Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MÉTODOS ESPECTROANALÍTICOS UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Campus de Monte Carmelo Docente: Dr. Edmar Isaias de Melo Curso: Agronomia Disciplina: Química Geral e Analítica Classificação dos métodos analíticos CLÁSSICOS E INSTRUMENTAIS Baseados em propriedades físicas (químicas em alguns casos ) Espectrométrico Propriedades ópticas MÉTODOS ESPECTROANALÍTICOS A principal classe de métodos analíticos baseia-se na interação da energia radiante (“luz”) com a matéria. O quanto de luz é absorvido, espalhado, emitido ou transmitido pela matéria. No caso de uma análise, a máteria que interage com a luz é o soluto( de uma solução padrão) ou a substância a ser analisa (analito) em uma amostra (material a ser analisado), e a forma que se manifesta a interação luz-soluto, determina o tipo de método analítico instrumental a ser utilizado na análise. O que é a Luz? Propriedades ópticas, como a difração, são melhores explicadas quando a luz é tratada como onda. Muitas interações entre a radiação eletromagnética e a matéria, como absorção e emissão, entretanto, são melhores descritas tratando a luz como partícula ou fóton. uma forma de energia cujo comportamento é descrito por propriedades tanto de onda quando de partícula. E = energia h = constante de Planck (6,626 . 10-34 J s) n = frequência c = velocidade da luz (2,998 . 108 m s-1) l = comprimento de onda Comprimento de onda e Energia Usos da radiação eletromagnética Uso em Química: Métodos Espectrométricos, Espectrofotométricos, Espectroquímicos ou Espectroanalíticos?!? Métodos Espectrométricos Os métodos espectrométricos abrangem um grupo de métodos analíticos baseados na espectroscopia atômica e molecular. Espectroscopia é um termo geral para a ciência que estuda a interação dos diferentes tipos de radiação com a matéria. A espectrometria e os métodos espectrométricos se referem às medidas das intensidades da radiação usando transdutores fotoelétricos ou outros dispositivos eletrônicos. Os comprimentos de onda da radiação eletromagnética se estendem dos raios-gama até as ondas de rádio, com aplicações diferenciadas. Os métodos espectrométricos se baseiam em propriedades ópticas (mesmo que a radiação não seja percebida pelo olho humano), quer sejam de emissão ou absorção de radiação eletromagnética de determinados l. Como as interações da radiação com a matéria podem ocorrer tanto em nível atômico como em nível molecular, os métodos instrumentais espectrométricos se dividem em 4 classes: Emissão (emissão atômica) Luminescência (fluorescência atômica e molecular, fosforescência) Espalhamento (Raman, turbidimetria e nefelometria) Absorção (absorção atômica e molecular) Métodos Espectrométricos Métodos Espectrométricos Espectroscopia UV Espectroscopia IR Colorimetria ; turbidimetria e Epectroscopia na região do visível Regiões espectrais Quando a técnica de análise é conhecida como colorimetria, a intensidade da coloração está diretamente ligada a quantidade do soluto ali presente. Está técnica é restrita a região do visível (400nm a 800 nm). Partícula em suspensão Quanto à técnica de análise é conhecida como turbidimetria, a intensidade de luz espalhada é proporcional à quantidade de material suspenso (não se aplica as soluções e sim a suspensões). Quando se trabalha na região do infravermelho (2 a 1000 ), a técnica é conhecida como espectroscopia no IV. Esta faixa de energia é suficiente para provocar vibrações em nível de ligações químicas nos átomos e moléculas que estão no caminho da radiação, o pode ser registrado na forma de um espectro de IV. Métodos Espectrométricos ABSORÇÃO ATÔMICA: O espectro é em forma de linhas finas devido aos níveis atômicos sem subníveis energéticos. Métodos Espectrométricos Métodos Espectrométricos ABSORÇÃO MOLECULAR: O espectro de absorção é caracterizado por bandas largas devido aos vários níveis e subníveis energéticos dos orbitais moleculares. Absorção molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis Espectro de emissão da radiação solar Região IV médio 25 a 2,5mm Absorção Molecular no UV/Vis Energia crescente Absorção Molecular no UV/Vis L U Z V I S Í V E L Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis Cores primárias Cores secundárias COLORIMETRIA: Um objeto tem a cor correspondente aos comprimentos de onda que ele reflete. Quando falta uma das cores primárias, obtém-se uma cor secundária. As 3 cores secundárias misturadas dão origem ao preto As 3 luzes (cores) primárias quando misturadas dão origem à luz branca. Absorção Molecular no UV/Vis COLORIMETRIA: Um objeto tem a cor correspondente aos comprimentos de onda que ele reflete. R G B Síntese aditiva: emissão. Síntese subtrativa: As cores se dão pela “subtração da luz”. Absorção Molecular no UV/Vis COLORIMETRIA: Um objeto tem a cor correspondente aos comprimentos de onda que ele reflete. Se um objeto é da cor ciano, é porque absorve o vermelho e reflete o azul e o verde. Cor observada Cor absorvida Absorção Molecular no UV/Vis COLORIMETRIA: Um objeto tem a cor correspondente aos comprimentos de onda que ele reflete. Disco de Newton A rotação proporciona a mistura das cores, de modo que enxergamos todos os comprimentos de onda de uma única vez, gerando a luz branca. COLORIMETRIA: Um objeto tem a cor correspondente aos comprimentos de onda que ele reflete. Absorção Molecular no UV/Vis Cor Observada ( (nm) Cor Complementar Ultravioleta < 380 - - - Violeta 380 – 420 Amarelo Violeta – azul 420 – 440 Amarelo – laranja Azul 440 – 470 Laranja Azul – verde 470 – 500 Laranja – vermelho Verde 500 – 520 Vermelho Verde – amarelo 520 – 550 Púrpura Amarelo 550 – 580 Violeta Amarelo – laranja 580 – 600 Violeta – azul Laranja 600 – 620 Azul Laranja – vermelho 620 – 640 Azul – verde Vermelho 640 – 680 Verde Púrpura 680 – 780 Amarelo - verde COLORIMETRIA Um objeto tem a cor correspondente aos comprimentos de onda que ele reflete, mas... Absorção Molecular no UV/Vis A colorimetria é uma ciência não exata, pois além de problemas relacionados com a acuidade visual de cada um, ela depende do sexo de quem vê!!! ... Brincadeirinha.... Porque as nuvens são brancas? Espalha todos os l igualmente. Porque durante o dia o céu é azul e porque ao entardecer ou amanhecer ele é alaranjado? Espalhamento Rayleigh: l menores se espalham com maior facilidade. Absorção Molecular no UV/Vis Medidas de absorção da radiação eletromagnética na região do UV/Visível encontram vasta aplicação para identificação e determinação de milhares de espécies inorgânicas e orgânicas. Os métodos de absorção molecular talvez sejam os mais amplamente usados dentre todas as técnicas de análise quantitativa em laboratórios químicos e clínicos em todo mundo. Absorção Molecular no UV/Vis Absorção da radiação eletromagnética de comprimentos de onda na faixa de 160 a 780 nm. Comprimentos de onda inferiores a 150 nm são altamente energéticos que levam à ruptura de ligações químicas. Acima de 780 nm atinge-se o IV próximo, onde a energia, já relativamente baixa, começa apenas a promover a vibração molecular e não mais transições eletrônicas. Devido ao grande número de estados vibracionais e rotacionais, um espectro de absorção no UV/Vis apresenta um formato alargado (banda). Absorção Molecular no UV/Vis Instrumentação: 1) Fonte de radiação: lâmpadas de deutério (UV) e tungstênio (vis) ou de arco de xenônio para toda a faixa de comprimentos de onda UV/Vis. 2) Parte óptica: Instrumentosde feixe simples e duplo. A diferença consiste basicamente em ter a possibilidade de descontar a perda de potência do feixe que passa pelo solvente (branco) simultaneamente à medida da amostra. 3) Compartimento para amostra (cubeta): Deve ter paredes perfeitamente normais (90º) à direção do feixe. Quartzo (transparente em toda a faixa UV/Vis) Vidro (somente visível, absorve muito a radiação UV). Muito frequentemente utilizam-se tubos cilíndricos por questões de economia, mas deve-se ter o cuidado de repetir a posição do tubo em relação ao feixe. 4) Detectores Transdutores Dispositivos capazes de converter luz para o domínio elétrico: LDR, fotodiodos, fotocélulas, tubos fotomultiplicadores, CCD, etc. Absorção Molecular no UV/Vis Fonte de luz Região UV: 160 a 380 nm Lâmpada de deutério, xenônio ou vapor de mercúrio Absorção Molecular no UV/Vis Fonte de luz Região Visível: 380 a 780 nm Lâmpada de filamento de tungstênio LED coloridos Lâmpada de xenônio (UV/Vis) Absorção Molecular no UV/Vis Como selecionar o comprimento de onda desejado? Filtros ópticos: Filtros de absorção Simplesmente absorve alguns comprimentos de onda. Filtros de interferência Usando de reflexões e interferências destrutivas e construtivas, seleciona o comprimento de onda desejado. Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis Filtros Ópticos de Absorção Absorção Molecular no UV/Vis A visualização desta imagem através de filtros ópticos exemplifica bem o funcionamento dos filtros em barrar determinados comprimentos de onda. Absorção Molecular no UV/Vis Filtros Ópticos de Interferência Como selecionar o comprimento de onda desejado? Monocromadores: Fenda de entrada Lente colimadora ou espelho Prisma ou rede de difração ou holográfica Elemento de focalização Fenda de saída Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis (420;0,35) Como o espectrofotômetro mostra os resultados ? Absorção Molecular no UV/Vis Cubetas Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis O vidro absorve fortemente os comprimentos de onda da região do UV. Abaixo de 300 nm toda a radiação é absorvida. O quartzo começa absorver fortemente somente abaixo de 200 nm. Como fazer a leitura do absorção de luz? Transdutores de radiação: Fotônicos monocanais Células fotovoltáicas Fototubos Fotomultiplicadores Fotodiodos Fotônicos multicanais Arranjo de fotodiodos (PDA) Dispositivos de transferência de cargas CID e CCD (bidimensionais) Absorção Molecular no UV/Vis Arranjo linear de fotodiodos (pda - photodiode array) Permite detectar simultaneamente vários comprimentos de onda. Tubo fotomultlicador Muito sensível. Consegue detectar níveis muito baixos de luminosidade. Absorção Molecular no UV/Vis Como ocorre a absorção da luz? A absorção de radiação UV ou visível por uma espécie atômica ou molecular pode ser considerada como um processo que ocorre em duas etapas: M + hn M* excitação M* M + calor (desprezível) relaxação São três tipos de transições eletrônicas: 1) elétrons p, s e n (moléculas e íons inorgânicos) 2) elétrons d e f (íons de metais de transição) 3) transferência de carga (complexos metal-ligante) Obs.: Se M* sofrer decomposição ou formar novas espécies, o processo é chamado de reação fotoquímica e, neste caso, não será possível fazer a quantificação de M. Absorção Molecular no UV/Vis Níveis de energia eletrônica molecular. Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis Comprimentos de onda de absorção característicos das transições eletrônicas. Absorção Molecular no UV/Vis Cromóforo Auxocromo Espectro UV típico Os máximos de absorção devem-se à presença de cromóforos na molécula. (Temos duas absorções em 190 e 270 nm no espectro da acetona e uma em 510 nm no espectro do complexo [Fe(fen)3]2+). Átomo ou grupo de átomos que absorve radiação. Átomo que não absorve radiação. Modifica alguma característica da absorção do cromóforo. Espectro Vis típico [Fe(fen)3]2+ Como melhorar a absorção da luz? Se o analito M não for uma espécie absorvente ou que tenha uma baixa absorção, deve-se buscar reagentes reajam seletiva e quantitativamente com M formando produtos que absorvam no UV ou no visível. Uma série de agentes complexantes são usados para determinação de espécies inorgânicas. Exemplos: SCN- para Fe3+; I- para Bi3+. Natureza do solvente, pH, temperatura, concentração de eletrólitos e presença de substâncias interferentes são as variáveis comuns que influenciam o espectro de absorção e, evidentemente, seus efeitos precisam ser conhecidos. Absorção Molecular no UV/Vis Qual a relação entre a absorção e a concentração? Métodos Espectrométricos Potência do feixe incidente Potência do feixe transmitido Caminho óptico Perdas por reflexão e espalhamento com uma solução contida em uma célula (cubeta) de vidro típica. Absorção Molecular no UV/Vis As reflexões ocorrem em qualquer interface que separa os materiais. Como não há como evitar estas reflexões e espalhamentos, torna-se necessário usar a mesma cubeta (ou uma idêntica) nas medidas das várias soluções dos padrões e da solução amostra do analito. Absorção Molecular no UV/Vis Para compensar os efeitos da perda de potência do feixe luminoso ao atravessar o solvente, a potência do feixe transmitido pela solução do analito deve ser comparada com a potência do feixe transmitido em uma cubeta idêntica contendo apenas o solvente. Se o material de fabricação da cubeta provocar uma diminuição na potência do feixe luminoso, essa diminuição também será compensada. A lei de Beer-Lambert, também conhecida como lei de Beer-Lambert-Bouguer ou simplesmente como lei de Beer é uma relação empírica que relaciona a absorção de luz com as propriedades do material atravessado por esta. A lei de Beer foi descoberta independentemente (e de diferentes maneiras) por Pierre Bouguer em 1729, Johann Heinrich Lambert em 1760 e August Beer em 1852. Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis A expressão final da lei de Beer é A = ebc, a qual pode ser obtida pela integração de: onde S é a área da seção atravessada pela luz e Px é a potencia ao longo do caminho óptico. (g/L) (mol/L) LEI DE LAMBERT-BEER Absorção Molecular no UV/Vis Onde A é a absorbância, a é a absortividade e c é a concentração em g/L Onde A é a absorbância, e é a absortividade molar e c é a concentração em mol/L. k k LEI DE LAMBERT-BEER Absorção Molecular no UV/Vis eb é a inclinação de A x C e, portanto, responsável pela sensibilidade analítica. A absorbância aumenta conforme aumenta qualquer um dos três: e b ou c Absorção Molecular no UV/Vis Aumento do caminho óptico Absorção Molecular no UV/Vis Aumento da concentração Absorção Molecular no UV/Vis Espectros de absorção do complexo [Fe(SCN)6]3- para várias concentrações. Com os valores de absorbância no comprimento de onda de máxima absorção (lmax) constrói-se a curva analítica. Aplicação da lei de Beer para misturas A absorbância é uma propriedade aditiva. Assim, a presença de várias espécies absorventes na solução para o mesmo comprimento de onda resultará em uma absorbância maior que para soluções individuais. Contudo não poderá haver interação entre as várias espécies. AT = A1 + A2 + ... + An = e1bc1 + e2bc2 + ... + enbcn Limitações da lei Beer Poucas exceções são encontradas para a generalização de que a absorbância está relacionada linearmente com o caminho óptico. Por outro lado, são encontrados desvios de proporcionalidade com a concentração quando b é constante. Absorção Molecular no UV/Vis Limitações reais (fundamentais) da Lei de Beer: Para soluções com concentrações maiores que 0,01 mol/L, mesmo não sendo da espécie absorvedora, a distânciamédia entre as espécies diminui a ponto de alterar a capacidade das espécies em absorver a radiação, ou seja, diminui o valor de e. O índice de refração do meio também causam desvios. Assim, se as variações de concentração causam alterações significativas no índice de refração da solução, os desvios da lei de Beer são observados. Quando esse fator é preponderante, uma correção pode ser aplicada, acrescentando à expressão da lei de Beer o termo n/(n+2)2, onde n é o índice de refração. Absorção Molecular no UV/Vis Desvios Químicos Aparentes (limitações químicas) Desvios aparentes da lei de Beer surgem quando um analito se dissocia, se associa ou reage com um solvente para dar um produto que tenha um espectro de absorção diferente do analito. Um exemplo disto é a mudança de cor de indicadores ácido-base de acordo com o equilíbrio em função do pH. HIn ⇌ H+ + In- cor 1 cor 2 ⇩ pH ⇧ [HIn] e vice-versa ⇧ A ou ⇩ A. Além disso, se ambas as espécies absorverem no mesmo comprimento de onda, poderá haver um desvio positivo ou negativo em função dos valores de eHIn e eIn. Absorção Molecular no UV/Vis Desvios Instrumentais com Radiação Policromática A obediência estrita à lei de Beer é observada com radiação verdadeiramente monocromática. Na prática os monocromadores produzem uma banda mais ou menos simétrica de comprimentos de onda em torno daquele desejado. O resultado é um desvio negativo. Absorção Molecular no UV/Vis Um efeito similar ao da radiação policromática é observado com radiações espúrias. Estas radiações aparecem em pequenas quantidades no processo de monocromatização por efeitos de espalhamento em várias superfícies internas. Essas radiações diferem grandemente em comprimentos de onda da radiação principal. Assim, a presença de radiações espúrias confere igualmente um desvio negativo à lei de Beer. Absorção Molecular no UV/Vis Desvios Instrumentais com Radiação Espúria Ruídos Instrumentais Um estudo teórico e experimental descreveu várias fontes de incerteza instrumentais, classificando-as em 3 categorias: Caso I: espectrofotômetros de baixo custo equipados com medidores digitais com resolução limitada. A precisão independe de T, sT = k1 Caso II: espectrofotômetros de alta qualidade com detector de fótons. O ruído associado a este tipo de detector (shot) surge da transferência de carga através de uma junção, como o movimento de elétrons do cátodo ao ânodo em uma célula fotomultiplicadora. sT = k2(T2 + T)1/2 Caso III: espectrofotômetros baratos, com ruído da fonte (flicker), ou espectrofotômetros de alta qualidade onde o posicionamento da cubeta gera uma incerteza, já que as cubetas possuem algumas imperfeições que resultam em espalhamentos e reflexões diferenciados a cada medida. sT = k3T Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis Observa-se que o erro nas medições pode ser minimizado efetuando-se leituras de absorbância dentro de certas faixas de valores para cada tipo de equipamento. 0,25 0,75 Aplicações: Como já mencionado, são três tipos de transições eletrônicas, de acordo com a espécie absorvente: 1) elétrons p, s e n (moléculas orgânicas) 2) elétrons d e f (íons de metais de transição) 3) transferência de carga (complexos) Absorção Molecular no UV/Vis Absorção Molecular no UV/Vis Moléculas Íons Complexos amido Os métodos espectrofotométricos apresentam características importantes: 1) Ampla aplicação para sistemas orgânicos e inorgânicos; 2) Limites de detecção típicos de 10-4 a 10-5 mol/L (podem ser melhorados para 10-6 a 10-7 mol/L); 3) Seletividade de moderada a alta; 4) Boa exatidão (tipicamente as incertezas são da ordem de 1 a 3%, podendo ser melhoradas a décimos percentuais com alguns cuidados especiais); 5) Facilidade e conveniência na aquisição de dados. Absorção Molecular no UV/Vis Análise quantitativa: A primeira etapa da análise envolve o estabelecimento das condições de trabalho. Determinação do(s) máximo(s) de absorção No máximo de absorção, além da máxima sensibilidade por unidade de concentração, os efeitos de desvios da lei de Beer são menores. Adicionalmente, o ajuste do comprimento de onda é mais reprodutível, não implicando em variações significativas de e e, por consequência, da absorbância. Não é seguro pressupor uma concordância com a lei de Beer e usar apenas um padrão para determinar a absortividade molar. Assim é recomendável a construção das curvas: Curva analítica, em casos mais simples ou Adição de padrão, quando a matriz interfere. Absorção Molecular no UV/Vis Exemplo: Para determinar Fe3+ em uma amostra, tomou-se cinco alíquotas de 2,00 mL de uma amostra e transferiu-se para cinco balões volumétricos de 50,00 mL. Em cada balão foram adicionados um excesso do complexante (SCN-) e alíquotas de 5,00, 10,00, 15,00 e 20,00 mL de uma solução padrão de Fe3+, de concentração 5,553 mg/L, completando-se o volume com água destilada. Determine a concentração de Fe3+ na amostra. Absorção Molecular no UV/Vis Um bom procedimento de adição de padrão consiste em adicionar quantidades do padrão bem próximos da quantidade do analito na alíquota da amostra. Assim, os efeitos da matriz sobre o analito da amostra também serão sentidos pelo analito proveniente do padrão. Uma regra simples consiste em adicionar o padrão em quantidades ½x, x, 2x da quantidade estimada do analito. Adicionalmente pode-se incluir mais alguns pontos ¾x, 1,5x e 3x. É possível fazer a determinação traçando o gráfico tanto em volume quanto em concentração do padrão adicionado. Vx = 0,2412/0,0382 Vx = 6,31 mL Cx = 6,31x5,553/2 Cx = 17,53 mg/L Absorção Molecular no UV/Vis Cd = 0,2412/0,344 Cd = 0,7012 mg/L Cx = 0,7012x50/2 Cx = 17,53 mg/L Gráf4 0.2412 0.4322 0.6232 0.8142 1.0052 Volume de solução-padrão adicionado, mL Absorbância Plan1 Vp, mL A C, mg/L A 0.00 0.2412 0.000 0.2412 5.00 0.4322 0.555 0.4322 10.00 0.6232 1.111 0.6232 15.00 0.8142 1.666 0.8142 20.00 1.0052 2.221 1.0052 Plan1 Volume de solução-padrão adicionado, mL Absorbância Plan2 Concentração de padrão adicionado, mg/L Absorbância Plan3 Gráf5 0.2412 0.4322 0.6232 0.8142 1.0052 Concentração de padrão adicionado, mg/L Absorbância Plan1 Vp, mL A C, mg/L A 0.00 0.2412 0.000 0.2412 5.00 0.4322 0.555 0.4322 10.00 0.6232 1.111 0.6232 15.00 0.8142 1.666 0.8142 20.00 1.0052 2.221 1.0052 Plan1 Volume de solução-padrão adicionado, mL Absorbância Plan2 Concentração de padrão adicionado, mg/L Absorbância Plan3 Para refletir e responder: A absorção molecular na região do visível poderia ser utilizada para analisar íons Fe2+ (a solução Fe2+, mesmo concentrada, apresenta uma coloração amarelo-esverdeada muito clara)? Caso sua resposta seja positiva, encontre os valores de absortividade molar para solução aquosa de Fe2+ para corroborar sua afirmativa. Caso sua resposta seja negativa, indique que tipo de procedimento seria necessário para analisar Fe2+ por absorção molecular na região do visível. Absorção Molecular no UV/Vis Exercício: Uma solução padrão foi adequadamente diluída para fornecer as concentrações de ferro mostradas na tabela a seguir. O complexo Fe(II)/1,10-fenantrolina foi formado em alíquotas de 25,00 mL dessas soluções, que foram em seguida diluídas a 50,00 mL. As absorbâncias, medidas em 510 nm em células de 1,00 cm, estão mostradas na tabela a seguir. As leituras de absorbâncias de soluções-amostras, preparadas a partir de 10,00 mL de amostras originais diluídas em balões de 50,00 mL, onde foi adicionado o agentecomplexante, foram: 0,143, 0,068, 0,675 e 1,512. Determine as concentrações de Fe2+ nas amostras originais e discuta se as absorbâncias são adequadas para a faixa de trabalho. Absorção Molecular no UV/Vis Exercício: Absorção Molecular no UV/Vis Concentrações das soluções-padrão Concentrações dos complexos formados e leituras de absorbância Exercício: Traçar o gráfico da concentração do complexo versus absorbância, verificar FLT e determinar a equação da reta. Absorção Molecular no UV/Vis Exercício: A partir do gráfico construído e dos valores obtidos pela regressão linear, pode-se determinar as concentrações de Fe2+ nas amostras de uma maneira rotineira, bastando que as amostras não apresentem interferências de matriz. A equação obtida da regressão é: A = 0,07812 [Fe(fen)3] + 0,01478 As leituras de 0,143 e 0,068 estão abaixo do primeiro ponto da curva e portanto não estão adequadas para curva traçada. Observe: 0,068 [Fe(fen)3] = 0,681 ppm s = 0,122 ppm 17,9% 0,143 [Fe(fen)3] = 1,64 ppm s = 0,11 ppm 6,7% Os outros dois valores estão adequados e a concentração para cada um deles é: 0,675 [Fe(fen)3] = 8,45 ppm s = 0,068 ppm 0,8% Diluição 5x [Fe2+] = 42,25 ± 0,34 ppm 1,512 [Fe(fen)3] = 19,17 ppm s = 0,11 ppm 0,6% Diluição 5x [Fe2+] = 95,85 ± 0,55 ppm Absorção Molecular no UV/Vis Fim da Absorção Molecular no UV/Visível... Mas os Métodos Espectrométricos continuam...
Compartilhar