como também, na educação através da arte.
Explorando a livre expressão, o conhecimento em Arte, o conhecimento mediado pela experiência com as linguagens da arte e o desenvolvimento da consciência estética estaremos ampliando as possibilidades de construção de sentidos e significados mediados pelas linguagens artísticas, e o reconhecimento da importância da arte na educação e na vida.
Você sabe qual é o papel da arte na escola?
Ao pensar sobre o papel da arte na escola destaca-se que, nesse contexto educacional específico, a valorização da livre expressão e o convívio com as produções artísticas são caminhos importantes para a construção de um projeto pedagógico que vise a formação do ser humano, onde o sentir, o pensar e o agir sejam igualmente valorizados para sua constituição, como sujeito inteligente e sensível, e para sua inserção e atuação na sociedade.
A mediação da escola e dos educadores pode e deve facilitar o desenvolvimento da criatividade e a livre expressão de todos os educandos, respeitando suas características e potencialidades.
Nesta aula, você:
• viu que a o ato criador é uma atividade humana que exige esforço e dedicação do sujeito criador;
• aprendeu que o potencial criador é inerente a todo ser humano e não se concretiza apenas nas atividades relacionadas às linguagens artísticas, mas em todos os campos de conhecimento;  
• viu que objeto artístico se constitui como uma forma materializada da inter-relação estabelecida entre criador econtemplador, inseridos no contexto sócio-histórico;
• aprendeu que a arte é uma produção social que afeta o meio extra-artístico, ao mesmo tempo em que é afetada por ele;
• compreendeu que arte e vida da são polos indissociáveis da existência humana e, por isso, deve estar presente na escola.
AULA 3 - TRANSFORMAÇÕES NO ENSINO DA ARTE NO BRASIL
O ENSINAR E APRENDER ARTE
O resgate da história que envolve a relação do homem com as diferentes manifestações artísticas e as diferentes formas do ensinar e aprender arte contribui para que possamos conhecer a trajetória, desvendar influências e melhor compreender o nosso próprio tempo histórico e as propostas que fundamentam e orientam atualmente o campo da Arte/Educação.
Uma questão central é como se desenvolve a produção e o processo de ensino-aprendizagem da arte em diferentes épocas no contexto social e educacional brasileiro.
A arte como linguagem esteve sempre presente na história da humanidade. Veja.
As primeiras manifestações artísticas produzidas pelo homem no interior das cavernas datam do tempo da Pré-História.
São desenhos e pinturas que ficaram registrados, resistiram à ação do tempo e possibilitam ao homem o tecer da sua própria história, a partir da pesquisa sobre esses registros.  
Vestígios deixados pela civilização pré-histórica levaram os historiadores a supor que, neste período, surgiram as primeiras atividades educativas organizadas envolvendo o ensino das artes visuais.
Atividades Educativas
Diferentes propostas teóricas e metodológicas de ensino das artes surgiram ao longo da história da educação brasileira e acompanharam as influências das correntes pedagógicas mais marcantes.
A INFLUÊNCIA DOS JESUÍTAS NO ENSINO DA ARTE
Você sabia que antes da chegada da Missão Francesa no Brasil, em 1816, os missionários católicos eram os responsáveis pela orientação artística no Brasil?
A Igreja Católica os enviava para o Brasil com o objetivo de catequização e também os incumbia de transmitir e ensinar as técnicas artísticas, de acordo com a tradição barroca.
O ensino das artes plásticas era informal e baseava-se na transmissão oral e anônima, tendo na tradição familiar uma grande aliada, já que a técnica costumava ser transmitida de pai para filho.
Sob influência da educação dos jesuítas, que controlaram o sistema educacional brasileiro desde o descobrimento até 1759, a filosofia e metodologia que, inicialmente, foram orientadoras do ensino da arte no Brasil, não consideravam a arte como uma atividade com importância em si mesma, mas como um instrumento para modernização de outros setores.
Jesuítas
A proposta pedagógica dos jesuítas desvalorizava as atividades manuais por considerá-las inferior aos estudos retóricos e literários. Reservava aos homens livres a literatura e aos escravos e índios as artes manuais. Com isso, a estrutura do ensino jesuítico seguia o modelo educacional proposto por Platão, separando o ensino de letras dos ofícios manuais e mecânicos.
Estilo Barroco
Segundo Durand (1989), o estilo Barroco predominou na Europa entre os anos de 1550 até 1700 e servia aos interesses da Igreja Católica que, naquele período, perdia adeptos para outras religiões e via a obra de arte como possível veículo de catequese pela linguagem visual. 
Atingiu o auge no Brasil, entre 1763 e 1822, período que se inicia com a mudança da capital nacional para o Rio de Janeiro e termina com a proclamação da Independência do Brasil. 
Sendo um estilo carregado de dramaticidade e movimento, adequava-se à criação e construção de igrejas, pinturas e estátuas por artistas que pretendiam despertar as emoções do observador, envolvendo-o com o trabalho de arte. A arte encontrava-se, então, a serviço da Igreja e o conteúdo das produções artísticas eram os temas religiosos. A forma de exploração desse conteúdo pelo artista baseava-se na utilização de ornatos e linhas curvas, que transmitiam a sensação de movimento e, também, pelo emprego de fortes contrastes de claro e escuro nas representações dos sentimentos dramáticos das figuras desenhadas, pintadas ou esculpidas.
AS INFLUÊNCIAS DA CHEGADA DA MISSÃO FRANCESA NO BRASIL
No Brasil, o ensino formal da arte foi iniciado com a chegada da Missão Francesa e a fundação da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1816, por D. João VI.
Academia Imperial de Belas Artes
De acordo com Barbosa (1978), o ensino das artes plásticas surge no Brasil seguindo a concepção e o modelo europeu, ou seja, a partir da pedagogia tradicional, que privilegia o ensino do desenho como base para o desenvolvimento de habilidades técnicas e gráficas, como forma de treinamento da coordenação motora, visando à formação técnica de mão de obra.
Desde a fundação da Academia até o início do século XX, não ocorreram transformações significativas nesta área e a educação artística continuou basicamente reduzida ao ensino do desenho, orientada por uma metodologia que não explorava ou valorizava o potencial criativo e expressivo dos alunos. 
Os conteúdos das aulas e os modelos a serem copiados eram selecionados pelos professores, que atuavam de forma diretiva e autoritária. Utilizavam o recurso da repetição como garantia de fixação dos conteúdos, tendo como objetivo “exercitar a vista, a mão, a inteligência, a memória, o gosto e o senso moral. Segundo esta abordagem, o maior interesse está no produto do trabalho escolar e a relação professor e aluno é bem mais autoritária.  Além disso, os conteúdos são considerados verdades absolutas” (Ferraz & Fusari, 1993).
Deste período até os dias de hoje, o processo de ensino-aprendizagem neste campo apresentou características variadas e foi desenvolvido de acordo com os movimentos socioculturais e com as correntes educacionais que prevaleceram nas diferentes épocas.
A INFLUÊNCIA DO MODERNISMO NO ENSINO DA ARTE
Transformações mais significativas no processo de ensino-aprendizagem da arte surgiram sob influência do Movimento Modernista no Brasil, no início do século XX.
O Movimento Modernista, foi organizado com o objetivo de transformar o terreno da cultura e do pensamento da época, a partir da pesquisa e experimentação artística, visando à construção de uma identidade cultural e artística tipicamente brasileira.
No campo da educação, autores como John Dewey, Viktor Lowenfeld e Herbert Read, influenciados pelo movimento da Escola Nova, publicaram importantes obras que destacam a contribuição da arte na educação, numa perspectiva de valorização da livre expressão.
O projeto da Escola Nova no Brasil, surgiu nos anos 20/30. Foi inovador, uma vez que este propunha uma nova concepção de educação enfocando na relação ensino-aprendizagem, o aluno, a liberdade de expressão, a experimentação e, de certa maneira, o “aprender fazendo”. 
Recebendo influências desse movimento renovador educacional, das pesquisas psiquiátricas sensíveis à arteterapia desenvolvida por Osório César, em São Paulo, e pela Drª. Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, e pelo Movimento Expressionista da Arte Moderna, um grupo de artistas e educadores funda, em 1948, a primeira Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro.
A PRIMEIRA ESCOLHINHA DE ARTE NO BRASIL 
O grupo, formado pelo artista plástico pernambucano Augusto Rodrigues, a professora gaúcha de Arte Lúcia Alencastro Valentim e a artista norte-americana Margaret Spencer, cria este espaço com o objetivo de abrir uma escola de arte para crianças, jovens e adultos, onde pudessem entrar em contato com as diferentes linguagens da arte e explorar livremente seu processo de criação artística. Essa iniciativa foi um marco no contexto educacional geral, uma vez que nos anos 40/50 a Arte não fazia parte do currículo obrigatório e oficial das escolas brasileiras.
 A Escolinha de Arte do Brasil foi, também, um dos primeiros espaços a incorporar crianças, jovens e adultos com deficiência, como os alunos de suas oficinas, e se propôs a pesquisar alternativas de trabalho com arte numa perspectiva inclusiva. Os alunos com necessidadesespeciais não eram segregados em classes especiais e participavam das atividades artísticas, incluídos no grupo, junto com os demais participantes. 
A Escolinha de Arte do Brasil foi criada como um espaço aberto à experimentação e às iniciativas inovadoras, onde se buscava construir uma dinâmica de trabalho que valorizasse o processo de criação de cada pessoa envolvida, sem a preocupação com horários preestabelecidos ou com a separação dos grupos por faixa etária. De acordo com Azevedo (2002, p.7), “a criança, nessa escola, não era pensada como miniatura do adulto, mas valorizada e respeitada em seu próprio contexto, com sua forma peculiar de pensar/agir no mundo, possuindo uma expressão original, que deveria ser comunicada através de seu gesto-traço, seu gesto dramático/teatral e seu gesto sonoro”. 
Augusto Rodrigues e o grupo de educadores da Escolinha de Arte procuravam sintetizar as ideias da Escola Nova no ensino artístico, valorizando a criatividade, a espontaneidade, a integração das diferentes linguagens e a livre expressão. Nesta perspectiva, uma maior ênfase era conferida ao fazer artístico e ao processo de criação, em detrimento do produto deste processo, ou seja, a própria obra artística. 
O aluno aprenderia fazendo, experimentando, pesquisando soluções estéticas para as questões que surgissem em seu próprio trabalho, sem o direcionamento do educador sobre suas ações.
A Obrigatoriedade do Ensino da Arte nas Escolas: a Lei 5.692 e a LDB nº 9.394
Os princípios difundidos pelas Escolinhas de Arte e pelos artistas e educadores envolvidos com esse movimento influenciaram a prática de ensino da arte nas escolas e, até os dias de hoje, encontramos propostas que priorizam a livre expressão do educando, o deixar fazer, sem nenhuma interferência ou mediação do educador nesse processo.
Essa concepção espontaneísta valoriza ao extremo o processo de criação sem preocupação com os seus resultados, o que pode acarretar uma prática descompromissada com os conteúdos específicos das linguagens artísticas e o não reconhecimento do papel do educador como mediador desse processo de construção de conhecimento no campo específico da Arte.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (PCNs-Arte), fica determinada a alteração da nomenclatura com a nova designação da área por Arte, e não mais Educação Artística, com sua inclusão na estrutura curricular como área com conteúdos próprios ligados à cultura artística, e não apenas como atividade.
Esse novo enfoque aborda a arte como conhecimento e destaca sua importância na escola e na vida.
Reconhece que, como patrimônio construído pelo homem ao longo da história, a arte é patrimônio cultural da humanidade e a escola deve também ser responsável por garantir o acesso a esse conhecimento a todos os alunos.
Nesta aula, você:
• tratou das transformações ocorridas no ensino da arte no Brasil resgatando as principais orientações teóricas e metodologias que orientaram a prática pedagógica nesse campo;
• identificou as diferenças entre propostas que compreendem a arte como domínio de técnicas daquelas que enfatizam a livre expressão e o processo de criação analisando suas diferentes influências no processo de formação do educando;
• refletiu sobre o papel do educador nessas diferentes concepções de Arte/Educação e sobre a mediação necessária para o desenvolvimento de uma proposta que valorize a livre expressão e a construção de conhecimento no campo da Arte.
AULA 4- PRESSUPOSTOS DA ARTE/ EDUCAÇÃO NO CONTEXTO ATUAL
A arte vem sendo reconhecida, cada vez mais, como uma importante linguagem expressiva e como campo de conhecimento que contribui significativamente para a formação do ser humano, no contexto educacional brasileiro.
Ao longo dos anos 1980 e 90, o campo da Arte/Educação recebeu maior atenção e apoio com o aumento do número de pesquisas, publicações, congressos e seminários sobre o tema, além dos cursos de pós-graduação e de formação de professores especializados nas diferentes áreas de Música, Teatro, Artes Visuais e Dança.
Em todo o Brasil, um número significativo de arte-educadores passou a se organizar em associações e movimentos, lutando para o reconhecimento da arte como disciplina do saber escolar. 
No final da década de 90, com a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 9.394/96, a arte é reconhecida como disciplina obrigatória no currículo escolar. Segundo esta lei, “o ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”.
O movimento da Arte/Educação vem sendo reconhecido como uma manifestação organizada de profissionais que buscam novas metodologias de ensino e aprendizagem neste campo.
Estes profissionais lutam pelo reconhecimento e valorização do professor específico em diferentes áreas (Teatro, Música, Artes Visuais e Dança) e procuram discutir e propor práticas pedagógicas, redimensionando o trabalho de forma consciente e ressaltando a importância de sua ação profissional e política na sociedade.
Mesmo com a maior conscientização e organização desses profissionais, ainda hoje ocorre uma diferenciação entre as práticas pedagógicas do ensino da arte, que se traduz na diversidade de propostas desenvolvidas pelos professores responsáveis pelas disciplinas de Artes Visuais, Música, Teatro e Dança.
Muitas vezes, esse professor se orienta, ainda, pelos métodos de ensino da arte tradicional e está mais preocupado com “a expressividade individual, com técnicas, mostrando-se, por outro lado, insuficiente no aprofundamento do conhecimento da arte, de sua história e das linguagens artísticas propriamente ditas” (Ferraz & Fusari, 1993, p.17).
PROPOSTA ATUAL DO ENSINO DA ARTE 
A proposta atual de ensino da arte, apresentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte, publicado pelo MEC – Ministério da Educação (2001), critica tanto esta abordagem tradicional quanto a proposta baseada apenas no fazer artístico. Enfatiza a necessidade da escola de criar amplas possibilidades de acesso ao conhecimento específico deste campo do saber, colocando em destaque sua função de mediar as experiências que estimulem a livre expressão, o processo de criação do educando e que viabilizem seu contato com diferentes produções artísticas. Segundo os PCNs de Arte (2001, p.15): 
A educação em arte propicia o desenvolvimento do pensamento artístico, que caracteriza um modo particular de dar sentido às experiências das pessoas: por meio dele, o aluno amplia a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. Aprender arte envolve, basicamente, fazer trabalhos artísticos, apreciar e refletir sobre eles. Envolve, também, conhecer, apreciar e refletir sobre as formas da natureza e sobre as produções artísticas individuais e coletivas de distintas culturas e épocas. 
Os pressupostos teórico-metodológicos apresentados neste documento procuram integrar o fazer, a apreciação e a contextualização artística como encaminhamento do trabalho pedagógico-artístico. O desenvolvimento de uma prática educativa em Arte, que prioriza tanto os fatores emocionais e expressivos como os aspectos relacionados à cognição e ao senso-crítico, vem sendo discutido desde a década de 80, principalmente, a partir das contribuições da Proposta Triangular de Ensino da Arte (Barbosa, 1990, 1991).
O CONTEXTO ATUAL
A Proposta Triangular foi, inicialmente, apresentada e difundida, no contexto educacional brasileiro, pela arte-educadora Ana Mae Barbosa.
Ao longo dos anos 90, esta discussão ganha força com a adesão de vários outros pesquisadores e arte-educadores, que contribuíram com suas experiências práticas e reflexões teóricas para a revisão da prática pedagógica, desenvolvida na disciplina Educação Artística, visando o resgate do conteúdo específico dessa disciplina, que é a própria Arte.
Tanto o processo de criação artística como o produto desse processo são valorizados.
A obra produzida é resultado da experiência de seufazer e mantém uma relação intrínseca e de interdependência com o desenrolar desta experiência.
Assim, o foco de atenção centrado apenas na transmissão de conteúdos ou na realização de um produto artístico final é redimensionado e se reorienta, voltando sua preocupação para a relação entre o desenvolvimento do processo de criação do aluno e o resultado desta produção, ou seja, a obra artística.
A MEDIAÇÃO DO EDUCADOR NO PROCESSO DE CRIAÇÃO E CONHECIMENTO EM ARTE
O processo de criação humana envolve tanto o intelecto como a emoção, ou seja, é na articulação entre pensamento e sentimento, entre cognição e linguagem, que o homem desenvolve seu potencial criador nos diferentes campos do saber e nas diversas áreas de atuação.
A criação não surge de uma inspiração divina ou se resume à pura ação da descarga de emoções, é fruto do trabalho humano. O ato criador é uma atividade humana que exige esforço e dedicação do sujeito criador, que, neste processo de produção/criação, procura transformar a matéria e criar formas simbólicas expressivas de seus pensamentos e emoções.
O papel do educador neste processo deve ser destacado, uma vez que, dependendo do tipo de mediação que ele cria em suas aulas, poderá favorecer ou inibir a criatividade do aluno e seu acesso ao conhecimento.
Nesta aula, você:
• viu que a educação em Arte e pela arte pode abrir um vasto campo de experiências sensíveis que contribuam para desvelar, ampliar e propor desafios estéticos a partir de experiências lúdicas, cognitivas e sensíveis que envolvam a produção, fruição e o conhecimento no campo específico da Arte e em outras áreas de conhecimento;
• aprendeu que a prioridade do processo de ensinar-aprender arte não está na formação de um artista ou apenas na formação técnica do aluno, mas na viabilização do acesso ao conhecimento do campo da Arte e da experiência sensível da criação artística que possam contribuir para despertar e estimular a formação de um olhar mais inteligente, crítico e sensível sobre a realidade;
• viu que através das Artes Visuais, do Teatro, da Música e da Dança encontramos outras possibilidades de produção de significados, de criação de narrativas materializadas em diferentes suportes, de exploração da intertextualidade e de mobilização das interações humanas.
AULA 5 - O ENSINAR E APRENDER AS ARTES VISUAIS
AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS
O campo da Arte e suas diferentes linguagens são como possíveis desvios metodológicos. Estes desvios viabilizam outro tipo de aproximação e exploração do universo que permeia o processo do ensino-aprendizagem, no contexto escolar, e motiva a pesquisa de uma prática pedagógica que aproxime o campo das linguagens artísticas com as demais linguagens e outros campos do saber.
Ensino-aprendizagem
Partindo da ideia de que o processo de ensino-aprendizagem tem como objetivo principal possibilitar a construção de sentidos, ou seja, que, neste processo, educador e educando são convidados a construir “significados internos, assimilando e acomodando o novo em novas possibilidades de compreensão de conceitos, processos e valores” (Martins, 1998, p.129), ressalta-se a importância da relação entre educador e educando como mediação facilitadora deste processo.
Linguagens artísticas
As linguagens artísticas são práticas sociais, inseridas na história e na cultura, que podem ser amplamente exploradas no contexto escolar contribuindo para a construção de conhecimentos, o resgate da história individual e social, a comunicação e expressão, a interação social.
O caminho proposto é o diálogo aberto entre essas linguagens no contexto da escola e da vida dos educandos.
A educação em Arte e pela arte pode abrir um vasto campo de experiências sensíveis. Estas contribuem para desvelar, ampliar e propor desafios estéticos a partir de experiências lúdicas, cognitivas e sensíveis, e que envolvam a produção, fruição e o conhecimento no campo específico da arte e em outras áreas de conhecimento.
Através da experiência de criação artística nas Artes Visuais, no Teatro, na Música e na Dança, encontram-se outras possibilidades de produção de significados, de criação de narrativas materializadas em diferentes suportes, de exploração da intertextualidade, de mobilização das relações humanas.
Educação em arte
A mediação do processo de criação e a construção de um espaço facilitador e motivador da reflexão, produção, fruição e conhecimento da linguagem artística deve ser objetivo da escola. 
A prioridade não está na formação de um artista ou apenas na formação técnica do aluno, mas na viabilização do acesso ao conhecimento do campo da Arte e da experiência sensível da criação artística que possam contribuir para despertar e estimular a formação de um olhar mais inteligente, crítico e sensível sobre a realidade. Neste sentido, tomamos a linguagem artística explorando sua potencialidade como prática mobilizadora de diferentes formas de olhar, revelar e compreender a realidade. 
AS ARTES VISUAIS E OS DIFERENTES MODOS DE VER E REPRESENTAR O MUNDO
Ao longo de toda sua existência, o homem demonstrou a necessidade de se comunicar e expressar por imagens visuais.
Acompanhando sua evolução e os avanços tecnológicos, observamos que imagens foram produzidas, pesquisadas, manipuladas e registradas com a utilização de vários recursos naturais, artesanais, ópticos, mecânicos, tecnológicos, que foram e continuam sendo explorados de forma dinâmica e intercambiada. 
Desde a Pré-História, o homem vem pesquisando diferentes recursos materiais e técnicos, o que possibilitou a ampliação de seu universo de representação e produção de imagens visuais, materializadas através do desenho, pintura, fotografia, cinema, computador, dentre outros meios.
No contato com essas produções imagéticas, podemos conhecer os modos de aproximação da realidade que o homem vem explorando ao longo de sua história. A fruição, leitura e análise dessas imagens propiciam uma experiência subjetiva de conhecimento do mundo, uma vez que, “nas marcas do visível, é possível ver os efeitos das opções culturais” (Pillar, 1999, p.130).
O homem e suas manifestações na arte e na cultura
Com o advento da modernidade, inúmeras e velozes foram as transformações ocorridas nos diferentes campos da sociedade que, consequentemente, afetaram os diferentes modos de subjetivação do homem e suas manifestações na arte e na cultura. Para melhor acompanharmos este processo, é preciso compreender como a apropriação das novas tecnologias redimensiona as formas de expressão e comunicação do homem moderno e como repercute, ainda hoje, nas formas de organização da sociedade contemporânea.
Segundo Jobim e Souza (2000a; 2000b), para construir uma consciência plena dessas transformações, deve-se elaborar uma história do olhar, visando à compreensão das formas de mediação dos novos instrumentos e tecnologias. Isto porque estes instrumentos atuam como mediadores deste olhar ao se interporem entre o sujeito e o modo como passou a se acercar da materialidade do mundo, de suas manifestações culturais e subjetivas.
Exemplo disso são as transformações ocorridas na modernidade, tema amplamente abordado pelo filósofo Walter Benjamin (1987a): “na era da reprodutibilidade técnica, percebemos que a invenção da fotografia veio alterar radicalmente este quadro, afetando diretamente a relação do homem com a arte e a produção de imagens. A superação do caráter único das coisas, através da possibilidade de sua reprodução, permitiu ao homem moderno o crescimento de seu desejo de possuir o objeto o mais próximo possível, o que concretamente tornou-se viável com a representação da imagem na fotografia. Essa descoberta inaugura toda uma nova concepção da arte, na qual sua aura – entendida como o caráter único, singular das obras de arte – é destruída. A obra de arte deixa de ser única, pois as novas técnicas de reprodução passam a permitir multiplicações infinitas do objeto, lhe conferindo uma existência serial”.
Desde 1826, quando Daguerre inventou o primitivo aparelhode fotografia, foram observadas várias transformações e criações tecnológicas que permitiram o aperfeiçoamento das inúmeras possibilidades de registrar e fixar imagens.
Esta descoberta nos remete a invenções anteriores, a recursos tecnológicos criados nos séculos XV e XVI, como a câmera obscura, a perspectiva monocular e objetiva, e ao modelo de imagem construído no período do Renascimento. 
Estes recursos forneceram a pesquisa e o conhecimento básico no campo da ótica para a construção das tecnologias de produção “automática” de imagens.
Nesta nova linguagem audiovisual, passam a conviver novas e múltiplas linguagens no campo de produção e comunicação de conhecimentos e ideias. 
Este novo contexto imagético requer um outro olhar sobre a realidade que nos cerca, a fim de que possamos desvelar seus mistérios e significados, compreendendo como nos é traduzido e revelado os modos de ser na chamada “civilização da imagem” (Aumont, 1995).  Podemos, assim, afirmar que “depois da fotografia a experiência humana não é mais a mesma, pois conquistamos uma consciência cultural e subjetiva do mundo que nos transformou de forma radical” (Jobim e Souza, 2000b).
PROPOSTA METODOLÓGICA DE ENSINO DAS ARTES VISUAIS
Conscientes desta multiplicidade de formas de ver e representar o mundo atual, e mergulhados neste universo imagético contemporâneo, somos desafiados a repensar as propostas de trabalho com as artes visuais e a questão da visualidade no contexto escolar.
Através de uma metodologia adequada de ensino das artes visuais, podemos abrir o diálogo crítico e reflexivo sobre o contexto sócio-histórico e cultural contemporâneo, aonde a imagem permeia nosso cotidiano, de múltiplas e diferentes maneiras. 
Trazer essa questão para a sala de aula é uma das possíveis formas de provocarmos uma reflexão crítica sobre a constituição do sujeito no mundo contemporâneo, sobre sua relação com o mundo físico e social, sobre as transformações artísticas e culturais.
Através de interferências planejadas e adequadas, o educador poderá facilitar ao educando o conhecimento cada vez maior a respeito de si mesmo e da arte, valorizando seu papel na sociedade.
Educador
Trazendo para a sala de aula propostas que aproximem o educando, de forma crítica e sensível, do acervo imagético que encontramos nas produções artísticas e culturais da comunidade e ampliando seu contato com o acervo nacional e universal, o educador contribui para a ampliação de seu repertório, como também, para o enriquecimento da experiência estética e o conhecimento dos aspectos mais significativos da cultura brasileira e de outros contextos históricos e culturais. Desta forma, aprimora-se o saber prático e teórico do campo das Artes Visuais, vinculando o fazer artístico (produção), ao conhecer (contextualização histórica) e compreender a arte (leitura da obra).
Testando conhecimento
Linguagens artísticas: São práticas sociais, inseridas na história e na cultura, que podem ser amplamente exploradas no contexto escolar contribuindo para a construção de conhecimentos, o resgate da história individual e social, a comunicação e expressão, a interação social.
Nesta aula, você:
• conheceu o campo da linguagem das Artes Visuais através de uma abordagem metodológica que articula o fazer, o pensar e o conhecer dessa linguagem no contexto escolar;
• viu que através de uma metodologia adequada de ensino das artes visuais, pode-se abrir o diálogo crítico e reflexivo sobre o contexto sócio-histórico e cultural contemporâneo, aonde a imagem permeia o cotidiano, de múltiplas e diferentes maneiras; 
• compreendeu que através de interferências planejadas e adequadas, o educador poderá facilitar ao educando o conhecimento cada vez maior a respeito de si mesmo e da arte, valorizando seu papel na sociedade e na vida.
AULA 6 - O ENSINO DA ARTE E AS NOVAS TECNOLOGIAS
Você já observou que são inúmeras as inovações tecnológicas surgidas com a informatização de diferentes setores da sociedade contemporânea? 
Estas inovações determinaram novos padrões de percepção do homem afetando diretamente seu corpo, as relações sociais e toda produção humana.  
Conheça duas diferentes análises sobre este fenômeno de informatização da sociedade.
Apesar da tensão entre estas diferentes análises, é possível perceber que a utilização das diferentes tecnologias informáticas já penetra, de alguma forma, na vida cotidiana de todas as camadas sociais.
ANÁLISE PESSIMISTA
Segundo algumas interpretações mais pessimistas, as novas tecnologias terminam por contribuir para a uniformização do mundo e para a perda do sensível.  
ANÁLISE OTIMISTA
Nesta perspectiva, as tecnologias são as ferramentas e os instrumentos que viabilizam o encurtamento das distâncias e a aproximação entre diferentes sujeitos e contextos.
A inclusão das novas máquinas e a necessidade de interagirmos com elas para as ações mais banais do cotidiano estão contribuindo, também, para alterações de outra ordem. 
Neste contexto, é possível observar o surgimento de outras opções de procedimento de trabalho no campo da Educação e da Arte, assim como novas relações com esses instrumentos que apontam para diferentes horizontes lógicos e poéticos e chamam para uma renovação de temas, conteúdos e vias de criação.
No horizonte cultural contemporâneo, por exemplo, surgem novas potencialidades no universo da representação por imagens que recebem influência direta das tecnologias digitais.
Você já parou para pensar que, atualmente, estamos vivendo um processo de deslumbre e atração diante das novas tecnologias digitais que se assemelha àquele provocado por invenções anteriores? Relembre algumas dessas invenções
A fotografia permite que o homem inaugure a era da reprodutibilidade técnica da imagem. Com isso, muitas outras descobertas se somam a este recurso e ampliam suas possibilidades expressivas e de comunicação.
Com a invenção do cinema, o homem conquista a automatização do movimento. 
O homem consegue a transmissão instantânea da imagem e o seu armazenamento em fita magnética com a televisão e o vídeo, respectivamente.
A informática chega, juntando-se às tecnologias anteriores, para ampliar as possibilidades permitindo a manipulação digital da imagem em tempo real, produzindo a realidade virtual.
Todas estas descobertas alcançam uma dimensão social e influenciam novas conformações na sensibilidade estética, nas manifestações artísticas e culturais, assim como no ensinar e aprender arte.
Na terceira fase da Revolução Industrial, é possível observar um salto qualitativo significativo e revolucionário em relação a diferentes aspectos socioculturais.
Em um primeiro momento, o modo de produção industrial caracterizou-se pela produção de imagens a partir de artefatos ótico-mecânicos (fotografia) ou eletromecânicos. Já no modo de produção pós-industrial, é predominante o uso de aparelhos de natureza numérica e digital ( infografia ou computação gráfica) e fotônica (holografia).
Ao incorporar as novas tecnologias ao processo de criação/produção artística, o educador pode investigar novas formas de manifestação de uma criatividade estética que alia sensibilidade e técnica. 
Explorando as tecnologias como veículos para a produção de sentido e de novas configurações sensíveis, educadores e educandos são motivados a superar o programa inicialmente inscrito nas memórias tecnológicas criando outros arranjos.
Conheça, agora, os diferentes processos de produção de imagens ao longo da história.
A invenção da fotografia inaugurou outro modo de reapresentação do mundo e trouxe um novo princípio estético baseado na relação homem-máquina que marca uma diferente relação com o campo da percepção puramente humana. 
Para que você compreenda melhor este processo instaurado pela fotografia (nos modos de ver, compreender e representar o mundo), conheça as reflexões de Santaella (1994). A autora aponta para três paradigmas básicos, que definem os traços determinantes da produção de imagens, denominados: pré-fotográfico, fotográfico,pós-fotográfico.
Fotografia: Com a fotografia, o homem pode “prolongar e adaptar o corpo para obter uma percepção melhor” (Santos, 1994, p.47) estabelecendo uma nova relação homem-máquina que leva em conta as metamorfoses da percepção. Explora, assim, uma relação produtiva e complementar com o aparelho técnico que é a câmera fotográfica.
Com estas reflexões, você poderá pensar sobre as transformações fundamentais ocorridas, ao longo dos séculos, na produção de imagens, e as mudanças e rupturas paradigmáticas que acompanharam este processo.
Paradigma pré-fotógrafo
Diz respeito às imagens produzidas artesanalmente e que dependem fundamentalmente da habilidade manual do homem em criar formas visíveis, tais como, o desenho, a pintura, gravura e escultura. 
A analogia da imagem pré-fotográfica com o imaginário se deve ao fato de que esta imagem é fundamentalmente ilusionista e mítica: “ilusionista, na sua pretensão de completude, e inteiramente mítica na sua suspensão do tempo, de cuja duração, a pintura, por exemplo, extrai sua espessura” (Santaella, 1994, p.40). É um tipo de imagem produzida por um sujeito individual e que se destina à contemplação, a capturar o imaginário do observador.
Paradigma fotógrafo
Esse paradigma fotográfico se refere às imagens que dependem da intermediação de uma máquina de registro que capta e fixa a imagem do mundo real e visível. Ele inaugura o entrechoque entre o imaginário e o real, pois a partir dele observamos a defasagem e o descompasso entre o ritmo do mundo e a capacidade do registro. 
Santaella afirma que, “quanto mais um aparelho ou máquina se aperfeiçoa no registro mimético dos objetos e situações, mais evidente se torna sua impossibilidade de ser igual àquilo que registra”.
Paradigma pós-fotógrafo
Engloba as imagens sintéticas ou infográficas, inteiramente calculadas por computação. Como diz Santaella, estas imagens “não são mais, como as imagens óticas, o traço de um raio luminoso emitido por um objeto preexistente – de um modelo – captado e fixado por um dispositivo fotossensível químico (fotografia, cinema) ou eletrônico (vídeo), mas são a transformação de uma matriz de números em pontos elementares (os pixels) visualizados sobre uma tela de vídeo ou uma impressora.”
Desta forma, o simbólico relaciona-se à imagem pós-fotográfica, pois para se criar a imagem de um objeto basta a determinação aritmética de um cálculo. Não se exige neste processo “a co-presença da coisa, do olho e da imagem no espaço de tempo ideal da tomada de visão” (Santaella, 1994, p.40).
As imagens caracterizadas segundo os três paradigmas que você estudou anteriormente, convivem e se inter-relacionam no mundo contemporâneo definindo padrões imagéticos na civilização da imagem (Aumont, 1995).
Padrões imagéticos: O desenvolvimento técnico está intimamente ligado às transformações ocorridas também no campo artístico. Sob influência das novas tecnologias, novos hábitos de percepção, de concepção e de criação são desenvolvidos pelo homem que passa a interagir a partir de diferentes códigos operatórios, cognitivos, sociais e artísticos.
Como exemplo, podemos pensar sobre as mudanças no ato fotográfico ocorridas após a democratização de acesso aos meios digitais de reprodução de imagens através das câmeras digitais. 
Após a incorporação deste meio como instrumento de trabalho e de produção de imagens, o homem redefine não só o processo de produção de imagens como, também, a forma de armazená-las e divulgá-las.
Diante disso, é possível que você esteja se fazendo as seguintes perguntas: 
Como a fotografia digital foi incorporada na vida cotidiana?
Como a possibilidade de produção de imagens através de vários meios como, por exemplo, câmeras fotografias digitais e celulares, influencia nas interações sociais, na construção de conhecimentos, na produção artística e cultural, e na constituição de subjetividades?
Ao favorecer o contato com diferentes meios tecnológicos, a escola pode possibilitar a busca de adaptações e recursos tecnológicos mais adequados, não só, para a utilização e realização expressiva de cada educando, mas também, para que educadores e educandos possam entrar em contato com outras ferramentas e os diferentes contextos sócio-históricos em que foram produzidas.
Como educadores inseridos no mundo contemporâneo, nosso desafio é nos aproximarmos das novas tecnologias e dos meios de comunicação (televisão, vídeo, fotografia, computador, videogame, internet etc.), que também fazem parte da grande maioria das crianças e jovens, explorando a possibilidade de ampliação dos saberes mediados por essas tecnologias.
Segundo Ferraz&Fusari (2009, p.71), como educadores devemos “incluir e educar a capacidade de julgar e avaliar as atividades e as experiências em todas as linguagens consideradas como meios de comunicação e expressão”. 
No contato com as produções veiculadas pelo cinema, televisão, computadores e outros meios, o educando pode ser estimulado a trabalhar sua imaginação, a fantasia e o domínio dos sistemas simbólicos e a leitura crítica dos meios culturais. Pode, também, encontrar um vasto campo de pesquisa para o desenvolvimento de seu processo criador, utilizando esses recursos como meios expressivos e de produção artística.
Nesta aula, você:
• viu que, sob influência das novas tecnologias, novos hábitos de percepção, de concepção e de criação são desenvolvidos pelo homem que passa a interagir a partir de diferentes códigos operatórios, cognitivos, sociais e artísticos;
• percebeu que, ao favorecer o contato com diferentes meios tecnológicos, a escola amplia as possibilidades de pesquisa de novos meios e mediações que contribuam para o desenvolvimento do processo criador e para o conhecimento em vários campos do saber;
• entendeu que, como educadores inseridos no mundo contemporâneo, nosso desafio é nos aproximarmos das novas tecnologias e dos meios de comunicação (televisão, vídeo, fotografia, computador, videogame, internet etc.), que também fazem parte da grande maioria das crianças e jovens, explorando a possibilidade de ampliação dos saberes mediados por essas tecnologias.
AULA 7 - O TEATRO NA ESCOLA
Objetivo da aula:
• caracterizar a linguagem teatral;
• identificar a contribuição do teatro na formação do educando;
• construir uma proposta teórica e metodológica de ensinar-aprender teatro no contexto escolar;
• conhecer os fundamentos da proposta apresentada nos PCNs de Arte.
O trabalho com as diferentes linguagens artísticas na escola, além de resgatar a dimensão estética da educação, procura garantir o ensino e a aprendizagem da arte como campo do saber e sua possível integração com as demais áreas de conhecimento do currículo.
O teatro é uma das linguagens artísticas que, trabalhada no espaço da escola, promove ao educando a possibilidade de explorar a linguagem simbólica e suas potencialidades expressivas e de comunicação.
No contato com as produções teatrais, o educando é estimulado a: conhecer outras culturas; reconhecer diferentes formas de narrar a história; perceber os modos de ser e compreender o mundo, que foram construídos pelo homem ao longo de sua história.
A linguagem teatral abre outro caminho para educadores e educandos realizarem uma leitura crítica sobre a produção artística e cultural da humanidade, percebendo e compreendendo como o homem vivencia o contexto sociocultural ao seu redor e como se relaciona com ele.
Através da experiência com a linguagem teatral, o educando compartilha ideias e sentimentos e, ao mesmo tempo, exercita o autoconhecimento e o diálogo com o outro. 
 De maneira singular, o teatro contribui para o resgate da nossa própria história e para o conhecimento do homem e do mundo, em diferentes épocas e contextos.
A experiência com o teatro possibilita ao educando a vivência de outras identidades por meio da representação ou da criação de personagens.
Através dessa linguagem simbólica, o educando pode se colocar no lugar do outro. É mobilizado a construir narrativas simbólicas, a contarhistórias que falam de si próprio e do outro, a vivenciar personagens através do jogo dramático, proporcionado pela vivência teatral.
O teatro, no contexto escolar, propicia um caminho de aprendizado da vivência em grupo, do exercício de criação coletiva, de compartilhar diferentes pontos de vista com a finalidade de alcançar um objetivo em comum.
O teatro envolve a participação de todos os alunos em várias etapas do processo de construção coletiva e permite que cada um possa descobrir e explorar suas potencialidades a favor de um fazer coletivo.
O objetivo do teatro na escola não é a profissionalização do educando para ser um ator profissional, mas proporcionar ao aluno a vivência dessa linguagem artística, apropriando-se dela no seu universo cultural.
O desenvolvimento de uma prática educativa do teatro, que considere tanto os fatores emocionais e expressivos como os relacionados com a cognição e o senso crítico, permite a construção de uma proposta que valorize tanto a expressão criadora como a formação de plateia, ou seja, a formação de um espectador/observador mais sensível e crítico, conhecedor, fruidor e decodificador da produção no campo da linguagem teatral (Martins&Picosque&Guerra, 1998).
O trabalho com os jogos dramáticos e a improvisação são possibilidades, que você como educador, pode desenvolver com o objetivo de favorecer o contato dos educandos com a linguagem teatral e com os elementos básicos dessa linguagem.
Jogos dramáticos: Segundo Ferraz&Fusari (2009, p.187), a proposta do jogo dramático implica:
• “a delimitação de quem joga e quem assiste;
• a observação das regras de funcionamento do jogo dramático;
• a proposição de temas ou de exploração de elementos da linguagem teatral;
• a delimitação da ação, espaço, personagem como ponto de partida do jogo;
• na ação do aqui e agora que engendra o sentido.” 
Na experiência mediada pelo educador, o aluno apreende a estrutura da linguagem teatral e seus elementos constitutivos, lendo e produzindo a ação dramática, construindo o espaço cênico, vivendo o personagem, explorando a relação palco/plateia.
A experiência mediada pelo educador: A mediação do educador pode ocorrer através da proposta do jogo dramático, que é entendido como uma modalidade de improvisação norteada por regras e mediada pela intervenção do educador.
Ao atuar numa ação improvisada, o aluno pode explorar diferentes recursos cênicos, tais como máscaras, figurinos, maquilagem, iluminação, sons, objetos e textos de diferentes gêneros (dramáticos, narrativos, poéticos, jornalísticos etc.).
Através da linguagem teatral, o aluno é convidado a ressignificar o mundo e as coisas do mundo poetizando-as através da imaginação e da fantasia.
No desenvolvimento dos jogos dramáticos e nas improvisações, muitas vezes, é possível observar que há uma tentativa de incorporação de dados da vivência real dos alunos, de suas características pessoais de comportamento, de sua aparência física e de seus desejos na elaboração dos personagens.
Na interação do grupo, os alunos criam histórias que falam das suas próprias experiências, de suas vivências no cotidiano e, através da linguagem simbólica, falam de si, de cada um dos participantes e das relações intersubjetivas estabelecidas no grupo. 
O jogo dramático, o faz-de-conta, como outra forma de linguagem, baseada na imaginação e na fantasia, permite a aproximação da realidade, sua incorporação e reelaboração a partir do lúdico, da imaginação e do simbólico.
Segundo o filósofo Walter Benjamin (1984), o lúdico e a brincadeira são campos fundadores da experiência humana, que devem ser explorados como caminho de expressão e formação da personalidade.
Walter Benjamin: O autor reivindica o importante papel do lúdico, tanto para a experiência da criança como para o adulto: “Rodeadas por um mundo de gigantes, as crianças criam para si, brincando, o pequeno mundo próprio; mas o adulto, que se vê acossado por uma realidade ameaçadora, sem perspectivas de solução, (brincando) liberta-se dos horrores do mundo” (Benjamin, 1984, p.64).
As narrativas, o brincar, as criações culturais, pertencem ao reino intermediário entre psique e realidade e participam de ambas as dimensões.
Psique: Na psicanálise e em Benjamin, encontramos o sonho e a obra de arte possibilitando o encontro dos tempos presente, passado e futuro (...). Para Benjamin, o sonho, matéria-prima da fantasia e da obra de arte, liga o passado e o presente, e nos orienta para um despertar futuro. Mas, não é só o indivíduo que sonha, senão as épocas também, e “cada época sonha não somente com a seguinte, mas ao sonhá-la, a força a despertar” (Benjamin, 1986a, p.162). 
Em um circuito de interações entre os sonhos individuais e coletivos, os indivíduos apropriam-se de aspectos da cultura, elaboram-nos oniricamente, e devolvem-nos à cultura como desejos objetivados. O narrador teria acesso aos sonhos coletivos de diferentes épocas, e suas produções possibilitariam o encontro entre os agoras passados, presentes e futuros (Schweidson, 1996, p.104).
Benjamin nos fala da importância do brincar como origem das experiências narráveis e da criatividade como forma da criança viver plenamente sua infância, exercitando seu potencial lúdico e sua imaginação.
O autor valoriza a improvisação teatral como lugar de onde emergem pistas para a construção de uma linguagem mimética criativa e revolucionária.
Nas diferentes atividades, onde são explorados a linguagem teatral e o jogo dramático, é possível perceber que algumas narrativas construídas pelo grupo podem nos aproximar de temas mais delicados, que não costumam ser verbalizados nas interações cotidianas.
Com a mediação do jogo dramático, do lúdico, da fantasia e da imaginação, a explicitação de seus pensamentos é facilitada e os alunos falam de assuntos que não conseguem abordar de outra forma, a não ser a partir da produção e mediação das formas simbólicas. 
No diálogo produzido durante a elaboração e fruição dessas formas simbólicas, são construídos outros caminhos de acesso a questões mais subjetivas, à expressão de suas ideias, emoções, sentimentos e conflitos (Lopes, 2005).
Segundo os PCNs de Arte (2001), a escola deve ser um espaço facilitador da relação da criança com a linguagem teatral.
“A criança, ao começar a frequentar a escola, possui a capacidade da teatralidade como um potencial e como uma prática espontânea vivenciada nos jogos de faz-de-conta. Cabe à escola estar atenta ao desenvolvimento no jogo dramatizado oferecendo condições para o exercício consciente e eficaz, para aquisição e ordenação progressiva da linguagem dramática. Deve tornar consciente as suas possibilidades, sem a perda da espontaneidade lúdica e criativa que é característica da criança ao ingressar na escola.” (PCNs de Arte, 2001, p.84).
Através de um projeto pedagógico que priorize o exercício da atividade teatral no cotidiano escolar, é possível contribuir para:
• o desenvolvimento global do educando;
• o processo de socialização consciente e crítico;
• a convivência democrática;
• a atividade artística com ênfase na experiência estética do educando inserido na cultura e como produtor de cultura.
A mediação adequada do educador é essencial para o desenvolvimento da potencialidade expressiva do educando. Para isso, é fundamental você conhecer as diferentes fases de desenvolvimento da linguagem dramática da criança e sua relação com os processos cognitivos.
Em um primeiro momento, a criança se expressa através dos jogos dramáticos com caráter de improviso, sem cuidados com acabamento, pois seu interesse maior está na relação entre os participantes e no prazer do jogo.
Gradualmente, a criança demonstra um domínio maior sobre os elementos constitutivos da linguagem e passa a elaborá-la com maior preocupação de detalhes em relação aos cenários, figurinos, objetos cênicos, organização e sequência da história.
Cabe à escola e ao educador a mediação do processo de desenvolvimento da potencialidade expressiva do educando, acompanhado cada etapae oferecendo de forma adequada todo o suporte, conhecimento e estímulo que o pleno exercício da atividade teatral exige, para que os educandos possam reconhecer suas potencialidades e explorar a linguagem teatral como forma de produção artística e cultural.
Nesta aula, você:
• viu que através do teatro e da vivência do jogo dramático, o educando constrói narrativas simbólicas e vivência outras identidades por meio da representação e criação dos personagens;
• conheceu que o jogo dramático é uma modalidade de improvisação norteada por regras e mediada pela intervenção do educador, que mobiliza a imaginação e a fantasia e permite a aproximação do educando com a realidade, sua incorporação e reelaboração, através do lúdico e do simbólico;
• soube que o teatro, no contexto escolar, propicia um caminho de aprendizado da convivência em grupo e de criação coletiva;
• percebeu que a prática educativa do teatro favorece o desenvolvimento do processo criador, o conhecimento sobre a linguagem teatral e a formação de plateia;
• entendeu que a mediação do educador e da escola é essencial para o desenvolvimento de uma proposta adequada de teatro que explore suas potencialidades como produção artística e cultural que faz parte da história do homem.
AULA 8 - A MÚSICA NA ESCOLA
Desde épocas remotas o homem se expressa através da música, ou seja, através da produção e combinação de sons e silêncios utilizando-se de diferentes recursos.
Através da transformação dos sons em músicas, o homem produz significados sonoros e delimita um campo expressivo e de comunicação. 
Essa produção musical reflete o contexto sociocultural no qual foi produzida, já que os critérios de seleção e utilização de diferentes tipos de sons na música estão relacionados à época e à cultura de quem cria. E, também, a apreciação e compreensão que se tem sobre essa produção é construída na interação social.
De acordo com Brito (2003, p.25), “a linguagem musical tem sido interpretada, entendida e definida de várias maneiras, em cada época e cultura, em sintonia com o modo de pensar, com os valores e as concepções estéticas vigentes”.
A linguagem musical tem sido interpretada, entendida e definida de várias maneiras: Como exemplo, podemos refletir sobre a utilização do ruído como elemento de valor estético na música ocidental do século XX, o que antes seria impossível nesse contexto ocidental, uma vez que o ruído era concebido como um som não musical.
Você já sabe que a linguagem musical é uma forma de expressão do homem desde épocas remotas, mas você sabe qual é a importância desse recurso dentro do campo de ensino da Arte?
Dentro do campo de ensino da Arte, a música é compreendida como forma de representação simbólica do mundo, como uma linguagem com campo específico de conhecimento que pode e deve ser construído por todos os educandos. 
Viabilizar o acesso dos educandos ao acervo de produções musicais que encontramos nas diferentes épocas e contextos é uma importante estratégia para ampliar seu conhecimento sobre diferentes sociedades e culturas, como também, contribui para estimular a investigação, a produção e ampliar os meios e as mediações para o fazer musical.
Estamos inseridos em um determinado contexto sociocultural, imersos em estímulos sonoros que podem ser explorados como ponto de partida e ampliados no processo de educação musical.
Desde bebê, ainda no ventre materno, recebemos estímulos sonoros e a eles respondemos de diferentes formas.
São múltiplos os estímulos que a criança recebe e, com o passar do tempo, passa a selecionar os sons mais agradáveis e a construir seu próprio repertório sonoro. Essas primeiras descobertas são importantes para a sua educação.
Primeiras descobertas: Segundo Mendes&Cunha (2001), essas primeiras investigações são de importância fundamental para a percepção sonora e musical da criança. Esse processo de experimentação inicial e de classificação dos sons é o primeiro estágio da educação musical, pois possibilita um tatear inconsciente das possibilidades sonoras.
A ampliação dessas primeiras experiências com o campo de produção sonora e musical depende da mediação de novas e estimulantes experiências que favoreçam o conhecimento da linguagem, a percepção e a criação musical. Essa articulação de propostas visa o desenvolvimento da capacidade de expressão e comunicação da criança através da música.
Após o nascimento, a criança passa a reconhecer os sons produzidos por diversas fontes e passa a fazer imitações (A criança passa a imitar as falas ouvidas, as músicas cantadas, os sons produzidos por diferentes meios de comunicação como, por exemplo, televisão, rádio, computador etc).
E você sabe é qual o papel do educador na ampliação das experiências da criança com o campo de produção sonora e musical?
O papel do educador nesse processo é importante, na medida em que, pode transformar a relação do educando com a música (O elemento básico da música é o som e o conhecimento sobre as qualidades do som pode ser construído a partir de brincadeiras e jogos sonoros que estimulem o reconhecimento dos diferentes estilos, timbres, alturas e ritmos sonoros), de forma lúdica e criativa, através de propostas que motivem a investigação dos elementos sonoros, da criação e do exercício de percepção do vasto universo sonoro que nos envolve. 
Diferentes estímulos podem ser trabalhados como elementos básicos criadores de sons e de música, tais como, os ruídos do cotidiano, da natureza e do próprio corpo humano, além dos instrumentos mais tradicionais
O desenvolvimento da musicalidade e das potencialidades no campo musical pode e deve ser estimulado em todas as crianças. Esse desenvolvimento contribui para sua capacidade de concentração, habilidade motora, percepção auditiva e de criação, além de possibilitar o conhecimento específico da linguagem e a expressão através da música.
Transformar a relação do educando com a música
O elemento básico da música é o som e o conhecimento sobre as qualidades do som pode ser construído a partir de brincadeiras e jogos sonoros que estimulem o reconhecimento dos diferentes estilos, timbres, alturas e ritmos sonoros As práticas de ensino da música são diversas e orientam-se a partir de diferentes fundamentos teóricos e metodológicos. Segundo Mendes&Cunha (2001, p.85), esses fundamentos se apóiam em três bases filosóficas. Conheça cada uma delas.
No ensino tradicional, a ênfase está na prática de um instrumento, no domínio da escrita e na leitura musical, na teoria e história da música. O objetivo central é o domínio de habilidades e informações pelo aluno. Para tal, os conhecimentos são transmitidos pelo professor que espera não ser questionado pelo aluno sobre sua finalidade, sobre o critério de seleção dos conteúdos e conhecimentos transmitidos.
Já no ensino musical centrado na criança, que surge como proposta no Brasil a partir de século XX, a ênfase está na expressão, no sentimento e na descoberta que o aluno possa realizar. A partir da concepção de que o aluno é construtor de seu próprio conhecimento, são propostas atividades que envolvem composição e improvisação musical com o objetivo de desenvolver a criatividade e a autoexpressão de cada educando.
Ensino musical multicultural, no século XX, também, é possível observar o surgimento de propostas que procuravam se contrapor ao ensino tradicional e à influência européia no campo da música através do resgate e da ampliação do acesso do aluno às manifestações culturais e às tradições musicais asiáticas, africanas e de outros países fora do contexto europeu. 
Com isso, ampliaram o acesso ao jazz, pop e rock valorizando a diversidade cultural e a possibilidade de contato dos alunos com outros repertórios, instrumentos, formas de notação musical etc., evitando perpetuar tendências únicas e determinados idiomas musicais.
Ao longo do século XX, vários educadores dedicaram-se ao estudo e à pesquisa sobre novas propostas metodológicas de ensino da música e de musicalização, que se caracterizaram como um conjuntode concepções, procedimentos e/ou materiais utilizados de forma inovadora no campo educacional.
Conheça algumas experiências inovadoras de ensino da música no Brasil.
Até a década de 1970, a educação musical nas escolas brasileiras resumia-se ao canto orfeônico, baseado no ensino de músicas folclóricas e hinos, com objetivo disciplinador e de desenvolvimento do espírito de civismo nos alunos. Essa proposta foi iniciada por Villa Lobos, em 1930, com o apoio do governo de Getúlio Vargas.
Somente na década de 90 reconhecemos uma maior consolidação do campo de ensino da música com o aumento do debate na área, com a produção e divulgação de documentos oficiais norteadores de propostas, com o maior número de cursos de formação de profissionais capacitados para o trabalho na área.
Documentos oficiais: A Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394, de dezembro de 1996, contribui para que, no Brasil, o ensino de música fosse reconhecido como área de conhecimento na escola. A proposta apresentada prevê a ênfase na apreciação e produção musical contextualizada, em sintonia com as referencias musicais dos alunos e com a diversidade de produções encontradas no acervo acumulado mundialmente.
Além da orientação dada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o documento orientador Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte (2001) mostra uma maior preocupação com as influências do mundo tecnológico contemporâneo na adequação das propostas de trabalho com arte e educação.
No campo da música, os meios de produção e divulgação musical se modificaram com o advento das novas tecnologias (Os recursos tecnológicos permitiram a abertura de escuta simultânea de toda produção musical mundial, com a veiculação em TV, rádio, cinema, publicidade, DVDs, mp3, internet, jogos eletrônicos etc) de reprodução e armazenamento do som e, assim, influenciam no processo de ensino-aprendizagem e na criação musical contemporânea.
Essa possibilidade democratiza o acesso à produção musical e permite o maior convívio com um amplo repertório trazido para a sala de aula como material a ser trabalhado no ensino da música.
Desta forma, o diálogo sobre o campo de pesquisa e estudo da música se amplia e se enriquece com um debate contextualizado culturalmente.
Novas tecnologias
Os recursos tecnológicos permitiram a abertura de escuta simultânea de toda produção musical mundial, com a veiculação em TV, rádio, cinema, publicidade, DVDs, mp3, internet, jogos eletrônicos etc.   Partindo do repertório trazido pelo educando, a escola pode contribuir para a ampliação de seu conhecimento musical, através de experiências que favoreçam a apreciação crítica, a produção e a interpretação musical, tomando o repertório do educando como referência e ampliando-o.
Segundo os PCNs de Arte (2001, p. 75), o convívio com a diversidade desse repertório musical “permite ao aluno a construção de hipóteses sobre o lugar de cada obra no patrimônio musical da humanidade aprimorando sua condição de avaliar a qualidade das próprias produções e as dos outros.”
Para a efetiva aprendizagem no campo da música, é preciso que o aluno tenha oportunidade de participar de experiências que o coloquem no papel de ouvinte, intérprete, compositor e improvisador musical.
Um trabalho que vise o conhecimento dos educandos sobre os parâmetros básicos da música (duração, altura, timbre e intensidade do som) permitirá o desenvolvimento de seu processo de criação artística, composição, apreciação e interpretação musical.
Oportunidade de participar de experiências: Algumas estratégias podem ser adotadas pela escola para facilitar essas experiências, tais como, promover interações dos alunos com grupos musicais e artísticos com o objetivo de desenvolver a percepção e sensibilidade musical, transformando-os em ouvintes mais críticos e sensíveis com capacidade de exercer um julgamento de qualidade com mais fundamento sobre as produções de diferentes contextos e épocas. 
O convívio em participar de shows, festivais, concertos, eventos culturais e artísticos são essenciais para estimular esse processo de ensino-aprendizado na música.
Como você estudou anteriormente, o conhecimento dos parâmetros básicos da música permitirá ao educando, dentre outras habilidades, o desenvolvimento da composição musical.
O exercício de composição envolve o processo de criação do educando e a construção de um projeto musical orientado pelas escolhas pessoais e pela intenção de quem cria.
Isso pode ser mobilizado desde muito cedo, quando a criança brinca com sons e silêncios e o adulto/educador exerce interferências nesse brincar provocando a pesquisa e a escuta mais consciente. Este processo pode e deve ser aprimorado durante toda vida escolar.
Pesquisando sons e silêncios, produzidos pela voz, pelo meio ambiente, por instrumentos musicais, por meio eletrônico ou por materiais sonoros não convencionais, o educando pode ser estimulado a criar suas próprias composições explorando infinitas combinações dos parâmetros básicos da música.
Nesta aula, você estudou que a música pode ser entendida como uma linguagem constitutiva do ser humano, forma de expressão simbólica e, que a educação musical possibilita a todos a construção de um conhecimento específico que envolve a percepção, a sensação, a experimentação, a imitação, a criação e a reflexão.
A mediação adequada do educador e a abertura da escola para as experiências facilitadoras desse processo são essenciais para o desenvolvimento do processo de ensinar e aprender música no contexto escolar.
1 - Dentro do campo de ensino da Arte, a música é compreendida como forma de representação simbólica do mundo.
2 -No ensino tradicional, a ênfase está na prática de um instrumento, no domínio da escrita e na leitura musical, na teoria e história da música.
3 - Na ampliação das experiências da criança com o campo de produção sonora e musical, o papel do educador é fundamental.
4 - Partindo do repertório trazido pelo educando, a escola pode contribuir para a ampliação de seu conhecimento musical.
5 - A mediação adequada do educador e a abertura da escola são essenciais para o desenvolvimento do processo de ensinar e aprender música no contexto escolar.
Nesta aula, você:
• soube como delimitar o campo da música no contexto escolar;
• identificou as contribuições da música na formação do educando;
• identificou as principais transformações nos modos de ensinar e aprender música no contexto educacional brasileiro;
• analisou a proposta metodológica de ensino da música apresentada nos PCNs de Arte;
• identificou encaminhamentos teóricos e metodológicos adequados para a construção de uma proposta pedagógica de ensino da música.
AULA 9 - A DANÇA NO CONTEXTO ESCOLAR
Você sabia que, ao longo do tempo, a linguagem da dança tem lugar de destaque no campo das produções artísticas e na vida cotidiana de diferentes povos, em contextos e épocas distintos?
A expressão através da dança é uma necessidade do homem, desde tempos remotos, e caracteriza-se por ser um fato social. 
Diferentes temas e situações vividas pelo homem são reapresentados simbolicamente nas manifestações da dança.
A dança é uma das primeiras manifestações simbólicas do ser humano.
Mesmo com algumas transformações sofridas por influências sociais de diferentes épocas e contextos, muitas formas de manifestação da dança foram preservadas pelo homem. Elas continuam a fazer parte do repertório artístico e cultural que temos acesso nos dias de hoje e são reapresentadas em forma de espetáculo, ritual, celebração etc.
Primeiras manifestações simbólicas
O homem primitivo expressava seus medos e louvores pelo movimento corporal e dançava evocando os deuses, preparando-se para rituais ou agradecendo suas conquistas na caça, na guerra, na colheita ou com outros fins.
No contexto social atual, a dança ganha novos e diversos fins, tais como: lazer, educação, terapia, ritual, celebração religiosa, manifestação popular, cerimonial, dentre outros.
A dança, compreendida como uma linguagem simbólica

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