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HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

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6
CARTOGRAFIA AMBIENTAL
DESENVOLVENDO O CONTEÚDO 
A cartografi a é a ciência que trata da representação da terra, ou de parte 
dela, através de mapas, cartas e outros tipos de projeções cartográfi cas. Mas 
afi nal, como surgiram os primeiros mapas cartográfi cos? Quem foram as pessoas 
envolvidas no desenvolvimento desses mapas e qual era a fi nalidade desses 
documentos?
A história dos mapas confunde-se com a própria história da humanidade. 
No mundo antigo, existem diversos trabalhos cartográfi cos encontrados 
em pedras, papiros, metais e peles de animais, representando o ambiente 
e a situação das terras, utilizando-se de fi guras e símbolos, como maneira de 
registrar a vida cotidiana.
Você pode imaginar então qual era a preocupação do homem primitivo ao 
criar um mapa? Ele mostrava o território em que esse homem vivia, os locais de 
caça e de pesca, as regiões de pastagens e até itinerários de guerra, que eram 
preocupações daquela época.
Um dos mapas mais antigos do mundo foi confeccionado pelos Sumérios 
há pelo menos 2.500 a.C., em uma placa de barro cozido, com inscrições em 
escrita cuneiforme, representando o lado setentrional da Mesopotâmia. Ele é 
chamado de mapa de Gar-Sur e tem uma representação da região compreendida 
entre os Rios Tigre e Eufrates, que foi descoberto em 1930, no Iraque.
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Fig. 01- Mapa de Gar-Sur com a provável representação do Rio Eufrates: a) 
Placa de barro; b) Representação pictórica da placa de barro. 
a) b)
7
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Os mapas foram a primeira forma de expressão utilizada pelo homem 
primitivo, surgindo antes mesmo da escrita. Há registros de diversos povos que 
se utilizaram de “pinturas” para a representação de pequenas localidades, como 
por exemplo: esquimós, astecas, egípcios e chineses, mas foram os gregos 
que deram um salto na inovação cartográfi ca com suas escolas em Alexandria 
e Atenas porque utilizaram a observação e o embasamento científi co para a 
confecção de mapas.
Os gregos foram os maiores cartógrafos da antiguidade e muitos dos 
fundamentos atuais são derivados dos estudos de diversos fi lósofos e astrônomos 
gregos. Para citar dois deles, falemos em Erastótenes e Anaximandro de Mileto. 
Erastótenes (276-194 a.C.), utilizando-se dos fundamentos da trigonometria, 
mediu a circunferência da terra e Anaximandro de Mileto (610-546 a.C.) fez 
a representação do mundo em forma de um círculo achatado e sugeriu que 
fl utuava no espaço sem nenhum tipo de “sustentação”.
Dessa forma, os fundamentos da geografi a e da cartografi a foram balizados 
pelos gregos: a concepção da esfericidade da terra; a noção de polos, equador e 
trópicos; o conhecimento da obliquidade da eclíptica em relação ao equador; a 
idealização dos primitivos sistemas de projeção; a introdução das longitudes e 
latitudes; e o traçado dos primeiros paralelos e meridianos (ADONIAS; FURRER, 
1993).
Parte do conhecimento grego sobre a cartografi a foi repassado aos árabes 
e aos bizantinos, através da escola de Ptolomeu, e posteriormente disseminado 
na Europa à época da queda de Constantinopla (capital do Império Romano do 
Oriente, em 1453), pelas publicações da obra Geographia, escrita por Ptolomeu, 
em latim, para o Papa Alexandre V, com o título de Cosmographia.
Nota: O que é eclíptica?
A eclíptica é defi nida como a circunferência imaginária correspondente 
à trajetória aparente do Sol na esfera celeste. O eixo da eclíptica é uma reta 
perpendicular à eclíptica e passa pelo centro da Terra.
8
CARTOGRAFIA AMBIENTAL
LEMBRE-SE
Curiosidade: Cálculo do diâmetro da terra
Eratóstenes nasceu em Cirene, na Grécia, por volta do ano 276 a.C., e 
estudou nas cidades de Alexandria e Atenas. Ele estudou forma de realizar 
a medição do meridiano terrestre e o método prático de determinação dos 
números primos, conhecido como crivo de Eratóstenes. Para obter a medida 
do meridiano terrestre, ele baseou-se na observação da posição do Sol nas 
cidades de Alexandria e de Siena (hoje chamada Assuã), situadas sobre o mesmo 
meridiano, mas em latitudes diferentes. O fi lósofo e matemático sabia que a 
distância entre as duas cidades era de cinco mil estádios egípcios e relacionou 
essa medida com as posições ocupadas pelo Sol, num mesmo instante, em 
cada uma das cidades. Concluiu que esta medida equivalia a 1/50 do meridiano 
terrestre. Aplicando um pouco de trigonometria, o astrônomo determinou o 
ângulo correspondente ao arco da circunferência, ou seja, a distância medida. 
Na fi gura 2 podemos observar como Erastótenes realizou seus cálculos.
LEMBRE-SE
Curiosidade: Cálculo do diâmetro da terra
Eratóstenes nasceu em Cirene, na Grécia, por volta do ano 276 a.C., e 
estudou nas cidades de Alexandria e Atenas. Ele estudou forma de realizar 
a medição do meridiano terrestre e o método prático de determinação dos 
números primos, conhecido como crivo de Eratóstenes. Para obter a medida 
do meridiano terrestre, ele baseou-se na observação da posição do Sol nas 
cidades de Alexandria e de Siena (hoje chamada Assuã), situadas sobre o mesmo 
meridiano, mas em latitudes diferentes. O fi lósofo e matemático sabia que a 
distância entre as duas cidades era de cinco mil estádios egípcios e relacionou 
essa medida com as posições ocupadas pelo Sol, num mesmo instante, em 
cada uma das cidades. Concluiu que esta medida equivalia a 1/50 do meridiano 
terrestre. Aplicando um pouco de trigonometria, o astrônomo determinou o 
ângulo correspondente ao arco da circunferência, ou seja, a distância medida. 
Na fi gura 2 podemos observar como Erastótenes realizou seus cálculos.
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Fig. 02 - Cálculo do meridiano 
terrestre realizado por 
Erastótenes
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HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Partindo do esquema elaborado por Erastótenes, a criação de mapas 
começou a levar em consideração a curvatura da terra. Mas isso só aconteceu 
muito tempo depois da “idade das trevas”, como veremos a seguir.
Cartografi a na Idade Média
A Idade Média, segundo alguns historiadores, é considerada a “Idade 
das Trevas” por causa do expressivo fervor religioso que dominou a época em 
depreciação dos aspectos científi cos, culturais e artísticos. Durante a Idade 
Média, houve uma fase de estagnação da produção cartográfi ca. A exatidão 
dos mapas foi substituída por desenhos simbólico-religiosos produzidos por 
copistas eclesiásticos. 
Sabia que, nessa época, os únicos letrados e eruditos eram os clérigos e 
alguns nobres da realeza? O rei Carlos Magno sabia ler, mas não sabia escrever. 
A maior parte da sociedade medieval não sabia ler nem escrever e muito do 
que se era difundido pela sociedade era por via oral ou através da iconografi a. 
A cartografi a exercia a função pedagógica de ensinar aos homens as histórias 
da Bíblia e, como ressalta Mendonça (2007), a geografi a medieval é menos 
terrestre, física, e mais celeste. 
A terra era vista em formas esféricas e, desse período, podemos citar a 
criação dos mapas circulares chamados de Orbis Terrarum ou T-O, criados pelo 
bispo de Sevilha de nome Isidoro (570-636 d.C), orientados para Leste ou Sul (e 
não para o Norte). Há diversas teorias para a explicação do T-O. Alguns explicam 
que têm esse nome por causa da forma “T” inserida na forma “O”, outros 
afi rmam que as formas “T” e “O” representavam os oceanos que separavam 
os continentes, outros ainda diziam que há a forma da cruz em “T” e que esse 
formato simplesmente representa a Terra onde a concepção religiosa atrelava 
os continentes à descendência de Noé.
Partindo do esquema elaborado por Erastótenes, a criação de mapas 
começou a levar em consideração a curvatura da terra. Mas isso só aconteceu 
muito tempo depois da “idade das trevas”, como veremos a seguir.10
CARTOGRAFIA AMBIENTAL
Já o nome T/O deriva de um 
tratado de astronomia, chamado 
La Sfera (A Esfera), do historiador 
italiano Leonardo Datti (1365-
1424), com um estilo típico da Idade 
Média e ilustrado por um desenho 
de uma letra “T” dentro de uma letra 
“O”. Essas letras, formas, dividiam 
o mundo em três partes, a Ásia, a 
África e a Europa, delimitadas pelo 
Mar Mediterrâneo, que divide o 
mundo ao meio, e pelos rios Nilo e 
Don (MENDONÇA, 2007).
A Figura 4 traz um mapa simbólico religioso chamado de “Die Ganze welt 
EinemKlebertbat” criado por Heinrich Bunting de 1581, mostrando o mundo 
inteiro através de uma folha trevo com Jerusalém ao centro e o continente 
Americano à parte. Como é possível observar, o mapa não possui exatidão 
alguma, não sendo possível tomá-lo como uma carta náutica.
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Fig. 03 - Mapa do tipo T-O, de Isidoro 
de Sevilha com a divisão do mundo 
em três partes: Europa, Ásia e África
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Fig. 04 - Mapa Simbólico religioso “Die Ganze 
welt EinemKlebertbat”
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HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Mapas na Idade Média
Na Baixa Idade Média, entre os séculos XI e XIII, os mapas voltam a ter uma 
fi nalidade prática, voltada para a navegação costeira com a criação das Carta-
Portulanos. Essas carta eram desenhadas sobre pergaminho (de pele bovina ou 
caprina) e representavam, geralmente, o entorno do Mar Mediterrâneo, desde 
o Mar Negro até a Península Ibérica, incluindo o Norte da África, o noroeste 
atlântico africano e a costa europeia até as Ilhas Britânicas. O método utilizado 
para criação dos mapas era desenhar linhas retas (loxodromias), a partir de uma 
rosa-dos-ventos, que se entrecruzavam com outras linhas que partiam de rosas 
acessórias. Esse tipo de traçado permitia calcular os pontos de acerto de rota de 
navegação com o simples auxílio da bússola.
Há duas versões para o nome das Cartas-Portulanos. Uma delas diz respeito 
ao sobrenome de Angelo Dulcert Portolano que diz ter aperfeiçoado esses 
mapas e a outra teoria diz que o termo “portulano” foi utilizado pela primeira 
vez em 1285, com o sentido de “descrição dos portos marítimos e das costas”.
ATIVIDADE 01
1. Faça uma rápida pesquisa sobre a palavra 
iconografi a e correlacione-a aos tipos de mapas da 
Idade Média. Verifi que se é possível utilizar um mapa 
iconográfi co para orientação e escreva as conclusões 
a que chegou.
2. Faça uma pesquisa sobre outras formas de 
representação dos mapas T/O e descreva a diferença entre eles e os 
que você visualizou nesta Aula (Figuras 3 e 4).
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CARTOGRAFIA AMBIENTAL
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Fig. 05 - Exemplo de carta portulano. Carta Atlântica e do 
Pacífi co Oriental - João Teixeira Albernaz, 1681
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Fig. 06 - Carta náutica. Diego Homem, 1570. Biblioteca MAST
13
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
LEMBRE-SE
Curiosidade: Bússola Made in China
Atribui-se a descoberta da orientação natural dos ímãs aos chineses, 
por volta do ano 2000 a.C., e, consequentemente, a invenção da bússola. As 
primeiras bússolas foram criadas no século 4 a.C. e eram feitas de magneto. 
Eles criaram suas bússolas apontando para o sul verdadeiro, porque 
consideravam o sul e não o norte, sua direção cardinal. Foi introduzida na 
Europa pelos árabes e foi um historiador italiano, Flávio Gioia, que introduziu 
também o desenho da rosa-dos-ventos na bússola.
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Fig. 07- Si Nan - bússola 
chinesa, a mais antiga do 
mundo. Século I d.C.
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Fig. 08 - Bússola mais 
atual
As cartas-portulanos marcam o início de um “renascimento” da cartografi a 
atrelado com o ciclo das grandes navegações marítimas. Veremos como se deu 
esta nova era.
Cartografi a no Renascimento
Com o Renascimento, existiu um retorno às valorizações das ciências 
empíricas e epistemológicas, ou seja, o retorno da valorização da razão, 
com experimentações para desenvolver o progresso e a civilização. Nesse 
âmbito, o mundo inicia um período de grandes “revoluções” com as viagens 
14
CARTOGRAFIA AMBIENTAL
LEMBRE-SE
Curiosidade: Projetando o mundo
Durante a Idade Média, o acesso aos mapas-múndi era um privilégio 
de eclesiásticos, príncipes e eruditos. Este cenário foi modifi cado a partir da 
“Era Guttemberg”, que foi o inventor imprensa – em 1450. Foi criada, pelo 
tipógrafo de Nuremberg, na Alemanha, chamado de Johannes Gensfl eisch, 
conhecido em Portugal como Johannes Guttemberg. A partir da revolução 
criada por Guttemberg o acesso aos relatos de naufrágios, a literatura de 
viagens, e a cartografi a dos descobrimentos marítimos ibéricos através dos 
oceanos Atlântico e Índico nos séculos XV e XVI, ampliou entre o público 
leigo que não tinha acesso a mapas e cartas náuticas.
mediterrâneas, as Grandes Navegações, a Reforma Protestante, o Humanismo e 
depois o Iluminismo (século XVIII).
Faria (2008) destaca que:
No Renascimento a cartografi a tomou um impulso signifi cativo. Isto 
se deve às novas descobertas da imprensa, da técnica de gravação 
(xilogravura e gravura em metal), ao aperfeiçoamento de instrumen-
tos astronômicos (a bússola, o quadrante etc.), à criação da Escola de 
Sagres, às navegações ultramarinas (descobertas de novas terras) e à 
redescoberta da Geografi a de Ptolomeu.
Referência sem página
Os portugueses tiveram grande importância no desenvolvimento da 
cartografi a criando, nessa época, a famosa Escola de Sagres onde era ensinado, 
ao mesmo tempo, a navegar e a desenhar cartas de navegação.
A expansão marítima demandou a reprodução e a criação de mapas mais 
precisos para a navegação. E a descoberta da imprensa impulsionou a cópia dos 
mapas que até então eram confeccionados manualmente por copistas.
Diversos instrumentos contribuíram para o melhoramento das navegações 
como: lentes, telescópios, astrolábios, sexatantes, entre outros. O incessante 
uso da topografi a, geodésia e astronomia de precisão, no desenvolvimento dos 
mapas, também impulsionou a criação de mapas mais precisos.
15
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
 A invenção dos Atlas também foi possibilitada pela impressão de 
um grande número de exemplares, permitindo a divulgação rápida das 
informações geográfi ca provenientes dos descobrimentos das novas terras. 
O primeiro cartógrafo a denominar um conjunto de mapas-múndi com 
esse nome foi o holandês Abraham Ortelius, que, em 1570, publicou o Atlas 
Theatrum Orbis Terrarum. Em 1595, o alemão Gerhard Kaufmann – que, em 
latim, signifi ca mercador –, conhecido como Mercator, publicou o Atlas sive 
Cosmographicae Meditationes de Fabrica Mundi et Fabrica Figure.
Fonte: (MENDONÇA, 2007).
Cartografi a no Brasil 
Os descobrimentos portugueses foram documentados por intensa 
produção cartográfi ca com atlas manuscritos universais e regionais, muitos dos 
quais em pergaminhos, com iluminuras, cartas náuticas avulsas, planisférios 
e plantas. E a cartografi a no Brasil está intrinsecamente relacionada aos 
portugueses.
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Fig. 09 - Mapa de Luís Teixeira (c. 1574) 
com a divisão da América portuguesa 
em capitanias
16
CARTOGRAFIA AMBIENTAL
 Nos anos de 1.500, há diversos mapas e cartas que descrevem o Brasil e as 
rotas marítimas para chegar até aqui. No período Imperial, foi criada a Comissão 
do Império do Brasil em 1825 com a missão de organizar a Cartografi a no país. 
Em 1830,surgem os primeiros trabalhos da Cartografi a Náutica. No período 
Republicano, podemos destacar a elaboração da Carta Geral da República pelo 
Estado-Maior do Exército em 1896 e em 1903 é criada a Comissão da Carta Geral 
do Brasil em Porto Alegre com o objetivo de sistematizar a Cartografi a terrestre.
Atualmente, existem diversas organizações governamentais responsáveis 
pela aquisição de dados e geração de documentos e mapas do Brasil. Podemos 
destacar o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), a Diretoria de 
Serviços Geográfi co (DSG), Diretoria de Hidrografi a e Navegação (DHN), a 
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), o Departamento 
Nacional de Produção Mineral (DNPM), a Companhia de Pesquisa de Recursos 
Minerais (CPRM) – na confecção de mapas geológicos, o INCRA etc.
Cartografi a Contemporânea 
A Cartografi a contemporânea é resultante dos principais eventos 
cartográfi cos desde a antiguidade, Idade Média, e, sobretudo, os séculos da 
Idade Moderna, que apresentaram avanços e melhorias para a Cartografi a em 
geral, nos quais propôs mapas e, progressivamente, melhores instrumentos 
cartográfi cos no Século XXI, incrementada pelas guerras, desenvolvimento 
científi co das artes e ciências. Cada vez mais era necessário maior precisão na 
representação gráfi ca da superfície terrestre.
No século XX, a grande revolução na cartografi a é determinada, 
principalmente pelo emprego da aerofotogrametria e pela introdução da 
eletrônica no instrumental necessário aos levantamentos (DIMAIO, 2012).
Hoje, diversas tecnologias vêm sendo incorporadas a um novo ramo 
chamado Cartografi a Digital. Dentre elas, podemos citar o uso do GPS (GNSS), 
Sensoriamento Remoto (uso de imagens oriundo de Satélites imageadores e de 
radar) e o Geoprocessamento com a utilização de programas computacionais 
com a capacidade de cruzamento de diversos tipos de dados diferentes na 
confecção de mapas.
17
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
Alguns desses assuntos serão mais detalhados em outras aulas.
RESUMINDO
Vimos, nesta Aula, que a história da Cartografi a 
confunde-se com a história da humanidade, na qual a 
necessidade de representação do mundo determinou a 
criação e evolução das maneiras de representação dos 
mapas. Os gregos foram os primeiros a dar um caráter 
mais científi co, esquecido na Idade Média e retomado 
com a Renascença Europeia e com uso de tecnologias 
digitais nos dias de hoje.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Nos links abaixo relacionados temos mais 
informações sobre o assunto abordado nesta aula. 
Aproveite para explorar os links de outros sítios que 
estão disponíveis. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E 
ESTATÍSTICA. Atlas escolar. Disponível em: <http://
atlasescolar.ibge.gov.br/en/conceitos-gerais/historia-
da-cartografi a>. Acesso em 19 ago. 2014.
BLOG REMEXENDO O PASSADO. A importância 
dos mapas para as atividades humanas. Disponível em: 
<http://professor-josimar.blogspot.com.br/2010/05/
importancia-dos-mapas-para-as.html>. Acesso em: 19 
ago. 2014.
GOVERNO DO ESTADO DE RORAIMA. A origem da 
cartografi a. Disponível em: <http://www.siget.rr.gov.
br/index.php/noticias/8-a-origem-da-cartografia>. 
Acesso em: 19 ago. 2014.
18
CARTOGRAFIA AMBIENTAL
ATIVIDADE 02
1. Com base no que acabamos de estudar sobre a evolução histórica 
da cartografi a, procure exemplo de outros povos que não foram 
citados e que também contribuíram para o desenvolvimento da 
cartografi a.
2. Faça um fl uxograma mostrando a inter-relação de outras ciências 
com a cartografi a.
3. Faça uma rápida pesquisa nos sítios do governo federal, INPE e 
Embrapa, e relate como o governo brasileiro tem contribuído para o 
desenvolvimento da cartografi a em nosso país.
19
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA
CONHECENDO AS REFERÊNCIAS
ADONIAS, Isa; FURRER, Bruno. Mapa: Imagens da Formação Territorial Brasileira. Rio de 
Janeiro: Fundação Emílio Odebrecht, 1993.
DIMAIO, Ângela Carvalho. Projeto GEODEN: Geotecnologias Digitais no Ensino. 
Disponível em: <http://www.uff .br/geoden>. Acesso em: 30 nov. 2012.
FARIA, Maria Dulce de. Representação cartográfi ca no Brasil colonial na Coleção 
da Biblioteca Nacional. Disponível em: < http://consorcio.bn.br/cartografi a/cart_
colonial.html >. Acesso em: 14 fev.. 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. História da Cartografi a: Atlas 
Geográfi co do IBGE.. Disponível em: <http://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/
historia-da-cartografi a>. Acesso em: 30 nov. 2012.
JOLY, Fernand. A cartografi a. Campinas, SP: Editora papiros, 2001.
MENDONÇA, Ana Teresa Pollo. Ana Teresa Pollo Mendonça Por mares nunca dantes 
cartografados: A permanência do imaginário antigo e medieval na cartografi a moderna 
dos descobrimentos marítimos ibéricos em África, Ásia e América através dos oceanos 
Atlânticos e Índico nos séculos XV e XVI. 2007. 257 f. Dissertação (Mestrado) - Programa 
de Pós- Graduação em História Social da Cultura, Departamento de Departamento de 
História, Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007.

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