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UNIVERSIDADE PAULISTA Curso de Biomedicina - ICS Andréa Ferreira de Souza Caroline Cristina Slepicka Jaqueline Dantas Souza Tayna Mayara Machado da Silva Vanessa Torres da Silva APS IMUNOLOGIA BÁSICA: TOXOPLASMOSE São Paulo 2015 Andréa Ferreira de Sousa – RA: C27BCG2 Caroline Cristina Slepicka – RA: C194EH7 Jaqueline Dantas Souza – RA: B797AD8 Tayna Mayara Machado da Silva – RA: C132FE4 Vanessa Torres da Silva – RA: C231355 APS IMUNOLOGIA BÁSICA: TOXOPLASMOSE APS – Atividade pratica supervisionada apresentada pelas acadêmicas: Andréa, Caroline, Jaqueline, Tayna e Vanessa, como exigência do curso de Biomedicina da faculdade UNIP - Universidade Paulista, sob orientação do Professor MSc. Giovani Bravin Peres. São Paulo 2015 SUMÁRIO 1. RESUMO.................................................................................................................5 2. ABSTRACT……………............................................................................................6 2. INTRODUÇÃO.........................................................................................................7 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO………………………………………………………………..7 2.2 TRANSMISSÃO………………………………………………………………………..8 2.3 CONTAMINAÇÃO……………………………………………………………………...8 2.4 DIANOSTICO…………………………………………………………………………...8 3. TOXOPLASMOSE CONGENITA...........................................................................10 3.1 RISCO DE TRANSMISSÃO.................................................................................10 3.2 PATOGENIA E PATOLOGIA...............................................................................10 3.3 SINTOMAS...........................................................................................................11 3.4 TRATAMENTO.....................................................................................................11 3.5 PROFILAXIA........................................................................................................12 4. CORRELAÇÃO DOS SINTOMAS DA TOXOPLASMOSE EM PACIENTES IMUNODEPRIMIDOS.................................................................................................13 5. PRINCIPAIS MÉTODOS SOROLÓGICOS NO DIAGNOSTICO DA TOXOPLASMOSE…………………………………………………………………………15 5.1 IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA.................................................................15 5.1.2 MÉTODO DE ELISA..........................................................................................16 5.1.3 TESTE DE AVIDEZ IgG....................................................................................16 5.2 MARCADORES SOROLOGICOS COM AS FASES DA DOENÇA.....................17 5.2.1 IMUNOGLOBULINA M......................................................................................17 5.2.2 IMUNOGLOBULINA A.......................................................................................18 5.2.3 IMUNOGLOBULINA E.......................................................................................18 5.2.4 IMUNOGLOBULINA G......................................................................................18 6. OUTROS MÉTODOS SOROLÓGICOS QUE FACILITAM O DIAGNOSTICO DA TOXOPLASMOSE…………………………………………………………………………20 7. CONCLUSÃO.........................................................................................................22 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................23 1. RESUMO A doença causada pelo Toxoplasma gondii é considerada uma zoonose que pode ser congênita ou adquirida. A forma congênita é transmitida verticalmente quando a gestante entra em contato com fezes de gato ou se contamina com cistos que podem ser transmitidos através da sua ingestão por água ou alimentos contaminados. O parasito atravessa a barreira placentária e infecta o feto diretamente. Por isso com as gestantes deve- se ter um cuidado muito maior. A forma adquirida pode ser obtida por transfusão de sangue, transplante de órgãos e por ingestão de água e alimentos contaminados. Dentre os exames utilizados na rotina para detecção do parasita e diagnóstico destacam-se os parasitológicos, hemograma, sorologia indireta e alguns que usam marcadores de imunoglobulinas. Cada imunoglobulina reage diferente conforme o grau da infecção da doença, umas aparecem no começo enquanto outras não. PALAVRAS-CHAVE: sorologia, Toxoplasma. ABSTRACT The disease caused by Toxoplasma gondii is considered a zoonosis that can be congenital or acquired. The congenital form is transmitted vertically when a pregnant woman is in indirect contact with cat feces or is contaminated with cysts that can be transmitted through ingestion of contaminated water or food. The parasites can cross the placenta and infect the fetus directly. Due to that, pregnant women must take care about this disease. The acquired form can be contracted by blood transfusion, by organ transplantation or by ingestion for food or water with cysts. The exams realized are the parasitological, hemogram, indirect sorology and immunoglobulins markers. According to the level of infection, some immunoglobulins appear at different times after the protozoa contraction. KEY WORDS: sorology, Toxoplasma. 7 2. INTRODUÇÃO 2.1 Contextualização O Toxoplasma gondii pertence ao filo Apicomplexa, se locomove por extensão e compressão do corpo, é um protozoário intracelular obrigatório considerado heteroxênico, possui tanto hospedeiro definitivo quanto hospedeiro intermediário. Este protozoário possui varias formas infectantes, dentre elas: Taquizoita – (figura 1) é a forma de infecção encontrada durante a fase aguda da doença e é considerada uma forma de proliferação. Bradizoita – é a forma que é encontrada em tecidos musculares, nervosos e cardíacos e está associada à fase aguda da doença. Esporozoíta – é a forma resistente encontrada em oocistos, e são formadas nas células intestinais de felinos (gato), e esta forma que é eliminada pelos gatos junto com as fezes, os Oocistos são eliminados ainda na forma imatura. (NEVES, 2004) Figura 1. Morfologia de Taquizoita de T. gondii. (HIRAMOTO; GALISTEO, 2002). A toxoplasmose é considera uma zoonose altamente disseminada com números de prevalências variadas nos diversos países do globo. É uma doença causada pelo protozoário T. gondii que tem como hospedeiro definitivo o gato e os hospedeiros intermediários são as aves e outros mamíferos, seu órgão de eleição é o intestino. (NEVES, 2004) 8 2.2 Transmissão Esta é uma doença transmitida principalmente pelo gato, quando ele ainda for filhote e infectado vai eliminar o oocisto junto com as fezes, quando for um gato adulto vai eliminar quando as fêmeas estiverem prenhas ou quando o macho estiver com baixa imunidade. À esporulação ocorre no ambiente e leva de 1 a 5 dias para acontecer, essa esporulação é influenciada pela umidade e temperatura do ambiente. (NEVES, 2004) O período de incubação ocorre de 10 a 23 dias quando ocorrer por ingestão de carne e de 5 a 20 dias, após ingestão de Oocistos de fezes de gatos, água ou alimentos contaminados. Os oocistos esporuladosse tornam infectantes depois de 1 a 5 dias, podendo se manter no ambiente por ate um ano. (NEVES, 2004) A toxoplasmose pode ser transmitida para o feto quando a infecção aguda for manifestada nos três primeiros meses da gravidez. Na fase aguda ocorre primeiro a produção de imunoglobulina M (IgM), e em seguida a imunoglobulina G (IgG). Na infecção de toxoplasmose também pode ocorrer a produção de imunoglobulina A (IgA) se a transmissão estiver ocorrido por via oral. (CANTOSG.A; PRANDO; SIQUEIRA; TEXEIRA, 2000) 2.3 Contaminação As formas de contaminação ocorrem por ingestão de carne mal cozida (crua) contendo cistos, ingestão de oocistos em alimentos contaminados, transmissão transplacentária, por inalação de oocistos dispersos no ar ou por transfusão de sangue. (NEVES, 2004) 2.4 Diagnósticos Estudos sorológicos indicam que mais ou menos 80% das infecções primárias causadas por toxoplasmose não costumam apresentar sintomas, em decorrência da capacidade do sistema imunológico. São observados graus variáveis da doença em pessoas imunodeprimidas. (CANTOS; PRANDO; SIQUEIRA; TEXEIRA, 2000) 9 Em referência à pacientes aidéticos, pode haver reativação da infecção, manifestando-se de forma fulminante e com uma frequência letal, levando a encefalite (infecção de cérebro), retinite, entre outras manifestações. O diagnostico de toxoplasmose tem como base a pesquisa de anticorpos contra o parasita. Em algumas situações, como durante a 10ª à 12ª semana de gestação, a técnica de imunofluorescência indireta (IFI) pode ser utilizada. Outro método bem disseminado no diagnostico desta parasitose é a técnica de ELISA (Enzyme linked immunosorbent assay) um método quantitativo usado tanto na fase aguda quanto na crônica da doença, tendo se mostrado altamente sensível. (CANTOS; PRANDO; SIQUEIRA; TEXEIRA, 2000) 10 3. TOXOPLASMOSE CONGÊNITA A toxoplasmose congênita ocorre durante a gravidez, quando as mulheres gravidas estão na fase aguda desta parasitose, é uma doença infecciosa que resulta da transferência transplacentária do Toxoplasma gondii para o concepto, decorrente de infecção primária da mãe durante a gestação ou por reagudização da mesma durante a gravidez. (NEVES, 2004) Deve-se observar se a paciente entrou em contato com água contaminada, jardins onde gatos costumam defecar, caixas de areia com fezes de gato ou que tenha ingerido carne mal cozida ou mal passada, pois o contato com possíveis locais onde foram depositados os oocistos são de risco para a gestante. (MOREIRA, 2012) Os riscos de transmissões maternas ocorrem em 40% dos casos e aumenta conforme a gestação vai se prolongando. Muitos dos casos são assintomáticos, as mães não sentem nenhuma mudança ocorrendo. (MOREIRA, 2012) 3.1 Riscos de transmissão As alterações que a toxoplasmose causa no feto podem variar de acordo com o período de gestação. Nos primeiros três meses da gestação existem índices que mostram que nesse período pode ocorrer aborto espontâneo do feto ou sequelas em sistemas importantes. No segundo trimestre entre a 14ª a 27ª semanas o risco de aborto prevalece, também pode ocasionar um nascimento prematuro com presença de anomalias graves ou não. Nas 28ª a 40ª semanas da gestação a criança pode nascer sem nenhuma alteração, apresentando apenas algumas evidencias da doença. (MOREIRA, 2012) 3.2 Patogenia e patologia A infecção na gestante ocorre geralmente por ingestão do parasita, ele invade células do trato digestivo ou é fagocitado por leucócitos. Após invadir as células do trato digestivo ocorre a multiplicação intracelular causando lise celular e disseminação hematogênica ou linfática. A infecção em gestantes ocorre através de 11 infecção placentária (placentite) por via hematogênica onde o feto pode ser infectado ainda em sua vida intrauterina ou ao nascimento. (MOREIRA, 2012) A necrose é uma das lesões mais características provocadas pela doença quando manifestada na forma congênita, mas que também pode ocorrer acometimento da placenta e de vários órgãos (pulmões, coração, ouvidos, rins, músculo estriado, suprarrenais, pâncreas, testículos, ovários). Podem ser visualizados taquizoita na fase aguda ou oocistos na forma aguda ou na crônica. (MOREIRA, 2012) 3.3 Sintomas Geralmente a doença é assintomática e pode manifestar-se com dor de cabeça, linfangite (infecção dos vasos linfáticos), febre e dor de garganta. A cegueira aparece na faixa etária dos 12 aos 30 anos. No bebê o risco é maior, porque o seu sistema imune inato ainda não funciona suficientemente para reconhecer alguns antígenos. Ao cair na corrente sanguínea materna, os toxoplasmas podem atravessar a placenta e alcançar a circulação do feto, acarretando a infecção congênita. Nas seis primeiras semanas, o risco é de 1% a 2%, pois a placenta é pouco vascularizada. Até a 17ª semana sobe para cerca de 20%. Da 17ª à 25ª atinge aproximadamente 50%. Da 25ª semana até o final da gravidez a chance sobe para 80%. Em grande parte dos recém-nascidos não se apresentam sintomas imediatos, aparecendo somente tempos depois como coriorretinite (lesões da retina e da coroide), retardo mental e surdez. (LEMES, 2012) 3.4 Tratamento Os medicamentos recomendados para terapia em recém-nascidos são específicos, principalmente contra a forma de taquizoita do parasita porque é a forma de multiplicação rápida e responsável pela fase aguda da doença que tem sinal clínico. Nenhum medicamento tem se mostrado efetivo para erradicar a forma encistada do parasita, principalmente os cistos presentes no sistema nervoso central e olho. (DINIZ; VAZ, 2003) 12 A pirimetamina (Daraprim®) destaca-se como droga de escolha no tratamento da doença. A pirimetamina junto com a sulfadiazina age contra o T. gondii com uma atividade alta inibindo a dihidrofolato redutase, que é importante na síntese do ácido fólico. A superdosagem acidental da pirimetamina em crianças causa vômitos, tremores, convulsões. A dose do medicamento deve ser administrada por via oral, nos primeiros dois dias na quantidade de 2 mg/kg por dia, em seguida a dose deve ser mudada passando a ser de 1 mg/kg por dia por dois ou seis meses dependendo do grau de infecção. (DINIZ; VAZ, 2003) Todos os recém-nascidos e crianças tratadas com pirimetamina devem realizar pelo menos um hemograma uma vez por semana, além da administração de ácido fólico na forma de leucovorin cálcico, com a finalidade de proteger a medula óssea dos seus efeitos tóxicos. (DINIZ; VAZ, 2003) 3.5 Profilaxia Evitar o consumo de carne crua ou mal passada, cozinhar o alimento sempre, ferver sempre a água, são medidas que evitam a infecção com o parasita. Para a gestante que tem o gato em casa, além das medidas acima, é importante pedir para outra pessoa fazer a limpeza da caixa de areia do animal. 13 4. CORRELACÃO DOS SINTOMAS DA TOXOPLASMOSE EM PACIENTES IMUNODEPRIMIDOS Alguns pacientes que sofrem dessa patogenia têm as suas defesas imunológicas fracas e são facilmente contagiados por vírus ou bactérias, isso ocorre com uma variação de um sistema imunológico para outro. Nos imunodeprimidos, a toxoplasmose pode ser uma parasitose recentemente adquirida, mas é na maioria das vezes uma reativação de uma infecção que surgiu há anos, quando o paciente ainda tinha o sistema imune intacto. Nesta primeira fase em que o paciente foi atacado por um parasita. Ex:Toxoplasma gondii é considerado mortal, se não for tratada rapidamente. O fenômeno foi constatado em pacientes imunodeprimidos (HIV positivos) que desenvolviam infecções graves e recorrentes de herpes. O parasita pode ficar anos “em silêncio” no organismo, controlado pelo sistema imune (NEVES, 2004) Nos pacientes com infecções causadas pelo HIV, dentre outras formas de imunossupressão, geralmente a doença em pacientes com HIV é consequência de uma reativação de infecção latente, no paciente com contagem de CD4+ abaixo de 100/mm³. A doença disseminada pode envolver qualquer órgão. Nesses casos, pode pneumonite e miocardite, causadas por Toxoplasma gondii. (JK, 1990) Quando esta doença acomete o cérebro, pode ocorrer um baixo nível de consciência, podendo causar convulsões e sinais neurológicos focais no diagnóstico, sendo considerado um diferencial de diversas doenças oportunistas neurológicas em pacientes com AIDS, pode-se observar tambem uma baixa na contagem de linfócitos T-CD4+, que chega a ser menor de 100 células. (NEVES, 2004) A toxoplasmose se não for diagnosticada e tratada precocemente pode evoluir para a neurotoxosplamose resultante de reativação de infecção latente, a qual apresenta uma alta taxa de morbidade em indivíduos imunodeprimidos. A toxoplasmose cerebral é uma das manifestações clínicas da toxoplasmose em pacientes com HIV, apresentando-se com deficiências neurológicas focais, convulsões, alteração de consciência, cefaleia e febre. Como avaliação inicial, devem-se investigar todos os pacientes com relação à existência de anticorpos da classe IgG contra o Toxoplasma gondii. (JK, 1990) Em pacientes transplantados, pricipalmente de coração, figado ou medula óssea e nos imunodeprimidos, principalmente na AIDS, a toxoplasmose apresenta 14 quadros mais graves nas primeiras infecções. Nos imunodeprimidos o Toxoplasma invade orgãos e tecidos. (FERREIRA; MORAES, 1996) 15 5. PRINCIPAIS MÉTODOS SOROLÓGICOS NO DIAGNOSTICO DA TOXOPLASMOSE. A toxoplasmose é uma zoonose de ampla distribuição geográfica. A incidência dos anticorpos séricos é variável, sendo crescente dentre os diferentes grupos e idades. Os métodos laboratoriais para o diagnóstico desta doença incluem tanto exames da espécie patógena quanto testes imunológicos. Embora os testes sorológicos possuam suas limitações, continua sendo os mais utilizados nos laboratórios de análises clínicas. Estudos realizados com sorologia indicam que mais ou menos 80% das infecções consideradas como primárias e que são causadas por toxoplasmose não manifestam sintomas, isso se dá em decorrência da capacidade do sistema imunológico, embora graus diferentes da doença passem apresentar-se em pessoas imunossuprimidas. Os diagnósticos de toxoplasmose são baseados em pesquisa de anticorpos contra o parasita. (CANTOS; PRANDO; SIQUEIRA; TEXEIRA, 2000) 5.1 Imunofluorescência indireta Esta técnica vem sendo muito utilizada para o diagnóstico da toxoplasmose. Alguns pesquisadores utilizaram esta técnica entre a 10ª e 12ª semanas da gestação das mulheres, só que as amostras de mulheres que apresentaram título de imunoglobulina G (IgG) muito elevado foram consideradas suspeitas que haviam tido uma infecção recente durante a gestação. As infecções também podem ser avaliadas através de anticorpos específicos como a imunoglobulina M (IgM). Nesta técnica de imunofluorescência, os anticorpos da classe IgM podem ser dosados uma a duas semanas após a infecção inicial, com pico alcançado por volta da 6 a 8 semanas, quando então declinam. Títulos baixos podem persistir por mais de 12 meses. (CANTOS; PRANDO; SIQUEIRA; TEXEIRA, 2000). No método de imunofluorescência indireta (IFI) é possível observar a presença de anticorpos específicos das classes IgG e IgM, entretanto, reações positivas causadas por fator reumatoide e falso negativo, por bloqueio de IgG Anti- Toxoplasma específicos podem ser observadas no teste com IgM. (VIDOTTO, 1991) 16 O teste da imunofluorescência indireta (IFI) IgG tem sensibilidade de 95% podendo ser falso positivo para fator anti-núcleo (FAN) e falso negativo para títulos baixos de IgG. Presta-se muito bem para inquérito sorológico e diagnóstico de infecção adquirida. (JOBIM; SILVA, 2004) 5.1.2 Método de ELISA O método de ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay) é considerado como sendo um teste altamente sensível e especifico. Esta é uma técnica é usada de diferentes maneiras como o ELISA indireto ou o de competição, alguns podem ser automatizados e outros não. A vantagem de ser automatizada é que não apresenta risco de manipulação para o laboratorista, tem como vantagem a utilização de uma única diluição de soro, realizando−se uma só medição cronométrica, já que a quantidade de anticorpos presentes no soro é diretamente proporcional à intensidade de cor dada na reação. (MACIEL; ARAUJO, 2004) ELISA é um teste imunoenzimático com positividade de 80%, que possibilita o diagnostico da infecção precoce. Elimina a interferência de IgG e do fator reumatoide, presentes na IFI. É uma técnica importante principalmente no diagnóstico da infecção congênita. Este método associado ao IgG (imunoglobulina G) independente do nível de anticorpos. (JOBIM; SILVA, 2004) 5.1.3 Teste de AVIDEZ de IgG Sua avaliação está fundamentada na observação de que durante a infecção aguda pelo agente, os anticorpos de imunoglobulina G (IgG) se ligam fracamente ao antígeno (baixa avidez), em infecções crônicas observa-se alta avidez, na maioria dos pacientes. Esses anticorpos com alta avidez refletem o fato de que a infecção primária ocorreu há mais de três meses. Mesmo assim, esse método não pode ser utilizado para determinar se a infecção foi adquirida recentemente, uma vez que os anticorpos de baixa avidez podem persistir por um longo tempo. Este teste é indicado para mulheres grávidas, principalmente no primeiro trimestre da gestação, em que apresentem IgG e IgM positivos.(ALVARENGA, 2009) 17 5. 2 Marcadores sorológicos com as fases da doença São utilizados testes imuno–sorológicos baseados nas reações antígeno- anticorpo, feito com as Imunoglobulinas. 5.2.1Imunoglobulina M A imunoglobulina da classe M (IgM) são anticorpos específicos e que podem ser evidenciados até cinco dias após a infecção, declinando em semanas ou meses. Como esses anticorpos podem persistir por mais de um ano, em baixos títulos podem não significar que o paciente tenha sido infectado recentemente. Quanto maior a sensibilidade do teste maior o risco de pegar a IgM residual. Um teste IgM negativo afasta a hipótese de uma infecção recente em pacientes imunocompetentes, a não ser que o soro tenha sido testado tão precocemente que a resposta humoral ainda não seja demonstrável. A correta interpretação de IgM é de suma importância para o diagnóstico da mulher grávida. Assim, um teste IgM negativo no final da gestação não exclui uma infecção adquirida no início da gestação com desaparecimento precoce dos anticorpos IgM. (JOBIM; SILVA, 2004) Na fase aguda da toxoplasmose, primeiro ocorre a produção de anticorpos da classe imunoglobulina M (IgM), logo em seguida ocorre a produção de imunoglobulina G (IgG). Nesta fase da infecção também pode ocorrer á produção de imunoglobulina A (IgA), se a transmissão estiver ocorrido por via oral. (CANTOS; PRANDO; SIQUEIRA; TEXEIRA, 2000). O IgM aparece com duas semanas, picoem um mês e declina para ficar indetectável em seis a nove meses; não atravessa a placenta e pode haver contaminação com sangue materno por isso é importante repetir em poucos dias o IgM, IgE e IgA. (MOREIRA, 2012) No terceiro trimestre de gestação, testes de IgM negativo e IgM positivo excluem a possibilidade de uma infecção aguda no inicio da gestação. Isso é verdadeiro para pacientes que exibem um rápido declínio dos títulos de IgM durante a infecção aguda. Nesses casos o uso de outros testes sorológicos deve ser realizado, em todos os casos em que apresentem títulos de IgM acima dos valores 18 de referência também é recomendado que seja realizado outros testes. (JOBIM; SILVA, 2004) 5.2.2 Imunoglobulina A A imunoglobulina da classe A (IgA) pode ser detectada em soro de adultos com a infecção na fase aguda e em crianças com a infecção congênita. Esses anticorpos podem prevalecer por meses ou até mais de um ano. Por esta razão, constitui-se de pouca valia adicional para o diagnóstico da infecção na fase aguda no adulto. O IgA cai rapidamente, em torno de sete meses. Pode ter maior sensibilidade para neonatos que o IgM. (JOBIM; SILVA, 2004) 5.2.3 Imunoglobulina E A imunoglobulina E (IgE) pode ser detectada através do teste de ELISA em soro de adultos com a infecção da doença em fase aguda. A duração da positividade de IgE é mais curta que a dos anticorpos IgM ou IgA, podendo ser útil para a identificação de infecções recentemente adquiridas. Os testes iniciais no soro materno envolvem testes para anticorpos IgM e IgG específicos. A ausência de ambas as imunoglobulinas, excluem infecção ativa, mas indica susceptibilidade à infecção e, portanto, cuidados preventivos devem ser tomados. Os níveis de IgE sobem e descem rapidamente em menos de quatro meses. (JOBIM; SILVA, 2004) 5.2.4 Imunoglobulina G A imunoglobulina G (IgG) que frequentemente aparece uma a duas semanas após a infecção, atingindo máxima concentração em seis a oito semanas declina gradualmente para títulos baixos, mas eventualmente persistem por toda a vida. A presença de IgG anti-Toxoplasma não confirma o diagnóstico porque os anticorpos podem permanecer em títulos altos na população por muito tempo e porque existe alta prevalência desses anticorpos na população em geral. (JOBIM; SILVA, 2004) 19 Os testes de avidez IgG mostram que na infecção crônica tem−se alta avidez, na maioria dos pacientes. Nas reações imunológicas, a interação de um anticorpo com um antígeno multivalente é feito por meio de ligações químicas. Na resposta imunológica primária, os anticorpos da classe IgG desencadeados por um estímulo antigênico, apresentam inicialmente, baixa avidez. À medida que a resposta imunológica amadurece os anticorpos da classe IgG também aumentam sua avidez ou afinidade. O teste de avidez da IgG mede a força desta ligação ou o grau de avidez, que é maior, quanto maior for o tempo decorrido da infecção primária. (ALVARENGA, 2009) No IgG a resposta aparece com uma a duas semanas, tendo pico com um a dois meses após a infecção e persiste por toda vida. (MOREIRA, 2012) A presença de anticorpos IgG na ausência de anticorpos IgM nos dois primeiros trimestres da gestação, em geral, indica infecção materna crônica sem risco para o feto, com exceção dos pacientes imunodeprimidos. (MOREIRA, 2012) 20 6. OUTROS MÉTODOS LABORATORIAIS QUE FACILITAM O DIAGNÓSTICO DA TOXOPLASMOSE Os testes laboratoriais mais usados para o diagnóstico da toxoplasmose são o teste de imunofluorescência indireta e o teste imunoenzimático (ELISA). O diagnóstico laboratorial pode ser realizado tanto por métodos parasitológicos (demonstração direta, busca e isolamento do coccídeo) quanto por métodos imunológicos (métodos indiretos). O diagnóstico laboratorial da toxoplasmose é realizado pela identificação e quantificação de anticorpos específicos através de sorologia. Os testes sorológicos são utilizados para confirmar doenças infecciosas e parasitárias. Isso se deve a facilidade de obtenção de amostras de sangue, ao baixo custo, a rapidez de execução de vários testes e resultados em geral, altamente específicos. (MACIEL; ARAÚJO, 2004) Para facilitar um diagnóstico de toxoplasmose em mulheres gravidas é necessário que ela tenha um acompanhamento de pré-natal, e que faça exames rotineiros que aponte as dosagens de anticorpos das classes IgM e IgG, pois são geralmente os primeiros a serem produzidos pelo organismo como resposta ao agente infeccioso, sendo que os IgM são geralmente os primeiros a surgir em resposta à infecção. (MACIEL; ARAÚJO, 2004) Para triagem de gestantes de risco, ou seja, que são desprovidas de anticorpos para a toxoplasmose recomenda-se que os testes sejam repetidos a cada quatro ou cinco semanas nas que permanecerem soronegativas. Hoje em dia dispõem-se de vários testes de automação, como VIDAS (bioMérieux), AXSYM (Abbott), para anticorpos IgM e IgG, que torna simples e rápida a realização dos testes. (FERREIRA; MORAES, 1996) O hemograma pode ser usado como um exame complementar no diagnóstico da toxoplasmose, podendo ser observado uma anemia, plaquetopenia (diminuição no numero de plaquetas), leucocitose (aumento no numero de glóbulos brancos) e eosinofilia (aumento da concentração de eosinófilos no sangue). (PESSANHA, 2007) Métodos como ELISA podem distinguir anticorpos maternos de fetais e neonatais. Quando usados em associação com outros métodos como hemograma ou parasitológico podem melhorar o diagnóstico no primeiro mês de vida ou posteriormente, facilitando assim um diagnóstico mais precoce. (PESSANHA, 2007) 21 Levando em consideração que o diagnóstico epidemiológico é importante para a prevenção e tratamento da infecção da toxoplasmose o método de hemaglutinação indireta é considerado um excelente método de diagnóstico para o levantamento epidemiológico da doença, devido a sua alta sensibilidade e simplicidade de execução. Entretanto, é importante lembrar que é inadequado para o diagnóstico precoce e frequentemente não detecta toxoplasmose congênita em recém-nascidos. (NEVES, 2004) 22 8. CONCLUSÃO Diante do exposto no trabalho acima é possível concluir que o diagnóstico da toxoplasmose por meio de reações de anticorpos facilita muito e é um complemento atrelado à parasitologia clínica. Um diagnóstico preciso pode aumentar a possibilidade de cura da doença em até 80% dos casos quando diagnosticada no início. Os métodos sorológicos que detectam a interação antígeno-anticorpo por meio dos marcadores sorológicos facilitam o diagnóstico da doença, tanto na fase aguda, quanto na fase crônica. No caso das gestantes o cuidado deve ser maior porque a gravidez é delicada e se não tratada desde o começo pode fazer com que o feto tenha algumas más formações como surdez, cegueira e alterações neurológicas e em alguns casos mais graves, pode levar ao aborto do feto. No caso dos imunodeprimidos os cuidados também devem ser maiores, porque o sistema imune não atua corretamente por estar debilitado, então ficam suscetíveis a doenças mais graves. Deve ser feito um acompanhamento constante para detectar se não há indícios de infecção ou manifestação clínica de alguma outra doença. 23 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, Fernanda Rassi. 2009- Valor do teste de avidez da IgG como marcadorde doença aguda ou crônica e de transmissão vertical na toxoplasmose. Disponível em:< http://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/3517/5/Disserta%C3%A7%C3%A3o% 20-%20Fernanda%20Rassi%20Alvarenga%20-%202009.pdf>. Acesso em: 08 Set de 2015. DINIZ, Edna. M de Albuquerque; VAZ, Flávio Adolfo Costa. 2003- Qual é a recomendação atual para o tratamento da toxoplasmose congênita? Rev. Assoc. Med. Bras. vol.49 no. 1 São Paulo Jan./Mar. 2003. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302003000100016> Acesso em: 08 Set. 2015. 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