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Algumas te´cnicas para calcular tipos de Limites que geram indeterminac¸o˜es do tipo 0/0 Ate´ o momento a discussa˜o girou em torno de argumentos teo´ricos acerca de Limite. Esta sessa˜o destina-se a discutir algumas te´cnicas para calcular certos tipos de Limites. Para tanto, a seguir sera˜o dis- cutidos alguns exerc´ıcios, ou seja, na˜o sera´ feito grandes elucubrac¸o˜es sobre teoria, mas, sim, apresenta-se uma sequeˆncia de exerc´ıcios permados por elemenos teo´ricos. Ou seja, a teoria necessa´ria para solucionar este tipo de exerc´ıcio sera´ apresentada ao longo do desenvolvimento do exerc´ıcio. Exerc´ıcio 1 Calcule lim x→1 x3 + 2x2 − 5x + 2 x2 + 2x− 3 . Soluc¸a˜o: DISCUSSO˜ES PRELIMINARES Considerando os polinoˆmios p(x) = x3 + 2x2 − 5x + 2 e q(x) = x2 + 2x− 3, podemos encarar a func¸a˜o f(x) = x3 + 2x2 − 5x + 2 x2 + 2x− 3 como o quociente dos polinoˆmios p(x) e q(x), ou seja f(x) = p(x) q(x) . Enta˜o, a ideia inicial e´ calcular lim x→1 p(x), lim x→1 q(x) e utilizar que ‘Limite do quociente = quociente dos Limites’, isto e´, lim x→1 f(x) f(x)=p(x)/q(x) ======= lim x→1 p(x) q(x) Lim. do quociente = quociente dos Lim. ================= limx→1 p(x) limx→1 q(x) Temos que • lim x→1 p(x) = lim x→1 x3 + 2x2 − 5x + 2 subst. x por 1 e finalizar a conta============== 1 + 2− 5 + 2 = 0 • lim x→1 q(x) = lim x→1 x2 + 2x− 3 subst. x por 1 e finalizar a conta============== 1 + 2− 3 = 0 Portanto, lim x→1 p(x) = 0 e lim x→1 q(x) = 0. Assim, lim x→1 f(x) = limx→1 p(x) limx→1 q(x) = 0 0 !!! Hum! Problema! Enta˜o, a ideia desenvolvida anteriormente na˜o resolve. O que fazer?! Note que p(1) = 1 + 2− 5 + 2 = 0⇒ p(1) = 0⇒ x = 1 e´ raiz do polinoˆmio p(x). Logo, podemos encontrar um outro polinoˆmio p1(x), tal que, p(x) = (x− 1)p1(x). O mesmo ocorre com q(x). Temos que q(1) = 1 + 2− 3 = 0⇒ q(1) = 0⇒ x = 1 e´ raiz do polinoˆmio q(x). Logo, podemos encontrar um outro polinoˆmio q1(x), tal que, q(x) = (x− 1)q1(x). Parece que o melhor caminho e´ este, ou seja, encontrar p1(x) e q1(x), e, em seguida, finalizar o racioc´ınio. Mas, como encontrar p1(x) e q1(x)? • Desenvolver estas contas na lousa. Apo´s as contas, obtemos que p(x) = (x− 1)(x2 + 3x− 2) e q(x) = (x− 1)(x + 3). 1 Temos que lim x→1 x3 + 2x2 − 5x + 2 x2 + 2x− 3 = limx→1 (x− 1)(x2 + 3x− 2) (x− 1)(x + 3) ∗ = lim x→1 x2 + 3x− 2 x + 3 ? = 1 + 3− 2 1 + 3 = 1 2 EXPLICAC¸O˜ES (∗) Pode-se cancelar a expressa˜o (x− 1) que ocorre no numerador e no denominador do Limite em questa˜o, pois x→ 1⇒ x 6= 1⇒ x− 1 6= 0. So´ se pode cancelar expresso˜es que ocorrem no numerador e no denominador, se estas expresso˜es na˜o se anulam. O que e´ o nosso caso! (?) Temos que lim x→1 x2 + 3x− 2 x + 3 = limx→1(x2 + 3x− 2) limx→1(x + 3) subst. x = 1 e fazer a conta ============ 1 + 3− 2 1 + 3 = 2 4 = 1 2 Portanto, lim x→1 x3 + 2x2 − 5x + 2 x2 + 2x− 3 = 1 2 COMENTA´RIO INTERESSANTE: A te´cnica de escrever um polinoˆmio como produto de outros po- linoˆmios recebe o nome de DECOMPOSIC¸A˜O EM FATORES. No nosso caso escrevemos x3+2x2−5x+2 = (x− 1)(x2 + 3x− 2), ou seja, escrevemos o polinoˆmio x3 + 2x2 − 5x + 2 como produto de outros dois po- linoˆmios, isto e´, decompomos o polinoˆmio x3 + 2x2− 5x+ 2 em fatores. O mesmo ocorre com o polinoˆmio x2 + 2x− 3. Decompomos o polinoˆmio x2 + 2x− 3 em fatores, pois escremos x2 + 2x− 3 como produto de outros polinoˆmios, a saber, x2 + 2x− 3 = (x− 1)(x + 3). Nem sempre e´ poss´ıvel fazer isso. Por exemplo, o polinoˆmio x2 + 1 na˜o pode ser decomposto em fatores da forma ax + b, com a e b nu´meros reais. Pergunta: Pq o polinoˆmio x2 +1 na˜o pode ser decomposto em fatores da forma ax+b, com a e b nu´meros reais? Pense nisso! Ok? Exerc´ıcio 2 Calcule lim x→2 4(x2 − 4) x− 2 . Dica: Utilize ideias bem semelhantes as usadas no exerc´ıcio anterior. Soluc¸a˜o: Tente fazer. Qualquer du´vida, me procure. Ok? 2 Exerc´ıcio 3 Calcule lim x→2 2x2 − 3x− 2√ x + 2−√x2 − x + 2. Soluc¸a˜o: DISCUSSO˜ES PRELIMINARES A deia e´ iniciar como no exerc´ıcio anterior, ou seja, verificar o que ocorre com os limites lim x→2 2x2 − 3x− 2 e lim x→2 √ x + 2− √ x2 − x + 2 e descobrir se e´ poss´ıvel aplicar que ‘Limite do quociente = quociente dos Limites’, ou, se este limite gera uma ideterminac¸a˜o do tipo 0/0. Temos que, • lim x→2 2x2 − 3x− 2 subst. x = 2 e finalizar as contas============== 8− 6− 2 = 0⇒ lim x→2 2x2 − 3x− 2 = 0 • lim x→2 √ x + 2− √ x2 − x + 2 subst. x = 2 e finalizar as contas============== √2 + 2−√4− 2 + 2 = √ 4− √ 4 = 0 ⇒ lim x→2 √ x + 2− √ x2 − x + 2 = 0 Enta˜o na˜o podemos usar que ‘Limite do quociente = quociente dos Limites’. E a´ı? O que fazer?. Na˜o podemos utilizar a mesma te´cnia do exerc´ıcio anterior, pois √ x + 2−√x2 − x + 2 na˜o e´ um polinoˆmio. Mas podemos tentar adaptar a te´cnica de decompor um polinoˆmio em fatores para o caso em que aparecem raiz quadrada. Ja´ que o problema envolve uma raiz quadrada vamos, primeiramente, pensar em uma ‘fo´rmula’ para elevado ao quadrado e adequar para o caso raiz quadrada. Temos que, u2 − v2 = (u− v)(u + v). Fazendo u = √ a e v = √ v, teremos, u2 − v2 = (u− v)(u + v)⇒ (√a)2 − ( √ b)2 = ( √ a− √ b)( √ a + √ b). Como, ( √ a)2 = a e ( √ b)2 = b, aplicando a ‘fo´rmula’ teremos, a− b = (√a− √ b)( √ a + √ b). Enta˜o, para resolver o limite proposto no exerc´ıcio, iniciamos multiplicando e dividindo por√ x + 2 + √ x2 − x + 2, que e´ o conjugado de √x + 2−√x2 − x + 2. Temos que, lim x→2 2x2 − 3x− 2√ x + 2−√x2 − x + 2 multip. e dividir pelo conjugado ============== lim x→2 2x2 − 3x− 2√ x + 2−√x2 − x + 2 ( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) ( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) = fazer a conta so´ no denominador ============== lim x→2 2x2 − 3x− 2 ( √ x + 2)2 − (√x2 − x + 2)2 ( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) = = lim x→2 2x2 − 3x− 2 (x + 2)− (x2 − x + 2)( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) = lim x→2 2x2 − 3x− 2 2x− x2 ( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) ∗= lim x→2 (x− 2)(2x + 1) (x− 2)(−x) ( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) = lim x→2 2x + 1 −x ( √ x + 2 + √ x2 − x + 2) subst. x = 2 e finalizar as contas============== 4 + 1 −2 ( √ 4 + √ 4) = −5 2 (2 + 2) = −10 3 Portanto, lim x→2 2x2 − 3x− 2√ x + 2−√x2 − x + 2 = −10. JANELA DE EXPLICAC¸O˜ES Na igualdade ∗ usamos ideia de decompor um polinoˆmio em fatores. No caso deste exerc´ıcio, escrevevemos 2x2 − 3x− 2 = (x− 2)(2x + 1) e que 2x− x2 = (x− 2)(−x)e na˜o manipulamos a expressa˜o √ x + 2 + √ x2 − x + 2, pq na˜o era interessante para finalizar a soluc¸a˜o do exerc´ıcio. PERGUNTA IMPORTANTE: Essa te´cnica de multiplicar e dividir pelo conjugado funciona para Li- mites que envolvem todo tipo de raiz? Por exemplo, funciona para Limites que envolvem raiz cu´bica? RESPOSTA: NA˜O. Para cada raiz e´ necessa´rio desenvolver uma fo´rmula. Por exemplo, quando o Limite envolve uma raiz cu´bica, temos que comec¸ar pensando em uma fo´rmula para elevado ao cubo, e depois adequar para raiz cu´bica. Fac¸amos isso agora. Temos que comec¸ar desenvolvendo uma fo´rmula para elevado ao cubo. Note que, u3 − v3 = (u− v) “ALGO”. Como descobrir o que e´ este ALGO? Dividindo u3 − v3 por u− v, utilizando as ideias de divisa˜o polinomial. DESENVOLVER AS CONTAS NA LOUSA Apo´s as contas, concluir que u3 − v3 = (u− v)(u2 + uv + v2) Agora, fazendo u = 3 √ a e v = 3 √ b, otemos ( 3 √ a)3 − ( 3 √ b)3 = ( 3 √ a− 3 √ b)(( 3 √ a)2 + 3 √ a 3 √ b + ( 3 √ b)2) Ou seja, a− b = ( 3√a)3 − ( 3 √ b)3 = ( 3 √ a− 3 √ b)(a2/3 + a1/3b1/3 + b2/3) Portanto, a− b = ( 3√a− 3 √ b)(a2/3 + a1/3b1/3 + b2/3) Exerc´ıcio 4 Calcule lim x→1 3√ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6 x2 + 2x− 3 . Soluc¸a˜o: 4 CONSIDERAC¸O˜ES INICIAIS Note que • lim x→1 3 √ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6 = 3 √ lim x→1 x2 + 2x + 5− 3 √ lim x→1 2x + 6 = 3 √ 8− 3 √ 8 = 0 • lim x→1 x2 + 2x− 3 = 1 + 2− 3 = 0 Portanto, o limite lim x→1 3 √ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6 x2 + 2x− 3 gera uma indeterminac¸a˜o do tipo 0/0. Enta˜o o caminho para solucionar o exerc´ıcio e´ aplicar a fo´rmula a− b = ( 3√a− 3 √ b)(a2/3 + a1/3b1/3 + b2/3) e finalizar os ca´lculos. Temos que, lim x→1 3 √ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6 x2 + 2x− 3 (∗) = = lim x→1 3 √ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6 x2 + 2x− 3 [(x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3] [(x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3] = fazer a conta do numerador (?) ============= lim x→1 x2 − 1 x2 + 2x− 3 1 [(x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3] (4) = = lim x→1 (x− 1)(x + 1) (x− 1)(x + 3) 1 [(x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3] cancelar (x−1) ====== = lim x→1 (x + 1) (x + 3) 1 [(x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3] fazer x=1e finalizar as contas ============= = 2 4 1 (8)2/3 + (8)1/3 (8)1/3 + (8)2/3 = 1 2 1 (8)2/3 + (8)2/3 + (8)2/3 = 1 2 1 3 (8)2/3 = 1 2 1 3 3 √ 82 = = 1 2 1 3 3 √ 64 = 1 2 1 12 = 1 24 Portanto, lim x→1 3 √ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6 x2 + 2x− 3 = 1 24 . 5 JANELA DE EXPLICAC¸O˜ES (∗) De acordo com a fo´rmula a− b = ( 3√a− 3 √ b)(a2/3 + a1/3b1/3 + b2/3) devemos multiplicar e dividir por (x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3 (?) De acordo com a fo´rmula, a conta do numerador fica fa´cil. Nem precisa processar a conta de fato, pois ( 3 √ a− 3 √ b)(a2/3 + a1/3b1/3 + b2/3) = a− b, enta˜o ( 3 √ x2 + 2x + 5− 3√2x + 6)[(x2 + 2x + 5)2/3 + (x2 + 2x + 5)1/3 (2x + 6)1/3 + (2x + 6)2/3] = = (x2 + 2x + 5)− (2x + 6) = x2 + 2x + 5− 2x− 6 = x2 − 1 (4) Note que lim x→1 x2 − 1 = 1− 1 = 0 e lim x→1 x2 + 2x− 3 = 1 + 2− 3 = 0. Logo, o limite lim x→1 x2 − 1 x2 + 2x− 3 gera uma indeterminac¸a˜o do tipo 0/0. Para resolver este problema vamos aplicar a te´cnica de decompor um polinoˆmio em fatores. Temos que, x2 − 1 = (x− 1)(x + 1) e x2 + 2x− 3 = (x− 1)(x + 3) (Eu fiz este tipo de conta em outros exerc´ıcios). Teorema: Seja f uma func¸a˜o tal que lim x→a f(x) = L. Enta˜o: (a) Para todo n ∈ N− {0} par, se L ≥ 0, teremos lim x→a n √ f(x) = n √ lim x→a f(x) = n √ L (b) Para todo n ∈ N − {0} ı´mpar (nesta caso L pode ser positivo ou negativo, e o resultado sera´ o mesmo), teremos lim x→a n √ f(x) = n √ lim x→a f(x) = n √ L Exerc´ıcio 5 Calcule lim x→−2 √ x3 + 5x2 + 9x + 6 −2x2 − 3x + 2 . Ideias da soluc¸a˜o: (1◦) lim x→−2 √ x3 + 5x2 + 9x + 6 −2x2 − 3x + 2 ? = √ lim x→−2 x3 + 5x2 + 9x + 6 −2x2 − 3x + 2 (2◦) Como lim x→−2 x3 + 5x2 + 9x + 6 = 0 e lim x→−2 −2x2 − 3x + 2 = 0, enta˜o vamos aplicar a te´cnica de decom- por um polinoˆmio em fatores. Fac¸a as contas para concluir que x3 + 5x2 + 9x + 6 = (x + 2) (x2 + 3x + 3) e −2x2 − 3x + 2 = (x + 2) (1− 2x) Tente finalizar o exerc´ıcio. Resposta: lim x→−2 √ x3 + 5x2 + 9x + 6 −2x2 − 3x + 2 = 1√ 5 = √ 5 5 Um resultado que pode ser bastante u´til no ca´lculo de determinados Limites e´ o Teorema do Confronto (tambe´m conhecido como Teorema do Sandu´ıche), que sera´ enunciado a seguir. 6 Teorema: Sejam f, g e h func¸o˜es tais que f(x) ≤ g(x) ≤ h(x), para todo x ∈ I−{a}, em que I e´ um intervalo aberto contendo o ponto a. Se lim x→a f(x) = L = lim x→a h(x), enta˜o lim x→a g(x) = L. Forma de Diagrama: Colocar diagrama na lousa. Figura que justifica: Colocar na lousa uma figura que justifica o Teorema. Observac¸o˜es: (1) A frase f(x) ≤ g(x) ≤ h(x) pode ser substituida por qualquer uma das frases a seguir: (a) f(x) < g(x) ≤ h(x); (b) f(x) ≤ g(x) < h(x); (c) f(x) < g(x) < h(x); (d) f(x) > g(x) > h(x); (e) f(x) > g(x) ≥ h(x); (f) f(x) ≥ g(x) > h(x); (g) f(x) ≥ g(x) ≥ h(x). De qualquer forma, se vale que lim x→a f(x) = L = lim x→a h(x), enta˜o lim x→a g(x) = L. O IMPORTANTE e´ que uma uma func¸a˜o fique entre outras duas, as desigualdades (desigualdades estritas ou na˜o) estejam todas para o mesmo lado e o Limite das func¸o˜es que esta˜o nos extremos sejam iguais. (2) A demonstrac¸a˜o deste resultado na˜o e´ dif´ıcil, pore´m, faz uso de alguns outros resultados (por exemplo, Teorema da Conservac¸a˜o do Sinal, e outros). Recorra a` um texto dida´tico de boa qualidade, deˆ uma olhada na demonstrac¸a˜o e, qualquer du´vida, me procure. Do Teorema do Confronto decorre uma resultado bem interessante, cuja leitura e´: Infinite´simo por Limi- tada = Infinite´simo, como descrito a seguir. Discussa˜o preliminar Definic¸a˜o: Dizemos que a func¸a˜o f : A −→ B e´ Limitada, se existem constantes a e b, tais que a ≤ f(x) ≤ b, para todo x ∈ A. Tomando k = max{|a|, |b|}, podemos afirmar equivalentemente que: f : A −→ B e´ Limitada, se existe constante k > 0, tal que |f(x)| ≤ k, para todo x ∈ A. Em ambos os casos, graficamente, dizer que f e´ Limitada, significa dizer que o gra´fico da func¸a˜o f fica restrito a` uma faixa, como ilustra a figura a seguir. 7 Exemplos de func¸o˜es limitadas (1) A func¸a˜o f(x) = sen(x) e´ tal que −1 ≤ sen(x) ≤ 1⇒ |sen(x)| ≤ 1. Portanto, f(x) = sen(x) e´ func¸a˜o limitada. (Observe a figura a seguir que ilustra o gra´fico da func¸a˜o f(x) = sen(x)) (2) A func¸a˜o f(x) = 1 x2 + 1 e´ tal que 0 ≤ f(x) ≤ 1 ⇒ |f(x)| ≤ 1. Portanto, f(x) = 1 x2 + 1 e´ func¸a˜o limitada. (Observe a figura a seguir que ilustra o gra´fico da func¸a˜o f(x) = 1 x2+1 ) Resultado interessante: Sejam f e g func¸o˜es tais que f e´ Limitada (na˜o precisa existir lim x→a f(x), basta que f seja limitada) e lim x→a g(x) = 0 (enta˜o existe lim x→a g(x) e este limite vale 0. Neste caso, o fato de lim x→a g(x) = 0, dizemos que g e´ infinite´sima). Enta˜o, lim x→a f(x)︸︷︷︸ Ltda g(x)︸︷︷︸ Inf. = 0︸︷︷︸ Inf. Fazer a demonstrac¸a˜o na lousa para destacar como o Teorema do Confronto e´ utilizado na demonstrac¸a˜o. Aplicac¸a˜o deste resultado: Mostre que lim x→0 x sen(1/x) = 0. Soluc¸a˜o: Primeiramente, observe que na˜o existe lim x→0 sen(1/x), mas a func¸a˜o f(x) = sen(1/x) e´ limitada. De fato, −1 ≤ sen(1/x) ≤ 1, para todo x ∈ I, em que I e´ um intervalo aberto contendo o ponto 0, como ilustra a figura a seguir. (Neste caso, eu me preocupei em analisar o comportamento do gra´fico da 8 func¸a˜o f(x) = sen(1/x) em uma vizinhanc¸a do ponto x = 0, pois o limite proposto no enunciado do exerc´ıcio e´ quando x tende a` zero, ou seja, na˜o nos interessa saber sobre o comportamento do gra´fico de f(x) = sen(1/x) distante do ponto x = 0) Para concluir que na˜o existe lim x→0 sen(1/x), basta observar a figura e perceber que sempre se pode escolher x0 muito pro´ximo de zero, tal que sen(1/x0) = 1, e um outro valor x1, tambe´m muito pro´ximo de zero, tal que sen(1/x1) = −1. (Existe uma formalizac¸a˜o matema´tica para mostrar que na˜o existe lim x→0 sen(1/x), envolvendo a teoria de sequeˆncia nume´rica, que voceˆs na˜o tiveram contato ainda. Enta˜o, eu na˜o irei in- veredar por este caminho de sequeˆncia nume´rica, e vou justificar a na˜o existeˆncia do limite lim x→0 sen(1/x) observando a figura mesmo, como feito anteriormente) Apesar de na˜o existir lim x→0 sen(1/x), o importante e´ que a func¸a˜o f(x) = sen(1/x) e´ limitada. Note, tambe´m, que lim x→0 x = 0. Enta˜o a func¸a˜o g(x) = x e´ tal que lim x→0 g(x) = 0. Ou seja, g(x) = x faz papel de infinite´simo. Assim, lim x→0x︸︷︷︸ Inf. sen(1/x)︸ ︷︷ ︸ Ltda. ver resultado interessante =========== 0⇒ lim x→0 sen(1/x) = 0. Observando a figura a seguir percebe-se facilmente que o gra´fico da func¸a˜o f(x) = x sen(1/x) esta´ entre o gra´fico das func¸o˜es g1(x) = −x e g2(x) = x, ou seja, g1(x) = −x ≤ x sen(1/x) ≤ g2(x) = x. Como lim x→0 g1(x) = lim x→0 −x = − lim x→0 x = 0 e lim x→0 g2(x) = lim x→0 x = 0, podemos aplicar o Teorema do Confronto e concluir que lim x→0 x sen(1/x) = 0. 9 Exerc´ıcio 6 Mostre que lim x→1 (x− 1)2 sen ( 1 3 √ x− 1 ) = 0 Ideias da soluc¸a˜o: Utilizar o Resultado Interessante: Mostrar que lim x→1 (x− 1)2 = 0 e que a func¸a˜o sen ( 1 3 √ x− 1 ) e´ li- mitada em um intervalo aberto I contendo o ponto x = 1. Exerc´ıcio 7 Seja f(x) uma func¸a˜o tal que existe lim x→1 f(x), |f(x) − √x + 3| ≤ p(x), em que p(x) e´ um polinoˆmio e x = 1 e´ raiz de p(x), ou seja, p(1) = 0. Calcule o lim x→1 f(x). Soluc¸a˜o: Como |f(x) −√x + 3| ≤ p(x), enta˜o −p(x) ≤ f(x) −√x + 3 ≤ p(x), ou seja, a func¸a˜o [ f(x)−√x + 3 ] esta´ entre −p(x) e p(x), o que indica que o Teorema do Confronto pode ser u´til. Temos que, lim x→1 −p(x) = − lim x→1 p(x) = −p(1) = 0 e lim x→1 p(x) = p(1) = 0. Pelo Teorema do Confronto, conclui-se que lim x→1 [ f(x)−√x + 3 ] = 0. Enta˜o, [ lim x→1 f(x) ] − [ lim x→1 √ x + 3 ] = 0⇒ [ lim x→1 f(x) ] − [√ lim x→1 (x + 3) ] = 0⇒ [ lim x→1 f(x) ] − √ 4 = 0⇒ ⇒ [ lim x→1 f(x) ] − 2 = 0⇒ lim x→1 f(x) = 2 Bons Estudos! 10
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