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Elismarco neves de Souza Oficina de cartografia ESCALA A escala deve oferecer à criança oportunidades para que ela possa operar com as relações espaciais, sabendo localizar-se, analisar os espaços sociais, compreender esses espaços como construções do homem em determinado tempo de uma sociedade. Operar com as relações sociais significa: Analisar o espaço Construído e organizado Para realmente entender: trabalhar de forma concreta, já que para a criança é muito difícil a abstração. Nas séries iniciais vivenciará a aprendizagem por etapas. É importante que a criança compreenda e não decore e que haja continuidade nas séries subseqüentes. Alunos do ensino médio normalmente conhecem o assunto, mas muitos não o compreendem de forma concreta. CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE ESPAÇO (Estudos Sociais: Teoria e Prática – Access – p. 45) (T1 - T2) Exercícios: formar círculos no chão com cordas – ONDE ESTOU? Crianças entram e dizem onde estão (com as respostas, o professor utilizará as relações espaciais para localização) Ficar dentro e fora do círculo – com o próprio corpo, utilizam a relação dentro, fora. Crianças em dois círculos ao mesmo tempo Girar (para a esquerda, para a direita). Colocar 7 bandeirinhas de cores diferentes em um fio. Depois, fazer outra, invertendo a ordem (ordem inversa). Colocar 3 objetos ou pessoas em linha reta; dar a posição (verificar se a criança tem o domínio da esquerda-direita somente centrada em si mesma. Mapa do eu O que é aquele desenho? (o aluno deve compreender que o desenho é a representação de seu corpo; não é o seu corpo O aluno deve “projetar” o corpo na parede, de frente, de costas, de perfil. II – LOCALIZAÇÃO ESPACIAL aos 6-7 anos, a criança dispõe de algum conhecimento sobre localização espacial e possui noções como: dentro, fora, interior, exterior, entre, fechado, aberto, ao lado. A escola vai criar situações para que a criança possa ampliar e aprofundar essas noções, a partir de experiências concretas e da livre expressão do aluo. RELAÇÕES TOPOLÓGICAS Dentro, fora, interior, etc., a criança as utiliza para localizar pessoas e objetos. Na construção e representação do espaço: as relações topológicas não consideram as distâncias, as retas nem os ângulos. São relações de vizinhança, de ordem espacial, de dentro – fora, de contínuo. RELAÇÕES PROJETIVAS Em cima, embaixo, na frente, atrás, à direita, à esquerda – a criança usa esse tipo de relação, que varia conforme o ponto de vista do observador ou das referências adotadas. No início – o ponto de referência é a própria criança; aos poucos, desloca esse ponto de referência para outras pessoas e objetos e consegue situar um em relação aos outros. Passa por 3 fases: (mais ou menos 5 a 8 anos): considera a esquerda e a direita apenas do seu ponto de vista (mais ou menos 8 aos 11 anos): considera o ponto de vista do outro, colocado á sua frente; localiza o objeto à esquerda ou à direita de outra pessoa. (após os 11 anos): a criança percebe que os objetos estão à esquerda e à direita uns dos outros ao mesmo tempo que estão posicionados em relação às pessoas. A criança mostra estar liberta de seu egocentrismo. Direções cardeais Se a criança passar pelas 3 fases anteriores, ao dar a posição dos objetos, ela está dando os primeiros passos que lhe vão permitir entender as direções cardeais. As direções cardeais deverão ser aplicadas em várias condições concretas: primeiro em trajetos, depois nas representações gráficas, plantas e nos mapas. RELAÇÕES EUCLIDIANAS Localização de pessoas ou objetos considerando um sistema de referência fixo, usando medidas de distância. Exemplo: se uma criança é capaz de localizar um objeto (A), dizendo que está 3 passos a leste e 5 ao norte, mostra que já está considerando dois eixos de coordenadas, utilizando a relação do tipo euclidiano. A construção do sistema de coordenadas vertical e horizontal corresponde ao ponto de chegada da construção psicológica do espaço euclidiano. Mas essa construção é demorada: começa com a compreensão das medidas espontâneas (essa carteira mede 3 palmos de minha mão) e vai até a construção de comprimento e distância, atingida em geral, pela criança, entre 9 e 11 anos de idade. EXERCÍCIOS COM AS RELAÇÕES ESAPCIAIS Siga até a lata de lixo, passando entre as duas carteiras. Siga até a cadeira que está perto do armário; passe por dentro do círculo, siga caminhando ao lado do quadro negro (relações topológicas). Siga à direita da lata de lixo, passe pela esquerda das carteiras, passe por trás da cadeira que está à esquerda do armário, passe pela direita do círculo e à frente da mesa. (relações projetivas) Ande 3 passos à sua frente, siga à esquerda da lata de lixo 5 passos; siga à direita, dois passos (relações euclidianas). EXERCÍCIOS DIVERSOS Coelho na toca Dois grupos: um de coelhos, outro de tocas Toca: duas crianças de frente, de mãos dadas Número de tocas: igual ao número de coelhos, menos uma. Ao iniciar a brincadeira – coelhos fora da toca. Dado o sinal,. Os coelhos vão para as tocas; sobra um. Ficam fora duas crianças de uma toca e a criança que sobrou. A brincadeira vai até não sobrar mais nenhum coelho. Busca do tesouro Consiste basicamente em achar um tesouro escondido (lápis, bola, bombom, etc) Exemplo: do ponto de partida, caminhe até a caixa de papelão grande, passando entre os dois pneus. Siga depois até a bola que está perto do banco; passe por dentro dos pneus, siga caminhando ao lado dos tijolos. Quando a brincadeira terminar, a turma, em conjunto, traça o caminho percorrido, colocando as referências encontradas. O que se explora no exercício 2: relações espaciais de diferentes níveis topológicas: seguindo as pistas: entre, perto, dentro, ao lado projetivas: quando complica o trajeto, usando outros tipos de relações espaciais: à frente, à direita. Euclidianas: quando faz referência a distâncias: tantos passos deste lugar até aquele. Representação de trajetos criar, com o alunos, símbolos que representem as diversas dependências da escola. Exemplo: (página seguinte) reproduzir o desenho várias vezes de forma que cada aluno fique com 2 de cada, pelo menos. Propor o problema: que trajeto você faz de sua sala para ir ao pátio? Pedir aos alunos que colem as figuras na ordem direta do caminho de ida. Colar as figuras na ordem inversa, mostrando a volta. ETAPAS PARA O ENTENDIMENTO DA ESCALA Retrato – retratos do professor ou de um personagem em vários tamanhos – colar no quadro Mostrar o tamanho real (o professor) e os tamanhos reduzidos Colocar a leitura dos retratos: 2x2; 3x4 ...... Será que eu caberia neste retrato, do mesmo tamanho que sou? “retratos” do mapa do Brasil os alunos poderão trazer de casa retratos dos familiares de vários tamanhos recortar e colar no caderno retratos de pessoas (jornais, revistas) usar folha quadriculada Desenho da carteira da escola Levar “retratos” de móveis, eletrodomésticos Perguntar: podem desenhar, no caderno, o tamanho real da carteira.....? Medir a carteira com palmos e convencionar : 1 palmo= 1 quadradinho (se usar régua: 1 palmo = 2 centímetros Chamar a atenção: desenho da carteira – o “retrato está sendo visto de cima (visão vertical) Introduzir “acidentalmente” a palavra escala. Em casa, como tarefa: desenhar os móveis ou aparelhos domésticos na visão vertical. Planta da sala de aula “retrato” da sala de aula usar o passo como medida. Cada passo, um quadradinho, ou um centímetro. O aluno caminha, o professor desenha no quadro o “retrato” e os alunoscopiam no caderno. Após o desenho pronto – pedir aos alunos para observarem se: portas e janelas estão do mesmo lado; ocupam toda ou parte da extensão da sala Enquanto observam: um aluno vai medindo quantos passos tem a janela, a porta, o quadro, o mural, etc., e vai desenhando no quadro (fazer as linhas que simulam a sala para colocar a posição dos objetos dentro). Tarefa – Tirar o “retrato” de um outro cômodo da escola ou da casa. Recortar e colar fotos ou desenhos de ambientes tirados de jornais e revistas. (para fazer o desenho curvo da porta: colocar um pedaço de giz junto á porta, quase fechada; à medida que a porta for abrindo, o giz irá riscando o caminho dela no chão. Chamar os alunos para observar). Levar os alunos fazer o mesmo “retrato”, só que usando uma medida padrão: o metro. Desenhar a sala de aula, vista de cima para baixo. Os alunos medem o tamanho da sla, os objetos e vão “vestindo o ambiente”. Convencionar a escala. Por ex., se a sala tiver 3 m de comprimento, representar cada metro por 3 centímetros - 3cm = 1 m (nas carteiras representadas na sala, cada um identificar seu lugar e o lugar do colega que mais gosta. Identificar as posições cardeais). Planta da escola É o “retrato” da escola Medir o contorno da escola e do terreno (se houver possibilidade) O professor levará os alunos a concluir que o tamanho da folha não é suficiente para representar a escola, por isso, o uso da escala. Tarefa de casa – fazer a planta da casa; trazer a planta feita pelo arquiteto responsável (se houver possibilidade); recortar e colar plantas de casas, apartamentos, etc.; visitar um escritório de engenharia. (esta etapa desenvolve mais ainda o senso de observação do aluno. Interação com outras disciplinas: Matemática – m2 (área) – problemas, leituras, comparação entre áreas de diferentes cômodos. Inglês – closet, WC, living, hall, play-ground Artes – maquetes Nesta fase: o aluno já estará abstraindo, mas sem sentir; se houver a planta da escola: analisa-la com a turma, comparando-a com a realidade. 5. Planta da área da escola "é o “retrato” da área, do lugar onde a escola está situada. Ter conhecimento levar a planta da área desenhada em uma cartolina (ampliada) levar tantas “casas” quantos forem os alunos chamar de um por um para escrever seu nome e colar a casa no lugar certo (sua casa é a primeira da rua? Você mora na esquina, de frente para que rua?) desenvolver noções como: ruas paralelas, transversais, números pares, ímpares, vizinhos, sinais de trânsito, etc. Tarefa – calcular a distância entre a casa e a escola; entre a casa e a de um colega fazer o “retrato” da rua em que mora e o da rua paralela. Fazer o “retrato” do quarteirão onde mora Fazer o “retrato” da pracinha – determinar uma escala. 6. Planta da comunidade É o “retrato” da comunidade Ter em mãos o mapa da comunidade (mapa da lista telefônica) Pedir aos alunos que localizem os prédios principais: Igreja, Prefeitura, escola, etc. O aluno passa a entender que o círculo vai aumentando – os bairros formam a cidade. Se não existir um mapa da comunidade, o professor poderá ampliar a área da comunidade, desenhando-a em cartolina e cada aluno recorta e cola um prédio importante. Tarefa – excursão, a pé, pelo bairro ou pela rua principal, anotar o que vêem e medir um quarteirão importante para desenhar o “retrato” do quarteirão 7. Mapa do Município É o “retrato” da cidade do aluno. Como se vai trabalhar com mapas, serão necessários dois tipos de escala escala numérica: 1: 50.000 escala gráfica: Tarefa: calcular a distância entre vários bairros; fazer o mesmo com o mapa do Estado, do Brasil, da América, do planisfério. PLANISFÉRIO É o “retrato” do planeta. Levar fotos da Terra, vista do espaço. Explicar: no retrato, aparece o mundo com todos os oceanos e continentes. Ao olhar o globo terrestre, não se vê toda a Terra; daí a necessidade de “inventar” um mapa em que todo o planeta pudesse ser visto ao mesmo tempo; daí o porquê de o Oceano Pacífico aparecer duas vezes. Irecê Bahia 07/11/2016 Localizar-se Orientar-se Expressar-se graficamente Para a criança ver além daquilo que vê fisicamente Ver o bairro não apenas como um conjunto de prédios, mas como um espaço organizado socialmente (a igreja fica ali, casas comerciais mais no centro, ordem dos produtos no supermercado) N A O L S Sala de aula Sala de aula Diretoria Diretoria Sala vizinha Sala vizinha Cantina Cantina Pátio Pátio Biblioteca Biblioteca 2 1 – quadro 2 - porta 3 – mural 4 – armário 5 - janelas 1 5 3 3 4 onde os alunos moram nome das ruas ruas próximas à escola � PAGE \* MERGEFORMAT �7�
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