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1 
 
 
 
APOSTILA DE 
ESTRUTURA E 
ORGANIZAÇÃO DA 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
NA EDUCAÇÃO 
BÁSICA 
 
Prof. MSc. Karina Gomes Cerquinho 
Prof. Esp. Wesley Marques dos Santos 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
 
CF – Constituição Federal 
CNE – Conselho Nacional de Educação 
DCN – Diretrizes Curriculares Nacionais 
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
MEC – Ministério da Educação 
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais 
PNE – Plano Nacional de Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
LISTA DE ANEXOS 
 
ANEXO A - ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA – 
SEDUC/AM 
 
ANEXO B - PROPOSTAS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FÍSICA - 
SEDUC/AM - Educação Física – Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano 
 
ANEXO C - PROPOSTAS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FÍSICA - 
SEDUC/AM - Educação Física – Ensino Fundamental- 6º ao 9º ano 
 
ANEXO D - PROPOSTAS CURRICULARES DA EDUCAÇÃO FÍSICA - 
SEDUC/AM - Educação Física – Ensino Médio - 1º ao 3º ano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
UNIDADE I ..................................................................................................................................... 6 
SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO ........................................................................................... 6 
1.1 Um panorama da educação do Brasil colonial aos dias atuais ............................................... 6 
1.2 A educação nas Constituições Federais ................................................................................ 10 
1.3 As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ............................................................. 13 
1.4 Plano Nacional de Educação ................................................................................................. 15 
1.5 A criação e evolução do Ministério da Educação .................................................................. 20 
UNIDADE II .................................................................................................................................. 23 
EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL .................................................................................................. 23 
2.1 Estrutura e Organização do Ensino no Brasil ........................................................................ 23 
2.2 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica .................................................... 25 
2.2.1 Educação Infantil ................................................................................................................ 30 
2.2.2 Ensino Fundamental .......................................................................................................... 34 
2.2.3 Ensino Médio ...................................................................................................................... 36 
2.4 Modalidades da Educação Básica.......................................................................................... 40 
2.3.1 Educação de Jovens e Adultos ............................................................................................ 40 
2.3.2 Educação Especial .............................................................................................................. 42 
2.3.4 Educação Profissional e Tecnológica .................................................................................. 43 
2.3.5 Educação Básica do Campo ................................................................................................ 44 
2.3.6 Educação escolar indígena ................................................................................................. 44 
2.3.7 Educação Escolar Quilombola ............................................................................................ 45 
2.3.8 Educação a Distância ......................................................................................................... 46 
2.4 Outras situações que são regidas pelas Diretrizes e Bases da Educação Nacional ............... 46 
2.4.1 Educação para Jovens e Adultos privativos de liberdade ................................................... 46 
2.4.2 Educação de crianças e jovens em situação de itinerância ................................................ 48 
UNIDADE III ................................................................................................................................. 49 
EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA ................................................................................ 49 
3.1 A Trajetória da Educação Física no contexto nacional ......................................................... 49 
3.2 A Educação Física nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação ........................................... 55 
3.3 Propostas para a Educação Física na Educação Infantil ........................................................ 58 
5 
 
3.4 Propostas para a Educação Física no Ensino Fundamental ................................................... 60 
3.5 Propostas atuais para a Educação Física no Ensino Médio ................................................... 67 
3.6 A Educação Física no Amazonas .......................................................................................... 70 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................. 73 
ANEXOS ....................................................................................................................................... 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
UNIDADE I 
 
SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO 
 
1.1 Um panorama da educação do Brasil colonial aos dias atuais 
 
Fonte: escolaeducacao.com.br 
 
A história da educação brasileira remota desde a colonização, com a presença 
dos europeus impondo a sua estrutura educacional. 
Como relata Villalta (2002) apud Batista (2014) supunham os jesuítas que os 
índios, por não terem em seu falar as o som das letras F, L, nem R, não possuíam ‘Fé, 
Lei, nem Rei’ e viviam ‘desordenadamente’. Impuseram, assim, a “ordem” deles através 
da obediência a um Rei, difundindo uma Fé e estabelecendo uma Lei, uma norma de 
vida a partir daquele momento. 
A História da Educação no Brasil, que de início pretendia converter os índios à 
fé católica, mascarando a imposição dos costumes europeus, se traduzia na “pedagogia 
jesuítica”. A pedagogia jesuítica era fundamentada no cristianismo e direcionada pelo 
Ratio Studiorum (conjunto de regras e métodos educacionais que regia as práticas 
7 
 
pedagógicas dos jesuítas) e que tinha como finalidade difundir a fé cristã e converter os 
nativos ao cristianismo. A educação oferecida pelos colégios jesuítas aos filhos dos 
colonos portugueses era diferente da educação dada aos curumins, a estes era ministrada 
uma espécie de aculturação. 
Com a chegada de D. João VI ao Brasil em 1808, o Brasil se tornou sede da 
coroa portuguesa e algumas medidas foram implantadas no campo da educação, como a 
criação da Biblioteca Real, do Museu Nacional e de várias faculdades na área de 
Medicina, Engenharia, Direito e Artes, dentre outras que deram uma nova roupagem à 
educação brasileira. No entanto, esse incentivo dado à educação superior só contemplou 
a classe aristocrática que não precisava mais enviar seus filhos para estudar na 
universidade de Coimbra ou Lisboa. Os demais níveisde ensino continuaram 
esquecidos pelo governo, reforçando o caráter excludente da educação brasileira. 
Com a independência do Brasil de Portugal em 1822, Dom Pedro I faz inúmeras 
promessas de impulsionar a educação no Brasil. Porém, somente em 1824 é criada a 
primeira Constituição do Brasil, constituição esta que pregoava que a instrução primária 
seria gratuita a todos: 
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos 
Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é 
garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte. 
XXXII. A Instrucção primaria, e gratuita a todos os Cidadãos. 
XXXIII. Collegios, e Universidades, aonde serão ensinados os elementos das 
Sciencias, Bellas Letras, e Artes.” 
No entanto, logo em seguida que esse direito não era pra todos, de verdade, pois 
alguns não eram considerados cidadãos. 
“Art. 6. São Cidadãos Brazileiros 
 I. Os que no Brazil tiverem nascido, quer sejam ingenuos, ou libertos, ainda que o pai 
seja estrangeiro, uma vez que este não resida por serviço de sua Nação. 
 II. Os filhos de pai Brazileiro, e os illegitimos de mãi Brazileira, nascidos em paiz 
estrangeiro, que vierem estabelecer domicilio no Imperio. 
 III. Os filhos de pai Brazileiro, que estivesse em paiz estrangeiro em serviço do 
Imperio, embora elles não venham estabelecer domicilio no Brazil. 
 IV. Todos os nascidos em Portugal, e suas Possessões, que sendo já residentes no 
Brazil na época, em que se proclamou a Independencia nas Provincias, onde 
8 
 
habitavam, adheriram á esta expressa, ou tacitamente pela continuação da sua 
residencia. 
 V. Os estrangeiros naturalisados, qualquer que seja a sua Religião. A Lei determinará 
as qualidades precisas, para se obter Carta de naturalisação”. 
Observar que os escravos não eram considerados cidadãos. 
O que prevalecia, nesse período, eram as iniciativas privadas e as importações de 
preceptoras estrangeiras para educar os filhos da elite em suas casas. Enquanto que à 
população era oferecida uma educação elementar nas raras escolas existentes, nas quais 
se ensinava apenas ler, escrever e contar. 
Marques de Pombal, ao expulsar os jesuítas do Brasil, implanta a Aulas Régias, 
que seria uma escola pública com pretensão pedagógica embasada nas ideias 
iluministas. A educação, então, passou a ser estabelecida em forma de leis: ensino 
primário para todos, curso secundário e universidade. 
As últimas décadas do século XIX foram marcadas por transformações sociais, 
econômicas, políticas e culturais que resultaram na Abolição da Escravidão em 13 de 
maio de 1888, seguida pela queda do Império e Proclamação da República pelo 
Marechal Deodoro da Fonseca em 15 de novembro de 1889, capitaneados por pessoas 
que estudaram na Europa e voltaram influenciados pelos ideais de liberdade. A 
República nasceu em um contexto marcado por importantes mudanças sócio-
econômicas inéditas na história do país, com o fim da escravidão e a expansão da 
lavoura cafeeira. 
Nesse momento, com a chegada dos imigrantes europeus, trabalhadores livres e 
assalariados, a mão de obra escrava foi substituída pela assalariada, marcando o início 
de um novo modelo de produção no Brasil. As reformas defendidas no campo 
educacional, nesse período, contemplaram unicamente o ensino superior e secundário, 
que ficaram sob responsabilidade da União e estavam destinados à elite, por isso, 
recebiam maiores investimentos. Enquanto isso, o ensino elementar destinado à 
população continuava esquecido pelo poder público e suas políticas educacionais 
excludentes. 
Num outro momento posterior, no Governo Vargas, a primeira atitude assim que 
assumiu a presidência em 1930, foi criar o Ministério da Educação e Saúde Pública 
cargo ocupado por Francisco Campos que realizou a reforma educacional que recebeu 
seu nome. Essa reforma teve um importante papel na organização nacional do ensino, 
9 
 
estruturação das Universidades e criação do Conselho Nacional de Educação. Nesse 
período, promulga-se a Constituição de 1934, na qual a Educação aparece pela primeira 
vez na História do Brasil como direito de todos e dever da família e dos poderes 
públicos. 
No período denominado de Nova Republica (1940 a 1963) a educação formal no 
Brasil passou por grandes debates. Assim, destaca-se a Lei nº 4.024, de 1961 (Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e, em 1962, a criação do Plano Nacional de 
Educação, inspirados no método Paulo Freire. Com o golpe militar em 1964 todas as 
tentativas de expansão da educação foram minimizadas. (PICKLER E ROCHA, 2011) 
Saviani (2004) faz uma análise da trajetória da escola pública em três períodos 
distintos, pontuando momentos especiais, ficando da seguinte forma: 
 
Período Características 
1890 a 
1931 
 
 A escola seria a solução para os problemas sociais da nação, com a 
instalação e manutenção de escolas em todos os Estados do Brasil. 
 Instalam-se escolas-modelo de 2º e 3º graus, copiando experiências 
de países como Estados Unidos e outros da Europa. Esses modelos 
permeavam ideias como: 1) educação pública como elemento de 
progresso; 2) instrução primária bem difundida e 
convenientemente ensinada; 3) professores bem preparados e 
instruídos nos processos modernos da pedagogia. 
 Para bem preparar professores para o ensino primários foram 
criadas escolas de formação. 
1931 a 
1961 
 
 Regulamentação Nacional do Ensino, por meio de Decretos: 
criação do Conselho Nacional de Educação, que regulamenta e 
organiza o Ensino Superior com o “regime universitário”; que 
organiza o ensino secundário; que organiza o ensino comercial e a 
profissão de contador dentre outras. 
 Não houve preocupação com o ensino primário. 
 Nesse período ainda não se tem a intenção de um sistema público 
de educação para as massas, ou nem mesmo as formas jurídicas de 
tais. O processo de educação brasileiro fica relegado às famílias e 
ao seu personalismo. 
 A reforma do ensino primário fundamental destinado a crianças de 
7 a 12 anos; o ensino primário supletivo com dois anos de duração 
para adolescentes e adultos que ficaram fora da escola na idade 
adequada; o ensino médio com 4 anos. O ensino secundário 
profissional foi dividido em industrial, agrícola, comercial e o 
normal que preparava para a prática docente com crianças. 
1961 a 
1996 
 Nos anos de 1960, com tantas reformas, a pedagogia fervilha. São 
criados colégios de aplicação, ginásios vocacionais, a Lei nº 4.024, 
de 1961 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). 
 Ensino pré-primário de sete anos, ensino primário de quatro a seis 
10 
 
 anos; divisão do ensino médio em ginasial de quatro anos e 
colegial de três anos; ensino superior; 
 Diversificação dos conteúdos curriculares com matérias 
obrigatórias. 
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 é considerada a 
Carta Magna da Educação brasileira. 
 
 
1.2 A educação nas Constituições Federais 
 
A legislação mais importante do país, a Carta Magna, a Constituição Federal (CF), 
nas suas várias versões, também foi evoluindo com a dinâmica da sociedade, incluindo 
entre os diversos temas, a educação. Vieira (2007) faz uma importante coleta de dados e 
informações sobre as constituições, abordando especialmente a trajetória da educação, 
bem como o contexto político de cada época. Vejamos: 
 
Constituição de 1824 
Constituição de mais longa vigência em toda a história das constituições brasileiras, 
(65 anos). A primeira Carta Magna brasileira traz apenas dois parágrafos de um único 
artigo sobre a educação. Ao tratar da "inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos 
cidadãosbrasileiros", estabelece que "A instrução primária é gratuita a todos os 
cidadãos" (art. 179, § 32). A segunda referência diz respeito aos "Colégios e 
universidades, onde serão ensinados os elementos das ciências, belas letras e artes" (art. 
179, § 33). A presença desses dois únicos dispositivos sobre o tema no texto de 1824 é 
um indicador da pequena preocupação suscitada pela matéria educativa naquele 
momento político. É de se ressaltar, entretanto, a referência à idéia de gratuidade da 
instrução primária para todo. 
 
Constituição de 1891 
Como signo fundante da República, traz inscrita em seu texto a bandeira da laicidade, 
assim como a separação entre os poderes. A nova Carta Magna define como atribuição 
do Congresso Nacional "legislar sobre [...] o ensino superior e os demais serviços que 
na capital forem reservados para o Governo da União" (art. 34, inciso 30); as 
atribuições da União em matéria de educação: o ensino superior no País e a instrução 
primária e secundária no Distrito Federa e Estados. 
 
Constituição de 1934 
Momento rico para a educação, com vários Estados deflagrando reformas (Ceará, 
Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais). Cria-se o Ministério de 
Educação e Saúde (1930). A Carta de 1934 é a primeira a dedicar espaço significativo à 
11 
 
educação, com 17 artigos. Em linhas gerais, mantém a estrutura anterior do sistema 
educacional, cabendo à União "traçar as diretrizes da educação nacional" (art. 5º, XIX) 
e a organização e manutenção de sistemas educativos permanecem com os Estados e o 
Distrito Federal (art. 151). Entre as normas estabelecidas estão o "ensino primário 
integral e gratuito e de freqüência obrigatória extensivo aos adultos e tendências à 
gratuidade do ensino ulterior ao primário, a fim de o tornar mais acessível" (art. 150, 
parágrafo único, "a" e "b"). A proibição do voto aos analfabetos (art. 108). Finalmente, 
vale citar dispositivos relativos ao magistério: a isenção de impostos para a profissão 
de professor (art. 113, inciso 36) e a exigência de concurso público como forma de 
ingresso ao magistério oficial (art. 158). 
 
Constituição de 1937 
O dever do Estado para com a educação é colocado em segundo plano, sendo-lhe 
atribuída uma função compensatória na oferta escolar destinada à "infância e à 
juventude, a que faltarem os recursos necessários à educação em instituições 
particulares" (art. 129). Nesse contexto, o "ensino pré-vocacional e profissional 
destinado às classes menos favorecidas" é compreendido como "o primeiro dever do 
Estado" em matéria de educação (art. 129). Ideia de gratuidade da Constituição de 1934 
o texto de 1937 contrapõe uma concepção estreita e empobrecida. Embora estabeleça 
que "o ensino primário é obrigatório e gratuito" (art. 130) 
 
Constituição de 1946 
Os anos quarenta caracterizam-se por reformas educacionais que passariam à história 
como as Leis Orgânicas do Ensino. Também durante este período é criado o Serviço 
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Também é instituído o Serviço Nacional 
de Aprendizagem Comercial (Senac). Estabelecida a competência da União para 
"legislar sobre as diretrizes e bases da educação nacional" (art. 5º, XV). "O ensino 
primário oficial é gratuito para todos: o ensino oficial ulterior ao primário sê-lo-á para 
quantos provarem falta ou insuficiência de recursos" (art. 168, II). Entre outros 
dispositivos a destacar no texto de 1946, cabe lembrar ainda a novidade da vinculação 
de recursos para a educação, estabelecendo que a União deva aplicar nunca menos de 
10% e Estados, Municípios e Distrito Federal, nunca menos de 20% das receitas 
resultantes de impostos na "manutenção e desenvolvimento do ensino" (art. 169). 
 
Constituição de 1967 
Concebida a reforma do ensino superior (Lei nº 5.540/68). Depois toma corpo a 
reforma da educação básica, que fixa as diretrizes e bases para o ensino de 1° e 2° 
graus (Lei nº 5.692/71). A reforma do ensino de 1° e 2° graus, por sua vez, pretende 
atingir um duplo objetivo: de um lado, conter a crescente demanda sobre o ensino 
superior; de outro, promover a profissionalização de nível médio. Permanece o ensino 
primário em língua nacional e a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primário. O 
ensino religioso, de matrícula facultativa como "disciplina dos horários normais das 
escolas oficiais de grau primário e médio (art. 176, § 3°, V). Inserido "o dever do 
Estado" (art. 176) à noção de educação como "direito de todos". Vale registrar o 
flagrante retrocesso representado pela desvinculação dos recursos para a educação. 
Enquanto pela Constituição de 1946, a União estaria obrigada a aplicar "nunca menos 
12 
 
de dez por cento, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nunca menos de 
vinte por cento da renda resultante dos impostos na manutenção e desenvolvimento do 
ensino" (art. 169), na Carta de 1967 tal obrigação desaparece 
 
Constituição de 1988 
A Constituição de 1988 é a mais extensa de todas em matéria de educação, sendo 
detalhada em dez artigos específicos (arts. 205 a 214). Outras conquistas asseguradas 
são: a educação como direito público subjetivo (art. 208, § 1º), e direito de todos (Art. 
205), o princípio da gestão democrática do ensino público (art. 206, VI), o dever do 
Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a 5 anos de idade (art. 208, IV), 
a oferta de ensino noturno regular (art. 208, VI), o ensino fundamental obrigatório e 
gratuito, inclusive aos que a ele não tiveram acesso em idade própria (art. 208, I), o 
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências (art. 208, III), 
"gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais"; a "valorização dos 
profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério 
público, com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público 
de provas e títulos, assegurado regime jurídico único para todas as instituições 
mantidas pela União"; e a "garantia de padrão de qualidade" (art. 206, II, III, IV, V e 
VII). Mantém-se a abertura de transferir recursos públicos ao ensino privado. As 
instituições passíveis de recebê-los são "escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas", as quais devem comprovar "finalidade não lucrativa" e aplicação de 
"excedentes financeiros em educação", assim como assegurar "a destinação de seu 
patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao poder 
público, no caso de encerramento de suas atividades" (art. 212, I e II). A concessão de 
tais benefícios pode ser feita por meio de bolsas de estudo para o ensino fundamental e 
médio, na forma da lei (art. 212, § 1º). Concluindo o mapeamento das questões 
relativas à educação na Carta de 1988, cabe ainda mencionar a previsão de lei para 
estabelecer o plano nacional de educação (art. 214), assim como a concentração de 
esforços do Poder Público na eliminação do analfabetismo e na universalização do 
ensino fundamental 
 
 Ao final, pode-se inferir que, o papel da educação nas Constituições Federais foi 
conforme a sua menor ou maior importância na história do Brasil. É um reflexo da 
sociedade de cada época, desejos e exigências, correndo paralelo a própria história do 
Brasil, de país colônia para República. Na CF atual, documento no qual houve mais 
contemplação da educação, ainda é possível ver situações não tão bem definidas, mas 
representa grandes conquistas, notadamente no ensino público de base. 
 
 
 
 
13 
 
1.3 As Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) foi citada pela 
primeira vez na Constituição Federal de1934 e foi criada com a missão de ordenar o 
Sistema Educacional Brasileiro. Desde então, três versões foram promulgadas: a 
primeira em 1961, Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961, a segunda em 1971, Lei 
n. 5.692, de 11 de agosto de 1971, e a última, que está em vigor, a Lei n. 9.394 de 20 
de dezembro de 1996. 
O período de formulação da LDB de 1961 e sua tramitação política se deu entre 
os anos de 1947 e 1961 à sombra de um exasperado conflito de interesses envolvendo 
de um lado os liberais escolanovistas, que defendiam a escola pública e a centralização 
do processo educativo pela União e, por outro, os católicos, cuja defesa era a escola 
privada e a não interferência do estado nos negócios educacionais 
Foram necessários 13 anos de debate (1948 a 1961) para a aprovação da 
primeira LDB, Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. O ensino religioso facultativo 
nas escolas públicas foi um dos pontos de maior disputa para a aprovação da lei. O pano 
de fundo era a separação entre o Estado e a Igreja. 
Destaca-se nesta primeira versão, a base curricular dos três graus de ensino por 
ela consignados: o primário, o médio e o superior. A finalidade do grau primário seria o 
desenvolvimento do raciocínio e das atividades de expressão da criança e a sua 
integração no meio físico e social, com um mínimo de 4 séries anuais subsequentes e 
interdependentes. A língua oficial era a nacional e foi estabelecida a obrigatoriedade de 
que todas as crianças ingressassem em turmas regulares a partir dos sete anos. Em 
prosseguimento à educação recebida na escola primária era oferecido o ensino de grau 
médio, que destinado à formação dos adolescentes compreendia dois ciclos: o ginasial e 
o colegial. 
O sistema educacional brasileiro, então, foi formulado na primeira LDB de 
acordo com a seguinte terminologia: grau primário, constituído por escolas maternais, 
jardins de infância e ensino primário de quatro anos; grau médio, compreendendo dois 
ciclos, o ginasial de quatro anos que abrangia o secundário e os cursos técnico-
industrial, agrícola e comercial, vindo depois o ciclo colegial de três anos, com as 
modalidades de clássico e científico que complementavam o secundário, bem como as 
formações que finalizavam o primeiro ciclo de natureza técnica, além do curso normal 
14 
 
voltado para a formação de professores; e grau superior, compreendendo os cursos de 
graduação, pós-graduação, especialização, aperfeiçoamento e extensão. 
A educação no Brasil, em 1971, se vê diante de uma nova LDB. O ensino passa 
a ser obrigatório dos sete aos catorze anos. A segunda versão LDB de 71 fixou as 
Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2° graus e estendeu o ensino de primeiro grau 
para 8 anos, tendo como objetivo, no que tange ao 2° grau, a formação integral do 
adolescente. O ensino primário e médio, por sua vez, foi reformado pela lei n° 5.692/71, 
que alterou a sua denominação para ensino de primeiro e segundo graus. Extensão da 
escolaridade obrigatória, compreendendo agora todo o denominado ensino de 1° grau, 
junção do primário com o ginásio e a generalização do ensino profissionalizante no 
nível médio ou 2° grau. 
No que tange ao currículo, a LDB de 71 determina currículos do ensino de 1º e 
2º graus possuindo núcleo comum obrigatório em âmbito nacional, e uma parte 
diversificada para atender, conforme as necessidades e possibilidades concretas, às 
peculiaridades locais aos planos dos estabelecimentos e às diferenças individuais dos 
alunos. Assim, a parte de formação especial do currículo, tinha como objetivo a 
sondagem de aptidões e iniciação para o trabalho, no ensino de 1° grau e de habilitação 
profissional, no ensino de 2º grau 
A reforma universitária, em 1968, foi um marco importante para a LDB do 
ensino superior, assegurando autonomia didático-científica, disciplinar, administrativa e 
financeira às universidades. A reforma representou um avanço na educação superior 
brasileira, ao instituir um modelo organizacional único para as universidades públicas e 
privadas. 
Em 1996, surge a terceira versão, que é a LDB vigente, que busca descentralizar 
e flexibilizar os processos educacionais no país. Surgiu também nesta década no Brasil 
uma nova forma de aprendizagem, a corporativa, com ensino técnico e superior em 
nível de graduação e pós-graduação voltada para a missão e objetivos organizacionais, a 
fim de personalizar os cursos à realidade empresarial. 
A LDB de 1996 parametrizou a educação regular em dois níveis: educação 
básica composta pela educação infantil, ensino fundamental e médio; e, a educação 
superior responsável pela graduação e as pós-graduações (aperfeiçoamento, 
especialização, mestrado e doutorado). A educação básica tem por finalidades 
desenvolver o educando, assegurando a formação para o exercício da cidadania e meios 
para progredir no trabalho e em estudos posteriores, conforme apregoa a LDB de 1996. 
15 
 
Nesse sistema de ensino educacional brasileiro é ressaltado que não devem ser 
esquecidos os aspectos culturais, regionais e locais, da realidade do indivíduo na sua 
formação. Neste sentido, a Educação Básica ultrapassa as fronteiras dos níveis Infantil, 
Fundamental e Médio, para incluir a Educação Profissional Técnica de Nível Médio e a 
Educação de Jovens e Adultos, a Educação indígena, Especial, entre outros. Outro 
aspecto a sublinhar do Ensino Regular é o enquadramento da Educação Especial, que 
deve ser oferecida pela rede regular de ensino aos portadores de necessidades especiais 
(LDB, 1996). 
 
 
 
1.4 Plano Nacional de Educação 
As origens do Plano Nacional de Educação (PNE) vem desde 1934. Mas 
somente em 1962, surgiu o primeiro PNE, não sob a forma de lei, mas como uma 
iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, aprovada pelo Conselho Federal de 
Educação. 
Esse plano foi objeto de revisões, conforme assinalaria mais tarde a Lei nº 
10.172/2001, primeiro PNE aprovado por lei: era basicamente um conjunto de metas 
quantitativas e qualitativas a serem alcançadas num prazo de oito anos. Em 1965, sofreu 
uma revisão, quando foram introduzidas normas descentralizadoras e estimuladoras da 
elaboração de planos estaduais. Em 1966, uma nova revisão, que se chamou Plano 
Complementar de Educação, introduziu importantes alterações na distribuição dos 
recursos federais, beneficiando a implantação de ginásios orientados para o trabalho e o 
atendimento de analfabetos com mais de dez anos 
A Constituição seguinte, de 1988, previu expressamente o estabelecimento do 
PNE por lei. E, alguns anos depois, a LDB (Lei nº 9.394/1996) dispôs que a União 
deveria elaborar o PNE, em colaboração com os estados, o Distrito Federal e os 
16 
 
municípios e, no prazo de um ano, encaminhá-lo ao Congresso Nacional, com suas 
diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial 
sobre Educação para Todos 
Pela primeira vez, o Plano Nacional de Educação era instituído por lei – a Lei nº 
10.172, de 9 de janeiro de 2001, que vigorou de 2001 a 2010. Com isso, 
responsabilidade jurídica foi gerada e as ações para o alcance das metas passaram a ser 
exigíveis. 
Durante a elaboração do primeiro PNE, as discussões envolveram o governo 
federal, os parlamentares e os “interlocutores prioritários” – União Nacional dos 
Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), Conselho Nacional de Secretários de 
Educação (CONSED) e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação 
(CNTE). 
O processo do segundo PNE seguiu esse padrão de discussão e mobilização. A 
Campanha Nacional pelo Direito à Educação, mais uma vez, constituiu um 
submovimento – o “PNE pra Valer!”. Outros atores ocuparam esse cenário, como o 
movimento Todospela Educação, fundado em 2008, e a Fineduca, Associação Nacional 
de Pesquisa em Financiamento da Educação, fundada em 2011. 
Em suma, diversos segmentos, com velhos e novos atores, frequentemente com 
visões, interesses e propostas distintas e conflitantes, passaram a se preocupar com uma 
participação mais qualificada nos debates e na proposição de políticas educacionais. 
Originalmente, o PNE seria plurianual, mas a Emenda Constitucional (EC) nº 
59/2009 melhor qualificou o papel do PNE, ao estabelecer sua duração como decenal e 
aperfeiçoar seu objetivo: 
 
articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir 
diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção 
e desenvolvimento do ensino, em seus diversos níveis, etapas e modalidades, por meio 
de ações integradas das diferentes esferas federativas 
 
O PNE determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos 
próximos dez anos. O Ministério da Educação divide em três grupos de metas: 
 
17 
 
Primeiro grupo - são metas estruturantes para a garantia do direito à educação 
básica com qualidade, e que assim promovam a garantia do acesso, à universalização do 
ensino obrigatório e à ampliação das oportunidades educacionais. 
Segundo grupo - metas que dizem respeito especificamente à redução das 
desigualdades e à valorização da diversidade, caminhos imprescindíveis para a 
equidade. 
Terceiro grupo – trata da valorização dos profissionais da educação, considerada 
estratégica para que as metas anteriores sejam atingidas 
Quarto grupo – refere-se ao ensino superior. 
 
No ano de 2001, foi aprovado o primeiro PNE, cuja lei foi originada de uma 
pressão social, com forte participação de entidades constituídas por educadores, pais de 
alunos e estudantes, com objetivo de num período de 10 anos, ou seja, de 2001 a 2010, 
dentre outras metas (BATISTA, 2014): 
1) Ensino Fundamental de 9 anos (cumprido); 
2) Atendimento de 50% da população de jovens e adultos sem ensino 
regular(apenas um terço de mais de 29 milhões de jovens e adultos que em 2010 não 
haviam chegado à 4ª. série); 
3) Reduzir a repetência e o abandono em 50%(quanto ao abandono o resultado 
foi positivo, pois caiu de 9,6 para 4,8%. Quanto a reprovação aumentou de 11 para 
12%): 
4) Erradicar o analfabetismo (apenas caiu 3%, passando 13 para 10% da 
população); 
5) Piso salarial e planos de carreira para professores (o piso foi estabelecido 
apenas em 2009. Considerado ainda muito baixo para uma carga horária de 40 horas. 
Alguns Estados já vem cumprindo essa meta, mas ainda encontram barreiras nas 
assembleias estaduais e câmaras municipais); 
6) Aprimorar o sistema de avaliação(Essa meta foi atingida, destacando-se o 
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica-IDEB). 
Em sua edição para o decênio 2011-2020, o PNE traz entre suas diretrizes e 
metas: 
18 
 
 
Fonte: PNE, 2014 
19 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
1.5 A criação e evolução do Ministério da Educação 
 
O Ministério da Educação foi criado em 1930, logo após a chegada de Getúlio 
Vargas ao poder. Com o nome de Ministério da Educação e Saúde Pública, a instituição 
desenvolvia atividades pertinentes a vários ministérios, como saúde, esporte, educação e 
meio ambiente. Até então, os assuntos ligados à educação eram tratados pelo 
Departamento Nacional do Ensino, ligado ao Ministério da Justiça. 
21 
 
Em 1932, um grupo de intelectuais preocupado em elaborar um programa de 
política educacional amplo e integrado lança o Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outros conceituados 
educadores, como Anísio Teixeira. 
O manifesto propunha que o Estado organizasse um plano geral de educação e 
definisse a bandeira de uma escola única, pública, laica, obrigatória e gratuita. Nessa 
época, a igreja era concorrente do Estado na área da educação. 
Foi em 1934, com a nova Constituição Federal, que a educação passa a ser vista 
como um direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos. 
De 1934 a 1945, o então ministro da Educação e Saúde Pública, Gustavo 
Capanema Filho, promove uma gestão marcada pela reforma dos ensinos secundário e 
universitário. Nessa época, o Brasil já implantava as bases da educação nacional. 
Até 1953, foi Ministério da Educação e Saúde. Com a autonomia dada à área da 
saúde, surge o Ministério da Educação e Cultura, com a sigla MEC. 
O sistema educacional brasileiro até 1960 era centralizado e o modelo era 
seguido por todos os estados e municípios. Com a aprovação da primeira Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1961, os órgãos estaduais e municipais 
ganharam mais autonomia, diminuindo a centralização do MEC. 
Em 1985, é criado o Ministério da Cultura. Em 1992, uma lei federal 
transformou o MEC no Ministério da Educação e do Desporto e, somente em 1995, a 
instituição passa a ser responsável apenas pela área da educação. 
Uma nova reforma na educação brasileira foi implantada em 1996. Trata-se da 
mais recente LDB, que trouxe diversas mudanças às leis anteriores, com a inclusão da 
educação infantil (creches e pré-escola). A formação adequada dos profissionais da 
educação básica também foi priorizada com um capítulo específico para tratar do 
assunto. 
Ainda em 1996, o Ministério da Educação criou o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) para 
atender ao Ensino Fundamental. Os recursos para o Fundef vinham das receitas dos 
impostos e das transferências dos estados, do Distrito Federal e dos municípios 
vinculados à educação. 
O Fundef vigorou até 2006, quando foi substituído pelo Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação 
(Fundeb). Agora, toda a educação básica, da creche ao ensino médio, passa a ser 
22 
 
beneficiada com recursos federais. Um compromisso da União com a educação básica, 
que se estenderá até 2020. 
É nessa trajetória de quase 80 anos que o Ministério da Educação busca 
promover ensino de qualidade. Com o lançamento do Plano de Desenvolvimento da 
Educação (PDE), em 2007, o MEC vem reforçar uma visão sistêmica da educação, com 
ações integradas e sem disputas de espaços e financiamentos. No PDE, investir na 
educação básica significa investir na educação profissional e na educação superior. 
A construção dessa unidade só será possível com a participação conjunta da 
sociedade. Com o envolvimento de pais, alunos, professores e gestores, a educação se 
tornará um compromisso e uma conquista de todos. 
O Ministério da Educação, órgão da administração federal direta, tem como área 
de competência os seguintes assuntos: 
I - política nacional de educação; 
II - educação infantil; 
III - educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino médio, 
ensino superior, educação de jovens e adultos, educação profissional, educação 
especial e educação a distância, exceto ensino militar; 
IV - avaliação, informação e pesquisa educacional; 
V - pesquisa e extensão universitária; 
VI - magistério; e 
VII - assistência financeira a famílias carentes para a escolarização de seus filhos 
ou dependentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
UNIDADE II 
 
EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL 
 
2.1 Estrutura e Organização do Ensino no Brasil 
 
Com o desenvolvimento da humanidade, passaram a surgir instituições 
específicas dedicadas ao ensino: as escolas, que, com o tempo, passaram a ser o 
ambiente principal do processo educativo na sociedade, sem queas demais instituições 
sociais, como a família, a igreja e as organizações sociais em geral, deixassem de ter um 
papel muito importante na educação das pessoas. 
Ao conjunto de escolas é dado o nome de Sistema Escolar ou de Ensino, no 
Brasil, tanto pública quanto particular, de diferentes níveis, leigas ou confessionais, 
vinculadas à cultura brasileira, sob as diretrizes constitucionais e leis nacionais e 
intencionalmente visam alcançar objetivos instituídos para a nação brasileira. 
 Para o bom funcionamento desse imenso conjunto de escolas, existe também 
ampla legislação, seguindo da esfera federal, estadual e municipal. Esferas essas que 
contam, também, com suas próprias hierarquias legislativas. 
Como visto anteriormente, o atual Sistema Educacional Brasileiro está 
organizado em Educação Básica e Educação Superior. Este documento irá contemplar e 
detalhar apenas a Educação Básica. 
Quanto às etapas correspondentes aos diferentes momentos constitutivos do 
desenvolvimento educacional, a Educação Básica compreende: 
I – a Educação Infantil, que compreende: a Creche, englobando as diferentes 
etapas do desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) meses; e a 
Pré-Escola, com duração de 2 (dois) anos, a partir dos 4 (quatro) anos. 
II – o Ensino Fundamental, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) 
anos, é organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco) anos iniciais e a dos 
4 (quatro) anos finais; 
III – o Ensino Médio, com duração mínima de 3 (três) anos. 
24 
 
Estas etapas e fases têm previsão de idades próprias, as quais, no entanto, 
são diversas quando se atenta para alguns pontos como atraso na matrícula e/ou 
no percurso escolar, repetência, retenção, retorno de quem havia abandonado os 
estudos, estudantes com deficiência, jovens e adultos sem escolarização ou com 
esta incompleta, habitantes de zonas rurais, indígenas e quilombolas, 
adolescentes em regime de acolhimento ou internação, jovens e adultos em 
situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais. 
 
Ilustrativamente, a Educação Básica é formada: 
 
 
 
 
 
Fonte: crescercomunicando.blogspot 
 
Educação 
Básica 
Educação 
Infantil 
Ensino 
Fundamental 
Ensino 
Médio 
Objetivos da Educação Básica 
 o desenvolvimento do aluno 
 preparação para o exercício da cidadania 
 qualificação para o mercado de trabalho. 
 
25 
 
Um dos grandes objetivos com a criação dessa estrutura foi fazer com que as 
pessoas passassem mais tempo frequentando os bancos escolares, demonstrando que a 
formação básica do cidadão só se daria ao final do Ensino Médio, diferentemente da 
situação que ocorria nas estruturas anteriores a LDB de 1996, o que facilitava a evasão 
entre esses diferentes níveis. 
Administrativamente, a Educação Nacional está dividida entre as três esferas de 
governo: federal, estadual e municipal. Cabe a elas, além de cuidar de seus próprios 
sistemas de ensino, agir de forma coordenada. Na esfera federal, alguns órgãos 
formulam, avaliam e acompanham a política nacional de educação, bem como zelar pela 
qualidade do ensino e velar pelo cumprimento das leis que o regem. O principal órgão é 
o Ministério da Educação - MEC, já visto anteriormente, que tem como principal função 
formular e avaliar a Política Nacional de Educação. Outro órgão federal é o Conselho 
Nacional de Educação – CNE, dividido em 2 câmaras, Câmara de Educação Básica e 
Câmara de Ensino Superior, que deliberam sobre seus respectivos níveis de ensino. 
 
2.2 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica 
 
Neste documento didático-pedagógico, serão apresentadas as novas Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. São estas diretrizes que 
estabelecem a base nacional comum, responsável por orientar a organização, 
articulação, o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as 
redes de ensino brasileiras. 
A necessidade da atualização das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) 
surgiu da constatação de que as várias modificações – como o Ensino Fundamental de 
nove anos e a obrigatoriedade do ensino gratuito dos quatro aos 17 anos de idade – 
deixaram as anteriores defasadas. Estas mudanças ampliaram consideravelmente os 
direitos à educação das nossas crianças e adolescentes e também de todos aqueles que 
não tiveram oportunidade de estudar quando estavam nessa fase da vida. Diante dessa 
nova realidade e em busca de subsídios para a formulação de Novas Diretrizes 
Curriculares Nacionais, a Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de 
Educação promoveu uma série de estudos, debates e audiências públicas, com a 
anuência e participação das entidades representativas dos dirigentes estaduais e 
26 
 
municipais, professores e demais profissionais da educação, instituições de formação de 
professores, mantenedoras do ensino privado e de pesquisadores da área. 
A necessidade de definição de Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a 
Educação Básica surgiu pela emergência da atualização das políticas educacionais que 
consubstanciem o direito de todo brasileiro à formação humana e cidadã e à formação 
profissional, na vivência e convivência em ambiente educativo. As Diretrizes por 
objetivos: 
I – sistematizar os princípios e diretrizes gerais da Educação Básica contidos na 
Constituição, na LDB e demais dispositivos legais, traduzindo-os em orientações 
que contribuam para assegurar a formação básica comum nacional, tendo como 
foco os sujeitos que dão vida ao currículo e à escola; 
II – estimular a reflexão crítica e propositiva que deve subsidiar a formulação, 
execução e avaliação do projeto político-pedagógico da escola de Educação 
Básica; 
III – orientar os cursos de formação inicial e continuada de profissionais – 
docentes, técnicos, funcionários – da Educação Básica, os sistemas educativos 
dos diferentes entes federados e as escolas que os integram, indistintamente da 
rede a que pertençam. 
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica 
visam estabelecer bases comuns nacionais para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, bem como para as modalidades com que podem se 
apresentar, a partir das quais os sistemas federal, estaduais, distrital e municipais, por 
suas competências próprias e complementares, formularão as suas orientações 
assegurando a integração curricular das três etapas sequentes desse nível da 
escolarização, essencialmente para compor um todo orgânico. 
Em relação às atribuições e responsabilidades, no tocante à Educação Básica, é 
relevante destacar que, entre as incumbências prescritas pela LDB aos Estados e ao 
Distrito Federal, está assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o 
Ensino Médio a todos que o demandarem. E ao Distrito Federal e aos Municípios cabe 
oferecer a Educação Infantil em Creches e Pré-Escolas, e, com prioridade, o Ensino 
Fundamental, e à União estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os municípios, competências e diretrizes para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, 
de modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 2010) 
27 
 
Nesse sentido, as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação 
Básica visam estabelecer bases comuns nacionais para a Educação Infantil, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio, bem como para as modalidades com que podem se 
apresentar, a partir das quais os sistemas federal, estaduais, distrital e municipais, por 
suas competências próprias e complementares, formularão as suas orientações 
assegurandoa integração curricular das três etapas sequentes desse nível da 
escolarização, essencialmente para compor um todo orgânico. 
Por exemplo, em relação ao Ensino Fundamental e Médio, a LDB definiu 
princípios e objetivos curriculares gerais para sob os aspectos: 
I – duração: anos, dias letivos e carga horária mínimos; 
II – uma base nacional comum; 
III – uma parte diversificada. 
Entende-se por base nacional comum, na Educação Básica, os conhecimentos, 
saberes e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são 
gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico; no mundo 
do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; 
na produção artística; nas formas diversas e exercício da cidadania; nos movimentos 
sociais, que assim se traduzem: 
I – na Língua Portuguesa; 
II – na Matemática; 
III – no conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, 
especialmente do Brasil, incluindo-se o estudo da História e Cultura Afro-
Brasileira e Indígena, 
IV – na Arte em suas diferentes formas de expressão, incluindo-se a música; 
V – na Educação Física; 
VI – no Ensino Religioso. 
Na organização da matriz curricular, serão observados os critérios: 
I – de organização e programação de todos os tempos (carga horária) e espaços 
curriculares (componentes), em forma de eixos, módulos ou projetos, tanto no 
que se refere à base nacional comum, quanto à parte diversificada, sendo que a 
definição de tais eixos, módulos ou projetos deve resultar de amplo e 
verticalizado debate entre os atores sociais atuantes nas diferentes instâncias 
educativas; 
28 
 
II – de duração mínima anual de 200 (duzentos) dias letivos, com o total de, no 
mínimo, 800 (oitocentas) horas, recomendada a sua ampliação, na perspectiva do 
tempo integral, sabendo-se que as atividades escolares devem ser programadas 
articulada e integradamente, a partir da base nacional comum enriquecida e 
complementada pela parte diversificada, ambas formando um todo; 
III – da interdisciplinaridade e da contextualização, que devem ser constantes 
em todo o currículo, propiciando a interlocução entre os diferentes campos do 
conhecimento e a transversalidade do conhecimento de diferentes disciplinas, 
bem como o estudo e o desenvolvimento de projetos referidos a temas concretos 
da realidade dos estudantes; 
IV – da destinação de, pelo menos, 20% do total da carga horária anual ao 
conjunto de programas e projetos interdisciplinares eletivos criados pela escola, 
previstos no projeto pedagógico, de modo que os sujeitos do Ensino 
Fundamental e Médio possam escolher aqueles com que se identifiquem e que 
lhes permitam melhor lidar com o conhecimento e a experiência. Tais programas 
e projetos devem ser desenvolvidos de modo dinâmico, criativo e flexível, em 
articulação com a comunidade em que a escola esteja inserida; 
V – da abordagem interdisciplinar na organização e gestão do currículo, 
viabilizada pelo trabalho desenvolvido coletivamente, planejado previamente, de 
modo integrado e pactuado com a comunidade educativa; 
VI – de adoção, nos cursos noturnos do Ensino Fundamental e do Médio, da 
metodologia didático-pedagógica pertinente às características dos sujeitos das 
aprendizagens, na maioria trabalhadores, e, se necessário, sendo alterada a 
duração do curso, tendo como referência o mínimo correspondente à base 
nacional comum, de modo que tais cursos não fiquem prejudicados; 
VII – do entendimento de que, na proposta curricular, as características dos 
jovens e adultos trabalhadores das turmas do período noturno devem ser 
consideradas como subsídios importantes para garantir o acesso ao Ensino 
Fundamental e ao Ensino Médio, a permanência e o sucesso nas últimas séries, 
seja em curso de tempo regular, seja em curso na modalidade de Educação de 
Jovens e Adultos, tendo em vista o direito à frequência a uma escola que lhes dê 
uma formação adequada ao desenvolvimento de sua cidadania; 
29 
 
VIII – da oferta de atendimento educacional especializado, complementar ou 
suplementar à formação dos estudantes público-alvo da Educação Especial, 
previsto no projeto político-pedagógico da escola. 
A título de conhecimento e para uma visão inicial do que compõe o documento As 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, estão listados abaixo os 
tópicos abordados, relativos à educação brasileira 
 
 
 
 
 
 
 
Diretrizes 
Curriculares 
Nacionais 
(DCN) 
Ensino 
Fundamental 
de 9 (nove) 
anos 
 Ensino Médio 
Jovens e adultos 
em situação de 
privação de 
liberdade nos 
estabelecimentos 
penais 
 Modalidade 
Educação 
Especial 
Educação do 
Campo 
Educação 
Profissional 
Técnica de Nível 
Médio 
Educação 
Escolar 
Quilombola 
Educação 
Escolar Crianças, 
adolescentes e 
jovens em 
situação de 
itinerância 
 Educação 
Escolar Indígena 
Diretrizes 
Operacionais 
para a EJA 
Revisão das 
DCN para a 
Educação 
Infantil 
30 
 
 
2.2.1 Educação Infantil 
 
A concepção que se tem hoje de infância como uma etapa de nossas vidas 
simplesmente não existia. Essa concepção, esse olhar diferenciado sobre a criança teria 
começado a se formar com o fim da Idade Média, sendo inexistente na sociedade desse 
período: as crianças eram “adultos em miniaturas” à espera de adquirir a estatura 
normal. 
Áries (1978) apud Mathias e Paula (2009) diz que o olhar diferenciado em 
relação a criança não é algo comum na Idade Média, o sentimento de família começa a 
se desenvolver a partir dos séculos XV e XVI, a família em si não existia. O que se 
observa nessa época é a família como algo público, onde a intimidade não era 
preservada. 
A idéia de creche surge na Europa, no final do século XVIII e início do século 
XIX, a com a proposta de guardar crianças de 0 a 3 anos, durante o período de trabalho 
das famílias, ou seja, é uma resposta a uma necessidade que surge com o capitalismo e 
urbanização. No Brasil, é colocado o final do século XIX como data para o surgimento 
das creches. É importante registrar que, nesse período, as instituições que trabalhavam 
com crianças tinham caráter filantrópico. 
A expansão da Educação Infantil tem ocorrido desde o final da década de 1960, 
na Europa e na América e, no Brasil, a partir de 1970. Os principais fatores são: 
crescente urbanização, participação e inserção cada vez maior da mulher no mercado de 
trabalho, luta dos movimentos sociais, nivelamento de oportunidades para reafirmar a 
Teoria de Privação Cultural, entre outros. 
No Brasil, somente na década de 90 que a educação infantil foi reconhecida 
como direito da criança, das famílias, como dever do Estado e como primeira etapa da 
Educação Básica. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 
evidenciou a importância da Educação Infantil, que passou a ser considerada como 
primeira etapa da Educação Básica. Dessa forma, afirma Machado (2005), o trabalho 
pedagógico com a criança de 0 a 5 anos adquiriu reconhecimento e ganhou uma 
dimensão mais ampla no sistema educacional: atender às especificidades do 
desenvolvimento das crianças dessa faixa etária e contribuir para a construção e o 
exercício de sua cidadania. 
31 
 
Existem alguns dispositivos legais que garantem à criança dessa idade a 
apropriação da cultura num espaço socializador, acolhedor e, sobretudo, que respeite 
seu tempo de ser criança, como na legislação vigente Constituição Federal de 1988, 
Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional de nº 9.394 de 1996, que então se constituem objeto deimportante análise, dos 
quais alguns artigos referem-se estas especificidades 
 As instituições que oferecem Educação Infantil, integrantes dos sistemas de 
ensino público, são as creches e as pré-escolas, nas quais o publico divide-se pelo 
critério de faixa etária (zero a três anos na creche e quatro a cinco anos na pré-escola). É 
obrigatória a matrícula na Educação Infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos. As 
vagas em creches e pré-escolas devem ser oferecidas próximas às residências das 
crianças. É considerada Educação Infantil em tempo parcial, a jornada de, no mínimo, 
quatro horas diárias e, em tempo integral, a jornada com duração igual ou superior a 
sete horas diárias, compreendendo o tempo total que a criança permanece na instituição. 
A Educação Infantil tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança até 
5 (cinco) anos de idade, em seus aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual e 
social, complementando a ação da família e da comunidade. 
Dizendo de outro modo, nessa etapa deve-se assumir o cuidado e a educação, 
valorizando a aprendizagem para a conquista da cultura da vida, por meio de atividades 
lúdicas em situações de aprendizagem (jogos e brinquedos), depositando ênfase: 
I – na gestão das emoções; 
II – no desenvolvimento de hábitos higiênicos e alimentares; 
III – na vivência de situações destinadas à organização dos objetos pessoais e 
escolares; 
IV – na vivência de situações de preservação dos recursos da natureza; 
V – no contato com diferentes linguagens representadas, predominantemente, 
por ícones – e não apenas pelo desenvolvimento da prontidão para a leitura e 
escrita –, como potencialidades indispensáveis à formação do interlocutor 
cultural. 
 
32 
 
 
fonte: www.atividadesparaprofessores.com.br 
 
Para efetivação de seus objetivos, as propostas pedagógicas das instituições de 
Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a 
organização de materiais, espaços e tempos que assegurem: (BRASIL, 2010) 
 A educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável 
ao processo educativo; 
 A indivisibilidade das dimensões expressivomotora, afetiva, cognitiva, 
linguística, ética, estética e sociocultural da criança; 
 A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a 
valorização de suas formas de organização; 
 O estabelecimento de uma relação efetiva com a comunidade local e de 
mecanismos que garantam a gestão democrática e a consideração dos saberes da 
comunidade; 
 O reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e 
coletivas das crianças, promovendo interações entre crianças de mesma idade e 
crianças de diferentes idades; 
 Os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e 
externos às salas de referência das turmas e à instituição; 
 A acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as 
crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas 
habilidades/ superdotação; 
 A apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos 
indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus e de outros países da América. 
 
33 
 
As práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação 
Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira e garantir 
experiências que: 
 Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de 
experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação 
ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; 
 Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo 
domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, 
plástica, dramática e musical; 
 Possibilitem às crianças experiências de narrativas, de apreciação e interação 
com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e gêneros 
textuais orais e escritos; 
 Recriem, em contextos significativos para as crianças, relações quantitativas, 
medidas, formas e orientações espaço temporais; 
 Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e 
coletivas; 
 Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da 
autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e 
bem-estar; Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos 
culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e 
conhecimento da diversidade; 
 Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a 
indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, 
ao tempo e à natureza; 
 Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas 
manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, 
teatro, poesia e literatura; 
 Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da 
biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não 
desperdício dos recursos naturais; 
 Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e 
tradições culturais brasileiras; 
 Possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas 
fotográficas, e outros recursos tecnológicos e midiáticos. 
34 
 
 
Fonte: www.novaescola.com.br 
 
2.2.2 Ensino Fundamental 
 
De acordo com as DCN, o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos tem duas fases 
com características próprias, chamadas de: anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, 
em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 
(quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. A carga horária 
mínima anual do Ensino Fundamental regular será de 800 (oitocentas) horas relógio, 
distribuídas em, pelo menos, 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar. 
O Ensino Fundamental é de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 
6 (seis) anos completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer matrícula, 
conforme estabelecido pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) no Parecer 
CNE/CEB nº 22/2009 e Resolução CNE/CEB nº 1/2010. Conforme o Parecer 
CNE/CEB nº 6/2005, a ampliação do Ensino Fundamental obrigatório a partir dos 6 
(seis) anos de idade requer de todas as escolas e de todos os educadores compromisso 
com a elaboração de um novo projeto político-pedagógico, bem como para o 
consequente redimensionamento da Educação Infantil. 
Respeitadas as marcas singulares antropoculturais que as crianças de diferentes 
contextos adquirem, os objetivos da formação básica, definidos para a Educação 
Infantil, prolongam-se durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, de tal modo que 
os aspectos físico, afetivo, psicológico, intelectual e social sejam priorizados na sua 
formação, complementando a ação da família e da comunidade e, ao mesmo tempo, 
ampliando e intensificando, gradativamente, o processo educativo com qualidade social, 
mediante: 
I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o 
pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; 
35 
 
II – foco central na alfabetização, ao longo dos três primeiros anos, conforme 
estabelece o Parecer CNE/CEB nº4/2008, de 20 de fevereiro de 2008, que 
apresenta orientação sobre os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove 
anos; 
III – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
economia, da tecnologia, das artes e da cultura dos direitos humanos e dos 
valores em que se fundamenta a sociedade; 
IV – o desenvolvimentoda capacidade de aprendizagem, tendo em vista a 
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; 
V – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana 
e de respeito recíproco em que se assenta a vida social. 
 
Como medidas de caráter operacional, impõe-se a adoção: 
I – de programa de preparação dos profissionais da educação, particularmente 
dos gestores, técnicos e professores; 
II – de trabalho pedagógico desenvolvido por equipes interdisciplinares e 
multiprofissionais; 
III – de programas de incentivo ao compromisso dos profissionais da educação 
com os estudantes e com sua aprendizagem, de tal modo que se tornem sujeitos 
nesse processo; 
IV – de projetos desenvolvidos em aliança com a comunidade, cujas atividades 
colaborem para a superação de conflitos nas escolas, orientados por objetivos 
claros e tangíveis, além de diferentes estratégias de intervenção; 
V – de abertura de escolas além do horário regular de aulas, oferecendo aos 
estudantes local seguro para a prática de atividades esportivo-recreativas e 
socioculturais, além de reforço escolar; 
VI – de espaços físicos da escola adequados aos diversos ambientes destinados 
às várias atividades, entre elas a de experimentação e práticas botânicas; 
VII – de acessibilidade arquitetônica, nos mobiliários, nos recursos didático-
pedagógicos, nas comunicações e informações. 
Nessa perspectiva, no geral, é tarefa da escola, palco de interações, e, no 
particular, é responsabilidade do professor, apoiado pelos demais profissionais 
da educação, criar situações que provoquem nos estudantes a necessidade e o 
desejo de pesquisar e experimentar situações de aprendizagem como conquista 
36 
 
individual e coletiva, a partir do contexto particular e local, em elo com o geral e 
transnacional. 
Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim 
organizados em relação às áreas de conhecimento: 
I – Linguagens: 
a) Língua Portuguesa 
b) Língua materna, para populações indígenas 
c) Língua Estrangeira moderna 
d) Arte 
e) Educação Física 
II – Matemática 
III – Ciências da Natureza 
IV – Ciências Humanas: 
a) História 
b) Geografia 
V – Ensino Religioso 
Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: 
a) a alfabetização e o letramento; 
b) o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado 
da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim 
como o aprendizado da Matemática, de Ciências, de História e de Geografia; 
c) a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo 
de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental 
como um todo, e, particularmente, na passagem do primeiro para o segundo ano de 
escolaridade e deste para o terceiro. 
2.2.3 Ensino Médio 
 
O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica, podendo ocorrer, com a 
duração mínima é de 3 (três) anos, com carga horária mínima total de 2.400 (duas mil e 
quatrocentas) horas, tendo como referência uma carga horária anual de 800 (oitocentas) 
horas, distribuídas em pelo menos 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar; 
37 
 
Os princípios e as finalidades que orientam o Ensino Médio, para adolescentes 
em idade de 15 (quinze) a 17 (dezessete), preveem, como preparação para a conclusão 
do processo formativo da Educação Básica: 
I – a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino 
Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; 
II – a preparação básica para o trabalho, tomado este como princípio educativo, 
e para a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz 
de enfrentar novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; 
III – o aprimoramento do estudante como um ser de direitos, pessoa humana, 
incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do 
pensamento crítico; 
IV – a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes na 
sociedade contemporânea, relacionando a teoria com a prática. 
 
Deste modo, essa etapa do processo de escolarização se constitui em responsável 
pela terminalidade do processo formativo do estudante da Educação Básica, e, 
conjuntamente, pela preparação básica para o trabalho e para a cidadania, e pela 
prontidão para o exercício da autonomia intelectual. 
Na perspectiva de reduzir a distância entre as atividades escolares e as práticas 
sociais, o Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual podem se assentar 
possibilidades diversas: no trabalho, como preparação geral ou, facultativamente, para 
profissões técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação científica e tecnológica; 
nas artes e na cultura, como ampliação da formação cultural. Assim, o currículo do 
Ensino Médio deve organizar-se de modo a assegurar a integração entre os seus sujeitos, 
o trabalho, a ciência, a tecnologia e a cultura, tendo o trabalho como princípio 
educativo, processualmente conduzido desde a Educação Infantil. 
A organização da base nacional comum e da parte diversificada no currículo do 
Ensino Médio tem sua base na legislação, que apresentam elementos fundamentais para 
subsidiar diversos formatos possíveis. Cada escola/rede de ensino pode e deve buscar o 
diferencial que atenda as necessidades e características sociais, culturais, econômicas e 
a diversidade e os variados interesses e expectativas dos estudantes, possibilitando 
formatos diversos na organização curricular do Ensino Médio, garantindo sempre a 
simultaneidade das dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura. 
38 
 
A base nacional comum é complementada em cada sistema de ensino e em cada 
estabelecimento escolar por uma parte diversificada. Esta enriquece aquela, planejada 
segundo estudo das características regionais e locais da sociedade, da cultura, da 
economia e da comunidade escolar, perpassando todos os tempos e espaços curriculares 
constituintes do Ensino Médio, independentemente do ciclo da vida no qual os sujeitos 
tenham acesso à escola. 
Os conteúdos sistematizados que fazem parte do currículo são denominados 
componentes curriculares, os quais, por sua vez, se articulam com as áreas de 
conhecimento, a saber: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências 
Humanas. 
Os componentes definidos pela LDB como obrigatórios são: 
I – o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo 
físico e natural 
e da realidade social e política, especialmente do Brasil; 
II – o ensino da Arte, especialmente em suas expressões regionais, de forma a 
promover o desenvolvimento cultural dos estudantes, com a Música como seu conteúdo 
obrigatório, mas não exclusivo; 
III – a Educação Física, integrada à proposta pedagógica da instituição de 
ensino, sendo sua prática facultativa ao estudante nos casos previstos em Lei; 
IV – o ensino da História do Brasil, que leva em conta as contribuições das 
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das 
matrizes indígena, africana e européia; 
V – o estudo da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena, no âmbito de todo 
o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história 
brasileiras; 
VI – a Filosofia e a Sociologia em todos os anos do curso; 
VII – uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, escolhida pela 
comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da 
instituição. 
Em termos operacionais, os componentes curriculares obrigatórios decorrentes 
da LDB que integram as áreas de conhecimentosão os referentes a: 
I – Linguagens: 
a) Língua Portuguesa. 
b) Língua Materna, para populações indígenas. 
39 
 
c) Língua Estrangeira moderna. 
d) Arte, em suas diferentes linguagens: cênicas, plásticas e, 
obrigatoriamente, a musical. 
 e) Educação Física. 
 II – Matemática. 
III – Ciências da Natureza: 
a) Biologia; 
b) Física; 
c) Química. 
 III – Ciências Humanas: 
a) História; 
b) Geografia; 
c) Filosofia; 
d) Sociologia. 
 Em decorrência de legislação específica, são obrigatórios: 
I – Língua Espanhola, de oferta obrigatória pelas unidades escolares, embora 
facultativa para o estudante (Lei nº 11.161/2005). 
II – Tratados transversal e integradamente, permeando todo o currículo, no 
âmbito dos demais componentes curriculares: 
a) a educação alimentar e nutricional (Lei nº 11.947/2009, que dispõe sobre o 
atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos 
alunos da Educação Básica, altera outras leis e dá outras providências); 
b) o processo de envelhecimento, o respeito e a valorização do idoso, de forma a 
eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria (Lei nº 10.741/2003: 
Estatuto do Idoso); 
c) a Educação Ambiental (Lei nº 9.795/99: Política Nacional de Educação 
Ambiental); 
d) a educação para o trânsito (Lei nº 9.503/97: Código de Trânsito Brasileiro). 
e) a educação em direitos humanos (Decreto nº 7.037/2009: Programa Nacional 
de Direitos Humanos – PNDH). 
 
 
 
 
40 
 
 
Fonte: muitochique.com 
 
 
2.4 Modalidades da Educação Básica 
 
Pode ser compreendida como uma modalidade na medida em que possui um 
modo próprio de fazer educação nos níveis da Educação Básica e Superior e em sua 
articulação com outras modalidades educacionais. 
Na oferta de cada etapa pode corresponder uma ou mais modalidades de ensino: 
Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Profissional e 
Tecnológica, Educação Básica do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação 
Escolar Quilombola e Educação a Distância. 
 
2.3.1 Educação de Jovens e Adultos 
 
A instituição da Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem sido considerada 
como instância em que o Brasil procura saldar uma dívida social que tem para com o 
cidadão que não estudou na idade própria. Destina-se, portanto, aos que se situam na 
faixa etária superior à considerada própria, no nível de conclusão do Ensino 
Fundamental e do Ensino Médio. 
O inciso I do artigo 208 da Constituição Federal determina que o dever do 
Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia de Ensino Fundamental 
41 
 
obrigatório e gratuito, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ele 
não tiverem acesso na idade própria. 
Este mandamento constitucional é reiterado pela LDB, no inciso I do seu artigo 
4º, sendo que, o artigo 37 traduz os fundamentos da EJA ao atribuir ao poder público a 
responsabilidade de estimular e viabilizar o acesso e a permanência do trabalhador na 
escola, mediante ações integradas e complementares entre si, mediante oferta de cursos 
gratuitos aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, 
proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as 
características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante 
cursos e exames. Esta responsabilidade deve ser prevista pelos sistemas educativos e 
por eles deve ser assumida, no âmbito da atuação de cada sistema, observado o regime 
de colaboração e da ação redistributiva, definidos legalmente 
Na organização curricular dessa modalidade da Educação Básica, a mesma lei 
prevê que os sistemas de ensino devem oferecer cursos e exames supletivos, que 
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de 
estudos em caráter regular. 
Entretanto, prescreve que, preferencialmente, os jovens e adultos tenham a 
oportunidade de desenvolver a Educação Profissional articulada com a Educação 
Básica. 
 Cabe a cada sistema de ensino definir a estrutura e a duração dos cursos da 
Educação de Jovens e Adultos, respeitadas as Diretrizes Curriculares Nacionais, a 
identidade dessa modalidade de educação e o regime de colaboração entre os entes 
federativos. 
Quanto aos exames supletivos, a idade mínima para a inscrição e realização de 
exames de conclusão do Ensino Fundamental é de 15 (quinze) anos completos, e para os 
de conclusão do Ensino Médio é a de 18 (dezoito) anos completos. Para a aplicação 
desses exames, o órgão normativo dos sistemas de educação deve manifestar-se 
previamente, além de acompanhar os seus resultados. A certificação do conhecimento e 
das experiências avaliados por meio de exames para verificação de competências e 
habilidades é objeto de diretrizes específicas a serem emitidas pelo órgão normativo 
competente, tendo em vista a complexidade, a singularidade e a diversidade contextual 
dos sujeitos a que se destinam tais exames. 
 
42 
 
2.3.2 Educação Especial 
 
A Educação Especial é uma modalidade de ensino transversal a todas etapas e 
outras modalidades, como parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no 
projeto políticopedagógico da unidade escolar. 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, cabendo às 
escolas organizar-se para seu atendimento, garantindo as condições para uma educação 
de qualidade para todos, devendo considerar suas necessidades educacionais 
específicas, pautando-se em princípios éticos, políticos e estéticos, para assegurar: 
I – a dignidade humana e a observância do direito de cada estudante de realizar 
seus projetos e estudo, de trabalho e de inserção na vida social, com autonomia e 
independência; 
II – a busca da identidade própria de cada estudante, o reconhecimento e a 
valorização das diferenças e potencialidades, o atendimento às necessidades 
educacionais no processo de ensino e aprendizagem, como base para a 
constituição e ampliação de valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e 
competências; 
III – o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de 
participação social, política e econômica e sua ampliação, mediante o 
cumprimento de seus deveres e o usufruto de seus direitos. 
Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar as 
seguintes orientações fundamentais: 
I – o pleno acesso e efetiva participação dos estudantes no ensino regular; 
II – a oferta do atendimento educacional especializado (AEE); 
III – a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de 
práticas educacionais inclusivas; 
IV – a participação da comunidade escolar; 
V – a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos 
mobiliários e equipamentos e nos transportes; 
VI – a articulação das políticas públicas intersetoriais. 
 
 
 
43 
 
 
2.3.4 Educação Profissional e Tecnológica 
 
A EPT na Educação Básica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e 
continuada ou qualificação profissional, e nos de Educação Profissional Técnica de 
nível médio ou, ainda, na Educação Superior, conforme o § 2º do artigo 39 da LDB: 
 
A Educação Profissional e Tecnológica abrangerá os seguintes cursos: 
I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; 
 II – de Educação Profissional Técnica de nível médio; 
III – de Educação Profissional Tecnológica de graduação e pós-graduação. 
 
A Educação Profissional Técnica de nível médio, nos termos do artigo 36-B da 
mesma Lei, é desenvolvida nas seguintes formas: 
 
I – articulada