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IDENTIDADES CULTURAIS: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO TEÓRICA - PROF. DR. EUGÊNIO REZENDE

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Instituto São Boaventura
Curso: Filosofia
Disciplina: Seminários Filosóficos I 
Docente: Henrique
Discente: Ricardo Rodrigues Lima
IDENTIDADES CULTURAIS: CONTRIBUIÇÕES PARA UMA NECESSÁRIA REFLEXÃO TEÓRICA - PROF. DR. EUGÊNIO REZENDE DE CARVALHO. RESUMO POR RICARDO RODRIGUES LIMA
INTRODUÇÃO: importância da reflexão teórica sobre as identidades
Na introdução, de início, o autor mostra que seu estudo tem como base “o debate acerca da importância dos estudos sobre história e cultura afro-brasileira e africana”.
Daí surge à questão sobre identidade e é o que também informa o autor, que a mesma será tratada logo mais a diante, entretanto, ainda na introdução, ele informa que será esclarecido sobre “identidade étnica, identidade racial, identidade étnico-racial, identidade negra, identidade africana, identidade afro-brasileira, identidade nacional, e assim por diante”.
Encerrando sua introdução, o autor deixa bem claro, separado em tópicos, os assuntos que serão abordados ao logo de seu curso de especialização, tais como a relação entre identidade e diferença (alteridade), construções identitárias e relações de poder e entre identidade e temporalidade. 
IDENTIDADE COMO RESPOSTA À PERGUNTA QUE SOU EU?
Neste primeiro capítulo, prof. Eugênio Rezende expõe a origem etimológica da palavra identidade para que, assim, possa seguir sua explanação em torno do assunto. Através dos conceitos obtidos, percebe-se a identidade como algo próprio de cada um, como se não se precisa de outrem para defini-la. 
Com isso, ele chega à conclusão, parcial, que a identidade seria, em relação aos humanos, como algo que serve para divergir, particularizar cada ser humano e, dessa forma, conceder uma originalidade para cada um, ou seja, uma “personalidade própria”.
Finalizando este primeiro tópico, ele traz em questão a definição de identidade segundo o historiador Cristian Meier como a necessidade de se permanecer o mesmo sempre, de nunca mudar. Desse modo, Rezende observa que seria tratada “identidade” apenas como uma questão existência, respondendo à pergunta: Quem sou eu?
Tendo, justamente, esta indagação feita por Meier, o autor a terá como referência para nortear seu trabalho.
QUEM SOU EU OU QUEM SOMOS NÓS?
Neste capítulo o autor começa fazendo uma alusão ao que acabara de falar no capítulo anterior, sobre a identidade como “plano individual” para se referir, agora, à identidade coletiva.
Para ele, com a identidade individual se vem à identidade coletiva. Uma está unida a outra, pois cada indivíduo, mesmo querendo estar sozinho, ele está dentro de um contexto de uma sociedade, tendo uma “identidade nacional, étnica, familiar, de classe ou de gênero” que o agrupa com outrem, ou seja, elas são intrínsecas, inseparáveis.
Um ponto tratado pelo autor, referente à identidade coletiva, é que ela pode tanto ser inata como empírica, ou seja, o sujeito já nascer associado em alguns grupos (nacionalidade, classe social, gênero, etc.) e pode também, ao longo da vida, ser agregado em algum.
Na sequencia, aparece a figura do antropólogo Ernest Gellner que diz que a identidade não deve ser confundida com o que é denominado pela sociologia como papeis (religião, torcedor de determinado time de futebol ou não, etc.), pois “identidades são fontes mais importantes de significado do que papeis, por causa do processo de autoconstrução e individualização que envolvem”. Ou seja, a identidade sistematizam significados e os papeis sistematizam funções.
SOMOS IGUALMENTE OS MESMOS SEMPRE?
Mesmo que cada pessoa tenha uma personalidade própria, ela é influenciada por aqueles que a rodeiam, isto é que aborda este capítulo.
Rezende retoma Meier, para lembrar que cada pessoa tem a necessidade de “manter-se igual ou idêntica, fiel a sua personalidade própria”. Mas mesmo com isso, ele argumenta que todos tendem a se emanar pelas exigências e obrigações que lhes são impostas pelos demais na sociedade.
Com isso, Rezende observa que a maneira que os indivíduos têm a reagirem é resultante de uma pressão externa que os mesmos sofrem.
HÁ UMA ÚNICA RESPOSTA “VERDADEIRA” PRA A PERGUNTA QUEM SOMOS NÓS?
Neste quarto capítulo, o autor nos traz, de imediato, sobre o essencialismo identitário como “uma manifestação do desejo de permanência”. Na sequencia, ele nos traz o pensamento da cientista social Kathryn Woodward que diz que o essencialismo pode tanto ser histórica (no sentido de que o presente é reflexo da história vivida no passado) e biológica.
Em sua continuidade, o autor nos traz a identidade “verdadeira” e o essencialismo identitário como coisas intimamente ligadas. Com esta associação, verifica-se que os indivíduos buscam a autenticidade e originalidade da identidade. Nesta perspectiva de identidade, ao fixar seus valores, surgem algumas consequências na vida do individuo na sociedade, onde emanam algumas práticas negativas. Pode-se dizer, então, segundo o autor, “que os diversos tipos de racismo e de fundamentalismo são filhos diretos dos essencialismos identitários”. 
Seguindo esses argumentos, verifica-se que todo e qualquer tipo de essencialismo identitário tem uma influência negativa na vida de cada pessoa. No enredo de seu trabalho, o autor compreende que a verdadeira identidade deve ser construída ao longo do tempo, determinado pelos contextos histórico, social e cultural.
Pegando agora o que fala o sociólogo Boaventura, verifica-se que confirma o que foi dito logo mais a cima, que a identidade é um processo em construção, em desenvolvimento, entretanto, ele vai mais além, não apenas em identidade como singularidade, mas como pluralidade.
Dessa vez, Rezende nos traz o sociólogo Stuart Hall que vem confirmando a tese de Boaventura, acreditando ele, também, que as identidades não são rígidas e nem, muito menos, imutáveis, crendo ele que a mesma está “sujeita a um constante processo de mudança e transformações”. Entretanto, ele considera neste conceito, a identidade, seja ela individual ou coletiva.
QUEM SOMOS? OU QUEM ESTAMOS NOS TORNANDO?
“perspectivas essencialistas e perspectivas não essencialistas”. Em suma, isto é o que trata este capítulo, já abordado no que poderia ser chamar de prefácio do mesmo.
Dois conceitos tratados são relacionados à permanência e a mudança. Este com uma característica fundamental em todo processo da identidade, pois “sempre estamos sendo ou nos transformando”, devendo observar como risco o exagero que possa ocorrer; e aquele como desejo que é manifestado nos indivíduos externa e internamente. Na sequência, o autor nos traz a figura do educador Tomaz Tadeu que as vê (a permanência e a mudança) como movimentos que tende a estabilizar e desestabilizar, consecutivamente, o processo da identidade.
De acordo com Meier, a mudança em alguns aspectos é algo, considerado normal para se encontrar a identidade, pois nem todos se “mantêm idênticos de forma absoluta e plena ao longo de toda a sua vida”. Entretanto, em algumas características imutáveis, fixas e estáveis que marca um indivíduo ou grupo devem persistir a permanência. 
Essa identidade imutável, o autor chama de marcador-mestre que seria exatamente algumas identidades estáveis de um indivíduo ou grupo, tais como “raça, cor, etnia, gênero, cultura” e entre outros. Com esses marcadores, surgem alguns debates em volta de algumas identidades voltando a debate, novamente, a questão sobre as perspectivas essencialistas e perspectivas não essencialistas.
Com essa dualidade das perspectivas essencialistas e não essencialistas com os marcadores-mestres surge o perigo de cair num contraste se a “identidade é plural, contingente e provisória”. Rezende nos traz em seguida, uma solução para esta contradição que seria engendrar “tais marcadores identitários como múltiplos e plurais”.
DIZER QUEM SOMOS É SEMPRE DIZER QUEM SOMOS EM RELAÇÃO A OUTROS
	Neste sexto capítulo, o autor nos traz uma dualidade que inicialmente podem-se ver como opostas, mas na verdade uma é complemento da outra. O texto aborda sobre identidade e alteridade.
	Com a identidade,pode-se dizer que eu sou eu e com a alteridade, diz-se que o outro é o outro. Isto parece meio cacofônico, mas tem um significado bem claro, pois “enquanto identidade é a qualidade de si, a alteridade seria a qualidade do outro, do distinto”.
	Desse modo, pode-se verificar que é por meio da diferença que se é formada a identidade. Sendo elas, indissociável, inerente.
	Tendo certa noção relacional e comparativa entre as duas (identidade e alteridade), verifica-se que sempre seremos alguém em relação ao outro, haverá este contraste com outrem. Pois, nenhuma identidade será construída na clausura de alguém, será necessário certo “colóquio” com a identidade de outra pessoa.
	Desta forma, pode-se dizer que a identidade é formada em função de um “exterior constitutivo”, vendo que a mesma tem como uma resposta dependente daquilo que os demais enxergam e definem, ou seja, têm-se que ter certo diálogo, interação e negociação contínua sobre as duas identidades, tendo uma para com a outra, determinado conflito.
	Como consequência a isso se vê o processo classificatório que é feito, mesmo que seja intencional, das identidades. Ao buscar diferença entre si e o outro, é gerado um sistema de classificação, tais como “melhores-piores, superiores-inferiores, normais-anormais, bom-maus, puro-impuros, amigos-inimigos, culto-incultos, civilizado-bárbaros, entre outras”.
	Esse processo de classificação que é feito, ratifica a mutualidade entre diferença e identidade, servindo também para a condição associativa e divergente da identidade relacionado a alteridade.
A RESPOSTA À PERGUNTA QUEM SOMOS? É UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL DETERMINADA PELAS RELAÇÕES DE PODER
	Neste capítulo, o autor aborda sobre a identidade, mais especificamente da identidade cultural, como em construção. Nesse sentido, destacando a identidade como um processo em construção é observar seu caráter processual, histórico e social; com isso, se vem à construção coletiva, cultural, politica e ideológica.
	É importante notar também, aqueles que a circundam, observar os sujeitos que a constroem, que as cria e recria. Desse modo, percebe-se que são opiniões são instáveis, transitórias e inconstantes. Analisando quem as constroem é importante constatar “para quê é construída” os determinantes do conteúdo simbólico, “bem como seu significado para aqueles que com ela se identificam ou dela se excluem”. 
	Portanto, de acordo com esta hipótese, se corrobora na suposição de que “a construção social da identidade sempre ocorre em um contexto marcado por relações de poder”. Supõe-se ai que a identidade nunca é finalizada, estará sempre em um processo continuo de produção “que tende a demarcar certas fronteiras simbólicas”.
	Com estas fronteiras, se vem o poder que define a identidade. Com ele, vem uma oposição no âmbito social. De um lado, aqueles que têm o poder de nomear, inclusão, exclusão, estabelecer certas fronteiras entre os demais, além de classificar e normalizar. Do outro lado, se vêm as definições identitárias “que cada comunidade elabora sobre si mesma”.
RELAÇÕES ENTRE O QUE SOMOS, O QUE FOMOS E O QUE QUEREMOS SER
	Neste capítulo, o autor que mostra uma relação da identidade com a temporalidade, expondo o conceito de Hall que diz que “as identidade parecem invocar uma origem que residiria em um passado histórico com a qual elas continuariam a manter uma certa correspondência”, ou seja, a construção da identidade está relacionada ao passado de cada individuo, entretanto, também ao futuro, tendo certa conexão dialética deste com o presente.
	Através do passado, a identidade utiliza recursos relacionados com a história e a cultura não para ratificar aquilo que somos (presente), mas sim, aquilo no qual nos tornamos (futuro). Com isso, constata-se que a identidade se usurpa do passado para construir o futuro, isto sendo denominado por Hall como identidade projeto ou projetos identitários.
	Em seguida, o autor nos traz a figura do antropólogo Gilberto Velho que faz uma associação entre o passado e o futuro, dando os nomes de memoria e projeto, respectivamente. Entretanto, para ele, esta associação associa-se para “dar significado à vida e às ações dos indivíduos”, em outras palavras, à própria identidade.
	Com esta hipótese de Velho, aparece o contraste sobre “o que se quer ser e sobre o é possível ser efetivamente”. Nisso pode ser verificado a condição que aparece, tornando a identidade dependente da sociedade, tendo “a possibilidade de contradição e conflito”. Com este discurso, cria-se uma fronteira bastante frágil entre o que é e o que se deve ser.
MAS POR QUE TEMOS TANTA NECESSIDADE DE NOS COLOCAR ESSE TIPO DE PERGUNTA?
	Neste capítulo, de início, é feito uma simples recapitulação sobre o que foi abordado nos capítulos anteriores, dizendo que até agora tinha sido tratado sobre “questões que se referem aos processos de construção das identidades”.
	Ao falar de identidade, aqui, ele quer que seja demarcada a diferença em dois âmbitos. “De um lado, o autor expõe o âmbito da experiência social, do efetivamente vivido, e, de outro lado, o âmbito do simbólico, do social e do discursivo”.
	Ele nos traz aqui a identidade-experiência como sendo experiências vividas. Novamente nos coloca a figura de Hall que argumenta que estas experiências parte do reconhecimento de características divididas com as demais pessoas da sociedade. Em sequencia, o autor fala sobre a abordagem discursiva que toma a identidade-experiência como uma construção incompleta, ou seja, sempre em processo.
	Logo depois, aparece Meier retomando o conceito de identidade coletiva. Mas dessa vez, ele a abrange de forma mais complexa. Sendo ela “mais ampla pode também funcionar como válvula de escape à inconformidade humana com a finitude de sua existência e, assim, se projetar para coletivos mais amplos duráveis, que sobrevivam ao seu fim enquanto individuo”.
EM SUMA, O QUE A IDENTIDADE É E O QUE A IDENTIDADE NÃO É
	Este décimo capítulo seria como uma sintetização sobre a identidade, trazendo os pontos positivos (o que seria) e os pontos negativos (o que não seria) da mesma, segundo a visão elaborada por Silva (2000, p. 96-97).
O QUE A IDENTIDADE NÃO É...
	Neste trecho, Silva nos mostra que a identidade não algo imutável, que fica congelado no tempo e outro ponto abordado por ele é que também, a identidade não é idêntica, não é algo universal.
O QUE A IDENTIDADE É...
De acordo com Silva, a identidade é algo que estará em constante construção, transitória, que está sujeita à mudança e que está sempre numa busca, simbólica, situacional.
UM EXEMPLO DAS CONSEQUENCIAS POLITICAS DA FRAGMENTAÇÃO OU PLURALIZAÇÃO DAS IDENTIDADES
	Neste último capitulo, o autor nos traz em questão o livro A identidade cultural na pós-modernidade de Stuart Hall, fazendo refletir sobre a identidade em ser pluralizada em seus diferentes aspectos, como mostrada no livro em que por um fato ocorrido, se há diferentes posições de diferentes pessoas em diferentes ocasiões.
	Com isso, percebe-se que a identidade, através de uma identificação, pode ser descrito como “constituindo uma mudança de uma politica de identidade (de classe) para uma politica de diferença”.

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