Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal da Bahia Instituto de Física Departamento de Física do Estado Sólido Física Geral e Experimental III Prof. : Sílvio TURMA: T01 - P01 EXPERIMENTO Nº 4 Resistências Não Lineares por Efeito da Temperatura Claudio Ribeiro Celino Marcelo de Carvalho Motta Salvador, 29 de novembro de 1997 Objetivo O objetivo de experimento consiste em mostrar o efeito da temperatura sobre um resistor metálico (lâmpada incandescente) e em um termistor (NTC) através do levantamento das respectivas curvas características e a interpretação da não linearidade delas. Resistência Interna do Amperímetro e Desvios dos Aparelhos Para calcular a resistência interna do amperímetro (Ra) utilizado no experimento, foi montado o circuito abaixo: � � O fundo de escala amperímetro foi selecionado para 2,5mA , 25mA e 250 mA. Para cada um destes valores, foi medida a ddp entre os pontos a e a' para correntes de 2,5mA, 25mA e 200mA (correntes maiores que 200mA danificariam a lâmpada) ajustadas pelo reostato. �EMBED Equation.3��� I) �EMBED Equation.3��� �EMBED Equation.3��� II) �EMBED Equation.3��� �EMBED Equation.3��� III) �EMBED Equation.3��� �EMBED Equation.3��� Na primeira parte deste experimento foi utilizado dois voltímetros e um amperímetro. As características de cada aparelho são apresentadas abaixo: VOLTÍMETRO 1 (bege) - escala 0,6 V: (=0,005V - escala 3V: (=0,025V - escala 15V: (=0,125V VOLTÍMETRO 2 (preto) - escala 1,5 V: (=0,01V - escala 3V: (=0,05V - escala 15V: (=0,1 AMPERÍMETRO - escala 2,5mA: (=0,025mA - escala 25mA: (=0,25mA - escala 250mA: (=2,5mA BATERIA Foram usadas 2 baterias ou 10 elementos (1 elemento ( 1,25V). Va’a para 250mA (no calibre 250mA) �EMBED Equation.3��� Este valor, se comparado aos valores de V dos outros calibres, é um pouco maior. Isto confirma que a resistência interna do miliamperímetro não corresponde completamente às características de um resistor ohmico. Isto se deve parcialmente ao efeito Joule, pois esta resistência interna é formado por material metálico. Característica da Lâmpada Para determinar a característica da lâmpada foi necessário ajustar o fundo de escala do amperímetro para 250mA e o do voltímetro para 1,5V. Após isso, foram feitas medidas de ddp para correntes com intervalos de 25mA de 25mA até 200mA, atentando para a mudança de fundo de escala nos aparelhos a cada avanço dos valores medidos que exigiam este procedimento. Com estas medidas, foi construído o gráfico abaixo. Deve-se observar que os valores de Re foram calculados a partir de valores de Va’b lidos na própria curva característica e não os da tabela, procedimento este justificado pelo fato dos valores no gráfico partirem de uma reta ajustada minimizando assim os prováveis erros cometidos nas medidas. I (mA)� Va'b (V)� Vab (V)� Ra (ohms)� Re (ohms)� � �25� 0,40� 0,37� 1,2� 19� � 40� 0,75� 0,7� 1,2� 22� � 50� 1,40� 1,34� 1,2� 24� � 75� 2,40� 2,31� 1,2� 29� � 100� 3,50� 3,38� 1,2� 35� � 125� 5,25� 5,1� 1,2� 41� � 150� 7,25� 7,07� 1,2� 47� � 175� 9,50� 9,29� 1,2� 53� � 200� 12,00� 11,76� 1,2� 59� � Obs.: Foi utilizado o Voltímetro 1 A figura abaixo indica o circuito utilizado para registrar a característica da lâmpada: �� � Com os dados da tabela foi plotado o gráfico abaixo que revela o comportamento da lâmpada. A comparação deste gráfico com o gráfico do termistor encontra-se nas páginas 7 e 8. � �� . Potência máxima dissipada na lâmpada é a correspondente para a tensão máxima(11,76V) e a corrente máxima(200mA). Como P = VI, temos: P = 11,76.*0,2 = 2,352W Característica do Termistor A característica do termistor pôde ser encontrada da mesma maneira. Foram recalibrados todos os instrumentos para as escalas de maior sensibilidade com atenção para o fato do Voltímetro 1 ter sido utilizado até a medida de 2,75 V e daí em diante, o Voltímetro 2. Com o mesmo circuito visto no item anterior, trocou-se a lâmpada pelo termistor e, a partir de 0,25mA tornou-se a fazer as medidas da ddp até o valor de 70mA para não “queimar” o termistor como pode-se ver na tabela abaixo. Novamente, vale lembrar que os valores obtidos de Re não foram calculados com os valores de Vab da tabela, mas valores lidos no gráfico o que é menos susceptível a erros. �EMBED Excel.Sheet.8��� OBS: O voltímetro 1 foi utilizado até a corrente de 15mA, dai em diante, o voltímetro 2. � � Com estes dados, foi plotado o gráfico abaixo que revela o comportamento do termistor. Para o termistor temos uma potência máxima quando V é 3,416V e I é 70mA P = 3,416*0,07 = 0,239W Influência da Temperatura Utilizando o amperímetro e o voltímetro 2 nas escalas de maior sensibilidade ajustou-se o cursor do reostato de maneira a obter no amperímetro uma corrente de 1,5mA. Segurando o termistor com os dedos pôde-se perceber um aumento na corrente e na ddp. Depois de ajustar a corrente para 50mA, e novamente segurando-o com os dedos, foi percebido um decréscimo na corrente e na ddp. Isso ocorre porque o termistor é feito de material semicondutor. Da primeira vez que seguro-se o termistor foi fornecido calor à ele visto que estava a temperatura menor que a temperatura corporal. Como os elétrons dos semicondutores estão fortemente presos ao núcleo por ligações covalentes, é necessário fornecer energia para que as ligações se quebrem, os elétrons se desprendam, superem a banda proibida de energia e se promovam a elétron livres pelos quais a corrente será conduzida. Já da segunda vez, foi retirado calor do termistor. A corrente de 50mA, por efeito joule, aqueceu o termistor de maneira que sua temperatura final fosse maior que a temperatura corporal. Assim, quando se esfria o termistor se permite que mais ligações eletrônicas se restabeleçam aumentando assim a sua resistência elétrica. Conclusão e Discussão dos Resultados Concluiu-se que o filamento de uma lâmpada incandescente e um termistor NTC não são elementos ohmicos, devido a forma de suas curvas características, as quais não são lineares e pelo fato de suas resistências serem uma função de corrente. Para a lâmpada a resistência aumenta conforme o aumento da corrente e para o termistor ocorre exatamente o inverso, ou seja, a resistência diminui conforme o aumento da corrente. Observou-se como era esperado que a curva (Vx I) da lâmpada não é linear (utilizamos os valores corrigidos pelo método de medidas de resistência). A curva da resistência estática foi levantada e observou-se que não corresponde a uma constante, onde cresce com o aumento da corrente. Esse comportamento é explicado pelo fato do filamento da lâmpada ser metálico e por conseqüência possui elétrons livres, que com o aumento da temperatura, ocasionado pelo aumento da corrente, provoca o aumento do movimento aleatório destes elétrons, dificultando o seu fluxo pelo filamento caracterizando o aumento da resistência do material. Temos no gráfico o valor de Re para I=0mA e obtemos o valor 12,6 (. Este valor corresponde a resistência natural do material onde não há influência da corrente, ou seja, sem influência da temperatura (resistência a temperatura ambiente). Durante as medidas, observou-se que a lâmpada acendeu para correntes de 40mA. Para o termistor, observou-se no gráfico Vx I uma rápida ascensão para depois manter-se aproximadamente constante, ao contrário da curva da lâmpada que no trecho inicial manteve-se aproximadamente constante para depois iniciar uma subida. Essa diferença é explicada pela diferença dos materiais, pois o filamento da lâmpada é metálico e termistor é um semicondutorque necessita de energia para libertar elétrons para condução elétrica. Esse fato é visualizado na curva Rex I onde a resistência estática decai com o incremento da corrente uma vez que, por efeito Joule, a temperatura aumenta e a condução é facilitada diminuindo a resistência no ponto onde a ddp torna-se quase constante. Aumentando a corrente, percebe-se claramente a tendência de Re para zero, porém chega a um determinado valor da corrente que o termistor é danificado. Corrente (mA)� R. Dinâmica (ohms)� R. Estática (ohms)� � 10� 156,0� 190,0� � 25� 36,8� 130,0� � 50� 11,0� 69,0� � A resistência dinâmica do termistor foi calculada para I=10mA, 25mA e 50mA, obtendo entretanto valores bastante distintos, principalmente nos pontos da curva onde o crescimento da curva Vx I está retardado. Esta diferença se explica pelo fato de enquanto a resitência estática é calculada pela lei de Ohm a partir de pontos do gráfico, a resistência dinâmica é calculada pelo valor das tangente ao gráfico Vx I nos referidos pontos que é, neste caso, naturalmente menor. Estes valores abaixo formam calculados a partir da derivada do polinômio interpolador de grau 6 melhor ajustado à curva Vx I: Extrapolamos o gráfico de Rex I para I=0mA e obtemos a resistência natural (temperatura ambiente) Re=203,8(, muito superior que a resistência estática natural da lâmpada (12,6() evidenciando as características dos semicondutores e condutores. Observação: Todos os gráficos foram plotados e interpolados com auxílio do aplicativo Origin versão 3.5 Bibliografia TEXTOS DE LABORATÓRIO - Eletricidade e Magnetismo - 2a Parte. Salvador: UFBa, 1997 SARAIVA, Delcyr Barbosa. MATERIAIS ELÉTRICOS. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 1988 NUSSENZVEIG, Moysés. FÍSICA BÁSICA 3: Fluidos, Ondas e Termodinâmica. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blücher Ltda., 1987 � � Resistências Não Lineares por Efeito da Temperatura - pág. � PAGE �2� Elemento passivo Início do brilho da lâmpada lâmpada incandescente
Compartilhar