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Fundamentos Filosóficos da Educação ( capitulo I )

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Resumo do livro
Fundamentos Filosóficos da Educação
José Antônio Vasconcelos
Editora Intersaberes – 2012
P/ José Roberto Pinto
robertobrj@gmail.com
Capitulo I
A filosofia e a busca da verdade
- A filosofia consiste em questionar as coisas e o mundo em geral, em particular, no nosso caso, questionar/reflexionar às praticas pedagógicas e o processo ensino/aprendizagem.
– O pensamento grego antigo
A filosofia é tão velha quanto a humanidade. 
A reflexão filosófica do “como e o porquê” permeava o pensamento filosófico, entre muitos povos antigos, as especulações filosóficas estavam tão misturadas às narrativas religiosas, que impossível era separar uma coisa da outra.
A filosofia que buscava pensar a experiência humana de modo distinto do pensamento mítico, surgiu primeiramente entre os antigos gregos.
Nesse período clássico, os filósofos se ocupavam do estudo das dimensões ética e política da vida humana.
Uma das questões mais importantes desse período era o problema da “verdade”.
Os Sofistas, grupos de pensadores, concluíram que a verdade não existe, deveríamos nos ater ao domínio da opinião, que seria o máximo que nossa inteligência poderia alcançar, entendendo que o conhecimento humano é sempre duvidoso; parcial e subjetivo.
A esse respeito os Sofistas diziam: se não podemos ter certeza das coisas, então não podemos afirmar absolutamente nada, pois tudo se torna uma questão de ponto de vista, e, inexoravelmente, mergulhamos no mais completo relativismo moral.
Diante desse dilema, muitos filósofos tentaram repensar o problema do conhecimento verdadeiro. Encontrar o fundamento da verdade, significaria encontrar o princípio norteador de toda a ação moral.
Assim, Sócrates, verificou ser possível, pela razão, ser capaz de alcançar a verdade, mas o discurso humano é tão controverso e ambíguo que nos vela a verdade. A dificuldade de se conhecer a verdade estaria não na verdade em si, mas no método para obtê-la.
A esse respeito, Sócrates não nos deixou nada escrito, seus princípios, posteriormente, foram desenvolvidos por Platão e Aristóteles. Cada um, deu solução diferente ao problema da verdade.
Para Platão, o conhecimento se baseia na distinção entre duas ordem de seres: as ideias e as coisas. Assim, as coisas, são tudo aquilo que podemos perceber pelos sentidos, e estão sempre mudando. Já as ideias, são imutáveis, e o puro pensamento nos permite acesso a elas.
No pensamento platônico, as ideias, sendo eternas, necessariamente, são superiores às coisas, que são transitórias. Nesse pensamento, o homem resulta da união de dois elementos heterogênicos: a alma e o corpo material.
A alma, imaterial, é de mesma natureza das ideias, ao contrário do corpo, que é mortal e não pode aspirar ao conhecimento das verdades eternas existente no mundo das ideias.
Assim, na teoria platônica, a alma intelectiva é o que há de mais nobre no ser humano, ele se eleva à medida que desenvolve seu intelecto; ao contrário da alma, o corpo é atraído pelas coisas materiais de ordem inferior do ser, para sermos virtuosos, a razão deve prevalecer mesmo contrariando os impulsos corpóreos.
Outro filósofo grego, Aristóteles, tal como Platão, entende o ser humano dotado de dois elementos: alma e corpo. Entretanto, Aristóteles não aceita e existência do mundo das ideias. Para ele, a realidade é exatamente aquilo que conhecemos por meio dos sentidos, e as ideias só existem na mente humana e não num mundo separado e superior ao nosso.
Assim, a filosofia aristotélica assume um caráter menos idealista do que a platônica. Ao rejeitá-la, Aristóteles arrisca-se a admitir que nada é permanente, uma vez que as coisas estão em perpétua mudança.
Pensando assim, como formar ideias gerais se o conhecimento vem dos sentidos, e estes, nos apresentam unicamente coisas particulares? 
Tal questão, conduziu Aristóteles afirmar que as coisas, mesmo sendo particulares, possuem uma essência universal. Desse modo, compreende-se os seres humanos como seres singulares, com algo em comum: sua humanidade.
A finitude humana sucumbe à humanidade que é comum a todos e permanece a mesma. Portanto, adquirir ideias significa conhecer a essência, aquilo que permanece diante das mudanças.
Na concepção aristotélica, alam e corpo mantém vínculo de dependência recíproca, para existir, um depende do outro. Tal dependência conduz o homem, na razão do possível, satisfazer corpo e alma para encontrar a felicidade.
Assim, a vida virtuosa não é a recusa dos prazeres corpóreos, mas a moderação, e a contenção dos excessos.
Por fim, pode-se dizer que Platão e Aristóteles, a busca do equilíbrio físico e mental, incentivaram outros povos, em contextos distintos, vivenciar desafios que esses filósofos se quer poderiam sonhar existir.
– O pensamento medieval
Durante a Idade Média, no ocidente, a filosofia se ocupou de muitos problemas, quais sejam: O que é o ser? ; Qual a natureza do pensamento? ; Qual é o sentido da vida? ; Qual é o fundamento dos valores? ; O que é liberdade? ; O que é política?.
A cultura medieval, de certo modo, sofreu influência do cristianismo, cultura ignorada pelos gregos, e em muitos aspectos foi um entrave ao livre pensamento filosófico. Muitos pensadores desse período foram condenados por conceber ideias contrarias à fé cristã. 
A despeito disso, a relação entre religião e filosofia resultou em pensamentos originais, um deles, diz respeito à relação entre a razão humana e o conhecimento da verdade. 
Para os gregos, a razão é o que de mais nobre existe no ser humano, pois nos distingue dos animais. É por ela que podemos alcançar a verdade. Já para o cristianismo, a verdade não é algo, mas alguém: Deus.
Desse modo a filosofia cristã inverte a questão originalmente proposta pelos gregos, e diz: se a razão estiver deformada pelo pecado, a ela não é possível conhecer a verdade.
Na perspectiva cristã, a verdade só pode ser conhecida por meio da fé. Desse conflito, fé e razão, emergiram os principais problemas filosóficos da Idade Média. Por conta disso, um dos grandes desafios da filosofia cristã era aceitar o pensamento aristotélico, pois até o fim do século XII, o filósofo grego era desconhecido no Ocidente.
Mesmo assim, muitos pensadores islâmicos conheciam o pensamento aristotélico, e também faziam interpretações ousadas do ponto de vista religioso. Alguns diziam que Aristóteles concebia o mundo como eterno e a alma humana como mortal.
Na concepção filosófica cristã, Deus criou o mundo, portanto não é eterno; e a alma sobrevém ao corpo, portanto, imortal. Assim, as ideias de Aristóteles eram perigosas às autoridades religiosas que procuravam evitá-las.
Mas, alguns intelectuais da época, acreditavam ser possível conciliar fé cristã com a filosofia aristotélica. E Tomás de Aquino procurou provar que as questões propostas por Aristóteles não eram os pontos mais controversos à fé cristã, esses foram propostos por seus comentadores islâmicos.
Para Tomás de Aquino, a filosofia aristotélica é bastante útil nas discussões com os que não são cristãos e que não aceitam a verdade bíblica como definitiva.
– O pensamento moderno
No início da Idade Moderna, a igreja não exercia papel tão acentuado na cultura ocidental. Assim, muitos filósofos voltaram a valorizar a razão, como via segura de acesso ao conhecimento da verdade.
Porém, havia uma questão, a de que o cristianismo havia questionado seriamente o alcance da razão humana, e os filósofos não podiam ignorar tal fato. Por isso é que a filosofia moderna tomou como principal fundamento a questão do conhecimento.
Nesse sentido, identifica-se duas grandes correntes de pensamento: o racionalismo e o empirismo. Aquele, diz que todo conhecimento verdadeiro deriva da pura razão. Este, o que há de verdadeiro na mente humana deve ter passado primeiramente pela experiência.
O racionalismo privilegia o método dedutivo, enquanto o empirismo, o método indutivo. No método dedutivo, parte-se de enunciadosgerais para se chegar a conclusões de caráter particular. Já no método indutivo, a partir de experiências particulares, pode-se alcançar conhecimentos mais amplos.
René Descartes, foi um dos filósofos mais influentes do racionalismo. Para ele, o corpo e a alma seriam duas substâncias absolutamente distintas e independentes, o eu se identifica com a alma, mas não com o corpo.
Afirmava que se para pensarmos não necessitamos de nada material, é porque o conhecimento da verdade não depende dos sentidos. Assim, as ideias humanas são inatas, já nascem conosco e só se manifestam à medida que vamos desenvolvendo o intelecto.
Oposto à Descartes, os empiristas não aceitavam a teoria das ideias inatas. Francis Bacon, filósofo empirista da idade moderna, enfatiza a importância de coletarmos informações pela experiência para só então submetê-la à razão. Ele acreditava na existência de obstáculos que impediam a razão de alcançar a verdade. 
Tais obstáculos, seriam os nossos preconceitos, segundo o filósofo, basicamente, existem quatro tipos de preconceitos: o que tomamos como verdadeiro tudo o que nossos sentidos nos apresentam; o que aceitamos verdades passadas pela educação; quando confiamos demais no prestigio e na autoridade de quem nos afirma alguma coisa, e finalmente, o entendimento equivocado do sentido das palavras e das expressões da linguagem.
Assim, para Bacon, o preconceito deve ser entendido não no sentido somente moral, mas como ideia preconcebida, tudo aquilo que achamos ou imaginamos antes de confrontar a realidade dos fatos. Os preconceitos, embora dificultem o conhecimento da verdade, não representam obstáculos a ela; verificar as informações recebidas nos faz alcançar um conhecimento seguro da realidade.
Pode-se dizer que o empirismo é um posicionamento crítico em relação ao racionalismo. As especulações filosóficas da Idade moderna foram contextuais e reflexo das mudanças ocorridas na época tanto no campo da cultura quanto no da ciência.
A ciência moderna buscava estabelecer leis gerais a partir de experiências particulares. Mas o empirismo e o racionalismo explicam, cada um a sua moda, apenas parte da realidade. Para o empirismo, o conhecimento provem só da experiência e, como ela é sempre particular, o conhecimento não pode ter caráter universal.
O racionalismo, por sua vez, afirma que o conhecimento deriva da pura razão, e é ela que garante a universalidade do conhecimento, porém, nega que a experiência possa fundamentar o conhecimento.
Assim, a questão que perturbava o pensamento moderno era o seguinte: como o conhecimento científico pode ser universal ( tese racionalista) e ao mesmo tempo proveniente da experiência ( tese empirista), se empirismo e racionalismo são posições filosóficas dicotômicas?
A solução desse impasse vem com o pensamento de Immanuel Kant. Para ele, o conhecimento envolve sempre dois elementos: o sujeito ( aquele que conhece) e o objeto ( aquilo que é conhecido. Segundo Kent, os racionalista acreditavam que o conhecimento deriva da pura ação do sujeito, independentemente do objeto. Os empiristas, por sua vez, achavam que o conhecimento decorre do puro objeto, como se o sujeito fosse passivo nesse processo.
A partir desse confronto, Kent postula que o conhecimento é resultado não só do sujeito, nem só do objeto, mas da ação combinada de ambos. É a ação do sujeito que permite conferir universalidade ao conhecimento, mas é a experiência que o mantém sempre renovado.
A solução Kantiana para o problema do conhecimento não é definitiva. Ela suscita pensar: se o sujeito exerce influencia no ato de conhecer é porque o constrói como objeto de conhecimento. Tal fato deixa o pensador próximo de negar a necessidade do objeto.
A esse caso, outros filósofos deram origem ao idealismo, e , posteriormente, Johann Gottlieb Fichte e Georg Wilhelm Friedrich Hegel, este último, influenciou Karl Marx que junto com Ludwig Feuerbach deu origem a corrente chamada Materialismo.
Assim, o pensamento filosófico foi acentuando o pluralismo das respectivas filosofias vivenciadas em contexto histórico-social particulares, com destaque para Platão e Aristóteles, que na Grécia, o interesse por questões éticas e políticas se notabilizaram. Já no período Medieval, especulava-se sobre o conhecimento que estava subordinado à fé cristã. E na filosofia moderna, a teoria do conhecimento procurava resgatar a legitimidade da razão, constituindo-se a partir de uma critica que a razão faz de si mesma.
Por fim, as principais correntes de pensamento no mundo moderno foram: o racionalismo, que afirmava a primazia da razão; e o empirismo, que afirmava a primazia da experiência para o conhecimento humano.
Fechando a passagem da época moderna para contemporânea, Kant, sintetiza os pensamentos do mundo moderno, firmando que o conhecimento provém de uma ação combinada do sujeito e do objeto.

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