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DO LITISCONSÓRCIO

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DO LITISCONSÓRCIO 
(PARTE I)
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS E NOÇÕES BASILARES
Conceito: O litisconsórcio segundo o artigo 113 do código de processo civil pode ser compreendido como uma pluralidade de sujeitos em um polo de uma relação jurídica processual. Tal situação pode ocorrer quando houver:
1º Comunhão de direitos.
2º Conexão.
3º Afinidade.
O litisconsórcio pode ser:
*Ativo: Dois ou mais litigantes como autores atuam juntos no polo ativo.
*Passivo: Dois ou mais litigantes como réus atuam juntos no polo passivo.
*Misto: Pluralidade de litisconsortes ocorre em ambos os polos da relação processual.
* Inicial: Se forma junto com o processo ou incidente, quer porque mais de uma pessoa postulou (ativo), quer porque em face de mais de uma pessoa a demanda foi proposta (passivo).
* Ulterior: Surge após o processo ter-se instalado, é algo excepcional, pois tumultua a marcha do procedimento. De três maneiras pode surgir o litisconsórcio ulterior:
1º) Em razão da intervenção de terceiro.
2º) Pela sucessão processual.
3º) Pela conexão ou continência.
* Unitário: O litisconsórcio unitário é a unidade da pluralidade: vários são considerados como um, várias pessoas são tratadas no processo como se fossem apenas uma. Ocorre quando o julgamento terá de ser o mesmo para todos os litisconsortes. Pela natureza da relação jurídica, o juiz deve decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. São dois os pressupostos caracterizadores do litisconsórcio unitário:
1º) Os litisconsortes discutem uma única relação jurídica.
2º) Essa relação jurídica é indivisível.
OBS- 1: A solidariedade não implica, necessariamente, o litisconsórcio unitário. Credores ou devedores solidários podem ser litisconsortes unitários (se a obrigação solidaria for indivisível.) ou não (solidariedade divisível).
OBS- 2: Existe estreita relação entre o litisconsórcio unitário e a colegitimação (dois ou mais legitimados). Para que duas ou mais pessoas estejam em juízo discutindo uma mesma relação jurídica, é preciso que tenham legitimidade ad causam para tanto; ou seja é preciso que sejam colegitimados.
*Litisconsórcio simples (comum): Caracteriza-se quando a decisão judicial sobre o mérito pode ser diferente para os litisconsortes. Só a mera possibilidade de a decisão ser diferente já torna o litisconsórcio simples. Aqui, cada um dos litisconsortes é tratado como parte autônoma. Ocorre quando:
1º) Os litisconsortes discutem uma pluralidade de relações jurídicas.
2º) Quando discute-se uma relação jurídica divisível.	
*Litisconsórcio Necessário: Ocorre quando sua formação for obrigatória. Está ligado diretamente à indisponibilidade da integração do polo passivo, ou seja, todos os autores devem ser litisconsortes de uma mesma demanda obrigatoriamente seja por causa da relação jurídica discutida, seja por força da lei.
OBS: Diferentemente da formação do litisconsórcio unitário, aqui no litisconsórcio necessário a “necessariedade” atua como força impulsionadora na formação do litisconsórcio. O litisconsórcio necessário revela casos de legitimação ad causam conjunta ou complexa. Distinta são as palavras do professor Cândido Rangel Dinamarco quando busca traçar conceituar a legitimidade ad causam:
“ A legitimidade ordinária de cada colegitimado está chumbada à dos demais, de modo a só se completar com o concurso de todos os legitimados. ”
*Litisconsórcio Facultativo: É o que pode ou não se formar “plasticidade, flexibilidade. ” A eleição da existência ou não da existência do litisconsórcio fica por conta das partes litigantes não existe o elemento “exigibilidade”.
OBS: Por dedução lógica extrai-se a informação de que será facultativo o litisconsórcio que não for necessário. 
DIFERENÇA ENTRE LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO E UNITÁRIO
Não se deve confundir o litisconsórcio necessário com o unitário, muito comum é a confusão feita entre o meio acadêmico, Didier e Dinamarco pontuam a diferença entre essas figurar assim:
“A necessariedade atua na formação do litisconsórcio “momento inicial”. Enquanto que o litisconsórcio unitário atua em um “momento posterior” a necessariedade de sua formação, diante do litisconsórcio já efetivamente formado. ”

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