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UNICID Universidade Cidade de São Paulo AP_II Desenvolvimento da AP_II – Unidade II Zygmunt Bauman Riberto Vieira da Silva RGM: 15359701 Polo: Tatuapé São Paulo 2016 No livro, Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos, Zygmunt Bauman, analisa os relacionamentos humanos sob a luz do “espírito da época”, o pós-modernismo, ao qual ele chama de “modernismo líquido”. Segundo ele, em nosso mundo de furiosa “individualização”, os relacionamentos sãos bênçãos ambíguas. Oscilam entre pesadelo e sonho, e não há como determinar quando um se transforma no outro. Na maioria das vezes esses dois avatares coabitam, embora em diferentes níveis de consciência. No líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos talvez sejam representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profundamente sentidos da ambivalência. É, por isso, que segundo Bauman, “podemos garantir que se encontram tão firmemente no cerne das atenções dos modernos e líquidos indivíduos-por-decreto, e no topo de sua agenda existencial”.[1: BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge ZaharEd., 2004.] Os relacionamentos são os exemplos mais ilustrativos da mudança de paradigma que Bauman quer nos mostrar com a figura da “liquidez” no Pós-Modernismo. Chamamos aqui de Pós-modernismo, mas para alguns teóricos, como Giddens, Estágio final da Modernidade, ou, segundo Beck, Estágio da Modernidade, e, ou como Balandier, Supra moderno, também são outras designações para a modernidade tardia que estamos passando. Para Bauman, a Modernidade Líquida é o contraposto da Modernidade. Na Modernidade em sua meta narrativa, otimismo pelo progresso e sua racionalidade era, em essência, propostas “sólidas” como resposta à humanidade. Todavia, fracassou, pois foi atropelada pela história. Diante da falta de respostas as questões importantes para vida humana, às duas Grandes Guerras Mundiais e a “vitória” do capitalismo, isso levou a humanidade a uma encruzilhada existencial. A resposta da sociedade para encontrar-se novamente foi um contraposto, um novo paradigma à “solidez do Modernismo”. Em vez de metas narrativas, não há verdade absoluta, ou melhor, há sim um pluralismo de verdades. Em vez de otimismo pelo progresso humano, um pessimismo pelo futuro. Em vez das certezas e da continuidade vivemos num tempo de constantes mudanças, nada é consistente o bastante para tornar-se “sólido”. O relativismo, a obsolescência dos produtos e a insegurança influenciam a instabilidade dos relacionamentos amorosos que se tornaram mais frágeis e efêmeros. Elementos como o trabalho e o conhecimento, que estruturavam nossa vida em longo prazo e davam sentido à vida social, não têm mais a mesma centralidade.[2: Material Didático, Zymunt Bauman, Unidade II – UNICID – 2016, pág. 10.] Os compromissos para o ser humano na modernidade liquida são de curto prazo, servem até o desejo ser satisfeito, depois são descartados, como consumidores, os indivíduos da liquida modernidade, se satisfazem e se saturam tão rápidos para depois continuarem comprando. Há uma preocupação em demasiado com a imagem, um culto a celebridades. Há um endividamento geral sem preocupação com a estabilidade, o que importa é o “aqui e agora”, o prazer imediato. As verdades são relativas, são utilitárias ao grupo que se está. O que é verdade não importa mais, mas a verdade que cada um tem. Tudo é “líquido”, adaptável, efêmero, nada é feito para durar.
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