Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Surgimento do Judô Feminino Desde sua origem, no Japão, no ano de 1882, criado pelo mestre Jigoro Kano, o judô era arte que não estava voltada para o publico feminino, mas ao ver que sua irma mais velha se mostrava interessada pela pratica da modalidade, Jigoro Kano então ensinou-lhe alguns golpes de fácil aplicabilidade, até que adquirisse maior destreza na arte e com isso, passou a enxergar as mulheres dentro do judô de outra forma, e com o tempo, ensinou os fundamentos do judô para que obtivessem mais experiência. Somente 30 anos após a criação do judô, o instituto Kodokan inaugurou um departamento experimental de judô feminino, onde algumas das mulheres que treinavam neste local eram irmãs ou mulheres de alguns dos assistentes de Jigoro Kano. Somente a partir de 1934, este departamento experimental deixaria de ser experimental, para se tornar um instituto organizado e com condições de ministrar cursos especializados em judô. A partir de então, dois mestres (Honda e Uwaza) foram designados a ficarem responsáveis pelos cursos de judô feminino do instituto Kodokan. As técnicas ensinadas eram as mesmas que o mestre Jigoro Kano pregava que eram os estudos dos Ukemis e os Katas. De acordo com Jigoro Kano, “a arte feminina era a perfeita, pois era mais técnica, sofisticada e englobava muitas coisas além da defesa pessoal.” Somente em 1980, que o primeiro campeonato mundial de judô feminino foi estabelecido, sendo as competições de judô já aconteciam, a sete ou oito anos antes do o primeiro campeonato mundial. No primeiro campeonato mundial para mulheres, que aconteceu em Nova York, no ginásio de Madison Square Garden, as categorias eram: até 48 kg, até 52 kg, até 61 kg, até 66 kg, até 72 kg e acima de 72 kg. Foi a partir da participação do judô feminino em campeonatos continentais e campeonatos mundiais que as atletas participaram de forma experimental das Olimpíadas de Seul em 1988. No ano de 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, o judô feminino tornou-se oficialmente esporte olímpico. Historia de Keiko Fukuda Keiko Fukuda foi a praticante de judo feminino mais importante da historia. Começou com a pratica de judô devido ao seu avô, este que tinha sido um samurai e mestre de Tenjin Jiu-Jitsu, o que ensinou a arte a Jigoro Kano. Keiko se tornou instrutura e seu ultimo trabalho foi em uma instituição de judô no Mills College, na California. Foi discipula de jigoro kano e pioneira do judo feminino, sendo a primeira mulher a receber o 6° dan (1972), posteriormente recebeu o 9°dan (2006) e em 2011 recebeu o 10° dan, a mais alta graduaçao do judô. Surgimento do Judô Feminino no Brasil Os primeiros registros da pratica de judô, com proposito de difundi-lo no país foi com o mestre Mitsuyo Maeda, que foi aluno de Jigoro Kano, no Kodokan. Mitsuyo Maeda teria vindo para o Brasil, mas precisamente na cidade de Porto Alegre, em 1914 onde começaria a divulgar a arte. A partir da década de 1920, o judô feminino teve inicio no Brasil e somente em 1980, e dois meses após o decreto-lei n° 3.199 de 1941 ser revogado, que aconteceu o primeiro campeonato brasileiro de judô feminino, realizado no Rio de Janeiro, na Universidade Gama Filho promovido pela CBJ. A partir desse evento as mulheres puderam fazer parte da seleção brasileira e de torneios por todo o mundo. Em 1988, nas olimpíadas de Seul, o Brasil tem suas primeiras representantes, Soraia André e Monica Angelucci. Em 1992, nas olimpíadas de Barcelona, sete representantes do judô feminino participaram dos jogos: Andréa Berti, Patrícia Bevilacqua Dias, Jemima Alves, Tânia Ishi, Rosicléia Campos, Soraia André e Edilene Andrade. Joaquim Mamede e o Judô Feminino O processo de divulgação e legalização do judô feminino no Brasil também contou com o grande apoio de Joaquim Mamede de Carvalho e Silva (JMCS), que tinha o cargo de presidente da Federação Guanabara de Judô e posteriormente se tornaria presidente da CBJ, brigou pela entrada da mulher no judô. Joaquim Mamede, juntamente com o mestre Ogawa, de São Paulo e com Takeshi Ueda, do Rio de Janeiro, que tinha uma filha judoca, Kasue Ueda, iniciaram os torneios femininos de judô extra-oficiais. Esses torneios eram de caráter amistoso e contava com a participação de mais de 200 mulheres, em meados da década de 1970. Conta JMCS que após ver em um circo mulheres lutando luta livre e que ao final do combate, uma das lutadoras saia para amamentar seu filho, viu que a entrada da mulher no judô seria benéfico, pois não comprometeria a integridade física da mulher e nem afetaria seu órgãos reprodutores. Neste momento, JMCS passou a lutar pela inclusão da mulher no judô nos torneios da confederação. Curiosidade No ano de 1979, a proibição da mulher na pratica de artes marciais e lutas ainda era forte, restringindo a participação das atletas brasileiras em competições oficias, prejudicando a equipe na contagem de pontos nos campeonatos. Antes da participação da mulher nas competições de judô, um fato curioso: em 1979, no campeonato sul-americano em Montevidéu no Uruguai, JMCS burlou a Lei e inscreveu além dos atletas masculinos, mais quatro atletas, para que fosse possível obtenção de passagens aéreas, hospedagem e alimentação: Patrício Mário de Carvalho e Silva, Amel Mário de Carvalho e Silva, Cristiano Mário de Carvalho e Silva e Ueda Kasue, sendo que seus verdadeiros nomes eram: Patrícia Maria de Carvalho e Silva, Ana Maria de Carvalho e Silva, Cristina Maria de Carvalho e Silva e Kasue Ueda. O Brasil conquistou o titulo nesse campeonato devido aos pontos obtidos pela equipe feminina. Essa conquista fez com que o Conselho Nacional de Desportos (CND) liberasse que as mulheres lutassem. Após esse episódio, para provar que as mulheres estavam aptas a praticarem artes marciais, no caso o judô, foi necessário que seus treinos fossem mais longos, para provar que seriam tão capazes de treinar em alta intensidade quanto os homens. SELEÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ FEMININO (2012) - Sarah Menezes (até 48kg) - Erika Miranda (até 52kg) - Rafaela Silva (até 57kg) - Mariana Silva (até 63kg) - Maria Portela (até 70kg) - Mayra Aguiar (até 78kg) - Maria Suellen Altheman (acima de 78kg) REFERÊNCIAS: Entrevista do dia: a pioneira Kazue Ueda. Disponível em: <http://judofeminino.wordpress.com/tag/joaquim-mamede-de-carvalho-e-silva/> Acesso em: 30 de nov. 2013. História do Judô Feminino. Disponível em: <http://www.judoinforme.com/jfeminino.html Acesso em: 30 de nov. 2013> Judô. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jud%C3%B4 Acesso em 30 de nov. 2013 Judô feminino. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Jud%C3%B4_feminino> Acesso em 30 de nov. 2013 SOUZA, Gabriela C.: Narrativas do judô feminino brasileiro: construção da historiografia de 1979 a 1992. Disponível em: <http://www.fazendogenero.ufsc.br/7/artigos/G/Gabriela_Conceicao_Souza_21.pdf> Acesso em 30 de nov. 2013 Keiko Fukuda. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Keiko_Fukuda> Acesso em 30 de nov. 2013
Compartilhar