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OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 1. Conceito 1.1. Obrigação jurídica genérica: vínculo jurídico pelo qual uma pessoa pode exigir de outra uma prestação consistente em entregar alguma coisa, em praticar certo ato ou, ainda, em abster-se de certo ato sob pena de sanção. 1.2. Obrigação jurídica tributária 1.2.1. Natureza ex lege 1.2.2. Obrigação principal (CTN, art. 113, § 1º) a) Surge do fato gerador: porém, o fato gerador da obrigação principal não coincide necessariamente com o fato gerador do tributo. b) Objeto de conteúdo pecuniário: tributo ou penalidade pecuniária. Obs.: a multa tributária não é tributo mas a obrigação de pagá-la tem natureza tributária. 1.2.3. Obrigação acessória (CTN, art. 113, § 2º) a) Surge da legislação tributária b) Prestações positivas ou negativas no interesse da fiscalização ou arrecadação (ex: escriturar livros fiscais, não receber mercadoria sem os documentos fiscais previstos na legislação). Obs.1: Em Direito Tributário, o acessório não pressupõe o principal. Por exemplo, mesmo entidades de assistência social sem fins lucrativos, que gozam de imunidade, devem manter escrituração de livros fiscais (CTN, art. 14, III). Obs.2: A obrigação acessória, inobservada, converte-se em obrigação principal quanto à penalidade pecuniária (CTN, art. 113, § 3º). Melhor seria dizer que ela se converte em fato gerador do pagamento da referida penalidade. 2. Fato gerador 2.1. Questões introdutórias 2.1.1. Sinonímia: fato imponível, pressuposto de fato, pressuposto legal do tributo (Dino Jarach), situação de fato (Giannini), fato gerador (Jèze). 2.1.2. Críticas ao termo “fato gerador” a) Alfredo Becker: “gerador” é a lei não o fato; dubiedade entre a descrição legal abstrata e o acontecimento concreto. Becker propõe “hipótese de incidência” e “hipótese de incidência realizada”. b) Geraldo Ataliba diz que chamar fato de hipótese realizada é paradoxal. Sugere fato imponível. c) Paulo de Barros Carvalho preferiu fato jurídico tributário. 2.2. Elementos do fato gerador do tributo 2.2.1. Elemento objetivo: é o núcleo do fato gerador, a situação definida em lei como necessária e suficiente. 2.2.2. Elemento subjetivo: sujeito ativo e sujeito passivo a) Sujeito ativo: pessoa jurídica de direito público titular da competência para exigir seu cumprimento (CTN, art. 119). b) Sujeito passivo: pessoa obrigada a pagar o tributo ou prestação pecuniária (CTN, art. 121) ou obrigada às prestações que constituam seu objeto (CTN, art. 122). Obs.1: Tipos de sujeito passivo: Contribuinte: tem relação direta e pessoal com o fato gerador. Responsável: não sendo contribuinte, sua obrigação decorre de expressa disposição legal. Obs.2: Princípio da autonomia da capacidade passiva tributária – distinção de tratamento tributário e civilista (CTN 126). Obs.3: Solidariedade: decorre de lei ou de interesse comum de pessoas na situação que constitua o fato gerador (CTN, art, 124 e 125). Obs.4: Domicílio tributário – a regra é a eleição pelo sujeito passivo. Não havendo eleição ou caso a eleição seja desconsiderada pela autoridade administrativa por impossibilitar/dificultar a arrecadação/fiscalização, usam-se os parâmetros do CTN, art. 127. Obs.5: Responsabilidade tributária por transferência Por sucessão: CTN, art. 130-133 De terceiros (subsidiária, não solidária): - decorrente de atuação regular: CTN, art. 134 - decorrente de atuação irregular: CTN, art. 135 Por infrações: CTN, art. 137 2.2.3. Elemento quantificativo: refere-se à base de cálculo e à alíquota. Obs.: No caso dos tributos fixos (como em taxas de polícia), não há uma alíquota a ser aplicada. 2.2.4. Elemento espacial: é o lugar da concretização do fato qualificado como necessário e suficiente para desencadear o nascimento da obrigação tributária. a) Refere-se ao princípio da territorialidade da lei tributária. b) Tem repercussão prática: embora a lei tributária federal tenha aplicação nacional, há regiões com tratamento diferenciado como a Zona Franca de Manaus (não sofre incidência de IPI). 2.2.5. Elemento temporal: é o momento da consumação ou ocorrência do fato gerador. a) Fato gerador instantâneo: ocorrem num momento preciso da linha do tempo (ex: II, IE). b) Fato gerador periódico: b.1. Periódico simples (fato gerador continuado): tomam por base um único evento que se prolonga no tempo (ex.: IPTU, IPVA). b.2. Periódico composto (complexivo): compostos de diversos eventos que devem ser considerados de maneira global (ex: IR).
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