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11/03/2013 1 Universidade Estadual do Norte FluminenseUniversidade Estadual do Norte Fluminense Disciplina de Genética AplicadaDisciplina de Genética Aplicada CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ MARÇO DE 2013 GENÉTICA QUANTITATIVAGENÉTICA QUANTITATIVA INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO O que a genética quantitativa estuda? O que a genética quantitativa estuda? Estuda as diferenças quantitativas entre os Estuda as diferenças quantitativas entre os indivíduos.indivíduos. INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS São aquelas características influenciadas por um ou por poucos genes, seguem uma distribuição mendeliana. Ex.: INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS São aquelas características influenciadas por um grande número de genes, seguem uma distribuição normal de probabilidade. Ex.: DISTRIBUIÇÃO NORMALDISTRIBUIÇÃO NORMAL DISTRIBUIÇÃO NORMALDISTRIBUIÇÃO NORMAL Uma distribuição normal é uma distribuição de probabilidade contínua de uma certa variável, ou seja, assume qualquer valor dentro de um determinado intervalo. 11/03/2013 2 QUALITATIVA x QUANTITATIVAQUALITATIVA x QUANTITATIVA QUALITATIVA x QUANTITATIVAQUALITATIVA x QUANTITATIVA Qualitativa Quantitativa Variação Descontínua Contínua Número de genes Poucos Muitos Efeito do ambiente Fraco Forte PROBABILIDADESPROBABILIDADES PROBABILIDADE É a chance de ocorrência de um determinado evento em um espaço amostral, sendo expresso pela razão, entre o número de casos favoráveis ao evento A e o número de casos possíveis. P(A) = m/n PROBABILIDADESPROBABILIDADES Exemplo: Em uma amostra de 10.000 sementes, 9.914, germinaram. Qual a probabilidade de sementes germinadas. P (sementes germinadas) = 9 914/10 000 = 0,9914 P(sementes germinadas) = 99,14% PROBABILIDADESPROBABILIDADES TEOREMA DA SOMA Se os eventos A e B, não podem ocorrer ao mesmo tempo, a probabilidade de ocorrer A ou B é dada pela probabilidade de A, mais a probabilidade de B. Da seguinte forma: P (A ou B) = P(A) + P(B) PROBABILIDADESPROBABILIDADES Fenótipo Proporção ♂ - olhos castanhos 3/8 ♂ - olhos azuis 1/8 ♀ - olhos castanhos 3/8 ♀ - olhos azuis 1/8 Em um único nascimento, qual a probabilidade de nascer um menino de olhos castanhos ou uma menina de olhos azuis? P(A) = 3/8 P(B) = 1/8 P (A ou B) = P(A) + P(B) = 3/8 + 1/8 = 1/2 11/03/2013 3 PROBABILIDADESPROBABILIDADES TEOREMA DO PRODUTO Se A e B são eventos independentes (quando a probabilidade de ocorrer um deles não é modificada pela ocorrência de outro), a probabilidade de ocorrer A e B é dada pela probabilidade de ocorrer A, multiplicada pela probabilidade de ocorrer B. Da seguinte forma: P (A e B) = P(A) x P(B) PROBABILIDADESPROBABILIDADES Fenótipo Proporção ♂ 1/2 olhos azuis 1/4 olhos castanhos 1/4 ♀ 1/2 Em um único nascimento, qual a probabilidade de ser menino e de olhos azuis? P(A) = 1/2 P(B) = 1/4 P (A e B) = P(A) x P(B) = 1/2 + 1/4 = 1/8 DISTRIBUIÇÃO BINOMIALDISTRIBUIÇÃO BINOMIAL Há muitos experimentos de probabilidade para os quais os resultados de cada tentativa podem ser reduzidos a dois resultados: sucesso ou fracasso. Assim, uma distribuição binomial, é uma distribuição discreta que resulta da soma de variáveis aleatórias binárias. Ex.: Vamos considerar a variável que representa o sexo de um recém nascido. Essa variável é considerada binária, pois o recém nascido só poderá ser menino ou menina. Supondo que se for menino, a variável assume o valor 1 e se for menina assume o valor 0. Número de nascimentos Número de meninos Probabilidade 1 0 p 1 q p+q=1 DISTRIBUIÇÃO BINOMIALDISTRIBUIÇÃO BINOMIAL Em um experimento binomial, a probabilidade pode ser obtida pela seguinte expressão: P (x) = [n!/(n-x)! x!] px qn-x Onde: [n!/(n-x)! x!] = é a combinação de n elementos tomados x a x. p = probabilidade de sucesso q = probabilidade de fracasso n = número de tentativas x = número de sucessos nas tentativas DISTRIBUIÇÃO BINOMIALDISTRIBUIÇÃO BINOMIAL Ex.: Qual a probabilidade de ocorrer 2 machos em 4 nascimentos, em uma determinada raça de bovinos? Como n é igual a 4. A probabilidade de ser macho é p = 1/2. A probabilidade de ser fêmea é q = 1/2. Número de sucessos é = 2. P (x) = [n!/(n-x)! x!] px qn-x P (2) = [4!/(4-2)!2!] (1/2)2 (1/2)4 - 2 P (2) = (4!/2! 2!) (1/2)2 (1/2)2 P (2) = 6 . 1/4 . 1/4 P (2) = 3/8 = 0,375 = 37,50% DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIALDISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL Quando temos uma quantidade de classes muito grande e consequentemente uma probabilidade associada a vários eventos, há a necessidade de expandir o binômio: P (X1 =n1, ... Xn=nn) = {N!/(n1 x n2 ... nn)} x p1(x1) x p2(x2) ... x pn(xn) 11/03/2013 4 DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIALDISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL Ex.: Na inspeção da qualidade de rações, são utilizadas quatro categorias para classificação: ideal, aproveitável, reciclável e refugo. As probabilidades de pertencerem a cada um das classes é, respectivamente, p1=0,70, p2=0,15, p3=0,10 e p4=0,05. Em um lote de 10 unidades, qual a probabilidade de se encontrar, 6 unidades ideais, 2 aproveitáveis, 1 reciclável e 1 refugo. P (X1 =n1, ... Xn=nn) = {N!/(n1 x n2 ... nn)} x p1(n1) x p2(n2) ... x pn(nn) DISTRIBUIÇÃO MULTINOMIALDISTRIBUIÇÃO MULTINOMIAL P (X1 =n1, ... Xn=nn) = {N!/(n1 x n2 ... nn)} x p1(n1) x p2(n2) ... x pn(nn) P (X1=6, X2=2, X3=1, X4=1) = {10!/6! x 2! x 1! x 1!} x (0,7)6 x (0,15)2 x (0,10)1 x (0,05)1 P (X1=6, X2=2, X3=1, X4=1) = {10 x 8 x 7 x 6/ 6! 2! 1! 1!} x 0,000013 P (X1=6, X2=2, X3=1, X4=1) = 280 x 0,000013 = 0,00364 ou 0,364% CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO As propriedades genéticas das populações são determinadas a partir de suas frequências alélicas e genotípicas. FREQUÊNCIA ALÉLICA: corresponde a proporção dos diferentes alelos de um determinado gene na população. FREQUÊNCIA GENOTÍPICA: são as proporções dos diferentes genótipos para o gene considerado. CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO Ex.: Coloração do fruto de berinjela, supondo que: 100 plantas com frutos púrpura – número de genótipos BB (n1) 1000 plantas com frutos violeta – número de genótipos Bb (n2) 900 plantas com fruto branco – número de genótipos bb (n3) De modo que: n1 + n2 + n3 = N 11/03/2013 5 CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO Obtendo a frequência genotípica: Frequência do genótipo BB – D: n1/N – 100/2000 = 0,05 Frequência do genótipo Bb – H: n2/N – 1000/2000 = 0,50 Frequência do genótipo bb – R: n3/N – 900/2000 = 0,45 CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO Com base na frequência genotípica é possível obter a frequência do alelo B, que será representado por p, e a frequência do alelo b, representado por q. Frequência do alelo B = p = 2n1 + n2/ 2N = n1 + ½ n2/N = D + ½ H Frequência do alelo b = q = 2n3 + n2/ 2N = n3 + ½ n2/N = R + ½ H Assim, a frequência de um certo alelo é estimada pela frequência dos indivíduos homozigotos mais a metade dos indivíduos heterozigotos para o alelo em questão. CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃOCONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA POPULAÇÃO Dessa forma, obtemos a frequência alélica do seguinte modo: Frequência do alelo B = p = D + ½ H = 0,05 + 0,25 = 0,30 Frequência do alelo b = q = R + ½ H = 0,45 + 0,25 = 0,70 Assim, as propriedades genéticas de uma população são definidas pelas suas frequências alélicas e genotípicas. EQUILÍBRIO GENOTÍPICO DAS EQUILÍBRIO GENOTÍPICO DAS POPULAÇÕESPOPULAÇÕES O que ocorre com as frequências alélicas e genotípicas com as sucessivas gerações de cruzamentos ao acaso? O resultado do cruzamento ao acaso, será? Alelos GenótiposB b BB Bb bb Frequências p q D H R EQUILÍBRIO GENOTÍPICO DAS EQUILÍBRIO GENOTÍPICO DAS POPULAÇÕESPOPULAÇÕES Gametas (frequência) Femininos Masculinos B (p) b (q) B (p) BB (p2) Bb (pq) b (q) Bb (pq) bb (q2) EQUILÍBRIO GENOTÍPICO DAS EQUILÍBRIO GENOTÍPICO DAS POPULAÇÕESPOPULAÇÕES O resultado do acasalamento ao acaso irá formar: Genótipos: BB Bb bb Frequências: p2 2pq q2 Estimando as novas frequências: B = p1 p1 = D + 1/2H = p2 + ½ (2pq) = p2 + pq = p(p+q) = p Sendo assim, nas sucessivas gerações de acasalamento ao acaso, a frequência deverá ser a mesma. 11/03/2013 6 EQUILÍBRIO DE HARDYEQUILÍBRIO DE HARDY--WEINBERGWEINBERG “Em uma população grande, que se reproduz por acasalamentos ao acaso e onde não há migração, seleção ou mutação, pois todos os indivíduos são igualmente férteis e viáveis, tanto as frequências alélicas quanto genotípicas se mantém constantes ao longo das gerações.” FATORES QUE AFETAM A FREQUÊNCIA FATORES QUE AFETAM A FREQUÊNCIA ALÉLICA DE UMA POPULAÇÃOALÉLICA DE UMA POPULAÇÃO PROCESSOS SISTEMÁTICOS Tendem a modificar a frequência de uma maneira previsível tanto em quantidade quanto em direção; por exemplo, seleção, migração e a mutação. PROCESSOS DISPERSIVOS Ocorrem em pequenas populações pelo efeito da amostragem, sendo previsível em quantidade, mas não em direção. ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS CONTÍNUASCONTÍNUAS Os indivíduos podem ser divididos em classes fenotípicas distintas, como por exemplo, cor da flor, tipo de sangue, esse tipo de variação é denominada de variação fenotípica discreta. Entretanto, podemos identificar que para muitos caracteres, a variação fenotípica observada entre os indivíduos é contínua, ou seja, os fenótipos não podem ser divididos em classes distintas. ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS CONTÍNUASCONTÍNUAS ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS ANÁLISE DE CARACTERÍSTICAS CONTÍNUASCONTÍNUAS A análise da distribuição fenotípica de uma população pode nos fornecer informações importantes sobre o caráter quantitativo. Para isso devemos obter estimativas da média e da variação fenotípica de uma determinada população em estudo. ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO FENOTÍPICAFENOTÍPICA 11/03/2013 7 ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO FENOTÍPICAFENOTÍPICA ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO FENOTÍPICAFENOTÍPICA 1º passo para a análise da distribuição fenotípica: Estimativa da média aritmética: x = ∑ xi/n média = (153,8 + ... + 167,7)/60 média = 10051, 4/60 média = 167,5 ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO FENOTÍPICAFENOTÍPICA 2º passo para a análise da distribuição fenotípica: Estimativa da variância: s2 = ∑ (x – x)2/ (n-1) s2 = ∑(153,5 – 167,5)2 + ... + (167,2 – 167,5)2 s2 = 33,5 ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO FENOTÍPICAFENOTÍPICA ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO ESTIMATIVAS DA MÉDIA E DA VARIAÇÃO FENOTÍPICAFENOTÍPICA Mas qual é o objetivo da comparação entre médias e variâncias de duas ou mais amostras nas análises genéticas de caracteres contínuos? Comparar as médias do tamanho dos indivíduos em diferentes populações naturais de uma mesma espécie, para determinar se existe algum tipo de seleção natural, para um tamanho maior ou menor, em populações que vivem em ambientes distintos. Comparar a produção de leite em dois rebanhos diferentes, para saber em qual dos dois vale a pena investir.
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