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CENTRO UNIVERSITÁRIO RITTER DOS REIS – UNIRITTER Faculdade de Direito – Canoas – Disciplina: Jurisdição Constitucional Turma Noite – Prof. DANIELA GONSALVES DA SILVEIRA– Prova N2 – A4(APS) Aluna: Natália Camargo Pires (201610487), Alexandre Freitas dos Santos (201610803) e Eduardo da Costa Silva (201413073). O nosso tema versa sobre Ação Declaratória de Constitucionalidade, que é uma ação judicial proposta com o objetivo de tornar certo judicialmente que uma dada norma é compatível com a Constituição. Falaremos sobre as ADC’s 43, 44 e 45 que tem como objeto a execução provisória de pena. Em fevereiro de 2016, no julgamento do Habeas Corpus (HC 126292), o Plenário, em votação por sete votos a quatro, chegou a decisão de que a possibilidade de início da execução da pena após a confirmação da sentença em segundo grau não viola o princípio constitucional da presunção de inocência. Logo após, foi reafirmado o mesmo entendimento no julgamento em Plenário Virtual do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 964246, com repercussão geral reconhecida. Tal jurisprudência firmada em 2016 obteve como fundamento, entre outros, o fato de que cabe apenas às instâncias ordinárias o exame dos fatos e das provas e, por consequência, a fixação da responsabilidade criminal do acusado, as instâncias referidas são: Varas, Tribunais de Justiça ou Tribunais Regionais Federais. Já, nos recursos especiais interpostos ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e nos Recursos Extraordinários ao Supremo Tribunal Federal (STF), a discussão fica concentrada a respeito apenas às questões legais ou constitucionais.1 Salienta-se que por se tratar de cláusula de inabolibilidade o princípio da presunção de inocência não pode ser simplesmente relativizado, nem pelo STF, nem pelos parlamentares, ou seja, no caso concreto a constituição estaria sendo contraposta a própria constituição. Não obstante argumentou-se, ad terrorem, que uma eventual proibição da execução provisória da pena após condenação em 2ª instancia beneficiaria mais de 190 mil presos potencialmente perigosos que poderiam ser colocados em liberdade. O primeiro equívoco dessa afirmativa histérica reside em ignorar por completo o fato de que o ordenamento já dá solução a esse problema: as prisões temporária e preventiva servem exatamente para acautelar condenados não definitivos que ofereçam algum tipo de risco à instrução processual ou à segurança pública. 2 1 Suprem Tribunal Federal – STF. Disponível em (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=426931) acesso em 03 de jun. 2020. 2 CONJUR. Disponível em (https://www.conjur.com.br/2019-nov-14/georges-abboud-julgamento-adcs- 43-44-54-absurdo) acesso em 04 de jun. 2020. http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=426931 https://www.conjur.com.br/2019-nov-14/georges-abboud-julgamento-adcs-43-44-54-absurdo https://www.conjur.com.br/2019-nov-14/georges-abboud-julgamento-adcs-43-44-54-absurdo O STF declarou ainda quanto à Constitucionalidade: “A partir da decisão no HC 126292, o Patriota e a OAB ajuizaram em maio do mesmo ano as ADCs 43 e 44. O tema central das ações é o artigo 283 do Código de Processo Penal (CPP), com redação introduzida em 2011. Segundo o dispositivo, “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva”. Na ADC 43, o Patriota sustenta que a jurisprudência de 2016 é incompatível com a norma do CPP e que, para admitir que a condenação seja objeto de execução provisória, o Plenário teria de ter declarado a inconstitucionalidade do dispositivo, o que não ocorreu. No mesmo sentido, a OAB sustenta na ADC 44 que, apesar de a decisão no HC 126292 não ter efeito vinculante, os tribunais de todo o país passaram a seguir esse posicionamento sem que o STF tenha se pronunciado sobre a constitucionalidade do artigo 283 do CPP. A ADC 54 foi ajuizada em abril de 2018 pelo PCdoB. Embora o objeto seja o mesmo das ADCs 43 e 44, o partido argumenta que, desde então, as prisões após a confirmação da condenação em segunda instância se tornaram automáticas e imediatas. Nas três ações, o pedido principal é para que o STF declare a constitucionalidade do artigo 283 do CPP com efeito vinculante, ou seja, de observância obrigatória em todas as instâncias.”3 RESUMO: No julgamento do HC n° 126292, realizado em fevereiro de 2016, por sete votos a quatro, o Plenário decidiu que a possibilidade de início da execução da pena após confirmação da sentença em segundo grau não violaria o princípio constitucional da presunção de inocência. Essa jurisprudência foi teve em seus fundamentos o fato de que o exame dos fatos e das provas cabem às instancias ordinárias, portanto, a fixação da responsabilidade criminal do acusado. Eis que o princípio da presunção de inocência não pode ser relativizado, pois se trata de uma cláusula de inabolibilidade, portanto o fazendo estariam contrapondo a própria constituição federal. 3 Suprem Tribunal Federal – STF. Disponível em (http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=426931) acesso em 03 de jun. 2020. http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=317545&ori=1 http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=317545&ori=1 http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=375810&ori=1 http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=426931