Buscar

Resumo Tecido Muscular - Junqueira

Prévia do material em texto

TECIDO MUSCULAR – Junqueira (resumo por Luana Lopes) 
Membrana Plasmática = SARCOLEMA 
Citoplasma = SARCOPLASMA 
Retículo Endoplasmático Liso = RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO 
O tecido muscular é responsável pelos movimentos corporais e é formado por células 
alongadas que contem filamentos responsáveis pela contração.É dividido em: 
1. Tecido Muscular Liso - É formado por aglomerados de células fusiformes que não possuem 
estrias transversais. É submetido ao processo de controle involuntário e apresenta contração 
lenta. 
2. Tecido Muscular Esquelético – Pode ser dividido em Estriado Cardíaco, Estriado 
Esquelético e Estriado Visceral. O Estriado Visceral é uma classificação recente e condiz a 
músculos de vísceras que apresentam estrias. O Estriado Cardíaco apresenta estrias 
transversais e é formado por células alongadas e ramificadas, que se unem a partir de discos 
intercalares, exclusivos deste tipo de tecido. Apresenta contração involuntária, vigorosa e 
rítmica. O Estriado Esquelético também apresenta estrias transversais, porem é formado por 
feixes de fibras musculares cilíndricas e multinucleadas. Apresentam contração voluntária e 
possuem contração rápida e vigorosa. 
 
MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO 
 São formados por feixes de células longas, cilíndricas e multinucleadas, chamadas 
fibras musculares. Tais fibras originam-se do sincício de células embrionárias chamadas 
mioblastos. 
O aumento da musculatura devido ao exercício físico é dado pelo aumento de volume das 
fibras musculares e não pelo aumento do número delas, tal processo é chamado de 
hipertrofia. O fenômeno que corresponde ao aumento do numero de células é chamada 
hiperplasia, porem ele não ocorre em músculos estriados, somente em músculos lisos. 
 As fibras musculares são nutridas e inervadas por camadas de tecido conjuntivo, que 
formam: 
Endomísio – camada que envolve cada fibra muscular; 
Perimísio – camada que envolve um conjunto de fibras musculares já envoltas por endomísio. 
Epimísio – camada que envolve um feixe de conjuntos de fibras musculares, já envoltas por 
perimísio. 
 O tecido conjuntivo mantem as fibras unidas, permitindo que a força de contração 
gerada por cada fibra atue sobre o músculo inteiro. É ainda pelo tecido conjuntivo que a força 
de contração dos músculos são transmitidas a tendões, ligamentos e ossos. 
 Cada fibra muscular apresenta perto de seu centro uma terminação nervosa motora, 
local de relação com o axônio do neurônio motor, chamada placa motora. 
 O citoplasma das fibras musculares são preenchidos por miofibrilas, conjunto de 
sarcomeros organizados e alinhados 
 
MIOFIBRILAS 
 São cilíndricas e acompanham as fibras longitudinalmente. Apresentam faixas claras e 
faixas escuras, as faixas claras são chamadas de isotrópicas e receberam o nome de 
BANDA I, já as faixas escuras são chamadas de anisotrópicas e receberam o nome de BANDA 
A. 
 A estriação da miofibrila é devido a repetição de sarcomeros. Cada sarcomero é 
formado pela parte da miofibrila que fica entre duas linhas Z e contem uma banda A separando 
duas semibandas I. No centro da banda A há uma região mais clara, chamada banda H. As 
bandas, portanto, formam o sistema de estriações transversais das fibras musculares. 
 
 O conjunto de miofilamentos (actina e miosina) formam os sarcomeros, e são presos a 
membrana plasmática da célula muscular por meio de proteínas de membrana. Uma delas é a 
distrofina, que liga os filamentos de actina a proteínas integrais da membrana plasmática. 
 
DISTROFIA MUSCULAR DE DUCHENNE- É uma miopatia hereditária recessiva ligada ao 
cromossomo X. Ocorre a distrofina defeituosa ou até mesmo inexistente. Causa lesões 
progressivas das fibras musculares e geralmente leva homens a morte prematura. Por ser uma 
doença recessiva do cromossomo X, mulheres podem ser portadoras, porém pela baixa taxa 
de sobrevivência de homens portadores do cromossomo X recessivo é muito raro ter uma 
mulher que desenvolva a doença. 
 
A Banda I é formada basicamente por filamentos finos de actina. A Banda A formada por 
filamentos finos de actina e na sua maioria por filamentos grossos de miosina, no seu centro, 
na Banda H, existem somente filamentos grossos de miosina. 
 Os filamentos finos são compostos por actina, tropomiosina e troponina. Além dessas 
quatro proteínas (miosina, actina, tropomiosina e troponina) há mais duas de suma 
importância: a nebulina, que dá estabilidade ao filamento de actina e previne sua destruição ou 
nucleação; e a titina, que ligada a miosina como se fosse uma mola, auxilia no deslizamento da 
actina sobre a miosina. 
 Numa de suas extremidades a miosina apresenta uma cabeça, que possui locais 
específicos para a combinação com ATP e é dotada de atividade ATPásica, ou seja, hidrolisa 
ATP. Nesta parte da miosina também se encontra o local de ligação com o filamento de actina. 
 
CONTRAÇÃO MUSCULAR 
 A contração muscular não ocorre por alterações no comprimento dos filamentos de 
actina ou nos de miosina, ela ocorre por encurtamento da BANDA CLARA/BANDA I, devido a 
sobreposição dos filamentos. A Banda escura/ BANDA A permanece do mesmo tamanho. 
 A ATP se liga a região ATPásica da cabeça da miosina, porém ainda em um estágio de 
repouso não liga ao filamento de actina pela falta do íon Ca
2+
. Quando há disponibilidade de 
íon Ca
2+
 por meio do impulso nervoso, o qual será explicado em breve, o mesmo se liga a um 
sítio de ligação da proteína troponina presente no filamento de actina. Isto muda a 
conformação da troponina, que empurra a molécula de tropomiosina para dentro do filamento e 
expõem um sítio de ligação para a miosina. Enquanto ocorre a conformação da troponina pelo 
Ca
2+
, o complexo miosina-ATP é ativado. Assim, durante a ligação da actina com a miosina o 
ATP é hidrolisado e convertido em ADP + Fosfato +energia. A energia proveniente empurra a 
cabeça da miosina que movimenta o filamento de actina (deslizamento actina sobre 
miosina). Então a cabeça da miosina se liga a uma nova molécula de ATP e volta a sua 
conformação de repouso. Não existindo ATP o complexo actina-miosina não volta ao 
normal e torna-se estável, isso caracteriza a rigidez muscular do rigor mortis. A contração 
muscular continua até que todos os íons Ca2+ sejam removidos e a tropomiosina novamente 
cubra a troponina impedindo a ligação do complexo actina-miosina. Como resultado, cada 
sarcomero sofre encurtamento e por consequência a fibra como um todo também. 
 
UNIDADE MOTORA 
 A contração normal das fibras musculares esqueléticas é comandada por nervos 
motores que chegam até as fibras musculares através do tecido conjuntivo. Cada nervo por de 
inervar somente uma fibra ou emitir ramos para várias fibras ao mesmo tempo. O local da fibra 
em que o nervo se conecta a ela é chamado de placa motora. Este terminal axônico apresenta 
muitas mitocôndrias e vesículas sinápticas com o neurotransmissor acetilcolina. Entre o 
terminal axonico e a fibra muscular existe uma FENDA SINAPTICA. 
 Quando uma fibra do nervo motor dispara (o impulso nervoso), o terminal axonico 
libera acetilcolina que passa pela fenda sináptica e se prende a proteínas canais do sarcolema. 
Abrindo esses canais iônicos ocorre a permeabilização do sarcolema pelo íon Na+, que 
acarreta a despolarização do sarcolema. A despolarização inicia na placa motora e se difunde 
por toda a fibra, chegando nos sistemas dos túbulos T (tríade formada por 2 retículos 
sarcoplasmáticos separados pelo túbulo T). Em cada tríade o sinal despolarizador passa 
para os retículos sarcoplasmáticos, o que resulta na liberação de íons Ca
2+
 iniciando o ciclo da 
contração. Quando a contração acaba os íons Ca
2+
 sãotransportados ativamente de volta para 
o retículo sarcoplasmático. 
 
MIASTENIA - Doença autoimune, na qual o organismo produz anticorpos contra as proteínas 
canais receptoras da acetilcolina nas células musculares. Os anticorpos ligam-se as proteínas 
canais impedindo a ligação da acetilcolina. É caracterizada por fraqueza muscular 
progressiva. 
 A junção fibra nervosa + fibra muscular forma uma unidade motora. A força durante a 
contração muscular não ocorre devido a quantidade de acetilcolina enviada e sim pela 
frequência de disparos de acetilcolina. 
 
OUTRAS ESTRUTURAS ANEXAS – São os Fusos musculares e o Corpúsculo Tendíneo. Os 
fusos são fibras musculares modificadas que apresentam fibras nervosas aferentes e eferentes 
e ajudam a organizar a posição muscular e a controlar a intensidade da contração. O 
Corpúsculo Tendíneo realiza a mesma função, porem no tendão ligado ao músculo. 
 
TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES 
 VERMELHAS – atuam de maneira intensa e lenta, utilizando como fonte de energia 
ácidos graxos utilizados por meio de respiração aeróbica. Pela alta concentração de 
mioglobinas, proteínas carregadoras de oxigênio possuem coloração avermelhada. São 
características de corredores de longa distancia, por exemplo. 
 BRANCAS - atuam de maneira rápida, e possuem energia proveniente da quebra de 
glicogênio armazenado no próprio músculo em glicose, que será convertida em ATP por 
respiração anaeróbica dada pela glicólise. 
 De acordo com a estrutura e composição química as fibras podem ser classificadas 
como: 
 TIPO 1 (I) – fibras lentas, vermelhas, ricas em mioglobinas. Adaptadas para contrações 
continuadas. 
 TIPO 2 (II) – contem pouca mioglobina e podem apresentar coloração branca ou 
vermelho claro. Adaptadas para contrações rápidas e descontínuas. São subdivididas em: 
Tipo IIa  são intermediárias e apresentam coloração vermelho claro. 
Tipo IIb  são mais rápidas e apresentam coloração branca. 
 
MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO 
O músculo cardíaco é formado por células alongadas que possuem apenas um ou dois núcleos 
centralmente localizados e são revestidas por uma fina camada de tecido conjuntivo 
equivalente ao endomísio das fibras estriadas esqueléticas. As fibras cardíacas se 
anastomosam em regiões denominadas discos intercalares. Os discos intercalares 
apresentam três especializações juncionais principais: zonula de adesão, desmossomos e 
junções comunicantes. As zonulas de adesão servem para ancorar os filamentos de actina dos 
sarcomeros terminais. Os desmossomos unem as células musculares cardíacas e impedem 
que as mesmas se separem sob atividade contrátil do coração. As junções comunicantes são 
responsáveis pela continuidade iônica entre as células musculares vizinhas. 
 A estrutura e as funções das proteínas contráteis do músculo cardíaco são muito 
parecidas com a do músculo esquelético. Exceto pelo fato de que o sistema T e os retículos 
sarcoplasmáticos serem menos organizados. Na musculatura dos ventrículos os túbulos T são 
maiores e mais numerosos do que no músculo esquelético. As tríades não são frequentes no 
músculo cardíaco, geralmente são encontradas díades, em que um túbulo T se associa 
somente a um retículo sarcoplasmático. 
O músculo cardíaco apresenta numerosas mitocôndrias. A principal fonte de energia 
para o músculo são os ácidos graxos, trazidos pelas lipoproteínas do sangue e armazenados 
pelo músculo cardíaco sob a forma de triglicerídeos. Existe também uma pequena quantidade 
de glicogênio, que fornece glicose qd necessário. 
 As fibras cardíacas apresentam grânulos secretores. Estes grânulos são abundantes 
nas células musculares do átrio esquerdo. São grânulos que contem moléculas precursoras do 
hormônio Atrial Natriurético (ANP), este hormônio atua como antagonista da aldosterona nos 
rins. A aldosterona, ao aumentar a retenção de água e sódio nos túbulos renais, aumenta a 
pressão arterial. O natriurético aumenta a eliminação de água (diurese) e sódio (natriurese) 
pela urina e diminui a pressão arterial.

Continue navegando