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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ANA BRENA COSTA MARTINS MARIA REBECA DA SILVA BARROSO NAYANE DA SILVA CARNEIRO REJANE ÁFIO QUINTELA RIVIA ARAUJO LIMA THAYNÁ SOARES SOUSA TEORIA E PRÁTICA DOS ESPORTES DE LUTA: JUDÔ FORTALEZA-CEARÁ 2021 ANA BRENA COSTA MARTINS MARIA REBECA DA SILVA BARROSO NAYANE DA SILVA CARNEIRO REJANE ÁFIO QUINTELA RIVIA ARAUJO LIMA THAYNÁ SOARES SOUSA TEORIA E PRÁTICA DOS ESPORTES DE LUTA: JUDÔ Trabalho apresentado ao Centro Universitário Estácio do Ceará como requisito parcial para a obtenção nota a ser adicionada a primeira avaliação da disciplina Teoria e Prática dos Esportes de Luta sob a orientação da Professora Dra. Eva Pollyanna Peixe Laranjeira. FORTALEZA-CEARÁ 2021 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 6 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7 2.1 ORIGEM DO JUDÔ 7 2.2 JUDÔ NO BRASIL 8 2.3 JUDÔ NOS JOGOS OLÍMPICOS 12 2.4 METODOLOGIA DAS AULAS DE JUDÔ 14 2.5 JUDÔ E MERCADO DE TRABALHO 17 3 CONCLUSÃO 18 REFERÊNCIAS 6 1 INTRODUÇÃO O Judô é uma modalidade japonesa que teve sua origem no Jiu-Jitsu, luta criada por monges budistas, com a finalidade de defesa pessoa que chegou ao Brasil no século passado e que hoje em dia é praticado por cerca de dois milhões de pessoas. A prática do judô na colônia japonesa era uma das formas de manutenção de sua cultura e diversão, e a introdução do judô no Brasil ocorreu, principalmente, a partir dos imigrantes japoneses.e a chegada dos primeiros professores-lutadores, com o intuito de difundir esta prática no país. O Judô pode ser caracterizado como uma forma de atividade física de combate, que pressupõe a existência de um professor ou técnico envolvido no seu ensino ou treinamento. Atualmente a principal forma de expressão do Judô ocorre como esporte de luta. Portanto se enquadra perfeitamente nos parâmetros estabelecidos pela Lei 9696/98, que regulamenta a profissão de Educação Física e determina a criação de seus respectivos conselhos. O judô é controlado pela Federação Internacional de Judô (IJF), instituída em 1952, e pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Os judocas são divididos em duas categorias: principiantes (kiu) e mestres (dan) e a cor da faixa utilizada na vestimenta indica o grau de aprendizado. Para se profissionalizar nesta área, o atleta deverá obter a condição mínima de faixa preta ou título similar concedido por organização estadual ou federal que a represente. 7 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Origem do Judô O Judô teve sua origem no Jiu-Jitsu, luta criada por monges budistas, com a finalidade de defesa pessoal, já que estes necessitavam se proteger dos salteadores, durante as jornadas de difusão da religião para além das fronteiras da Índia. Em 1863, nasceu Jigoro Kano, que passou praticar o Jiu-Jitsu com o propósito de superar sua fraqueza física. Graduado em filosofia pela Universidade Imperial de Tóquio, Kano observou que as técnicas do Jiu-Jitsu poderiam servir para a educação e preparação dos jovens,oferecendo ao indivíduo uma oportunidade de aprimoramento do seu autodomínio para superar a própria limitação. Baseado nas técnicas que dominava, ele criou um novo método que tinha por objetivo construir a perfeição de uma pessoa e beneficiar o mundo. Aprofundou seus conhecimentos, tomando como base a força e a racionalidade, criando novas técnicas para o treinamento de esportes competitivos, que, nesta época, eram sempre ligadas ao cultivo do caráter.Adicionou novos aspectos aos seus conhecimentos do Jiu-Jitsu tradicional,transformando, com energia, perseverança e inteligência,a "arte dos samurais" em um perfeito método de educação física e moral para todo o povo japonês, evitando, em seus ensinamentos, ações que pudessem ser lesivas ou prejudiciais quando o Judô fosse praticado por leigos. De espírito crítico, de sólida formação pedagógica como professor, Jigoro Kano notou que a matéria era, até então, ensinada sem nenhuma orientação didática, unicamente seguindo pontos de vista particulares de seus mestres, sem obediência a princípios cientificamente estabelecidos. Habilidade e empirismo eram dominantes. Assim sendo, quando havia discrepância em situações idênticas, havia dificuldade para discernir a ação correta da incorreta. Lançou-se, então, à tarefa de encontrar por si mesmo a verdade. Após sérios estudos e investigações, formulou o princípio básico de seu método, que denominou princípio da eficácia máxima, assim por ele mesmo expresso: “qualquer que seja o objetivo, será melhor atingido pelo mais alto ou mais eficiente uso da energia física e espiritual,dirigida para a realização de um certo e definido fim ou propósito”. Assim, ele incorporou, ao seu método, a análise de princípios de antropomecânica, reestudando, então,todos os sistemas de ataque e defesa conhecidos e os ao seu alcance, aferindo os méritos de cada um de acordo com rigoroso critério científico. Procedeu a uma obra de seleção e expurgo dos elementos meramente empíricos, ou descabidos, mantendo os que resistiam à análise e aperfeiçoando 8 outros. Inseriu novos recursos de acordo com leis da ciência aplicada, classificou os diferentes exercícios de modo racional e modificou o método de ensino à luz de processos pedagógicos. Transformou, assim, o que era mero sistema empírico-prático em um método científico de cultura física e moral, baseado na luta corporal, mas que as ações são justificadas, bem definidas, bem expostas e acenáveis para todas as pessoas normais. Ao novo método, deu o nome de Judô, para distingui-lo do Jiu-Jitsu ensinado por remanescentes da época feudal. Sãode Kano, estas palavras: “adotei o termo Judô em substituição ao termo Jiu-Jitsu, porque o seu método não é apenas uma arte (Jitsu), mas uma doutrina (Do). A arte é cultivada, mas o meu Judô é uma doutrina, um caminho. “O meu Judô é uma doutrina baseada na utilização racionalda energia humana, usando a eficácia máxima e a integração, em todos os sentidos, do homem da sociedade”. Em 1882, abriu seu primeiro Dojô (sala para estudo do Judô) com 12 tatames e 9 alunos, dando o nome de Kodokan à sua escola, nome que significa “escola para o estudo da vida”. Desta maneira, Jigoro Kano transformou a arte marcial do antigo Jiu-Jitsu no "caminho da suavidade" em que, através do treinamento dos métodos de ataque e defesa, o indivíduo pode incorporar qualidades mais favoráveis à sua vida, sob três aspectos: condicionamento físico (a prática do esporte exige esforço físico), espírito de luta (o indivíduo se condiciona a se proteger, defendendo-se quando ameaçado) e atitude moral autêntica (o rigor do treinamento induz à humildade social, à perseverança, à tolerância e à cooperação, dentre outras qualidades). 2.2 Judô no Brasil O professor Stanlei Virgílio em seu livro a Arte do Judô, Papiarus 1986, faz referência ao mestre Massao Shinohara (primeiro e único brasileiro com a graduação máxima do judô, o 10º Dan), onde o mesmo afirma em seu manual de judô, publicação de maio de 1982, que o judô foi implantado no Brasil por volta do ano de 1922 com o advento da imigração japonesa ao país, cujo primeiro contingente chegou ao porto de Santos em 18 de junho de 1908, a bordo do navio Kasato Maru. Com referência ao judô, entretanto não há registros de nomes, datas ou locais. Stanlei também faz referências muito vagas sobre um certo professor Miura que teria ensinado judô no Brasil por volta de 1922. Ainda segundo Stanlei, o mestre Kwanichi Takeshita afirma que foi no início dos anos vinte que chegou o judô ao Brasil, impressionando os esportistas pela facilidade com que se venciam os desafiosfeitos aos 9 nossos lutadores. Stanlei tenta explicar essa duplicidade de datas pela forma como foi introduzido o judô no Brasil, pois de um lado há uma corrente formada pelos pioneiros do Kasato Maru e subsequentes, que se dedicando a outros misteres, principalmente a agricultura, faziam do judô um derivativo, uma atividade social, uma forma de manter laços e apagar a saudade da pátria longínqua. Poderia se dizer que praticavam um judô localizado, restrito a pequenos grupos e sem fins lucrativos. O primeiro registro com referência a esse grupo iria para Tatsuo Okoshi, que chegou ao Brasil em 1924, seguindo-se Katsutoshi Naito, Sobei Tani, Ryuzo Ogawa e outros mais. Por outro lado, em uma outra corrente estavam os "lutadores", isto é, aqueles que lançando e aceitando desafios, lutando publicamente, além de buscarem a implantação do judô entre nós, faziam disso uma forma de subsistência ou complementação financeira. Entre este colocaríamos Mitsuyo Maeda (Conde Koma), Takagi Saigo, Geo Omori, Ono, visto por este prisma, o judô começou a ser implantado no início dos anos vinte. Olhando uma forma e outras acharam que a primazia pode realmente estar com os japoneses. Época foi à atuação dos lutadores, que atingiam com seus espetáculos um número bem maior e de forma mais positiva os possíveis interessados. Com o passar do tempo essa situação inverteu-se, já não mais havendo os espetáculos como eram proporcionados naqueles tempos. Assim se uns chegaram primeiro, os outros atuaram de forma mais objetiva e eficiente para a implantação do judô naquela época. Foi no início dos anos 1910 que chegou ao Brasil Mitsuyo Maeda, ou Eisei Maeda como querem alguns, tendo ele a seu crédito o primeiro registro nos anais da história do judô brasileiro, aceitando desafios e ganhando todos, promovendo assim esse esporte. Radicou-se finalmente em Belém do Pará, onde montou sua escola com algum sucesso. De seus vários alunos, restaram a família Gracie e Luiz França que deram continuidade ao seu trabalho, progredindo e fundando novas escolas em algumas capitais e se projetando no cenário esportivo brasileiro. Hélio Gracie, em luta contra dois campeões japoneses, Yukio Kato e Masahiko Kimura, ganhou do primeiro e perdeu para o segundo, o que na época foi um grande feito e o seria ainda nos dias de hoje. Desenrolaram-se as duas lutas no solo (Katame waza), pois nosso lutador certo de sua inferioridade em peso e no combate em pé (Nage waza), inteligentemente forçou a luta no solo onde tinha melhores chances, e o resultado provou o acerto de raciocínio. Oswaldo Fadda, aluno de Luiz França, estabeleceu no subúrbio carioca uma escola 10 que desenvolveu-se independente da família Gracie. Nos anos 1950, sua academia desafiou e venceu a academia Gracie em duas ocasiões Em seu esforço para ensinar aquilo que aprendera, Fadda formou vários mestres, iniciando outro ramo do nascente jiu-jitsu brasileiro. Assim, as escolas Gracie e Fadda prosperaram e espalharam-se por várias capitais, mas sempre se dedicando mais ao ju-jutsu, motivo pelo qual prosperaram, pois nós brasileiros, ainda não estávamos preparados para um esporte como o judô, até então desconhecido e que se confundia com seu predecessor o ju-jutsu, que monopolizava as atenções e interesses que havia. Em 1924 ou 1925 chega Takagi Saigo, instalando-se em São Paulo e como não obteve bons resultados, prontamente voltou ao Japão. Nessa mesma época chegou também Tatsuo Okoshi 8º Dan, que teve participação bem maior no desenvolvimento do judô brasileiro. Foi o fundador e primeiro presidente no Brasil da Associação dos Faixas Pretas do Kodokan e também fundador e primeiro diretor técnico da Federação Paulista de Judô. Em 1898, foi à vez de Geo Omori, lutador extraordinário, que lançando e aceitando desafios, muitos deles no antigo Circo Queirolo, em São Paulo, a exemplo de Mitsuyo Maeda, ganhava sempre e assim chamando a atenção e contribuindo à sua maneira para manter viva a tênue chama que mais tarde viria transformar-se num dos maiores esportes brasileiros. Seria também em 1928 a chegada de Katsutoshi Naito, 7º dan, que se radicou em Suzano, São Paulo. Sua participação na organização e consolidação do nosso judô foi marcante. Ocupou pela primeira vez a função de diretor do departamento de judô da Federação Paulista de Pugilismo, então mentora oficial do nosso esporte, antes da fundação da Federação de Judô. Outro a chegar em 1928 foi Yasuichi Ono, então 3º dan, que também aceitando desafios e trabalhando com extrema dedicação pelo judô, fez jus a que seu nome fosse inscrito com todo mérito e justiça nas páginas da história do nosso esporte. Em 1932 abre a sua primeira academia, mãe de muitas outras que prosperaram e dão continuidade ao trabalho do grande mestre, hoje 9º dan. Somente nas décadas de 1930 e 1940, com a corrente migratória japonesa que se instalavam em São Paulo, muitos outros mestres surgiram iniciando a prática do judô nas colônias interioranas e, no Rio de Janeiro, em Itajaí e na Baixada Fluminense, alguns professores se dedicaram à divulgação e à prática do judô. Grandes mestres se destacaram, mas, persistiam alguns mantendo a antiga denominação de ju-jutsu, originando discussões, dissociando uma denominação da outra, obrigando aqueles que se empenhavam na divulgação do judô a um exaustivo trabalho de doutrinação chegando, muitas vezes, ao extremo de aceitar desafios, para confronto entre seus participantes. Ainda na década de 1930, mais precisamente em 1931 chega Sobei Tani, 6º 11 Dan, estabelecendo-se com sua academia em Jaraguá, São Paulo, de onde saíram grandes campeões como os irmãos Shiozawa, Koki Tani e outros. Outros mais foram chegando e localizando-se no interior, levando para diversas regiões onde a imigração japonesa era mais intensa, o esporte que só mais tarde iria frutificar e tornar-se popular. Chegava ainda ao Brasil em 1934 o mestre Ryuzo Ogawa, 8º dan, fundando a academia Ogawa (Budokan), com o único objetivo de aprimorar a cultura física, moral e espiritual, através do esporte de quimono (keikogi), obedecendo aos princípios morais e filosóficos pregados pelo mestre Jigoro Kano. Não se poderá deixar de reconhecer que o grande passo para o crescimento do judô no Brasil foi iniciado com o mestre Ogawa, em 1938, quando o mesmo juntamente com um grupo de idealistas oriundos do longínquo Japão, começaram um trabalho de amplos ideais, que visava projetar este nosso esporte na preferência dos brasileiros, separando-o definitivamente do ju-jutsu. Esse trabalho foi à conquista final para a confirmação do judô no Brasil, sobrepondo-se ao ju-jutsu e expandindo- se rapidamente para o interior, onde em algumas regiões, embora muito discretamente já era praticado. Com a mesma intensidade e rapidez investiu também para outros estados, alastrando-se praticamente por todo Brasil. Na década de 1940 consolida-se o prestígio do judô em todo o Brasil, esclarecidas as dúvidas quanto às suas origens do antigo ju-jutsu, propagando-se a sua prática no Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dentre outros estados, fundando-se novas academias e crescendo o número de seus praticantes. Assim a mercê do esforço e dedicação de japoneses e brasileiros, o judô progride a passos largos. Em São Paulo, no ano de 1951 foi realizado o seu primeiro campeonato oficial. Em 1954 o Rio de Janeiro também realiza o seu. Ainda em 1954, realiza-se o primeiro Campeonato Brasileiro, tendo como sua maior expressão o judoca Massayoshi Kawakami, campeão nas categorias 3º dan e absoluto. Em 1956, o Brasil participa pela primeira vez de uma competição no exterior, mais precisamente do II Campeonato Pan-Americano, realizado em Cuba, ficando em honroso segundo lugar. Formavam a equipe os judocas Massayoshi Kawakami, Sunji Hinata, Augusto Cordeiro, Luiz Alberto Mendonça, HikariKurachi e Milton Rossi. Continuando com mais força nos anos 50 o já vigoroso crescimento da década de 40, necessário se faz à criação de um órgão mentor para dirigir, coordenar as atividades judoísticas em franco desenvolvimento. Para essa coordenação funda São Paulo a sua federação em 17 de abril de 1958, e o Rio de Janeiro em 9 de agosto de 1962. Dirigia na época o judô no Brasil a Confederação Brasileira de Pugilismo. Dia a dia acentuava-se a 12 necessidade de um órgão nascido nos próprios meios judoísticos, dedicando-se exclusivamente ao judô, que o representasse a nível nacional e internacional. Assim em 18 de março de 1969 foi fundada a Confederação Brasileira de Judô, tendo como seu primeiro presidente Paschoal Segreto Sobrinho. Em 22 de fevereiro de 1972, foi a Confederação Brasileira de Judô reconhecida oficialmente, sendo então o seu presidente até o início de 1979, Augusto de Oliveira Cordeiro. A bibliografia quanto à evolução do judô no Brasil é carente e existe muita controvérsia sobre o seu surgimento. Há mais recente delas foi publicada na revista Ippon, ano 2, nº 12, setembro/97, São Paulo. Onde ficou comprovado após longa pesquisa, realizada pelo amazonense Rildo Heros, que o ju-jutsu e o judô desembarcaram juntos no Brasil, em 1914, em Porto Alegre-RS, pelo japonês Mitsuyo Maeda, aluno desde infância do mestre Jigoro Kano. No começo de 1977, após extenso trabalho de entrevistas e pesquisas embasadas em jornais da época, além de testemunhos de imigrantes antigos, detectou-se que a primeira residência do judô no Brasil foi Manaus, no Amazonas, depois de entrar no país por Porto Alegre. Esta versão da história escrita por Carlos Bortole foi publicada com a certeza de sua exatidão. A chancela do instituto Kodokan parece dar garantia total à nova versão. 2.3 Judô nos jogos olímpicos O judô foi incluído pela primeira vez nos Jogos Olímpicos na edição de Tóquio 1964. Ausente na edição seguinte, em 1968, a modalidade retornou quatro anos depois, sendo disputada até os dias atuais. Disputada por categorias de acordo com o peso, a definição dos ganhadores das medalhas de ouro e prata são conhecidos após os combates em eliminação simples, seguindo o cruzamento. Duas medalhas de bronze são distribuídas no sistema de repescagem. Em 2020 foi incluído o evento por equipes mistas. O judô é a modalidade que mais medalhas olímpicas deu ao Brasil na história. Com as duas conquistadas no Japão até agora, já são 24 no total (4 de ouro, 3 de prata e 17 de bronze). Desde os Jogos de Los Angeles-1984, o Brasil conquista ao menos uma medalha na modalidade. O recorde de pódios foi nos Jogos de Londres-2012, quando houve quatro conquistas, incluindo uma de ouro, com Sarah Menezes na categoria até 48 kg. 13 O judô olímpico já contou com um mínimo de quatro e um máximo de oito categorias por edição. Atualmente são sete categorias por gênero. MASCULINO FEMININO MISTO 14 2.4 Metodologia das aulas de Judô Entender o processo do ensino do Judô tradicional nos faz pensar que antes de se tornar um esporte, o Judô era uma arte marcial com objetivo e finalidades totalmente filosóficas, isto é seu ensino inicialmente era voltado para a construção de um ser melhor e seu processo de esportivização. Segundo Godim (2012) o modelo tradicional de ensino do Judô possui algumas características peliculares a este método, dentro de um contexto geral, percebemos, por exemplo, que na prática poderão ser identificados pontos fortes que delimitam a realidade deste método. O criador do Judô Jigoro Kano tinha inicialmente a idéia de disciplinar e repassar uma filosofia adequada ao praticante de Judô, nisto incluía-se a disciplina e seu processo esportivo, este que no passar do tempo teve um enfoque maior. O processo de esportivização do Judô deve ser analisado em dois fatores: no foco das idéias do professor Jigoro Kano em relação ao Judô competitivo, no qual sua principal meta era divulgar o Judô pelo mundo na perspectiva educacional e de formação humana; o outro foco a ser analisado é o contexto dos fatos históricos, tanto do Japão como do mundo que o Judô transcorreu, ou seja, entender como o Judô se configurou no momento das duas guerras mundiais, os primeiros campeonatos de Judô até chegar como uma modalidade esportiva olímpica nos jogos olímpicos em 1964 no Japão e quais as mudanças que ocorreram com influências políticas, econômicas e culturais até o momento atual pelo seu processo de institucionalização (Araujo, 2005). Com o processo da esportivização do Judô acontecendo em todo o Japão e pelo mundo, o Judô começou a ser ensinando em ambiente educacional, isto é, era praticado não só por adultos, mas também por crianças e a prática introduzida como disciplina já na idade escolar. A relação “aluno x professor” nos métodos antigos de ensino, nos vem uma idéia tecnicista onde o professor se torna um ícone a ser seguido, de modo que, o aluno segue tudo aquilo que o professor determina, da maneira em que foi mostrado, isto é, um movimento repetitivo sem que o aluno tenha a ação de questionar ou argumentar. No ensino do Judô aplicado através da perspectiva tradicionalista, percebe-se que a relação professor-aluno é vertical e unilateral, ou seja, o professor é o dono da verdade e só ele é capaz de transmitir conhecimento e o conteúdo que é transmitido (Godim, 2012). Este método tecnicista oportuniza uma relação entre aluno e professor um pouco 15 distante, onde seu ensino é exclusivamente feito através da autoridade e da voz de comando, ou certamente fazendo com que o aluno imite seus gestos e seus movimentos (analítico), onde não ocorre nenhum tipo de embasamento teórico para o tal e ainda e de certa forma, toda essa questão mecânica que gera neste método de ensino leva a um ensinamento incompleto, deixando a desejar a melhor aprendizagem da criança com relação ao Judô. Ainda com relações a métodos tradicionais do ensino do Judô, Godim (2012) salienta que outra característica correspondente a tal método leva em conta à motivação do aluno, já que em algumas situações, esta é focada apenas em competições, não levando em consideração a faixa etária. As variáveis dos princípios do treinamento desportivo tais como volume e intensidade de treino, são apenas reduzidas, como se pudéssemos apenas “alterar” o treinamento de um adulto para aplicar com os mesmos princípios ao treinamento de uma criança, isso na verdade nada mais seria do que tratarmos a criança como um “adulto em miniatura”. O judô na Educação Física escolar, deve ser inserida como componente curricular e para justificar-se como tal, deve proporcionar aos alunos o contato com um conhecimento próprio e específico da área. Em outras palavras, tem de ensinar algo que se não for ensinado pela Educação Física, não será ensinado por nenhum outro componente curricular, apresentando dessa forma, valor e finalidade ao componente curricular enquanto um fenômeno educativo. Ao saber que indivíduos diferentes, ao ingressarem nas aulas de lutas têm níveis de habilidades e de conhecimentos variáveis, experiências corporais e de vida heterogêneas, aptidões e características pessoais diversas e variedades na sua expectativa de aprendizagem, o professor deve assumir que a mesma informação transmitida não tem o mesmo sentido, e o mesmo significado para os praticantes, bem como proporciona níveis diferentes de motivação entre eles (Tani, 2006). É preciso ter em mente a todo o momento que a luta é um jogo de oposições é composta pela aplicação de habilidades e ações motoras em um ambiente aberto. Desse modo, na maioria das vezes praticamente precisa dar atenção aos gestos exitosos de seus adversários contra eles, para que possa elaborarestratégia de bloqueio e contra ataque. Com isto, deve-se privilegiar a prática dos golpes e das técnicas feitos de modo aberto, em movimento e por vezes, imprevisível no processo de ensino e aprendizagem (Gomes et al, 2008). As metodologias do ensino de lutas englobam por diversas vezes as capacidades motoras e físicas de seus praticantes, desta forma, é extremamente essencial que o professor observe estas questões no aluno, pois assim, poderá dar inicio ao ensino de lutas. 16 Algumas propostas de ensino de lutas se destacam atualmente nas literaturas com relação a estas modalidades de combate como mostra o quadro a seguir: Além desse método composto por Enares (2006), outro autor também propõe o ensino geral de lutas através de jogos, sendo este ensino adaptado ao ensino do Judô em um processo mais especifico. Olivier (2002) propõe as seguintes maneiras de ensinar luta. 17 2.5 Judô e mercado de trabalho O salário de um judoca, de acordo com informações do site Salários, publicadas em dezembro de 2020, um atleta de judô, desconsiderando patrocínios, ganha em média R$ 2.452,73 no mercado de trabalho brasileiro para uma jornada de trabalho de 33 horas semanais. Os dados são da pesquisa do Salario.com.br junto a dados oficiais do Novo CAGED, eSocial e Empregador Web, com um total de 95 salários de profissionais admitidos e desligados pelas empresas. A faixa salarial do Atleta de Judô CBO 3771-20 fica entre R$ 1.928,97 – salário mediano da pesquisa -, e o teto salarial de R$ 5.364,40, sendo que R$ 2.238,58 é a média do piso salarial 2021 de acordos, convenções coletivas e dissídios levando em conta profissionais com carteira assinada em regime CLT de todo o Brasil. A cidade com mais ocorrências de contratações e por consequência com mais vagas de emprego para Atleta de Judô é Brasília, no Distrito Federal. 18 3 CONCLUSÃO Judô é uma arte marcial praticada como esporte. Criada por Jigoro Kano em 1882, o judô é uma adaptação do jiu-jitsu, que tem por objetivo desenvolver técnicas de defesa pessoal, fortalecer o corpo, o físico e a mente de forma integrada. Foi considerado esporte oficial no Japão no final do século XIX. O judô tem grande aceitação em todo o mundo, um dos esportes mais praticados, e uma das únicas artes marciais disputadas nas Olimpíadas. Sua prática não é restrita somente a homens com vigor físico, estendendo-se também a mulheres, crianças e idosos. O judô é uma luta cheia significados. Trata-se de uma prática que envolve respeito, disciplina e coragem. Quem pratica o judô, está também praticando a sua própria mente. 19 REFERÊNCIAS BORGES, O. A. Processo pedagógico da sessão de Judô. In Federação Paulista de Judô, II Curso para técnicos, fundamentos básicos do ensino de Judô, 1996 p. 46. CARVALHO, M. C. G. A. Processo de criação de um teste para Judô com validação preliminar para o movimento de Tai-sabaki-3. (dissertação de mestrado) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro de Ciências da Saúde, Escola de Educação Física e Desportos, , 1995 p. 1. CARAZZATO, J. G.; CABRITA, H. & CASTROPIL, W. Repercussão no aparelho locomotor da prática do Judô de alto nível. Rev. Bras. Ortopedia, vol. 31, nº 12, 1996, p. 957-968. LOPES, M. A.; MATHEUS, L.; UEZU, R.; PREGNOLATO, K. U.; CARVALHO, F. L. P.; MIGLIACCIO, R.; CARVALHO, M. C. G. A. (2000) Formação profissional dos senseis cujos atletas se classificaram para participar do Campeonato Paulista Sênior de Judô de 99. Congresso Mundial de Educação Física FIEP e 15º Congresso Internacional de Educação Física FIEP / 2000, p. 26. SHINOHARA, M. Manual de Judô. Vila Sônia, (2002). SANTOS, B. N. A. Judô, o caminho suave. SP: Coleção Kung Fu, vol. 1, (s.d.). SANTOS, S. G. A influência do Judô na postura de atletas do sexo masculino do Estado do Paraná (dissertação de mestrado). Universidade Federal de Santa Maria, 1993. SILVA, N. W. P. Influência do treinamento precoce do morote-seoi-nague para competição, em crianças de 9 a 10 anos, nas complicações de simetria muscular nos membros superiores. (dissertação de mestrado) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro de Ciências da Saúde, Escola de Educação Física e Desportos, 1989. SOUZA, M. R. M. Características da prática esportiva de Judô e lesões desportivas. (monografia de conclusão de curso de licenciatura) Universidade Estadual Paulista/Bauru, Faculdade de Ciências, Departamento de Educação Física, 1996. VIRGÍLIO, S. A arte do Judô. SP: Papirus, p. 20, 1986.
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