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LFG CADERNO SOCIOLOGIA JURÍDICA 46

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SOCIOLOGIA JURÍDICA 
 
- Ricardo Maurício 
 
Conceito: 
 
- Socius (sócio) - Logus (estudo) - qualquer agrupamento de seres vivos com 
organização. 
 
- Sociologia do direito é um ramo da sociologia geral que estuda as conexões 
existentes entre a norma jurídica e a sociedade, o padrão de relacionamento e a 
disposição social. 
 
Objeto: 
- O objeto dessa disciplina são as relações pionivicas existentes entre a sociedade e o 
ordenamento jurídico. ESTUDA AS INTERAÇÕES INDIVIDUO x SOCIEDADE 
 
- A sociologia do direito estuda a influência que a sociedade exerce sobre a ordem 
jurídica, assim como a influência que a ordem jurídica exerce sobre a sociedade. 
 
Sociedades não humanas - determinismo - relações determinadas pelas estruturas 
genéticas - formiga e abelha sempre agirá de certa forma. E pela estrutura poderiam 
ser consideradas sociedades. 
Sociedades humanas - liberdade - inovação 
 
ARISTÓTELES - Homem - animal social - Zoon Politikon - ser humano só desenvolve 
todas virtudes e capacidades dentro do espaço social. 
 
Origem da Sociologia 
 
Século XIX - positivismo científico - AUGUST COMTE - francês - A DOUTRINA DO 
ESPÍRITO POSITIVO - exaltação da ciência, da possibilidade de liberdade do homem 
das limitações naturais. A CIENCIA PODERIA PROVER A FELICIDADE HUMANA. A 
ciência seria a única foram de atingir a verdade - Século XIX - otimismo científico - 
grandes inventos. 
 
SABER PARA PREVER 
PREVER PARA PROVER 
 
Contexto - revolução industrial 
 
Início filosofia social na Grécia e desenvolveram até o século XIX quando ganhou 
cunho científico. 
 
Obs. Sociologia jurídica e geral - A SOCIOLOGIA JURÍDICA ESTUDA A RELAÇÃO 
ENTRE ORDEM JURÍDICA (instituições e normas) E SOCIEDADE (subsistema 
econômico) - político - ideológico. 
 
ATENÇÃO - Ubi societas, ibi jus. 
 
Obs. o direito vem a reboque dos fatos - Condorcet - o direito é está no último vagão 
do comboio das transformações sociais. 
 
Obs. - A sociedade pode ser repartida em 03 subsistemas: 
1) Subsistema econômico: é o subsistema social que diz respeito à forma de 
produção e de distribuição das riquezas numa dada sociedade. A livre iniciativa 
e a propriedade privada são pilares do capitalismo. Os fatores econômicos 
moldam a sociologia jurídica. O funcionamento das instituições jurídicas não raro 
é influenciado pela luta entre as classes sociais. O ordenamento jurídico 
também interfere na configuração do subsistema econômico. Sabemos, por 
exemplo, que o direito tributário é um dos ramos jurídicos de maior interferência 
no campo econômico. Os tributos podem gerar mudanças importantes no 
contexto econômico. 
2) Subsistema político: diz respeito ao modo de aquisição, exercício e perda do 
poder nas sociedades. O direito interfere na configuração do subsistema político. 
Exemplo: decisão do STF no sentido de não aplicar a Lei da Ficha Limpa para 
as eleições que ocorreram em 2010. Essa decisão terá reflexo importante no 
desenvolvimento da política brasileira, sobretudo na movimentação das políticas 
partidárias. O acórdão enquanto norma jurídica, tem reflexos diretos na 
configuração do subsistema político brasileiro. 
3) Subsistema ideológico: a ideologia é o conjunto de ideias, crenças, valores, 
visões de mundo que influenciam a consciência dos agentes e das instituições 
sociais. Autores sustentam que a ideologia seria muito importante na vida social. 
As grandes lutas sociais são travadas em primeiro lugar no plano ideológico. 
Durante muito tempo, a ideologia patriarcalista projetou na nossa consciência a 
falsa ideia da superioridade do homem em detrimento da mulher. O Código Civil 
de 1916 trazia em suas normas exemplos da força da ideologia patriarcal, seja 
quando colocava a mulher como relativamente incapaz ou quando possibilitava 
ao marido propor a anulação do casamento quando constatasse o defloramento 
da mulher. A administração dos bens do casal também caberia ao marido, assim 
como o poder familiar. 
- Albert Einstein já sustentou certa feita que é mais fácil para o homem 
desintegrar um átomo do que desintegrar um preconceito. 
 
- Papel da sociologia do direito no quadro dos saberes jurídicos: 
- A sociologia do direito cumpre um papel muito importante no âmbito do direito. Ela 
reforça um brocardo latino muito difundido no direito romano: ubi societas, ibi jus – 
onde há sociedade há o direito. A sociologia do direito demonstra a origem social do 
direito e isso particularmente é importante porque não podemos estudar o direito 
apenas em sua dimensão normativa. Temos que entender que o direito deve ser 
também estudado em sua dimensão fática. A sociologia do direito nos permite estudar 
o direito em sua dimensão fática afim de examinarmos a efetividade da ordem jurídica. 
- A função da sociologia jurídica é desenvolver uma propositura descritiva e propositiva 
através de modelos que estejam mais adequados à realidade social. 
 
Comte - sociologia geral 
Durkhein - sociologia jurídica (discípulo de Comte) 
 
Características da sociologia do direito: (realista - zetética - tecnocrática - causal 
- pluralidade metodológica) 
 
a) Realista - porque a sociologia geral e a jurídica, estuda os fenômenos sem 
abordagem idealista, transcendental. Não estuda o direito como expressão exclusiva 
do direito com expressão do dever ser - mas sob o enfoque do ser - PLANÍCIE DAS 
RELAÇÕES SOCIAIS. ABORDAGEM REALISTA - O SOCIOLOGO NÃO ESTUDA O 
DIREITO A PARTIR DO DEVE SER - MAS DA LÓGICA DO SER. 
 
b) Empírica: a sociologia do direito estuda o fenômeno jurídico no plano concreto das 
interações comportamentais do ser humano. A sociologia do direito estuda o mundo 
real e não o mundo ideal. A sociedade é estuda como ela é, como ela se manifesta 
concretamente. Estuda-se a ordem jurídica como ela se apresenta no mundo dos fatos. 
 
b) Causal: a sociologia do direito se vale da causalidade para a construção dos 
seus modelos teóricos. A CAUSA É A CATEGORIA DE RACIOCÍNIO DA 
SOCIOLOGIA. 
 
RACIOCINIO CAUSAL - dado A, é B. 
 
Obs. Causalidade: 
a) ciências sociais - probabilística, tendencial 
b) causalidade determinista - exata - ciência (menos probabilística) 
 
Obs. DIFERENÇA ENTRE VERDADE E CONJECTURA - tradicionalemtne nas 
ciências naturais a causalidade determinista estabelecia conexões necessárias. 
A causalidade é largamente empregada no âmbito das ciências naturais. Posso por 
exemplo, aquecer a água várias vezes e essa água poderá atingir várias vezes o 
estado de vapor na temperatura de 100°C. A sociologia se vale da causalidade, pode 
por exemplo estudar os efeitos de uma grave recessão econômica na criminalidade. A 
causalidade da sociologia do direito é a mesma causalidade empregada nas 
ciências naturais? O ideal de exatidão também aqui se aplica nos estudos sócio-
juridicos? Não, embora o positivismo parta da ideia de que a ciência social pode 
ser exata, ele é objeto de diversas críticas e uma delas diz que a neutralidade 
axiológica inviabiliza a construção de modelos conceituais absolutos e 
incontestáveis. É muito melhor visualizar a característica do direito como uma 
causalidade probabilística. A causalidade no campo das ciências sociais enuncia uma 
alta probabilidade de ocorrência dos fenômenos. 
 
A causalidade na sociologia tem caráter probabilístico: 
 
Dado A, tende a ser B - (ex. não há relação determinista entre pobreza e criminalidade 
- e não é isso). 
 
 
c) Zetética: se contrapõe à uma perspectiva dogmática. O direito pode ser estudado 
numa abordagem dogmática ou zetética. Privilegiamos a busca de respostas e não a 
formulação de perguntas. O pensamento dogmático é baseado em premissas 
inquestionáveis de raciocínio.Existem por exemplo, campos culturais extremamente 
dogmáticos. A religião se apega a dogmas e dogma não é objeto de razão, mas sim de 
fé e a fé não pode ser questionada. A sociologia do direito integra o rol das disciplinas 
que abordam o direito numa dimensão zetética, buscando enfatizar o questionamento e 
não a resposta. O sociólogo do direito deve buscar uma reflexão sobre a efetividade do 
direito, deve se aplicar se o direito se revela adequado à sociedade e potencialmente 
justo. 
 
Zetética - abordagem que prioriza a pergunta - enfoque crítico 
Dogmática - abordagem que prioriza as respostas - premissas inquestionáveis 
dogmas 
 
d) Plurimetodológica: a sociologia jurídica um método diversificado para o estudo 
entre direito e sociedade. Método é o conjunto de procedimentos intelectuais que 
mediam a relação entre sujeito e objeto do conhecimento. 
 
e) Tecnocrata - embasa execução de políticas públicas. Não significa submissão dos 
instrumentos de poder, mas pode fornecer instrumentos para que os poderes 
constituídos melhorem a convivência humana social. 
 
Ex. estudo social sobre abordagem da policia em comunidades de risco - polícia 
comunitária X repressiva. 
 
f) Pluralidade metodológica - processo cognitivo é mediado pelo método. 
 
Obs. O método esta entre o Sujeito cognoscente e o objeto - MÉTODO É O CAMINHO 
PARA O OBJETO. 
 
 
Metodologia da sociologia do direito: 
 
a) método dedutivo: consiste na aplicação de conceitos ou postulados gerais para 
determinadas situações particulares. Quando o sujeito do conhecimento pensa 
dedutivamente, ele raciocina do geral para o particular. Trata-se de um método 
formalista que pode nos induzir as respostas equivocadas. 
 
b) método indutivo: esse método parte de situações específicas singulares para a 
construção ou formulação de leis sociológicas gerais. Quando pensamos 
indutivamente, examinamos diversas situações específicas, singulares para propor 
uma grande generalização conceitual. Através da indução partimos do particular para o 
geral. A mudança do voto obrigatório para o voto facultativo no âmbito legislativo 
acarreta uma menor participação do eleitor no processo eleitoral. 
c) método dialético: é um método baseado na ideia de contradição. ESTUDA A 
SOCIEDADE A PARTIR DA PERCEPÇÃO SOCIAL COMO PALCO DE CONFLITO. 
Um dos grandes estudiosos do método dialético foi Karl Marx, que procurou o 
método dialético de Hegel para o estudo da sociedade. A ideia do direito como o 
reflexo da contradição entre classes e grupos sociais. 
 
TESE 
ANTÍ-TESE 
SÍNTESE 
 
Perspectiva classista - Proprietários X Trabalhadores - Manifesto Comunista - conflito 
geraria a superação do capitalismo, e primeiro a ditadura do proletariado, para depois o 
comunismo evoluído. 
 
Ex. direito do trabalho surge como ramo que sintetiza as contradições entre o modelo 
liberal burguês e o modelo social do final do século XIX. 
 
d) método positivista: foi desenvolvido por Augusto Comte, que acreditava que a 
ciência poderia descrever de forma objetiva as relações sociais. Para Augusto Comte, 
o papel do sociólogo seria o de descrever a sociedade através da observância de 03 
pilares: 
 
I - neutralidade valorativa, axiológica; 
II - distanciamento entre sujeito e objeto. O positivista pode sofrer críticas por causa da 
dificuldade de observância desses dois pilares. É muito difícil para o cientista social 
deixar de valorar o objeto de estudo. 
 
Durkheim - OS FATOS SOCIAIS DEVERIAM SER ESTUDADOS COMO COISA - 
método importante por ser fundacional, mas hoje o método é criticado por dificuldade 
para realização dos pilares - é muito difícil separar do objeto pois o cientista está 
inserido no objeto e não consegue afastar inclinações políticas, crenças filosóficas, 
deve conter os preconceitos. 
 
NÃO É POSSÍVEL FAZER OMELETE SEM QUEBRAR OS OVOS - não é possível 
conhecer a sociedade afastando-se dela 
 
III - verificabilidade empírica - Comte e Durkheim não admitiam nada que não fosse 
através de experiência. 
 
Crítica - dificuldade de fazer experiência. 
 
Obs. a dialética pode ser abrangida para fora de fenômeno nos econômicos. Ex. 
congresso - conservadores e liberal - ambientalista e ruralista. 
 
d) método compreensivo (culturalista): Max Weber – foi pensando dentro do 
paradigma culturalista, um paradigma que se opôs diametralmente ao paradigma de 
Augusto Comte. Weber sustenta que o sociólogo não deve assegurar a neutralidade 
axiológica e o distanciamento entre sujeito e objeto. 
 
O sociólogo deveria se aproximar, mergulhar no horizonte de uma dada cultura 
para captar seu valor. Ao invés de neutralidade, valorização. O culturalismo entende 
que quanto maior for o envolvimento do pesquisador na realidade social, mais 
verossímil será a sua afirmação e mais razoável será a sua proposição no terreno da 
sociologia. 
 
O IDEAL É CONJUGAR OS DOIS MÉTODOS CULTURALISTA E O POSITIVISTA - 
nem tão próximo, nem tão distante. 
 
e) método estruturalista: Strauss – POR TRAS DE TODA A ESTRUTURA VARIÁVEL 
HÁ UMA ENCOBERTA UNIDADE DE ESTRUTURA ÚNICA DE ORGANIZAÇÃO 
SOCIAL E INTERACIONAL - foi um pensador muito importante porque estudou na 
França e também no Brasil, ele foi um dos pioneiros da USP. O estruturalismo é um 
método empregado na antropologia e sociologia que parte da premissa de que todas 
as sociedades humanas, embora diversas do ponto de vista cultural, apresentariam um 
estrutura imodificável e uniforme. Levy Strauss 
ex. há diversidade no mundo ocidental, mas há uma estrutura única a ser encontrada. 
ex. prefeito chefe do líder municipal - o índio também tinha um cacique. Nos faz 
quebrar a falsa dicotomia entre povos civilizados e bárbaros - está eivado de 
humanismo, não segrega, ela aproxima, aponta pontos de convergência. 
 
f) método funcionalista: Niklas Luhmann (Direito e Sociedade) – é um autor de 
grande importância para a sociologia do direito. Nos seus escritos ele estuda a teoria 
dos sistemas, é uma teoria um pouco complexa e densa. TEORIA DOS SISTEMAS - 
Ele trabalha com a ideia de que dentro do sistema social, o papel do direito é o de 
reduzir a complexidade da vida social. O papel da ordem jurídica é de estabilizar as 
expectativas comportamentais, a partir do momento em que as normas jurídicas 
estabelecem normas objetivas e pautas para o comportamento social. Ele visualiza o 
direito como um instrumento de manutenção da ordem e da segurança. Ele 
permite o desenvolvimento de uma sociológica jurídica de base conservadora. 
Exemplo: o bolsa família é um programa que surgiu da luta entre classes e procura 
apaziguar o conflito de classes sociais. 
 
SOCIEDADE SERIA ESPAÇO DE HARMONIZAÇÃO E NÃO DE ACIRRAMENTO DE 
TENSOES - BUSCA ESTABILIDADE DE EXPECTATIVAS, BUSCANDO SEGURANÇA 
E ESTABILIDADE DAS RELAÇÕES SOCIAIS. VISAO OTIMISTA PARA CAPACIDADE 
DO DIREITO RESOLVER PROBLEMAS SOCIAIS. 
 
Ex. colonialismo e neocolonismo se valeram do etnocentrismo. 
 
g) Desconstrucionalista - Jacques Derrida - metodologia de revelação das ideologias 
incrustadas no discurso humano - exteriorizado inclusive como fonte jurídica, revelando 
interesses ocultos e subjacentes. 
 
DESMONTE DO DISCURSO - há procura do interesse oculto 
 
EC 19 - Reforma administrativa - Eficiência admistrativa - o que está detrás do 
eficientismo é a ideologia liberal, busca de aplicar o estado mínimo, que o estado é 
ineficiente. O discurso é o da eficiência, mas a base era de que o estado era 
ineficiente. 
 
O MERCADO NÃO REALIZA JUSTIÇA SOCIAL - DEVE ENTAO SER REGULADO 
 
Crítica - possibilidade de se cair num niilismo, relativismo subjetivismo. 
Crítica - o descontrucionismoé muito bom como diagnostico, acha o problema, mas 
fraco para propor soluções. 
 
h) Genealógico - Michel Foucault - GENEALOGIA DO PODER - poder é relação 
assimétrica entre grupos sociais - o poder estaria enraizado formando uma rede de 
relações de poder - a sociedade seria uma rede de intereações comportamentais. 
 
MACROPODER (estado) - enraizado em diversos MICROPODERES - família - igreja - 
escola - empresa 
 
A MICROFÍSICA DO PODER - no âmbito do micropoder o individuo seria dominado, 
reprimida, conformada aos cânones aceitos. TODAS AS RELAÇÕES SOCIAS SÃO DE 
PODER POR SEREM ASSIMETRICAS. Todos esses sistemas utilizam da disciplina 
como forma de uniformização. Ex. família tradicional - 
 
Disciplina = Ritualização comportamental = Poder saber - poder-saber o conhecimento 
é forma de relações de poder. 
 
O trabalhador é alienado não tem percepção de exploração da mais valia - Marx. 
 
 
 
 
 
 
 
Precursores da sociológica jurídica: 
 
a) Sofistas: cetismos e relativismo filosófico. Os sofistas eram professores itinerantes 
lecionando as artes da retórica, da oratória, da gramática e da dialética. Eles 
ensinavam os nobres a como participar dos grandes debates da democracia helênica. 
Os sofistas não acreditavam que o ser humano tivesse a capacidade de alcançar 
verdades absolutas. Todas as verdades seriam produtos do convencionalismo, seria 
resultado da convenção humana. A verdade seria uma construção dialógica discursiva. 
Os sofistas não podem ser estigmatizados porque na verdade, eles demonstraram que 
de fato as instituições sociais como o Estado e o direito podem não ser perfeitos e a 
ordem jurídica pode não ser justa no mundo concreto. Essa contribuição lançou a 
semente da dúvida e da crítica. Os sofistas devem ser exaltados como grandes 
pioneiros da sociologia do direito porque eles colocaram o homem como o centro da 
reflexão filosófico. Protágoras afirmou que o homem é a medida de todas as coisas. 
 
b) Sócrates: os escritos de Sócrates são escritos de outros pensadores, sobretudo de 
Platão. Sócrates também tinha uma preocupação antropocêntrica. O homem é o objeto 
da reflexão filosófica, ele dedica grande atenção para a ética do campo filosófico. Ele 
estuda a ética como um campo propício da reflexão filosófica. Para Sócrates, a 
verdade pode ser alcançada pelo ser humano, o ser humano possui uma capacidade 
racional de alcançar a verdade absoluta. Ele rejeita o ceticismo e o relativismo, para 
que homem possa alcançar a verdade ele precisa afastar-se do senso comum e 
questionar a realidade. Ele precisa portanto, reconhecer a sua própria ignorância. Esse 
processo de descoberta da verdade ele denominou de maiêutica (parto das ideias). 
 
c) Platão: reflexão de base idealista de alguma forma contrária ao modelo empírico de 
uma sociologia do direito. Ele se propõe a projetar o modelo de uma sociedade ideal. 
Ele usou a famosa metáfora da alegoria do mito da caverna. Ele projetou o que ele 
entendia ser um modelo ideal de sociedade que serviria de matriz para a vida em 
sociedade e para a produção da ordem jurídica. A sociedade ideal seria uma sociedade 
hierarquizada. No topo da pirâmide estariam os intelectuais governados por um filosofo 
rei. A sociedade ainda contemplaria a escravidão. Platão desenvolveu convicções mais 
próximas do que chamamos de filosofia do direito. Platão se dispôs a estudar a forma 
como as leis eram elaboradas na polis grega. Platão no final de sua vida se afastou do 
idealismo. Ele foi contratado para lecionar para uma grande família em Siracusa, mais 
precisamente para Dionísio. Platão acreditava que poderia transformar Dionísio em um 
filosofo rei, mas ele se transformou em um dos mais terríveis tiranos. 
 
d) Aristóteles: era um pensador realista, desenvolvia seus estudos através de uma 
abordagem empírica. Aristoteles estudou para escrever “A Política” mais de 150 
cidades-estado da magna Grécia. A sua metodologia já o aproxima de uma abordagem 
típica da sociologia do direito. O homem é um animal político (animal social). O ser 
humano é construído socialmente. Não é possível imaginarmos o ser humano fora da 
sociedade. O pressuposto para que o homem desenvolvesse sua aptidão e virtudes era 
a sociedade. Dentre todas as contribuições fantásticas que encontramos na política de 
Aristóteles, é importante citar sobre a teoria das formas puras e impuras de governo 
(monarquia, aristocracia e democracia). Na visão Aristotélica as formas puras se 
caracterizam pela prevalência do interesse público, sobre o interesse privado. Para 
Aristóteles, essas formas puras poderiam se degenerar. A monarquia – tirania, 
aristocracia – oligarquia, democracia – demagogia. O direito não é necessariamente 
justo, pode ser produzido para atender os interesses pessoais dos governantes. A 
noção de justiça distributiva está na base da compreensão da equidade, está na base 
da reflexão sociológica do direito. A equidade é uma contribuição nítida de Aristóteles. 
e) Santo Agostinho: inaugurou um movimento chamado de patrística. Inicialmente 
cumpre frizar que a ideia média não foi um dos períodos mais favoráveis do 
pensamento sociológico. A igreja católica se tornou uma instituição hegemônica e 
através de uma concepção teológica, acabou por inviabilizar o desenvolvimento critico 
do universo. Uma concepção de mundo baseada na fé não permitiria uma reflexão 
crítica sobre a vida social. Trouxe uma preocupação com a vida do homem em 
sociedade, em seu livro chamado Cidade de Deus, ele estuda a subordinação da 
cidade dos homens à cidade de Deus. Mantém uma tentativa de reflexão da sociedade. 
Foi uma sociologia de base metafísica, foi muito influenciado por Platão, substituindo o 
mundo das ideias pelo mundo divino. Para Platão o mundo celestial seria 
hierarquizado. Logo no mundo social o individuo deveria obedecer o voto de 
obediência. O servo deveria continuar obedecendo ao senhor feudal, porque essa seria 
a vontade de Deus. Não haveria espaço para a crítica social, mas apenas para o 
conformismo. Encontramos aqui um embrião do racionalismo moderno e talvez a 
síntese mais nítida desse processo seja São Tomaz de Aquino. 
f) São Tomaz de Aquino: inaugurou um movimento chamado de escolástica. Foi um 
pensador de base aristotélica que procurou conciliar a fé e a razão. Procurou conciliar 
um estudo idealista na base de Deus, mas também pautado nas relações entre a 
sociedade e do direito. A escolástica se opôs aos excessos de Santo Agostinho. Isso 
fica nítido na obra “Suma Teológica”. São Tomaz de Aquino estuda o funcionamento da 
sociedade, o modo de produção do direito mantendo a primazia do poder espiritual, 
mas ele considera que os seres humanos poderiam afastar-se do projeto ideal de base 
divina, ele reconhece que os seres humanos poderiam se afastar da vontade de Deus. 
Há a presença de uma tratamento mais realista. Ele inclusive, reproduzindo a teoria 
das formas puras e impuras de Aristóteles, chega a afirmar que o Estado poderia não 
realizar o bem comum e consequentemente as leis produzidas pelos homens poderiam 
não estar em consonância com a justiça divina, poderiam ser consideradas injustas. 
Logo estava lançada uma fresta importante no hermetismo teológico da idade média. 
 
g) Nicolau Maquiavel: 
 
h) Thomas Hobbes: é um pensador contratualista. Embora com características 
próprias, nós temos pensadores contratualistas, vale dizer que o contratutalismo social 
é uma corrente de pensamento moderno de grande importância para o surgimento da 
sociologia. Encontramos nomes de relevo, como Hobbes, Locke, Rosseau e 
Montesquieu. 
 
- Leviatã: nesse livro Hobbes inicia toda uma rica e importantetradição do 
contratualismo social. Nesse livro Hobbes sustenta que o direito e o Estado seriam 
produtos de posições sociais. Para Hobbes, o Estado e o Direito teriam origem social, 
decorreriam de um contrato social. O contrato social não seria um pacto escrito, mas 
sim um pacto implícito entre governantes e governados, através do qual um 
determinado momento histórico os indivíduos abdicariam de suas parcelas de liberdade 
em prol da criação de uma entidade chamada estado. 
- A tese de Hobbies é bastante conhecida: ele entendia que o Estado e ordem jurídica 
surgiriam através do contrato social para promover a transição do Estado de natureza 
para o Estado civil. No Estado de natureza os indivíduos exerceriam as suas esferas de 
liberdade de forma ilimitada, desmesurada. Isso comprometia a convivência harmônica 
de todos os agentes sociais. Por isso o homem seria o lobo do próprio homem, os 
homens viveriam num estado de luta de todos contra todos. Houve a necessidade 
desses indivíduos abdicarem as suas liberdades para o Estado, que através do uso da 
força, garantia a convivência pacífica dos indivíduos. A lei aparece como o instrumento 
do Estado Leviatã para a imposição da ordem social. 
- Hobbes portanto imaginou um Estado hipertrofiado, que poderia até mesmo 
utilizando-se da lei e da força, dispor sobre a vida e a morte dos próprios governados. 
Hobbes entendia que uma vez criado o Estado e o Direito positivo os indivíduos 
perderiam os seus direitos naturais. 
i) Jonh Locke: Locke se opõe ao pensamento de Hobbes. Ele foi um pensador britânico 
que lançou as bases sobre o liberalismo político. Ele estuda o contratualismo social e 
sustenta que o estado de direito teriam surgido de um contrato social, enquanto pacto 
implícito dos governantes e governados. Ele propõe um modelo de estado mínimo. O 
Estado criado pelo contrato social deveria manter a segurança e manter a ordem, 
respeitando contudo, os direitos naturais dos indivíduos e sobretudo, o direito à 
propriedade privada. A ordem jurídica não aparece enquanto instrumento de 
dominação. O direito aparece como a expressão dos direitos naturais dos cidadãos. A 
ordem jurídica aparece como o reflexo dos direitos sociais. 
- Locke afirma que a relação política entre governantes e governados é uma relação 
marcada pela fidúcia e pela confiança. Os atos dos governantes não podem 
comprometer a governança recíproca. Toda vez que o Estado viesse a comprometer o 
exercício dos direitos naturais, restaria quebrada a relação de confiança. Para Locke se 
os governantes através das leis embaraçassem o exercício dos direitos naturais, os 
governados poderiam se insurgir contra esse governante tirânico e poderiam exercer 
um direito natural à revolução. 
 
j) Jean Jaques Rousseau: foi um pensador suiço que desenvolveu toda a sua vida 
intelectual na França. Ele é autor do livro: Do contrato social. Esse é um livro que se 
insere dentro da lógica do contratualismo social. É um livro que enfatiza a dimensão de 
um contratualismo social democrático. Assim como Hobbes e Locke ele acredita que o 
Estado de direito é produto de imposições da sociedade que procura realizar objetivos 
coletivos. Ele avança no sentido de uma abordagem sociológica do direito, porque ele 
demonstra que a base do contrato social seria a noção de soberania popular. A 
soberania seria a qualidade máxima do poder estatal e seria exercida através dos 
representantes do povo, eleitos democraticamente através do que fosse estabelecido 
pela lei. O Estado e o direito acabam repousando na ideia de soberania popular. Ele 
refere que o poder legislativo seria aquele que melhor exprimiria esse entrelaçamento, 
seria o órgão de representação popular, emergindo a lei como a vontade geral. Ele 
também contribuiu admiravelmente para o desenvolvimento de uma visão sociológica 
do direito. 
- Rosseu hoje é objeto de muitas controvérsias. O conceito de vontade geral traduz 
uma ideia de uniformidade, quando sabemos a sociedade é heterogênea, é dissensual, 
é sempre um palco para a emergência de valores e visões de mundo. Alguns autores 
críticos referem que a vontade geral seria um conceito unificante que de alguma forma 
ocultaria o desejo da sociedade. 
k) Barão de Montesquieu: se notabilizou por um livro chamado “Do Espírito das Leis”. 
Em primeiro lugar, Montesquieu também reforça a origem social do Estado e da ordem 
jurídica. A sociedade é responsável pela criação do direito. Ele também é importante, 
porque nesse livro extenso, Montesquieu procura estudar a influência de fatores sociais 
e naturais na formação das leis. O espírito das leis é um estudo a partir da influência de 
fatores como clima, geografia, proximidade ou não do mar, altitude e de fatores sociais 
na configuração das leis. Também merece registro sobre o seu estudo sobre a 
separação dos poderes em sua forma tripartite. Quando ele estuda a necessidade da 
repartição de funções, ele está preocupado em proteger o direitos dos cidadãos. Isso 
demonstra a sua sensibilidade em fundamentar a soberania popular e a ideia de que o 
Estado e a ordem jurídica estão a serviço da ordem civil. 
 
- Correntes Fundamentais da Sociologia Jurídica: 
 
1) Positivismo: 
- Augusto Konte é o pai da sociologia geral. Konte foi um pensador francês que 
conseguiu sintetizar o espírito do tempo. O positivismo é uma doutrina cientificista. A 
sociedade ocidental e europeia vivenciava um momento de grande transformação 
econômica e social propiciada pelo advento da ciência como mola propulsora das 
transformações sociais. Neste sentido Konte começa a desenvolver uma doutrina de 
base cientificista. Ele acreditava que a ciência seria a única forma de conhecimento 
válida, baseada na possibilidade de uma construção verdadeira. Konte entendia que 
somente a ciência poderia elevar o ser humana a verdade absoluta. 
- A doutrina positivista é uma doutrina cientificista. 
- O modelo de ciência imaginado por Konte apresentaria duas características: o 
distanciamento e a neutralidade axiológica. Para Augusto Konte a ciência verdadeira 
deveria assegurar o distanciamento do sujeito com relação ao objeto e deveria ser um 
conhecimento neutro. O objeto deveria ser estudado através de uma postura distante e 
neutra. Suas convicções particulares e subjetivas não poderiam contaminar a própria 
investigação científica. Esse modelo de ciência serviria para que o individuo pudesse 
conhecer a sociedade, pudesse desenvolver as chamadas ciências sociais. Trata-se de 
um modelo de ciência baseado num paradigma das ciências sociais. 
- Comte cria uma nova ciência: a sociologia – como uma espécie de física social. 
 
- Para Comte a sociologia seria uma ciência geral da sociedade que permitiria portanto, 
ao cientista social um estudo dos diversos aspectos da convivência humana em 
sociedade. Na visão de Comte a sociologia seria visão da sociedade que 
compreenderia o conjunto das demais ciências sociais. 
- A sociologia seria uma espécie de física social porque Comte entendia ser possível a 
previsão absoluta de todos os fenômenos sociais e consequentemente a capacidade 
da sociologia de prever de forma exata o comportamento social permitia afirmar a sua 
identificação com as ciências exatas. 
- Comte chegou a cunhar uma expressão muito conhecida e que pode ser objeto de 
eventual cobrança em concurso: a sociologia seria um saber para prever e um saber 
para prover. 
- A sociologia permitiria ao ser humano prever todos os comportamentos sociais. A 
sociologia entendia ser possível ao cientista social prever conflitos como crime, o 
desemprego, a má-distribuição de renda e consequentemente isso permitiria ao Estado 
e aos poderes públicos planejara vida humana em sociedade. Daí a expressão saber 
para prever e prever para prover. 
 
- Comte tinha de fato uma visão bastante ambiciosa da sociologia. A sociologia serviria 
para resolver todos os problemas da vida social. Além dessa natureza enciclopédica da 
sociologia também é possível analisar a natureza tecnocrática. A sociologia estaria a 
serviço da organização da vida social pelos podres públicos. 
- Comte formulou uma das mais importantes leis sociológicas: lei dos 03 Estados. 
Comte imaginou uma evolução linear da sociedade humana. Estado teológico → 
Estado metafísico → Estado científico. Todas as sociedades humanas passaram por 
essas 03 etapas. 
 
- Na visão de Comte a evolução social seria linear e uma evolução intelectualista. 
Comte imagina que a evolução das sociedades ocorreria pelo acumulo e transformação 
da forma de conhecimento. O primeiro Estado seria o estado teológico, as primeiras 
sociedades humanas seriam sociedades baseadas na religião. A religião como uma 
forma de conhecimento racional e abstrato serviria para organizar todas as demais 
instituições e relações sociais. 
 
- A religião é um pensamento irracional e abstrato. A filosofia é racional e abstrato. 
- O ápice, o apogeu das sociedades seria atingido na terceira etapa ou no terceiro 
estágio de evolução dos povos. Seria o estágio científico. A ciência se incumbiria de 
controlar a natureza e a sociedade, prevaleceria o pensamento racional e concreto da 
ciência. Diferentemente da religião e da filosofia as proposições científicas seriam 
confirmadas através de experimentos no plano empírico. 
- A sociedade europeia do século XIX teria atingido o apogeu evolutivo da sociedade. 
- Comte contribuiu para a sociologia do direito porque foi ele que criou a sociologia 
geral. Para Comte o fenômeno jurídico se desenvolveria a partir do estágio teológico, 
mas se esgotaria no estágio metafísico. O direito desapareceria no estágio científico. 
Na visão de Comte, o direito só seria necessário como uma ordem normativa do 
comportamento humano até a etapa do estágio metafísico. A ciência substituiria todas 
as demais instâncias de normatividade ética. 
 
- Críticas positivistas: 
a) criação de um campo autônomo para a sociologia em face da sociologia social. 
b) demonstrar a instrumentalidade das ciências sociais para a organização da vida 
social. Konte demonstrou que o conhecimento sociológico pode ser aplicado no mundo 
real e pode contribuir para o planejamento da vida em sociedade. 
 
- Críticas negativas: 
a) os críticos do positivismo científico sustentam que esse modelo de ciência distante, 
neutra, não se aplicaria dentro do paradigma das ciências sociais. O cientista social 
pertence ao próprio objeto, ele está integrado ao objeto enquanto agente social. Torna-
se muito difícil evitar que as impressões do sociólogo não transpareça na investigação 
científica. 
b) os críticos dizem que a leis dos 03 Estados seria uma lei etnocêntrica, ela traria 
ainda que não de forma expressa, uma hierarquização cultural. 
c) Espaço diminuto da sociologia do direito dentro da sociologia de Comte. Ele não 
conseguiu assegurar um campo autônomo para a sociologia do direito. 
 
 
2) Escola objetiva francesa (Durkheim): 
 
- Essa escola é uma corrente de pensamento importante. Durkheim estudou a 
sociologia do direito. 
- Essa escola inaugurou a sociologia do direito. A sociologia do direito foi criada por um 
grande pensador. Durkheim foi discípulo de Comte e inicio os seus estudos tratando de 
um campo específico. 
- Durkheim inaugurou uma escola positivista. A sociedade deveria ser estudada como 
uma realidade objetiva e indistinta dos indivíduos. O sociólogo deveria manter uma 
postura distante e neutra em face das instituições sociais. Ele propunha que os fatos 
sociais fossem tratados como coisas. 
 
- Na visão de Durkheim a sociedade seria um extrato distinto dos indivíduos, ou seja, 
na visão de Durkheim a sociedade aparece como instância coletiva que paira sobre os 
indivíduos e condiciona o comportamento individual. Na visão de Marx a sociedade 
seria um conjunto das redes de ações sociais. 
 
- Para Durkheim os fatos sociais são fatos exteriores. Poderíamos identificar outra 
característica importante que é a coercitividade. Os fatos sociais seriam capazes de 
constranger o comportamento individual. Os fatos sociais seriam instâncias coletivas 
que projetariam na mente dos indivíduos o medo. É um elemento psicossocial da 
projeção de ameaça da aplicação de uma sanção. 
- O direito é o fato social mais coercitivo. Para Durkheim o direito projetaria no 
psiquismo dos agentes sociais um temor, um medo e um receio muito mais 
contundente. SOLIDARIEDADE É O GRAU DE COESAO SOCIAL. 
 
Fenômeno da solidariedade: Durkheim dividiu a solidariedade em 02 tipos: 
a) Mecânica: 
b) Orgânica: 
 
- Solidariedade seria um modo de organização da vida social que exprimiria o modo de 
interação dos indivíduos em sociedade. Sociedade não está atrelada a qualquer 
conceito de ordem moral. Solidariedade não está associada a noção de altruísmo ou 
caridade. A ordem jurídica nessa sociedade seria uma ordem jurídica prevalentemente 
repressiva. Haveria um predomínio do direito penal. O direito penal seria quase que 
sinônimo da totalidade do direito. 
 
- O direito penal seria predominante porque nas sociedades primitivas, o individuo 
poderia ser facilmente destacado do corpo social. Cada individuo passa a 
desempenhar uma função social específica (solidariedade orgânica). É como se a 
sociedade fosse um corpo humano e cada grupo de indivíduos desempenhasse uma 
função específica tal como os órgãos do corpo humano. Nessas sociedades podemos 
visualizar o individuo como ente distinto do corpo social. Nessas sociedades o direito 
possui uma dimensão muito mais restitutiva do que repressiva. Prevalece nas 
sociedades orgânicas o direito social, entendido como o direito não penal. A intenção é 
de manter o individuo na sociedade. Cada um desempenha uma função específica, 
relevante para o funcionamento do corpo social. A sanção jurídica deve privilegiar o 
individuo, substituir a sanção pessoal para a sanção patrimonial. 
 
Contribuições - Durkheim é o pai da sociologia jurídica. Importância da coesão com 
controle social. 
Críticas - Durkheim enfatiza muito o castigo. A ordem jurídica aparece não apenas 
respaldada no medo, no receio, no temor, como há outras formas de estímulos. 
 
Paul Fauconnet 
 
Estudou a passagem da responsabilidade penal objetiva e coletiva para a 
responsabilidade penal subjetiva e individual. Tendo como pano de fundo os 
modelos de solidariedade - mecânica e orgânica. 
 
Sustentou que a responsabilidade penal apresentava duas características: 
Objetiva - pois não havia a preocupação em analisar a culpabilidade do agente - ex. 
discernir imputabilidade da inimputabilidade - ou da culpa ou dolo. 
Coletiva - pois não havia nos primórdios a preocupação com a identificação da autoria 
do delito, o infrator seria punido através da imposição de uma sanção grupal - se o 
infrator não fosse encontrado qualquer do grupo poderia sofrer a sanção. 
 
Ex. qualquer membro do grupo familiar poderia sofrer sanção. 
 
Teoria penalista - responsabilidade penal pressupõe a culpabilidade e a. 
 
Georges Davy - satus e contratos - dimensão do cenário com imposições e 
faculdades. Ex. casamento - contrato - modifica os status. Adquire imóvel por contrato - 
CONTRATO instrumento que transforma o status jurídico por reconhecimento da força 
jurígena da vontade humana. 
 
 
Leon Dugit - parte do pressuposto da transformação de solidariedade orgânica e 
mecânica e diferenciaçãodo individuo da coletividade - COMO O DIREITO VAI 
ADQUIRIR PERFIL MAIS FUNCIONAL QUE ESTRUTURAL. Nas sociedade de 
solidariedade orgânica adquire natureza funcional. PAPEL DA ORDEM JURIDICA É 
DE PERMITIR O DESENVOLVIMENTO. se cada um no exercício dos direitos cumpre 
papel social - os direitos não podem ser analisados sob ótica privada - mas todo direito 
desempenha função social - POIS CADA INDIVIDUO CUMPRE PAPEL SOCIAL 
INDISPENSAVEL PARA MANUTENÇÃO DO TODO. 
 
Ex. função social da propriedade - não é direito absoluto. 
 
Constituição do México e de Weimar - incorporam o princípio da função social da 
propriedade como princípio cardial ao constitucionalismo social. 
 
 
3) CULTURALISMO SOCIOLÓGICO DE MAX WEBER: 
 
- Podemos dizer que Weber foi de fato um grande estudioso da sociologia geral e 
jurídica. ele foi um pensador alemão que desenvolveu os seus estudos no final do 
século XIX e início do século XX. 
 
- Na visão de Weber as ciências sociais deveriam ser fundadas sobre novos 
pilares. O culturalismo se opunha ao positivismo. Na visão de Weber, o papel do 
sociólogo é o papel de compreender as ações sociais. Ele propõe o método 
compreensivo e como categoria sociológica fundamental, o que ele denominou de ação 
social. Na visão weberiana, o sociólogo não poderia desenvolver uma postura distante 
e neutra em face das instituições e das relações sociais. Na visão weberiana a 
sociologia deveria se assentar em pilares diversos. Ao invés de Weber propor uma 
ciência distante e neutra, ele sustentava que a ciência social deveria sustentar nas 
noções de proximidade e na abertura de valores. 
 
- Através do MÉTODO COMPREENSIVO o sociólogo mergulharia na cultura de cada 
sociedade, envolvendo-se para apreender o significado ou o sentido de tais ações 
sociais. Na visão de Weber a sociedade seria uma rede de ações sociais. Sociedade 
seria uma rede de ações individuais. Não há aqui uma diferença entre sociedade e 
individuo. 
 
- Nesse modelo culturalista deve aproximar da sociedade e procurar atender os valores 
que orientam essas interações sociais. 
 
- PAPEL DO SOCIÓLOGO É IDENTIFICAR O SENTIDO DA AÇÃO NA CULTURA 
HUMANA 
 
AÇÃO SOCIAL - valor - sentido 
FATO SOCIAL - realidade objetiva 
 
 
Racionalização do mundo - a ciência causou o desencantamento do mundo com a 
transformação - perda de poder do discurso religioso. 
 
- Conexões entre legalidade e capitalismo: Weber estudou como ninguém sobretudo 
no livro ECONOMIA E SOCIEDADE, as conexões entre legalidade e capitalismo. Para 
Weber, a valorização da lei na modernidade esteve associada ao avanço do 
capitalismo. Segundo ele, a substituição dos costumes pelas leis, na maioria dos 
países decorreu das exigências do sistema capitalista de produção. COSTUMES NÃO 
ENSEJAM SEGURANÇA NECESSÁRIA PARA AS OPERAÇÕES CAPITALISTAS. 
 
Essas exigências seria de estabilidade, previsibilidade e segurança. A lei como fonte 
escrita do direito conferiria marcos normativos mais previsíveis e estáveis, ou seja, ela 
conferiria objetividade e consequentemente teria permitido o avanço do capitalismo. As 
forças econômicas do capitalismo precisam de marcos normativos mais estáveis, mais 
seguros, mais previsíveis. A segurança e a instabilidade contribuem para o 
comprometimento do acumulo de capital. A lei também procurou atender a exigência 
de mutabilidade. O professor Tércio Sampaio refere com muita propriedade que o 
direito legislado teria como adverte Weber, promovido a institucionalização da 
mutabilidade do direito. 
 
- Protestantismo e capitalismo: (A ética protestante e o capitalismo) - historicamente 
o catolicismo dificultou o acumulo capitalista. Catolicismo não permitiria o 
desenvolvimento socioeconômico - por vedar a busca do lucro - associando usura ao 
pecado. Doutrina que acaba por gerar conformismo social, os pobres continuariam 
pobres (últimos serão os primeiros - os ricos teriam dificuldade de ascender ao reino 
celeste pelas privações materiais). 
 
Do ponto de vista ideológico, o catolicismo projeta determinados valores que são 
contrários ao avanço do capitalismo. A ideia de que os ricos não ascenderão aos reinos 
dos céus e a proibição da usura seriam portanto, afirmações que não contribuíram para 
o desenvolvimento econômico a para a realização da justiça social. Para Weber os 
países de tradição católica seriam países economicamente menos desenvolvidos e 
socialmente mais injustos. O protestantismo teria contribuído para o acumulo capitalista 
e para o desenvolvimento das forças econômicas da própria estrutura capitalista de 
produção. O protestantismo vislumbra a importância da liberdade, a riqueza é 
vista como um sinal de predestinação divina é Deus intervendo nas relações 
humanas, o trabalho aproxima o individuo de Deus e outro aspecto é o isolamento 
social. O protestante típico vive em função de sua família e de seu trabalho. Ele 
consegue melhor preservar as suas energias laborais. 
 
Além da livre interpretação da bíblia permitindo o lucro e a ideologia para 
desenvolvimento capitalista: 
a) valorização do trabalho como dignificante 
b) ascetismo - vida regrada - não hedonista ou lúdica 
 
 
TIPOS DE LEGITIMIDADE: estabiliza e legitima relações de poder. Tipologias são 
cumulativas. 
 
a) Carismática: Modelo psicossocial de empatia entre governantes e governados. O 
primeiro modelo seria o modelo da legitimidade carismática, a relação entre 
governantes e governados seria uma relação baseada na empatia social, na crença 
que o governados nutre acerca de qualidades pessoais dos governantes sobre as 
instituições. A legitimidade carismática está associada a estados autocráticos. Ex. 
nazista 
 
b) Tradicional: estaria baseada na força dos costumes políticos. Instituições 
prevalecem sobre a individualidade. A relação de poder se estabilizaria por conta do 
apego aos costumes pelos governados. Ex. monarquia - simbolizam identidade 
nacional. 
 
c) Legal/burocrática: o governante legítimo passa a ser o governante que foi eleito 
pelo povo através de elementos estabelecidos pela lei. A legitimidade política é 
formalizada, passa a depender menos do carisma, passando a depender do repeito e 
das formalidades estabelecidas na lei. A lei se torna o fundamento da legitimação entre 
governantes e governados. 
 
- A legitimidade são formas de justificação do exercício do poder pela adesão dos 
governados. Ou seja, é o modo de busca permanente da adesão dos governados pelos 
governantes. Weber estudou três tipos ideais, que, diga-se de passagem, não são 
modelos antagônicos, mas que podem se superpor. 
 
Weber conseguiu articular diversos fenômenos sociais - (jurídicos - políticos - 
econômicos - religioso) 
 
- Weber conseguiu sustentar a manutenção de uma postura distante e neutra sobre a 
sociedade e o direito. Weber é um autor que não desenvolve uma leitura unilateral dos 
fenômenos sociais. Ele demonstra como a religião e a economia podem estar 
conjugadas. Ele articula a um só tempo o direito, a política e a sociedade, 
demonstrando como a valorização da legalidade acabou por conformar o modelo de 
legitimação política baseada na democracia representativa. 
 
ESTUDO DA LEGALIDADE como fundamento para compreensão contemporânea. 
 
 
- Os críticos de Weber sustentam que o culturalismo abriria um espaço para o arbítrio 
intelectual - interpretando a sociedade de sua tabua de valores. O método 
compreensivo, ao sustentar a proximidade do sujeito e a abertura dos valores 
oportunizaria a possibilidade dos cientistas sociais. Isso poderia contaminar o próprio 
desenvolvimento da investigação científica. Trata-se de uma crítica muito diferidano 
culturalismo weberiano. Protestantismo e sua conotação culturalista: Weber conseguiu 
de fato gerar muita controvérsia ao demonstrar a conotação do protestantismo com o 
capitalismo. Ex. o Brasil seria exemplo - crítica ao modelo determinista entre sociedade 
e religião. 
 
Critica - Weber acaba por confundir legitimidade e legalidade - nem todos legais são 
legítimos. Pode perder respaldo popular. 
 
 
- SOCIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO (KARL MARX): 
 
- Para os socialistas utópicos o capitalismo não seria intrinsecamente opressivo, mas 
conjunturalmente ao final do século XIX, o sistema capitalista estaria se valendo da 
exploração do trabalho humano. 
 
Críticas ao capitalismo: 
Anarquismo - negação 
 
Socialismo utópico (buscavam a igualdade dentro do capitalismo que seria apenas uma 
crise) 
Socialismo científico - a crise do capitalismo é estrutural - 
 
MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO 
interpretação economicista da sociedade - a forma de produção de distribuição de 
riquezas seria determinante para outros fenômenos sociais. A INFRA ESTRUTURA 
ECONOMICA CONDICIONA A SUPERESTRUTURA POLÍTICO IDEOLÓGICA. 
 
Superestrutura - ESTADO MORAL DIREITO 
ESTADO - seria aparelho institucional voltado para dominação de classe dominante. 
MORAL - manifestação ideológica dos interesses capitalistas. DIREITO - ordem jurídica 
que legitimaria o uso da força legítima do estado a serviço das classes dominantes. 
 
MATERIALISMO DIALÉTICO - luta entre classes sociais estariam existentes em todas 
sociedade - se manifestando no plano da superestrutura ideológica - ex. os poderes 
atuam muitas vezes para favorecer os interesses das classes dominantes. 
 
Opio do povo - a religião esmaecem o ímpeto revolucionário. 
 
- O socialismo científico (Marx) entendia que o sistema capitalista de produção seria 
estruturalmente injusto, que a exploração do trabalho humano seria uma consequência 
necessária do sistema capitalista de produção. É por isso que Marx em suas obras 
como capital e no próprio manifesto comunista, estuda como o sistema capitalista de 
produção se valeria da exploração do trabalho humano para a produção da riqueza. 
 
- O materialismo histórico dialético é decorrente do socialismo cientifico de Karl Marx. 
- O materialismo é porque Marx, buscará estudar a influência das relações materiais de 
produção no âmbito da infraestrutura econômica e como essas relações interferem na 
supraestrutura metodológica. Na visão marxista a base de toda sociedade seria a 
infraestrutura econômica, ou seja, as relações materiais de produção. 
- O modo da sociedade produzir as riquezas interferiria na moral, na religião, no direito, 
estado. 
- Marx é dialético porque ele acredita na dialética como uma forma de conceber a 
evolução da sociedade a partir da ideia de construção. A dialética é uma construção 
Heigeliana. 
 
- Comunismo primitivo 
- Sociedade de classes 
 
 Antiga - escravagismo 
 Medieval - feudalismo 
 Moderna - capitalismo 
 
- Revolução socialista 
- Ditadura do proletariado 
- Comunismo Evoluído 
 
- Na visão marxista a primeira fase de evolução da sociedade humana seria o 
COMUNISMO PRIMITIVO. Nesta etapa não haveria classes sociais, porque segundo 
Marx, nos primórdios da humanidade não haveria a apropriação privada dos bens de 
produção. A partir do instante em que não se pode precisar com exatidão, a 
propriedade privada teria surgido - SOCIEDADE DE CLASSES. A primeira sociedade 
de classes que Marx estudou foi a sociedade antiga, que era uma sociedade de 
classes porque apresentava como modo de produção da economia, o 
escravagismo Grécia e Roma. O conflito entre as classes sociais contrapunha de um 
lado os nobres e os escravos. Toda a supra estrutura política e ideológica da época 
acaba por sustentar o escravagismo. Os escravos não podiam exercer a cidadania. 
- Sociedade antiga: teria se fragmentado e diluído porque a contradição entre nobres e 
escravos teria lançado o germe da sua própria destruição. 
 
- SOCIEDADE MEDIEVAL: foi uma causa ao lado de outras, importante para a queda 
do império romano. Na idade média o modo de produção da economia seria o 
feudalismo, baseado na exploração do trabalho servil em grandes glebas de terra 
chamados de feudos. 
- Senhores e servos: os senhores feudais eram os grandes proprietários das glebas de 
terras, que exerciam o domínio e o imperium, a condição de proprietário conferia aos 
senhores feudais a possibilidade do exercício de poderes típicos de autoridades 
políticas. Nos limites dos feudos os senhores feudais poderiam cunhar moedas, 
organizar moedas, realizar obras de infra estrutura e etc. 
 
- SOCIEDADE MODERNA (capitalismo): alguns servos conseguiram por força do seu 
esforço pessoal amealhar recursos através da comercialização do seu excedente. A 
sociedade moderna se assenta no modo de produção capitalista, a primeira fase do 
capitalismo foi a fase do capitalismo comercial, baseado na expansão ultramarina que 
permitiu a acumulação de riquezas para o capitalismo industrial. 
 
- Marx estudou a contraposição entre a burguesia industrial e o proletariado. A greve 
era tida como um crime, ou seja, como uma ilicitude que poderia ser punida com o 
exercício do jus puniendi estatal. 
 
- Na visão de Marx o capitalismo industrial geraria as sementes e o germe da sua 
própria destruição advindo a ruptura revolucionária. Os trabalhadores tomariam o poder 
e implementariam a ditadura do proletariado. Seria uma fase ditatorial na qual os 
trabalhadores ocupariam a estrutura do estado e dominaram a engrenagem jurídica em 
favor das massas trabalhadoras. 
 
- Marx acreditava que tudo isso desembocaria no que ele chamaria de comunismo 
evoluído. O Estado e o direito que tradicionalmente acompanharam as fases de 
transformação da sociedade de classes desapareceriam na etapa do comunismo 
evoluído. A DITADURA DO PROLETARIADO SERIA TEMPORÁRIA - ocupação dos 
meios de controle sociais. 
 
COMUNISMO EVOLUÍDO - não haveria divisão de classes pela coletivização. 
 
Estado e poder só seriam necessários na sociedade de classes - o estado e o direito 
desapareceriam na etapa do comunismo evoluído ESTADO E DIREITO SERIAM 
INSTRUMENTO DA SOC. DE CLASSES DE DOMINAÇAO SOCIAL. 
 
Críticas positivas do Marxismo: 
 1) Marx muito contribui para a sociologia geral e jurídica porque ele sustentou a 
quebra da dicotomia da teoria X prática social. Marx, acreditava que o papel do 
pensador seria o de transformar a realidade social. O conhecimento não poderia estar 
a serviço de transformações vazias, mas sim da construção de um mundo socialmente 
mais justo. ENGAJA NA SOCIEDADE 
 2) Marx ao contrário dos pensadores liberais e mesmo dos socialistas utópicos 
demonstrou que o capitalismo é um modo de estruturação da economia opressor. O 
capitalismo se alimenta da exploração do trabalho. FEIÇÃO REPRESSIVA DO 
CAPITALISMO E EXPLORAÇÃO DO CAPITAL HUMANO 
 
Inegável influencia da economia nas instituições econômicas, políticas e sociais. 
Estado, moral, direito são influenciados pela economia. 
 
Críticas negativas do Marxismo: 
 1) MODELO ESTREMAMENTE ECONOMICISTA - não considerou a influencia 
da superestrutura na infraestrutura. O materialismo histórico dialético é referido como 
uma concepção que valoriza o modo de produção e circulação de riquezas em uma 
sociedade. Os conflitos sociais não são apenas movidos pela lógica entre proprietários 
e trabalhadores. Os conflitos não são explicados apenas através do viés economicista. 
Todos os pensadores marxistas que sucederam Marx procuraram estabelecer um 
modo de compreensão mais flexível. A realidade socialteria que ser explicada de 
forma multidimensional, através de diversos primas de abordagem. 
 2) Se Marx estivesse correto, as revoluções capitalistas deveriam ter ocorrido 
nos países de capitalismo industrial. Mas o que aconteceu, foi que as revoluções 
surgiram no feudalismo. Ex. as revoluções cubana, chinesa, soviética não ocorreram 
em países capitalistas industriais. 
 3) Transformação dos regimes socialistas em regimes totalitários: os críticos 
sustentam que as experiências de socialismo real geraram outras formas de 
desigualdade que privilegiaram um grupo específico da sociedade em detrimento de 
todos os demais cidadãos. 
CRITICA Marx não fazia parte da massa trabalhadora mas assimilou o ideal e como os 
outros poderiam adquirir tal consciência? 
 4) Inexistência do socialismo nos dias atuais: Marx teria se equivocado 
porque o capitalismo não deixou de existir e a bipolaridade teria se diluído com a queda 
do muro de Berlim. 
 5) Inadequação à realidade do capitalismo pós industrial da 
contemporaneidade: a teoria marxista nos ajuda a compreender o modelo do 
capitalismo industrial do final do século XIX. O capitalismo é pós industrial porque 
sabemos que o capitalismo não se baseia mais nas produções fabris. O que 
prepondera hoje é a fabricação de softwares. A teoria marxista não estaria adequada 
para ajudar a compreender o novo cenário do capitalismo global e pós industrial. 
 6) Conceito de consciência de classe: se entender que um burguês pode 
adquirir uma consciência de classe operária, está se utilizando de um argumento 
idealista. As ideias surgem independentemente das relações completas de produção 
no âmbito da infraestrutura econômica. O materialismo histórico-dialético não explicaria 
o fundamento da teoria marxista. 
 7) Para os críticos de Marx o modelo de evolução das sociedades humanas 
se assemelharia a uma proposta linear, tal como imaginada por Comte. Nem todas 
as sociedades seguiram o itinerário histórico. A cronologia fixa e necessária não 
ajudaria a explicar sociedades que vivenciariam ao mesmo tempo esses processos 
históricos aqui referidos. Se imaginarmos o Brasil, a sociedade brasileira ainda conta 
com resquícios de escravagismo. 
 
ESTADO E DIREITO PODEM SER INSTRUMENTOS DE TRANSFORMAÇÃO E 
REALIZAÇÃO. 
 
- Ortega y Gasset: referem que o “eu” individual é composto de uma parte chamada de 
“autêntica” e de outra parte chamada de “inautêntica”. A parte inautêntica é oriunda da 
pressão exercida pela sociedade. 
- A sociedade contemporânea cada vez mais pressiona o eu individual e muitas vezes 
não seguimos a nossa vida autêntica, mas sim um roteiro com um script que nos foi 
passado pela sociedade. 
 
 
TIPOS DE CONTROLE SOCIAL: 
 
 
Obs. LIBERDADE X CONTROLE SOCIAL - MODELAGEM COMPORTAMENTAL. 
 
INSTITUIÇÕES - família igreja escola empresa 
NORMAS SOCIAIS - padrões de dever ser comportamental 
 
Relações de Poder 
 
Macropoder - Estado 
Micropoder - Família Igreja Empresa Escola 
 
A organização no macropoder depende da eficiência das estruturas de micropoder. ex. 
quando a mãe ensina não furtar ela já passa a ideia de responsabilidade patrimonial. 
 
 
1) Controle primário X Controle secundário: é o controle informal e o controle formal. 
O controle primário seria o controle exercido pela sociedade nas primeiras etapas da 
existência humana. essa modalidade de controle social é considerada informal porque 
ele se desenvolve no âmbito de relações interpessoais, não raro, afetivas e não raro, 
relações marcadas de grande proximidade entre os agentes sociais. A família é 
considerada como grupo social primário. É no na família onde o individuo inicia o seu 
processo de socialização nas relações informais entre pais e filhos. Obviamente a partir 
do instante em que o individuo desenvolve o seu percurso existencial, esse controle vai 
se tornando cada vez mais informal. As relações humanas vão perdendo a sua 
natureza sentimental para tomar uma relação mais informal. Exemplo; Estado agindo 
no plano das relações entre governantes e governados. 
 
- As relações familiares se resolvem no plano da etiqueta ou da moralidade. Mas o 
papel da ordem jurídica sobreleva torando-se portanto uma ordem de grande 
relevância dentro do controle social. 
 
2) Controle preventivo (a priori) X Controle repressivo (a posteriori): o controle 
preventivo é o controle social realizado antes da ocorrência da infração ética, procura 
evitar a ocorrência de uma dada infração ética. 
 
- Existem 02 mecanismos básicos de controle social preventivo: 
 
a) Coercitividade: é o mecanismo das sanções premiais. Coercitividade é um 
elemento que consiste no receio ou no temor gerado pela imposição de uma 
sanção ética ao agente social. As normas sociais obviamente estabelecem do 
ponto de vista coercitivo, um medo ou receio da imposição de um castigo aos 
seus infratores. Muitas vezes deixamos de praticar infrações éticas porque 
tememos a imposição de uma sanção. Esse temor é uma decorrência da 
Coercitividade. 
b) Sanções premiais: também chamadas de sanções positivas são recompensas 
ou estímulos que a ordem jurídica, assim como as demais ordens éticas, 
conferem aos agentes sociais para que os agentes sociais não pratiquem 
infrações que comprometam a convivência humana em sociedade. Sanção deve 
ser vista como a consequência da infração ética. 
 
- A ordem jurídica se vale de sanções premiais ou positivas? A ordem jurídica também 
previne a ilicitude através da coercitividade e das sanções premiais. 
 
Durkheim - todos os fatos sociais são coercitivos. 
 
Obs. Controle repressivo (a posteriori): o controle preventivo não é suficiente, porque 
o agente social poderá praticar infrações como descortesia, imoralidade ou ilicitude. O 
controle repressivo é para punir o agente através de sanções castigo. Através de 
punições que acarretem no punimento do infrator. Sanções castigo são as punições 
que a sociedade estabelece para as infrações éticas, descortesia, imoralidade ou 
ilicitude. As sanções castigo implicam em um constrangimento patrimonial ou pessoal. 
Existem dois tipos de sanções castigos: 
a) De natureza pessoal: consiste na imposição de um castigo físico, que 
constrange a própria pessoa do infrator. Podemos citar a palmada da mãe e o 
uso da força pela polícia na tutela da ordem pública. 
b) De natureza patrimonial: incidem no patrimônio do infrator. Exemplo: 
suspensão da mesada. As sanções jurídicas se revestiram cada vez mais de 
natureza patrimonial em detrimento das sanções de natureza pessoal. 
 
Obs. As sanções castigo ainda podem ser: 
a) Natureza difusa: são sanções aplicadas pela opinião pública de forma 
espontânea. O linchamento é uma sanção difusa, do ponto de vista sociológico, 
qualquer uma pode aplicá-la. As sanções difusas não estão pré-determinadas 
em códigos normativos. Não tem como prever o conteúdo e nem tão pouco a 
intensidade da sanção difusa. 
b) Natureza organizada: é aplicada por uma instituição específica. É aplicada pelo 
estado e não pela opinião pública. A sanção organizada apresenta o seu 
conteúdo, às vezes até a sua intensidade de forma pré-determinada no sistema 
normativo. Nas sociedades ocidentais contemporâneas as sanções jurídicas 
apresentam natureza organizada. 
 
Elementos do sistema de controle social: 
 
a) Instituições: as instituições são espaços de convívio grupal. Podemos citar 
inúmeros exemplos de instituições de espaços de convívio grupal, onde o processo de 
modelagem comportamental se desenvolve – exemplos: família, a escola, a igreja, a 
empresa e o Estado. 
 
- Michel Foucault: visualiza as relações de poder como uma espécie de rede. 
Estaríamossempre inseridos nessa rede. Nessa visão, além do macro poder do 
estado, existiriam micropoderes que se enraizariam nos escaninhos da realidade 
social, perfazendo uma rede de controle e de modulação da vida humana em 
sociedade. Essas instituições se entrelaçam. A família, a escola, a igreja e a empresa 
preparam o individuo para a sua atuação no âmbito do Estado. Os micro poderes 
socializam o individuo. O bom filho no âmbito da relação familiar, o bom aluno da 
relação escolar, o fiel temente à Deus no âmbito da relação estabelecida entre fiel e 
sociedade na igreja, o operário padrão no âmbito da empresa e o pacato cidadão no 
âmbito da relação entre cidadão e Estado são facetas da mesma relação, entre o 
individuo obediente e o individuo reprimido. Focaul estuda a atuação do que ele chama 
de poder disciplinar. No âmbito dessas relações vamos sendo disciplinados, 
domesticados para sempre respeitar a hierarquia. 
 
b) Normas éticas: são padrões de dever-ser. Aprendemos como deve ser o 
comportamento. 
 
1) Normas de etiqueta: também são chamadas de normas de cortesia. Estabelecem 
certos hábitos de decoro ou polidez no trato com as pessoas e com as coisas. Se essa 
norma for descumprida, ocorre uma descortesia. A descortesia é a infração ética que 
compromete menos as estruturas da vida social. A descortesia pode ser sancionada 
difusamente. Ela pode ser tanto pessoal como patrimonial. 
 
2) Normas morais: a bíblia é exemplo de norma de moral. O descumprimento de uma 
norma moral acarreta em uma amoralidade. Também será sancionada difusamente. 
Ontologicamente não há diferença entre a sanção decorrente da moral e da etiqueta. 
Ela pode ser pessoal ou patrimonial. A imoralidade é uma infração ética mais grave, 
porque abalada de modo mais significativo os alicerces da vida social. 
 
3) Normais jurídicas: as normas jurídicas já desempenham um papel mais relevante. 
O direito integra o grupo ético fundamental da sociedade. As normas jurídicas são 
as últimas barreiras do controle social. A ilicitude acarreta no descumprimento de uma 
norma jurídica. A sanção pode ser pessoal ou patrimonial. Exemplo: matar alguém – o 
Estado pune através do devido processo legal e o agente será punido com a privação 
da liberdade. A sanção jurídica apresenta uma natureza organizada para punir a 
ilicitude. DIREITO É O MÍNIMO ÉTICO - aplicação de sanções organizadas pelo 
Estado. Aplicação em regime de monopólio. 
 
- Todos os padrões de normatividade ética são histórico-culturais, variam no tempo e 
no espaço. O que é cortês em uma determinada sociedade pode ser descortês em 
outra e assim por diante. Exemplo: poligamia é imoral em nossa sociedade e também é 
ilícito. Mas em sociedades orientais é moralmente aceito e também é um 
comportamento lícito a luz do direito, que é interpretado com base em códigos 
religiosos. 
 
- A maioria dos comportamentos são lícitos, só uma minoria pode ser qualificada como 
integrante da ilicitude. Tudo que não está juridicamente proibido está permitido. A vida 
é um contínuo de licitude e um descontinuo de ilicitude. 
 
- Muitos comportamentos podem ser considerados descortesias ou imoralidades e 
mesmo assim, serem considerados lícitos. Se sou convidado para o jantar na casa da 
colega e se eu não consigo utilizar convenientemente os talheres, posso praticar uma 
descortesia, mas não ingresso na zona do juridicamente proibido. O comportamento é 
lícito. Somente uma pequena gama de comportamentos atinge ao mesmo tempo os 
padrões de normatividade jurídica e outros padrões de normatividade ética. 
 
Obs. pode haver comportamento lícito e imoral ou também comportamento ilícito mas 
moralmente reprovável. 
 
A vida é um contínuo de licitudes e um descontínuo de ilicitude. 
 
 
Transformações sociais e o direito: 
 
- A sociedade é um palco onde atua uma força de transformação. A sociedade é 
sempre um espaço dialético. 
- A sociedade é aberta e dinâmica. As sociedades humanas não são sociedades 
fechadas e não humanas, regidas pelo puro determinismo biológico. O combustível da 
vida humana é a liberdade. É a liberdade humana que impulsiona a transformação 
social. 
 
Ortega e Garcez - A VIDA HUMANA NÃO É EXCLUSIVAMENTE BIOLÓGICA, MAS É 
BIOGRÁFICA. 
 
MODERNIDADE LIQUIDA - transitório - mudanças sociais economia - politica - direito - 
A ALDEIA GLOBAL DISSOLVE FRONTEIRAS GEOGRÁFICAS E CULTURAIS. 
 
Obs. A SOCIEDADE BRASILEIRA É ASSIMÉTRICA - CONVIVEM PRÉ A 
MODERNIDADE E A PÓS MODERNIDADE. 
 
- A historicidade é um atributo indelével da vida social. 
- A vida humana não é somente biológica, ela é também biográfica. Não somos regidos 
pelo puro determinismo, somos guiados pela liberdade e através delas construímos 
nossa própria história. 
- Todas as sociedades humanas apresentam um grau de mudança ou de 
transformação. Não existem sociedades humanas estáticas. 
 
- Elemento geográfico/cultural: é um elemento importante para aferição do grau de 
mudança social. A depender do menor ou do maior contato que uma sociedade pode 
ter com outra sociedade, teremos um maior ou menor grau de intercâmbio cultural. O 
intercâmbio cultural muitas vezes facilitado por razões de ordem geográfica 
potencializa a mudança social. 
- É importante salientarmos que dentro de uma mesma sociedade, nem todas as 
instâncias sociais se desenvolvem com a mesma celeridade. 
 
- Cultura material ≠ cultura imaterial: cultura material são todos os objetos que são mais 
facilmente modificados pelo avanço técnico científico (possuem existência corpórea). A 
cultura imaterial diz respeito a todas as criações do ser humano que não apresentam 
existência corpórea e que dizem respeito aos valores incrustados nas tradições locais. 
O direito está situado no último vagão do comboio das transformações sociais. 
 
- Transformação social é o processo sociológico de alteração de aspectos econômicos, 
políticos e ideológicos. 
- O processo de transformação social obedece a etapas. Alguns autores utilizam a 
seguinte construção: o fato individual > fato interindividual > fato social. 
 
- O fato individual é a criação ou a descoberta de uma nova forma de organização da 
vida em sociedade, seja no plano teórico, seja no plano das práticas sociais. Qualquer 
inovação produzida por um gênio criativo, configura um fato individual. As 
transformações sociais não são mudanças macroscópicas. Alguns indivíduos 
conseguem exteriorizar ou canalizar através das suas invenções, uma tendência 
inexorável de mudanças. 
 
- Tipologias de mudança social: 
 
a) Reforma: é uma mudança social periférica, secundária, acessória, 
SUPERFICIAL, que busca requalificar ou atualizar o sistema social decadente. A 
reforma é uma modalidade mais branda de transformação ou mudança social. A 
reforma é uma mudança social que não altera substancialmente o modo de 
produção de riquezas. 
b) Revolução: é uma mudança social radical que implica a alteração substancial 
do modo de produção da economia de uma dada sociedade, ou seja, o processo 
revolucionário necessariamente comporta a alteração do modo de produzir e 
distribuir riquezas numa sociedade. A revolução implica a quebra da legalidade. 
A revolução geralmente vem acompanhada do uso da violência. A queda do 
muro de Berlim é um exemplo de revolução sem uso da força. 
- O Brasil vivenciou alguma revolução? Sim, mas sempre movimentos pontuais. Todas 
as Constituições brasileiras foram produzidas em contexto de reformas e não de 
revoluções. É muito mais comum na história brasileira encontrar experiência de reforma 
do que de revolução. 
 
- É possível estabelecermos uma relação do direito com a reforma? Sim.Exemplo: 
direito do trabalho se destaca do direito civil para proteger o hipossuficiente econômico 
porque era interessante para as sociedades capitalistas serem preservadas o 
surgimento desse ramo jurídico. O direito do consumidor também atua como 
instrumento de reforma do capitalismo. 
 
Obs. DIREITO E REFORMA - muitas vezes o direito é instrumento de reforma social - 
ex. CLT - ex. CDC 
 
Direito também pode participar da reforma - seja por meios típicos como meios 
informais - ex. casamento homoafetivo ex. fetos anecefalos - ex. quotas em faculdades 
 
NORMATIVIDADE TAMBÉM PODE FIGURAR COMO MARCO DE 
TRANSFORMAÇÃO E INSTRUMENTO DE REGORMA E NÃO APENAS DE 
MANUTENÇÃO DO “ESTABLISHEMENTE”. 
 
 
Conexões entre direito e revolução: 
 
1) Revolução e poder constituinte originário: o poder constituinte originário 
enquanto poder de fato eclode de modo espontâneo e concreto na vida social. O poder 
constituinte originário pode se manifestar através de uma revolução. A Constituição 
francesa 1791, foi um produto de revolução francesa de base originária. No Brasil não 
houve poder constituinte originário de base revolucionista, foi sempre reformador. O 
poder constituinte originário pode brotar dos fatos sociais e podem advir de processos 
revolucionários. 
 
2) Revolução e jus naturalismo/positivismo jurídico: O jusnaturalismo é uma 
doutrina que valoriza os direitos naturais. Essas ideologias jurídicas se concatenam 
com os processos revolucionários. Geralmente o jusnaturalismo se apresenta com 
uma ideologia jurídica do pré-revolucionário. Num ambiente pós revolucionário o 
positivismo de apresenta com muita frequência. 
- O positivismo pode ser visto como instrumento de mudança social, não revolucionária, 
mas uma mudança através da reforma. Em regra, o jusnaturalismo se afigura como 
uma ideologia jurídica pré-revolucionária e o positivismo jurídico como uma ideologia 
jurídica pós revolucionária. 
 
Jusnaturalismo com ideais de justiça universal e direito válido pela razão. 
 
Após a revolução impera-se a legalidade para garantir o direito revolucionário 
jusnaturalista - Gerge orwel - A revolução dos bichos 
 
3) Direito de revolução: (EXISTE UM DIREITO A REVOLUÇÃO? QUEBRA DA 
ORDEM INSTITUÍDA?) - o direito de revolução seria o direito de modificar a própria 
estrutura social, através do uso da via revolucionária. Seria em tese o direito de alterar 
significativamente o modo de produção da economia através da via revolucionária. Há 
uma posição que nega o direito de revolução e outra posição que embasa o 
fundamento desse direito. A corrente que nega é a corrente positivista, ele nega porque 
só existiria um direito de revolução se um diploma normativo expressamente conferisse 
aos sujeitos de direito essa faculdade de quebrar a legalidade e consequentemente, a 
faculdade de alterar a própria ordem jurídica. Não existe lei que confira expressamente 
a um sujeito de direito a possibilidade de quebra da legalidade. 
 
4 Correntes: 
Naturalistas clássicos - sim, haveria direito à revolução e poderia ser exercido diante 
de governos tirânicos. JOHN LOCKE - Locke sustentava que a relação entre governo e 
governados era baseada na fidúcia, na confiança e poderia ser quebrada quando 
acabava-se a confiança. Matriz para revoluções gloriosa e a francesa. 
 
Positivistas - não haveria direito natural à revolução - não é possível sistema jurídica 
que permitisse a quebra da legalidade - o mais importante é a segurança jurídica e a 
legalidade. Só existiria tal direito se a lei o conferisse como direito público. Ex. 
Machado Neto pensar um direito à revolução no positivismo seria como pensar a 
quadratura do círculo. 
 
Marxistas - materialismo histórico e dialético - tal direito não como metafísico - mas 
direito concreto originário da luta entre classes. 
 
Pós-positivistas - chamam direito da revolução de DIREITO DE DESOBEDIENCIA - 
ou DIREITO DE RESISTENCIA - nas constituições democráticas haveria direitos de 
resistência civil - a partir de interpretação sistemática - dignidade, liberdade, estado 
democrático. Cidadãos poderiam se opor pacificamente a governos arbitrários - SERIA 
UM DIREITO A REVOLUÇÃO MITIGADO. ex. greve de fome. Ex. padre em greve de 
fome contra a transposição do rio são Francisco. 
 
- Jonh Locke estudou com muita propriedade a possibilidade de um exercício à um 
direito de revolução. Toda vez que os governantes quebrasse o pacto de confiança 
com os governados, os cidadãos poderiam se reunir e exercer o direito natural de 
revolução para a derrubada de governos tirânicos. 
 
- Outra corrente que afirma o exercício do direito de revolução é a corrente marxista. O 
direito de revolução poderia ser exercido pela massa de trabalhadores. Os 
trabalhadores poderiam se insurgir contra os seus opressores para promover uma 
revolução. O direito de revolução não seria um direito natural, mas um direito surgido 
materialmente no âmbito concreto das relações econômicas de opressão contra o 
trabalhador. 
 
- Direito à desobediência civil dentro de uma visão pós positivista: o pós positivismo 
sustenta a possibilidade do exercício de um direito de revolução. Tendo como pano de 
fundo o pós positivismo jurídico é possível pensar em uma interpretação principiológica 
das constituições. 
 
- Numa perspectiva pós positivista é possível reconhecer uma espécie de direito como 
desobediência civil, a partir de uma interpretação dos princípios das constituições 
democráticas. Fazendo uma interpretação principiológica, posso reconhecer esse 
direito a resistência constitucional mesmo no contexto brasileiro. 
 
 
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL E DIREITO: 
 
 
- Extratificação social é um processo sociológico fundamental de hierarquização dos 
indivíduos numa dada sociedade. Não existem sociedades que desconheçam o 
processo sociológico de extratificação. Todas as sociedades tratam de modo desigual 
os seus componentes, os seus integrantes. Pode ser entendido como um processo de 
hierarquização dos indivíduos em uma sociedade. 
- Todas as sociedades humanas conhecem com menor ou menor grau modelos de 
desigualdade. É por isso que podemos representar esse processo sociológico de 
estratificação utilizando a imagem ou a representação gráfica de uma pirâmide. 
Quando maior a base da pirâmide maior é a estratificação. Se a sociedade se parecer 
com o cone, iremos encontrar menor grau de estratificação social. 
- As modalidades mais importantes de estratificação social são: 
a) Biológica: 
- estratificação sexual: consiste numa modalidade de estratificação biológica que 
se apropria do sexo ou da opção sexual como um elemento de hierarquização 
dos indivíduos em sociedade, bem como para a distribuição desigual de papeis, 
privilégios, status, obrigações e direitos entre os membros da coletividade 
humana. Ela comporta o sexo e a opção sexual. As primeiras sociedades 
humanas eram sociedades matriarcais. A mulher era vista como um ser divino 
porque era capaz de gerar um vida. Ocorre que, gradativamente, por força do 
aumento ou do crescimento demográfico, os homens foram gradativamente 
sendo mais valorizados e as mulheres foram sendo gradativamente colocadas 
em segundo plano. O que verificamos ainda hoje é uma valorização dos homens 
em detrimento das mulheres, principalmente no oriente. A sociedade ainda é 
mais tolerante com os homens, mas mulheres ainda são educadas para 
desempenhar um papel eminentemente doméstico, de proteção da família, de 
cuidado com os filhos. 
- Estratificação baseada na opção sexual: são resultantes de pré disposições 
sociais e biológicas. As sociedades humanas valorizam diferentemente as 
opções no terreno da sexualidade.

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