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UNILASALLE-RJ
CARLOS ALBERTO GONÇALVES JUNIOR
TRABALHO DE FILOSOFIA JURÍDICA
 NITEROI-RJ
2016
Introdução:, 
 Em outubro de 2016, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, entendeu que o Artigo 283 do Código de Processo Penal (CPP)[2] não impede que se inicie a execução da pena logo após a condenação em segunda instância. Com tal posicionamento, indeferiu liminares pleiteadas nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) 43 e 44.
 Em análise mais detida sobre as duas ADC, tem-se que o objeto da ADC 43 é mais amplo que o da ADC 44, visto que também busca obter interpretação conforme à Constituição de dispositivo originário do CPP, o Artigo 637[3].
 O Partido Nacional Ecológico (PEN) assim como o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), respectivos autores das ADC supracitadas, pediam a concessão de medida cautelar para suspender a execução antecipada da pena de todos os acórdãos prolatados na segunda instância. Tal pedido de cautelar deu-se em razão do julgamento do Habeas Corpus 126.292/SP, que ocorreu em fevereiro de 2016 também. Neste, o STF entendeu que era possível a execução provisória da pena. 
 Este tema gerou grande controvérsia jurisprudencial acerca do princípio constitucional da presunção de inocência, visto que, embora desprovido de força vinculante, os tribunais brasileiros passaram a copiar o posicionamento do Supremo.
Em 1º de setembro desde ano, o tema começou a ser analisado pelo Plenário do STF, quando o relator das duas Ações Declaratórias de Constitucionalidade, o Ministro Marco Aurélio, votou defendendo a constitucionalidade do Artigo 283 do CPP e concedeu a cautelar pleiteada pela OAB e pelo PEN. Todavia, quando se retomou o julgamento na sessão de 05 de outubro, prevaleceu, por maioria, o entendimento de que o dispositivo não veda a possibilidade do início do cumprimento da pena imediatamente após terem sido esgotadas as instâncias ordinárias.
A Votação:
 O primeiro voto a ser analisado deve ser aquele proferido pelo Relator, o Ministro Marco Aurélio. Este ocorreu em 1º de setembro, contudo, e não em 05 de outubro, como os demais votos.
 No entendimento do Ministro Relator, não restam dúvidas de que o Artigo 283 do CPP se harmoniza ao princípio constitucional da presunção de inocência. Marco Aurélio argumenta que
·	''a Carta Federal consagrou a excepcionalidade da custódia no sistema penal brasileiro, sobretudo no tocante à supressão da liberdade anterior ao trânsito em julgado da decisão condenatória. A regra é apurar para, em execução de título judicial condenatório precluso na via da recorribilidade, prender.''
 O Ministro defende que a prisão antes do trânsito em julgado é uma exceção que ocorre apenas nos casos previstos no Artigo 312 do CPP, ou seja, que somente pode ser admitida quando houver uma medida cautelar para tanto.
 Ainda defendendo a impossibilidade de uma execução de pena antes do trânsito em julgado, o Ministro Marco Aurélio indaga que
·	'' perdida a liberdade, vindo o título condenatório e provisório – porque ainda sujeito a modificação por meio de recurso – a ser alterado, transmudando-se condenação em absolvição, a liberdade será devolvida ao cidadão? Àquele que surge como inocente? A resposta, presidente, é negativa.''
 Já o Ministro Luis Roberto Barroso, em seu voto, alinhou-se no sentido da posição anteriormente analisada, adotada pelo Ministro Fachin. Barroso entendeu pela possibilidade da execução provisória após decisão de segundo grau, mas antes do trânsito em julgado, a fim de garantir a efetividade do direito penal e dos bens jurídicos por ele tutelados.
 Atentou, o Ministro Barroso, que a questão se refere ao princípio da presunção de inocência, e, afirmando que este não é uma regra, poderia ser ponderado com outros princípios e valores constitucionais de mesma envergadura, portanto. Alegou ainda, em seu voto, que
·	a presunção da inocência é ponderada e ponderável em outros valores, como a efetividade do sistema penal, instrumento que protege a vida das pessoas para que não sejam mortas, a integridade das pessoas para que não sejam agredidas, seu patrimônio para que não sejam roubadas.
 Nesse sentido, o Ministro votou também pelo indeferimento da cautelar, admitindo a possibilidade de execução de pena privativa de liberdade após a sentença e acórdão de tribunal de segunda instância condenatórios, ou seja, antes do trânsito em julgado.
 O voto da Presidente do STF no momento, a Ministra Cármen Lúcia, foi no sentido de indeferir a medida cautelar dos pedidos. Para a Ministra, tendo havido apreciação das provas e duas condenações de instâncias diferentes, a prisão do condenado não se reveste de qualquer arbitrariedade. Segundo o voto da Presidente do Supremo, de um lado está o princípio da presunção de inocência, mas do outro está a necessidade de preservação do sistema e de sua confiabilidade, sendo esta a base das instituições democráticas.
Conclusão:
 O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria, em 05 de outubro de 2016, entendeu que o Artigo 283 do Código de Processo Penal (CPP) não impede que se inicie a execução da pena logo após a condenação em segunda instância. Com tal posicionamento, indeferiu liminares pleiteadas nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) 43 e 44.
 Restaram vencidos os Ministros Marco Aurélio (Relator), a Ministra Rosa Weber, o Ministro Ricardo Lewandowski, o Ministro Celso de Mello, e, em parte, o Ministro Dias Toffoli.
 Assim sendo, é possível concluir que o entendimento atual do STF consolida-se no sentido de que o réu condenado em segunda instância, ou seja, em vias ordinárias, deve iniciar o cumprimento imediato da pena, independentemente de ainda estar pendente o julgamento dos recursos extraordinários (Recurso Especial e Recurso Extraordinário).
 Com essa alteração do posicionamento do Supremo, é possível que haja variação da situação anterior, quando o sujeito apenas aguardaria o julgamento preso, em qualquer instância, se presentes os requisitos da prisão preventiva. Portanto, até o presente momento, se não estivessem presentes os requisitos legais da prisão preventiva, deveria o agente aguardar em liberdade até o trânsito em julgado definitivo da condenação para ser preso. 
 Agora, é possível que seja preso logo após os recursos ordinários, cumprindo normalmente sua pena, independentemente dos requisitos exigidos para o decreto da prisão preventiva.
Referências Bibliográficas:
·	Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
·	Novo Código de Processo Civil - Legislação Saraiva de Bolso 2015 - Editora Saraiva.
·	http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=3352 - acesso em 25/11/2016
·	http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura - acesso em 25/11/2016
·	https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm - acesso em 26/11/2016