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Semiologia do Sistema Digestorio Habilidades Medicas III Prof. Laise Cajuba Objetivo Conhecer os principais sinais e sintomas, os principais achados no exame físico e nos exames complementares relacionados as principais patologias do sistema digestorio. Referencias Bibliográficas Semiologia Medica – Mario Lopez Semiologia Medica – Porto Anatomia do Sistema Digestório O sistema digestório humano é dividido em duas partes: Tubo digestório. Órgãos anexos TUBO DIGESTÓRIO Boca ou cavidade bucal Faringe Esôfago Estômago - duodeno Intestino delgado - jejuno-íleo - ceco Intestino grosso - cólon - reto Ânus Cavidade Bucal As manifestações clínicas muito variadas. Idade, sexo, antecedentes pessoais e familiares, os hábitos de vida, as condições socioeconômicas e culturais ↓ itens importantes ↓ investigados na anamnese. Anamnese Queixa Principal: Dor e a halitose. Principais causas de dor dentaria: Caries Pulpite: processo inflamatório da polpa. A dor é aguda, a princípio localizada, mas se irradia com o evoluir do processo, sem cessar com o uso de analgésicos. Diminui com substâncias frias e aumenta com substâncias quentes, doces e ácidas, além de persistir após a remoção das mesmas. Abscesso: processos inflamatórios, caracterizados pela formação de pus; dor aguda, pulsátil, contínua, localizada na fase inicial. Associa-se a tumefação e extrema sensibilidade do dente e alvéolo à percussão e à palpação. O calor aplicado sobre a área aumenta a dor pela expansão dos gases; às vezes, o frio pode dar alívio temporário. Acompanham-se de Febre, mal-estar, anorexia e dores articulares, aparecendo também linfadenite regional. Anamnese Osteomielite: processo inflamatório supurativo dos ossos do complexo maxilomandibular.complicação de infecção dentária (abscesso agudo),dor intensa, febre, linfadenopatia regional, mobilidade e sensibilidade dolorosa, além de parestesia ou anestesia do lábio inferior quando o osso acometido é a mandíbula. Alveolite: complicação mais comum após uma extração dentária difícil e traumática, o coágulo sanguíneo se desintegrou ou foi deslocado, resultando em odor desagradável, dor intensa, mas sem supuração. Anamnese Halitose: odor bucal desagradável. Exame cuidadoso: cavidade bucal sistemas respiratório digestivo pele e mucosas Metabólica Psicogênica higiene bucal tabagismo ingestão de alimentos e bebidas fortemente aromatizados. Exame Físico Doenças da Cavidade Bucal Alterações do desenvolvimento Processos inflamatórios Neoplasias Manifestações de doenças sistêmicas na mucosa bucal Processos degenerativos Lesões traumáticas Alterações do Desenvolvimento Micrognatia Quilosquise (fenda labial ou lábio leporino) Microglossia, Macroglossia, Língua Bífida Língua Geográfica As lesões são dolorosas aos alimentos salgados, ácidos e condimentados. A etiologia é desconhecida, mas fatores emocionais, neurogênicos ou psicossomáticos podem estar envolvidos. Lábio Duplo Telangiectasia Pequenas pápulas, ligeiramente elevadas, de diâmetro até 2 mm, iniciando geralmente na puberdade, mas com aumento da prevalência com o passar dos anos. Assintomáticas. Leucoplasia da Mucosa Bucal Aderentes (não se desprendem pela raspagem) Indolores e que, às vezes, fissuram. Tendência à cancerização. Etiologia é desconhecida, mas vários fatores estão associados: tabaco, álcool, irritação crônica da mucosa bucal, sífilis (tardia), desnutrição, hipovitaminose, alterações hormonais, exposição permanente à luz solar.Pode situar-se em qualquer local da cavidade bucal, como língua, mucosa bucal (bochechas), lábios, soalho da boca, palato, mucosa alveolar e gengiva. Candidiase Bucal Sapinho Fungo: Candida albicans - faz parte da flora normal da boca. São causas predisponentes: etilismo, leucemia, diabetes, uso de antibióticos, sulfas ou corticosteroides em altas doses por via oral; hipovitaminose B, pastas dentais e bochechos com antibióticos; gravidez, anemia, desnutrição e AIDS. Pseudomembranas necróticasmúltiplas Desprendem facilmente por raspagem, deixando um fundo vermelho sangrante e dolorido; Salivação abundante, halitose, gânglios enfartados, febre, anorexia, cefaleia e mal-estar. Líquen Plano Doença mucocutânea Após os 30 anos de idade Estrias de Wickham Não raspáveis Assintomáticas Etiologia é desconhecida, embora estresse, tensão nervosa, alguns medicamentos e diabetes possam atuar como fatores desencadeantes ou predisponentes. O diagnóstico é feito por exame clínico e histopatológico. Aftas Lesões ulceradas, recidivantes, localizadas em qualquer região da mucosa bucal, difíceis de evitar, de aparecimento repentino em adolescentes e adultos. Dolorida (dor queimante ) Estresse emocional, trauma, menstruação, distúrbios digestivos e queda da resistência orgânica. Gengivoestomatite Herpética Herpes vírus hominis (herpes-vírus simples), a virose que mais acomete a cavidade bucal. Recidivante Diminuição da resistência orgânica, distúrbio digestivo, febre, tensão emocional, traumatismos, exposição aos raios solares, fadiga, ansiedade, menstruação, gravidez ou algumas doenças virais (gripe, resfriado comum). Queilite Angular Inflamação de uma ou, mais comumente, ambas comissuras (ângulos) da boca. É um tipo de queilite (inflamação dos lábios) e representa a segunda principal causa de infecção dos lábios. infecção de fungos ou bactérias Doença de Addison: Hipofunção da córtex suprarrenal - pigmentação difusa das gengivas, língua, mucosa bucal e palato duro, como manchas café com leite. Depósitos de melanina na camada basal do epitélio. Manifestações de doenças sistêmicas na mucosa bucal Angioedema ou edema de Quincke labial Mucocele Cisto de retenção salivar. Revestida por epitélio e tecido conjuntivo fibroso. Ocorre quando o dueto de uma glândula salivar menor é seccionado por traumatismo e a secreção escapa e se acumula nos tecidos superficiais. Esôfago Diagnostico : 80% dos casos somente pela anamnese!!! Anamnese Disfagia, odinofagia, pirose, dor esofágica, regurgitação, soluço, hematêmese. Disfagia Dificuldade à deglutição. Bucogfaringea : ocorre nas duas primeiras fases da deglutição alta ou de transferência pode ser facilmente reconhecida: o alimento permanece no todo ou em parte na cavidade bucal após a tentativa de deglutição, podendo haver aspiração para a árvore traqueobrônquica, seguida de tosse, ou regurgitação nasal. Causas: Quadro 7 4.1. Esofágica: terceira fase da deglutição, baixa ou de transporte sensação de parada do bolo alimentar no esôfago, embora não possa localizar precisamente o nível da obstrução. obstrução de natureza orgânica, como a alterações motoras; suas principais causas estão relacionadas no Quadro 74.2. Disfagia Sólidos - obstáculo mecânico Sólidos ou líquidos - alteração da motilidade esofágica. É importante considerar a evolução da disfagia. Intermitente nas membranas e anéis, e progressiva nas neoplasias e nas estenoses pépticas. Nos distúrbios motores do esôfago, a disfagia é intermitente no espasmo difuso e progressiva no megaesôfago. Quando a disfagia tem longa duração, de anos, com pouco comprometimento do estado geral do paciente, trata-se, provavelmente, de doença benigna. Quando, ao contrário, a história clínica registra início recente, com acentuada perda de peso, o diagnóstico que se impõe é o de doença maligna, sobretudo se o paciente tiver mais de 40 anos de idade. Odinofagia Deglutição dolorosa. Contato do bolo alimentar com a lesão. sintoma isolado ou associada à disfagia. Dor é variável Extremamente dolorosa – Ingestão de substancias causticas. Ulceração esofágica – medicamentos sem quantidade adequada de agua Infecções : CMV, herpes simples, moniliase. Pirose Azia! Principal sintoma do refluxo gastresofágico. Após as refeições Acompanha-se, às vezes, de regurgitação de pequenas quantidades de líquido de sabor azedo ou amargo. Sugere insuficiência do mecanismo impediente do refluxo, cujas causas mais comuns são o relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago, a hérnia hiatal e a hipotonia do esfíncter inferior do esôfago. Outras possíveis causas são hipersecreção e estase gástricas, operações prévias sobre a região da cárdia, como a cardiomiotomia empregada no tratamento do megaesôfago, e alterações motoras acompanhadas de hipoperistaltismo, como ocorre na esclerose sistêmica progressiva . Dor "espontânea" não depende do ato de ingerir, podendo, todavia, com ela coexistir. Causada mudanças do pH intraluminal, atividade motora anormal ou processos inflamatórios ou neoplásicos da parede esofágica. Doença Cardíaca? Regurgitações Volta do conteúdo gástrico e/ou esofágico a cavidade oral, acompanhada de náusea, vomito ou contração abdominal. As causas mecânicas mais comuns são as estenoses, neoplasias, divertículo faringoesofágico (divertículo de Zenker) e obstrução do lúmen esofágico por alimento (geralmente carne). Os seguintes fatores favorecem a regurgitação do conteúdo gástrico: hipotonia do esfíncter inferior do esôfago, aumento da pressão intragástrica ou intra -abdominal e mudanças posturais, como inclinação do tronco para frente, decúbito dorsal e decúbito lateral direito. A regurgitação ocorre quase sempre após as refeições. A regurgitação noturna representa um grande potencial de risco, pela aspiração do material regurgitado para a árvore respiratória, causando repetidos surtos de broncopneumonia. Soluço Soluço Contração rápida e involuntária do diafragma que produz inspiração interrompida pelo fechamento da glote , com a emissão de som agudo característico. doenças do sistema nervoso central, irritação do nervo frênico ou do diafragma, estimulação reflexa, doenças que comprometem o mediastino, pleura e órgãos intra-abdominais. Na hérnia hiatal, pode manifestar-se episodicamente ou tornar-se persistente e intratável. Exame Físico Inacessível ao exame físico direto!!! Exame Físico Excepcionalmente, a parede de um divertículo faríngeo bem desenvolvido pode tornar-se palpável na face lateral esquerda do pescoço enquanto o paciente se alimenta. O exame físico geral do paciente pode fornecer subsídios úteis ao diagnóstico das doenças do esôfago: estado nutricional está frequentemente comprometido nas doenças que cursam com disfagia e regurgitação, como o megaesôfago e as estenoses cerradas do esôfago. O câncer do esôfago acompanha-se de rápido e acentuado emagrecimento, desproporcional aos sintomas esofágicos. A anemia crônica pode estar associada a pequenas e repetidas perdas sanguíneas na hérnia hiatal com esofagite de refluxo. O exame da cavidade bucal e da faringe deve ser feito em todos os casos. A ocorrência de monilíase da mucosa bucofaríngea acompanha-se, frequentemente, de monilíase esofágica, que pode ser causa de odinofagia e dor retroesternal. Principal causa de DRGE - relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago não associado à deglutição. Hérnia hiatal - passagem de parte do estômago para o tórax, por meio do hiato diafragmático. Doença do refluxo gastresofágico Hérnia hiatal Deslizamento: 95% - a junção esofagogástrica se desloca para cima do hiato. A herniação pode ser permanente, com fixação da parede gástrica herniada em sua nova topografia, ou intermitente, dependendo do decúbito ou do aumento da pressão intra-abdominal Paraesofágica: a junção esofagogástrica não ascende para o tórax. A bolsa herniária é formada pelo fundo do estômago, que se insinua entre o esôfago abdominal e a borda esquerda do hiato. Mista: coexistem elementos dos 2 tipos citados. A junção esofagogástrica se desloca para o tórax e observa-se, ao mesmo tempo, uma bolsa gástrica paraesofágica. A hérnia por deslizamento é o único tipo importante como causa do refluxo gastresofágico. Outras causas do refluxo são: hipotonia do esfíncter inferior do esôfago esclerose sistêmica progressiva aumento da pressão intra-abdominal, como ocorre na gravidez, ascite e com o uso de cintas ortopédicas • hipersecreção e estase gástrica • intubação nasogástrica prolongada • intervenções sobre a transição esofagogástrica Os principais sintomas da esofagite de refluxo são: pirose dor torácica disfagia odinofagia regurgitação A disfagia ocorre principalmente com alimentos sólidos e, na maioria das vezes, resulta de alterações motoras do esôfago distal, apenas em pequeno número de casos se deve à estenose secundária à esofagite. Em geral, é episódica e de leve intensidade, não impedindo o paciente de alimentar-se normalmente. A odinofagia resulta de hipersensibilidade da mucosa esofágica inflamada ou de contrações espasmódicas da musculatura e manifesta-se principalmente após a ingestão de alimentos irritantes da mucosa. A regurgitação ocorre quase sempre após as refeições ou com mudanças posturais que facilitem o refluxo gravitacional. Exames complementares As doenças do esôfago apresentam-se com um quadro clinico tão característico, que ma maioria das vezes, os exames complementares confirmam a hipótese levantada, após um cuidadoso exame físico. Exame radiológico – 20% Endoscopia digestiva Biopsia Cintigrafia Phmetria Ph METRIA DE 24H O equipamento consiste em um fino cateter com um microeletrodo em sua extremidade, o qual é posicionado 5 em acima do esfíncter inferior. A outra extremidade é conectada a um gravador portátil, que registra continuamente as variações do pH. O registro pode ser feito em regime ambulatorial, com o paciente desempenhando suas atividades habituais e alimentando-se normalmente durante o dia, e à noite, durante o sono. A análise do registro é feita por computador, que reproduz com exatidão todos os episódios de refluxo ocorridos durante o tempo de gravação. Considera-se como episódio de refluxo o período em que o pH permanece abaixo de 4. Na análise dos resultados, é importante considerar: • o número total de episódios de refluxo em 24 h • o número de episódios com duração acima de 5 min • o episódio de maior duração. Câncer de Esôfago Sexta maior causa de morte por câncer no mundo 286 mil óbitos a cada ano. Sexo masculino Incidência aumenta com a idade. Em nenhuma outra condição o diagnóstico precoce é tão importante e tão difícil como no caso do câncer do esôfago. Na maioria dos casos, quando surgem os primeiros sintomas, o paciente já se encontra em uma fase avançada da doença. Câncer de Esôfago Disfagia para sólidos - acentuada redução do lúmen esofágico. leve odinofagia, desconforto retroesternal, sensação de corpo estranho no esôfago proximal, dor epigástrica, anorexia, náuseas, perda sanguínea e emagrecimento Realização periódica da esofagoscopia nos indivíduos considerados de alto risco. São fatores de risco: uso imoderado de tabaco bebidas alcoólicas, hábito de ingerir bebidas muito quentes, obesidade, fatores dietéticos, estas e alimentar, aumento da concentração de nitritos, contato permanente com derivados de petróleo e ocorrência de lesões prévias da mucosa esofágica, tais como a esofagite péptica, megaesôfago, estenose cáustica. paciente do sexo masculino com idade acima de 50 anos, impõe-se a realização imediata do exame radiológico e da esofagoscopia. Câncer de Esôfago O exame radiológico deve incluir o duplo contraste para estudo do relevo mucoso, o que possibilita diagnosticar 70% dos tumores superficiais e mais de 90% do total de casos de carcinoma do esôfago A esofagoscopia, complementada pela biopsia e citologia, constitui o melhor método diagnóstico do câncer do esôfago. À visão endoscópica, a neoplasia pode apresentar-se de aspecto vegetante, ulcerado ou infiltrante. A ultrassonografia endoscópica possibilita avaliar a invasão da parede do esôfago. A tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) são utilizadas para o estadiamento. Espasmo difuso Distúrbio motor do esôfago- perturbação dos movimentos de propulsão (peristaltismo) do esôfago, provocada por um mau funcionamento dos nervos. 50 anos de idade sexo feminino assintomático ou sintomático. Disfagia intermitente, não progressiva, manifestando-se principalmente com alimentos sólidos, bebidas geladas ou gasosas, e em situações de estresse emocional. A dor é de intensidade variável e ocorre durante as refeições ou à noite, durante o sono, despertando o paciente. Localiza-se na região esternal, irradiando-se para o pescoço, mandíbula e membros superiores. A radiografia do esôfago demonstra, nos casos típicos, ocorrência de contrações irregulares na metade inferior do esôfago, que lhe confere a aparência de um saca-rolhas Espasmo Difuso Comum associação com hérnia de hiato. Endoscopia: afastar qualquer lesão infiltrativa ou obstrutiva associada. Manometria – Mede a pressao do esofago - exame adequado para o diagnóstico. >> Exame de escolha para avaliação dos distúrbios funcionais do esôfago. o esfíncter pode ser hipertensivo ou apresentar aberturas incompletas. Estomago e Duodeno A sintomatologia relacionada a doenças do estomago e do duodeno não e tão especifica como aquela do que se origina de doenças esofágicas, mesmo após minuciosa historia clinica, fazendo-se necessária, com frequência, a realização de exames complementares para a determinação de um diagnostico preciso. Estomago e Duodeno Anamnese Anamnese Sintomatologia imprecisa e vaga Queimação no epigástrio : azia, roedura, fome ou vazio no estomago. Plenitude pós prandial: indigestão, flatulência, gases excessivos, empanzinamento, desconforto ou vaga sensação de que a digestão não esta se processando de maneira natural. Anorexia, emagrecimento, fadiga, adinamia e febre > doença sistêmica ou consumptiva Anamnese Historia Familiar: ulcera péptica, neoplasia > pais ou irmãos Uso de medicamentos: AINES – principalmente em > 65 anos – ulcera péptica complicada – hemorragia ou perfuração Hábitos alimentares – café, alcoolismo, tabagismo Doenças associadas Manifestações Clinicas Dispepsia Dor Pirose e regurgitação acida Náusea e vomito Peso epigástrico pós prandial Saciedade precoce Flatulência Desconforto abdominal Soluços Hematemese e melena Dispepsia Dys = mal + pepsia = digestão Dispepsia Presença de dor e/ou desconforto, persistente ou recorrente,localizada no andar superior do abdômen – EPIGASTRIO! Orgânica - dispepsia seja secundaria a uma causa especifica : ulcera péptica, colelitiase, esofagite, pancreatite, parasitoses intestinais, ou neoplasias. Quando são submetidos a exames e nenhuma causa orgânica e identificado - Funcional! Dor E um dos sintoma iniciais mais importantes e frequentes das doenças digestivas, e, em mais da metade dos casos, de difícil interpretação clinica. Localização no epigástrio > Origem gástrica, duodenal, biliar ou pancreática. Dor Ulcera péptica > Afecção que mais provoca dor. Discreta, raramente intensa, em queimação, descrita como dor de fome, sensação de “roedura”, de “queimadura” ou de vazio no estomago. “Dói, come, passa” Periodicidade característica : Após dias, semanas ou meses – a dor desaparece por semanas – período de atividade da ulcera – aberta Dor persistente – penetração em órgãos vizinhos ou obstruindo a via de saída do estomago ou duodeno. Dor Outras causas de dor epigástrica: Câncer gástrico - constante e intensa Gastrite aguda – queimação e recente Dispepsia funcional e parasitoses – variada! Pirose e Regurgitação Acida Sensação de queimação retroesternal e a volta de alimentos previamente deglutidos a boca Náusea e Vomito Náusea: Desejo iminente de vomitar Atividade motora desordenada do trato digestivo superior. Vômitos: expulsão violenta dos conteúdos gástricos. Podem surgir em uma enorme variedade de condições clinicas. Peso epigástrico pós prandial Sensação desagradável e incomodativa de enchimento excessivo do abdômen superior Acentuada após as refeições Empachamento ou plenitude Câncer gástrico > tumor grande Ulcera péptica complicada com estenose Saciedade Precoce Redução da sensação de apetite e de fome logo após iniciar a refeição. Manifestação comum de câncer gástrico. Hematemese e Melena Hematemese : Vomito de sangue Melena: Evacuação de fezes escuras, negras ou contendo sangue digerido Ulcera péptica (50%) , lesão aguda da mucosa gastroduodenal,cancer gástrico, esofagite, duodenite. Doenças do Estomago Ulcera péptica Câncer gástrico Ulcera Péptica ¼ homens e 1/6 das mulheres desenvolvem úlcera péptica em algum momento de sua vida. A incidência da úlcera duodenal é maior no sexo masculino, e a da úlcera gástrica é igual nos dois sexos. Ruptura do balanço entre a agressão representada pela secreção acidopéptica à mucosa e os mecanismos de defesa desta. Infecção pelo Helicobacter pylori (presente em 95 a 100% dos casos de úlcera duodenal e em 80 a 90% dos casos de úlcera gástrica) e os anti-inflamatórios não hormonais. Manifestações clinicas: Gástrica e Duodenal – semelhantes dor intensa, anorexia e perda de peso. Dor epigástrica não incapacitante e aliviada pela ingestão de alimentos, que desperta o paciente à noite e ocorre periodicamente, constitui o quadro clínico clássico da úlcera duodenal não complicada. O sangramento é a complicação mais frequente da úlcera péptica e ocorre em 10 a 15% dos pacientes. Perfuração ocorre em 5 a 10% das úlceras duodenais e 2 a 5% das úlceras gástricas. Câncer Gástrico carcinoma do estômago - sexo masculino (3:1). Raramente < 40 anos. incidência aumenta gradativamente com a idade, alcançando pico máximo na sétima década da vida. Os principais tipos histopatológicos são o adenocarcinoma (90%), os linfomas e os sarcomas. Fatores cuja associação positiva ao desenvolvimento do carcinoma gástrico é conhecida são: infecção pelo H. pylori, história familiar positiva, ingestão elevada de sal, tabagismo, alcoolismo, pólipos adenomatosos, baixa condição socioeconômica e ingestão de alimentos que contenham nitratos e nitrosaminas. Assintomático durante um longo período de seu desenvolvimento, de sorte que, quando se chega ao diagnóstico, ele já se estendeu a camadas profundas da parede do estômago e metastatizou, tornando-se incurável. Não existe quadro típico de apresentação, podendo ocorrer os sintomas de dispepsia simples, saciedade precoce, dor epigástrica, vômitos, perda de peso, astenia e anemia. Algumas vezes, massa palpável no epigástrio é a primeira manifestação. O exame radiológico do estômago demonstra a maioria dos carcinomas avançados, mas não detecta 50% dos carcinomas superficiais. A endoscopia, quando complementada pela realização de biopsia, com retirada de pelo menos seis fragmentos das margens de qualquer lesão gástrica suspeita, revela 95% dos carcinomas superficiais. Exame Físico Pacientes com afecções gastroduodenais raramente apresentam alterações especificas no exame físico geral ou mesmo no abdômen, sendo muito difícil conseguir por meio dele estabelecer um diagnostico especifico. Inspeção Tumores no epigástrio - neoplasias gástricas. Peristaltismo gástrico: elevações da parede abdominal que se desenham sob o rebordo costal esquerdo, deslocam-se para a direita e se desfazem ao ultrapassar a linha mediana – hipertrofia da musculatura lisa do antro e diminuição da espessura da parede abdominal pelo emagrecimento - Obstrução do trato de saída do estomago crônica. Ocasionalmente, o peristaltismo gástrico normal é visível em pacientes caquéticos, com paredes abdominais extremamente finas e hipotônicas, mas sem qualquer lesão obstrutiva do trato digestivo. . Ruídos Hidroaéreos Sopros Percussão A percussão convencional não tem valor para o diagnóstico das afecções do estômago. Quando se suspeita de obstrução do trato de saída do estômago, mas não há peristaltismo visível, pode-se tentar provocar o seu aparecimento pedindo-se ao paciente para ingerir certo volume de líquido e percutindo-se o epigástrio. Palpação Superficial e a profunda. Antes de iniciá-las, o médico deve se certificar de que a posição do paciente é aquela em que há o máximo relaxamento da parede abdominal: decúbito dorsal, a cabeça apoiada em plano ligeiramente superior àquele em que se apoiam os ombros, que devem estar ligeiramente elevados com relação ao restante do tronco, braços estirados ao longo do corpo e joelhos levemente fletidos. Palpação Exames complementares Os exames complementares empregados no diagnóstico das doenças do estômago e do duodeno são o exame radiológico, a endoscopia digestiva alta, estudo da secreção gástrica e citologia do lavado gástrico e a cintigrafia. Exame Radiológico Por meio da fluoroscopia, o radiologista examina as imagens do estômago após o paciente ingerir uma suspensão de sulfato de bário (ou, raramente, uma solução de composto iodado). Durante o exame, muda o paciente de posição e executa manobras de compressão do abdome, de modo a possibilitar a observação satisfatória de todas as partes do órgão. As radiografias são realizadas nos momentos oportunos para documentar eventuais alterações ou aspectos de normalidade. O emprego do exame contrastado convencional do estômago torna possível detectar a maioria das neoplasias e das lesões ulceradas do estômago, mas não as lesões superficiais da mucosa gástrica. Possibilita também o reconhecimento de anormalidades grosseiras do esvaziamento gástrico. A técnica do duplo contraste apresenta maior sensibilidade do que o exame convencional na detecção de úlceras e neoplasias e de lesões superficiais. Endoscopia Digestiva Alta Possibilita a visualização de toda a superfície interna do estômago e a realização de biopsia para exame histopatológico da lesão. Os endoscópios flexíveis atualmente empregados tornam possível a inspeção também do esôfago e das primeiras porções do duodeno, sendo dotados de canais destinados à passagem de fórceps para biopsia e escova para obtenção de material para citologia, e à instilação e aspiração de líquido. O exame endoscópico é mais acurado do que o radiológico para o diagnóstico de quaisquer das doenças orgânicas mais comuns do estômago e duodeno (úlceras pépticas, neoplasias e lesões inflamatórias superficiais). Os ótimos resultados da radiologia, que, em alguns estudos comparativos, tornam desprezíveis as diferenças entre os dois métodos, dependem de condições que excepcionalmente estão reunidas na prática rotineira. A estase gástrica e as compressões extrínsecas do estômago são mais bem caracterizadas pela radiologia. Intestino Delgado Anamnese Idade: A doença celíaca e a linfangiectasia intestinal primária podem aparecer aos 2 ou 3 anos de idade, podendo ser diagnosticadas apenas na vida adulta. Por outro lado, as manifestações isquêmicas do intestino delgado consequentes à aterosclerose da artéria mesentérica incidem quase sempre após a sexta década de vida. Anamnese Sexo: Com relação ao sexo, merece referência a doença de Whipple, que ocorre muito mais em homens do que em mulheres, em uma proporção aproximada de 9:1. Anamnese APP: Radioterapia Tuberculose Bebida alcoólica Historia Familiar Sinais e Sintomas Diarreia, esteatorreia, dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e dispepsia, hemorragias digestivas, febre, perda de peso, anemia, edema, manifestações carenciais e insuficiência endócrina. Exame Físico O exame físico geral e dos diferentes aparelhos frequentemente revela alterações mais importantes do que o próprio exame do abdome. Isto se deve à grande importância do intestino delgado nas condições nutricionais do paciente. Exame Físico do Abdome Um dos achados mais importantes da inspeção do abdome é o peristaltismo visível. Dor abdominal em cólica + ruídos hidroaéreos - oclusão intestinal. A localização dos movimentos peristálticos, a determinação do seu sentido e a frequência das ondas de contração são dados úteis para a identificação do segmento do tubo digestivo que se encontra ocluído. Quando a oclusão se situa no intestino delgado, os movimentos peristálticos são perceptíveis em pontos próximos à cicatriz umbilical e não têm propagação preferencial, podendo dirigir-se tanto de cima para baixo como ao contrário. Inspeção Ausculta Audíveis a distância, indica movimentação anormal do conteúdo hidroaéreo intraluminal. Isto costuma ocorrer nas doenças associadas à má absorção, nos transtornos da motilidade e, em particular, se houver oclusão intestinal. Neste caso, pode haver aumento da duração do período de ocorrência dos ruídos, bem como modificação do timbre, que adquire tonalidade metálica ou musical. Por outro lado, os ruídos hidroaéreos podem estar diminuídos, ou mesmo abolidos, quando a motilidade gastrintestinal cessa, em resposta reflexa à inflamação peritoneal ou à isquemia da parede intestinal. Percussão Quando há aumento do volume abdominal por distensão gasosa das alças intestinais, é comum o encontro de hipertimpanismo generalizado. A palpação superficial do abdome permite a constatação de hipotrofia da parede nos casos de desnutrição ou o aumento da tensão nas distensões hidroaéreas das alças intestinais e nas ascites de grande volume. Palpação Em condições normais, os segmentos do intestino delgado não são acessíveis à palpação profunda do abdome. Quando existem alças dilatadas ou distendidas por aumento do seu conteúdo hidroaéreo, é possível perceber estruturas de forma cilíndrica com características semelhantes às do ceco de pessoas normais. Palpação Massas abdominais palpáveis: Doenças infecciosas Neoplasias Doença de Crohn Doença de Whipple Palpação Doenças do Intestino Delgado Anormalidade do Desenvolvimento: Atresia e Estenose... Distúrbios Mecânicos: Síndrome de obstrução intestinal... Doenças inflamatória: Infeccoes bacterianas ou virais, Doenca de Crohn, Doenca de Whiple... Síndrome de Ma absorção: Doença Celíaca... Neoplasias : São relativamente raras, Mais da metade é benigna. Atresia ou Estenose Atresia é mais comum! Podem ocorrer em um ou mais pontos do duodeno, jejuno ou íleo. Clinicamente, apresentam-se com o quadro de obstrução intestinal no período neonatal. Distúrbios Mecânicos Interrupção aguda ou crônica da progressão do conteúdo intestinal. Barreira física que oclui o lúmen (síndrome de obstrução intestinal) ou a incapacidade de propulsão das próprias paredes intestinais (síndrome de pseudo-obstrução intestinal) . As principais causas de obstrução do intestino delgado são: na criança- anomalias congênitas, "bolo" de Ascaris e corpos estranhos; no adulto - aderências por operações prévias, hérnias encarceradas, doenças inflamatórias crônicas, neoplasias benignas e malignas. Doenças Inflamatórias Amplo espectro de doenças causadas por agentes biológicos (vírus, bactérias, parasitos, fungos), agentes físicos (radiações) e de causa não conhecida (doença de Crohn). Com frequência, os processos de caráter inflamatório que atingem o intestino delgado acometem também o estômago ou o cólon, provocando sintomas desses dois órgãos e o agravamento dos efeitos da doença sobre o organismo. Doença de Crohn Doença granulomatosa crônica do intestino delgado ou do intestino grosso, ou de ambos, de etiologia ainda desconhecida. Adultos jovens. O segmento mais atingido é o íleo (ileíte regional era a primitiva designação da doença). As principais manifestações são: diarreia, dor abdominal e emagrecimento. Doença de Whipple doença infecciosa e sistêmica causada pela bactéria Tropheryma whipplei O diagnóstico definitivo geralmente é estabelecido através de biópsia do intestino delgado. rara que afeta homens de meia-idade, acompanha-se de artralgias, edema, poliadenopatia, esteatorreia e perda intestinal de proteínas. Síndrome da Ma absorção Intestinal Alterações nos processos de digestão e de absorção de todos os nutrientes. Doença Celíaca É uma afecção difusa e crônica da mucosa do intestino delgado proximal, constituindo o exemplo mais representativo de comprometimento global do epitélio de absorção, pois provoca má absorção de todos os nutrientes. Sua etiopatogenia não é perfeitamente conhecida, mas admite-se que existam fatores genéticos que predisponham a uma reação inflamatória da mucosa intestinal ao glúten presente em vários cereais, principalmente no trigo. As manifestações clínicas são muito variáveis. Muitos pacientes as apresentam desde a infância, coincidindo com a introdução de derivados do trigo na alimentação. Os sintomas podem diminuir na adolescência para voltarem a incomodar os pacientes após os 30 ou 40 anos de idade. Quase sempre existe deficiência do desenvolvimento somático. Em alguns casos, a doença só se manifesta na quinta ou na sexta década da vida sem que haja antecedentes de doença intestinal ou indícios de hipodesenvolvimento. É freqüente na faixa pediátrica, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida, ao introduzirmos alimentação à base de papinha de pão, sopinhas de macarrão e bolachas, entre outros industrializados com cereais proibidos. Caracteriza-se pela diarréia crônica, desnutrição com déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável, emagrecimento e falta de apetite, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos, dor abdominal, osteoporose, esterilidade, abortos de repetição, glúteos atrofiados, pernas e braços finos, apatia, desnutrição aguda que podem levar o paciente à morte na falta de diagnóstico e tratamento. O diagnóstico definitivo repousa na positividade de testes sorológicos, particularmente a determinação do anticorpo antitransglutaminase tecidual, no achado das alterações morfológicas do epitélio intestinal e na constatação da melhora rápida que se segue à retirada completa do glúten da dieta . As alterações histopatológicas são características, ainda que não patognomônicas: (1) atrofia difusa e intensa das vilosidades intestinais, as quais, em alguns casos, desaparecem completamente; (2) hiperplasia das criptas em grau suficiente para compensar a atrofia vilositária, de modo que a espessura total da mucosa fique pouco diminuída; (3) invasão da lâmina própria por um infiltrado inflamatório no qual predominam as células mononucleares. Continua...
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