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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DE NITEROI/ RJ
PEDRO, brasileiro, estado civil, engenheiro, portador da carteira de identidade..., inscrito no CPF sob o n.º ..., residente e domiciliado na cidade de Niteroi/ RJ, vem, por seu advogado abaixo subscrito, com endereço profissional..., cujo instrumento de procuração com poderes especiais (art. 44 CPP) segue em anexo, vem, com fundamento legal nos arts 100 §2º do Código Penal, oferecer perante V.Exa.
QUEIXA-CRIME
em face de HELENA, brasileira, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade..., inscrito no CPF sob o n.º ..., residente e domiciliada na cidade de Niterói/ RJ, pela prática dos seguintes fatos:
DOS FATOS
No dia 19/04/2014, sábado, Pedro comemoraria seu aniversário e planejou, para a ocasião, uma reunião a noite com parentes e amigos para festejar a data em uma churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. 
Na manhã do seu aniversário enviou o convite por meio de rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos. Helena, vizinha e ex-namorada de Pedro, que também possuí perfil na rede social e está adicionada nos contatos de seu ex-namorado, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então de seu computador pessoal, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Pedro.
Na postagem, Helena escreveu: “Não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável. Ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorre-lo! ”
Imediatamente, Pedro, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio do seu tablete, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários de Helena. O querelante, ficou sem saber o que dizer aos amigos, em especial a Marcos, Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante. Pedro tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. 
No dia seguinte, ele procurou a Delegacia de Polícia especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem e a página da rede social na internet onde ela poderia ser visualizada.
DO DIREITO
Diante os fatos narrados, é conclusiva a conduta delitiva da querelada, ao se fazer valer de meio de ampla divulgação para injuriar e difamar o seu ex-namorado.
O CP em seu artº 139 prevê que comete Difamação aquele que imputa fato ofensivo a reputação de outrem, logo este crime está ligado a imagem que os outros fazem da pessoa, a sua honra objetiva. Nesse sentido, disserta Nelson Hungria em sua obra Comentário ao Código Penal, v. VI, pag. 84: “consiste na imputação de fato que, embora sem revestir caráter criminoso, incide na reprovação ético-social e é, portanto, ofensivo à reputação da pessoa a quem se atribui”.
É inegável que a afirmativa usada pela querelada ao alegar que o PEDRO “trabalha todo dia embriagado e de saia” e que “No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorre-lo! ”, não tinha outro intuito se não o de atacar a honra objetiva deste e de prejudica-lo em seu ambiente de trabalho.
Helena, com o único objetivo de ofender e atingir a dignidade do querelante, também se utilizou da injúria, crime este previsto no CP em seu artº 140, que define que cometerá injuria aquele que ofender a dignidade ou o decoro de outra pessoa, sendo assim, este se distinguirá da difamação, pois a honra atingida é a subjetiva, a imagem que a pessoa faz de si próprio. 
Para Aníbal Bruno, em sua obra Crimes Contra a Pessoa, pag. 300: 
“Injúria á a palavra ou gesto ultrajante como o que o agente ofende o sentimento de dignidade da vítima. O código distingue, um pouco ociosamente, dignidade e decoro. A diferença entre esses dois elementos do tipo é tênue e imprecisa, o termo dignidade podendo compreender o decoro. Entre nós costumava-se definir a dignidade como o sentimento que tem o indivíduo do seu próprio valor social e moral; o decoro como a sua respeitabilidade... Dizer de um sujeito que ele é trapaceiro seria ofender sua dignidade. Chama-lo de burro, ou de coxo seria atingir seu decoro” 
A querelada ao chamar Pedro de “idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha”, tinha como objetivo denegrir tanto a imagem que este tem de si ao usar os adjetivos irresponsável e sem vergonha; e de sua respeitabilidade ao chama-lo de idiota, bêbado e porco. 
Destaca-se também, que Pedro tomou conhecimento das ofensas na presença de três amigos, Marcos, Miguel e Manuel, que estavam com ele em seu apartamento o que só fez aumentar a vergonha que Pedro sentiu diante desta afronta e fez com que ele não tivesse mais entusiasmo para comemorar seu aniversário e por isso cancelou a festa. 
Cabe ressaltar que Helena cometeu tais crimes através de rede social, o que tornou o acontecimento de conhecimento público, haja vista que o controle das informações contidas na internet é quase impossível uma vez que compartilhado ou publicado, pode ser que nunca mais seja retirado da rede, o que amplia o alcance da divulgação das ofensas dirigidas a Pedro, não só para os seus amigos e contatos da rede social, mas para todo o público que utiliza a internet. Logo o meio utilizado por Helena enquadra-se no artº 141, III do CP, como motivo para o aumento da pena, por ter praticado os crimes por meio que facilitou a sua divulgação.
Sendo assim, Helena deve ser condenada com base nos artigos 139 e 140 c/c artº 141, III na forma do artº 70, todos do Código Penal.
DO PEDIDO
Pelo exposto, requer a V. Exa: 
Seja a querelada citada, para comparecer na Audiência de Conciliação a ser designada por V. Exa. conforme prevê o art. 70 da lei 9.099/95, 
2) Após a audiência seja recebida a presente Queixa Crime, devendo a querelada apresentar sua resposta, 
3) Que seja julgada procedente a presente ação penal, com a consequente condenação do querelado pela prática dos crimes tipificados nos artigos 139 e 140 c/c artº 141, III na forma do artº 70, todos do Código Penal, bem como a fixação do valor mínimo a título de reparação de danos a ser pago pela querelada, na forma do art. 387, IV do CPP 
4) a intimação do ilustre membro do Ministério Público e a condenação da querelada nas custas e demais despesas do processo. 
Requer ainda a produção de todos os meios de prova em direito admitidas e a intimação das testemunhas a seguir arroladas
1) Marcos; 
2) Miguel; 
2) Manuel.
Pede deferimento.
NIterói, (Dia), (Mês) de (Ano).
Nome do Advogado
OAB/(Sigla do Estado)

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