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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE BOTÂNICA DISCIPLINA DE FITOFISIOLOGIA AULA 4 Nutrição Mineral Parte 1 Marcelo Francisco Pompelli ARISTÓTELES (350 a.C.): terra, água, ar e fogo 92 kg 2,45 kg água 91,9 kg 77,7 kg ÁGUAapós 5 anos conclusão J.B.Van Helmont (1600) Nutrição Mineral – Breve Histórico • As plantas requerem certos elementos minerais para completarem seu ciclo de vida • A maior parte do massa orgânica de uma planta é oriunda do CO2 do ar – mas também dependem da água e sais minerais que vem do solo CO2, a fonte de carbono para a fotossíntese, se difunde para as folhas por meio dos estômatos Pelo estômato, as folhas expelem a H2O e o O2. H2O O2 CO2 As raízes captam O2 e expelem CO2. A planta usa o O2 para a respiração celular, apesar de ser um produto de O2. O2 CO2 H2O As raízes absorvem a H2O e os minerais do solo minerais Conceitos gerais Macronutrientes e Micronutrientes • Mais de 50 elementos químicos – foram identificados entre as substâncias inorgânicas nas plantas, mas nem todos estes são essenciais • Um elemento químico é considerado essencial – se for indispensável para que a planta complete seu ciclo de vida. Não possa ser subsitituído por outro. Macronutrientes e Micronutrientes Fonte: Taiz e Zeiger, 2009 PRODUÇÃO Lei do Mínimo de Liebig (1803-1873) • O crescimento das plantas – é determinado pelo elemento presente no solo na mínima quantidade adequada 2 Grupo 1: Que forma compostos orgânicos com o carbono N ⇒ aminoácidos, proteínas, nucleotídeos, coenzimas, ... S ⇒ cisteína, cistina, metionina, proteína, ácido lipóico, coenzima A, Glutationa, ... Grupo 2: Importantes no armazenamento de energia e integridade estrutural P ⇒ reações que envolvem o ATP; açúcares fosfato, coenzimas, fosfolipídeos, ... B ⇒ complexa com manitol, mananas e outros constituintes da parede celular; envolvido na elongação das células e no metabolismo de ácidos nucléicos. Si ⇒ contribui para as propriedades da parede celular, incluindo rigidez e elasticidade. Classificação de acordo com a função biológica K ⇒ (K+) cofator em mais de 40 enzimas; principal cátion envolvido na manutenção do turgor da célula e eletroneutralidade. Na ⇒ (Na+) envolvido na regeneração do fosforoenolpiruvato em plantas C4 e CAM; substitui o K+ em algumas funções. Mg ⇒ (Mg2+) requerido por várias enzimas envolvidas na tranferência de fosfato; constituinte da clorofila. Ca ⇒ (Ca2+) constituinte da parede celular; cofator de algumas enzimas envolvidas na hidrólise de ATP e fosfolipídeos; mensageiro secundário na regulação metabólica. Cl ⇒ (Cl-) requerido para as reações fotossintéticas envolvendo a evolução de O2. Classificação de acordo com a função biológica Grupo 3: Nutrientes que permanecem na sua forma iônica Fe ⇒ constituinte do fitocromo e proteínas envolvidas na fotossíntese, fixação de nitrogênio e respiração. Cu ⇒ componete da citocromo oxidase, fenolase, .... Zn ⇒ constituinte da alcool desidrogenase, ácido glutâmico desidrogenase, ... Mo ⇒ constituinte da nitrogenase, nitrato redutase, ... Ni ⇒ componete da urease. Em bactérias fixadoras de N2, constitui a hidrogenase. Classificação de acordo com a função biológica Grupo 4: Nutrientes envolvidos na transferência de elétrons Classificação de acordo com a mobilidade • Também se refere a sua capacidade de translocação durante a deficiência nutricional – Móveis ⇒ N, K, Mg, P, Cl, Na, Zn e Mo – Imóveis ⇒ Ca, S, Fe, B, Cu Elementos químicos essenciais • Pesquisas com culturas hidropônicas – para determinar se um elemento mineral é essencial ou não Controle: Solução contendo todos os minerais Experimental: Solução sem potássio Em cultivo hidropônico, plantas são cultivadas em soluções hidropônicas na ausência do elemento que se está estudando. O uso de cultivo hidropônico é para evitar a interferência do solo no estudo APLICAÇÃO As raízes das plantas são banhadas com soluções aeradas de composição mineral conhecida. A aeração fornece o oxigênio para a respiração celular da raiz. Um elemento mineral em particular, tal como o potássio, pode ser omitido para testar se é ou não essencial TÉCNICA se o mineral omitido for essencial, os sintomas da deficiência mineral aparecerão, na forma de redução do crescimento e folhas amareladas. A deficiência de diferentes elementos pode apresentar diferentes sintomas, o que pode auxiliar na detecção da deficiência do mineral no solo. RESULTADOS 3 São plantas que possuem haustórios que penetram no tecido vascular da planta hospederia para absorver água e nutrientes. Ex. Erva de passarinho (Psittacanthus robustus). Os nutrientes podem ser adquiridos de outras fontes • Parasitismo São plantas que usam as árvores somente como suporte. Obtêm os nutrientes do ambiente. Ex. Bromélias, orquídeas, etc. Os nutrientes podem ser adquiridos de outras fontes • Epífitas Os nutrientes podem ser adquiridos de outras fontes Tricomas Vivem em regiões ácidas onde as condições do solo não são favoráveis Podem obter N e outros nutrientes minerais pela captura, morte e digestão de insetos e outros animais pequenos As armadilhas são evoluções das folhas e possuem glândula que secretam um suco digestivo. Plantas carnívoras 4 Plantas carnívoras Diomaea muscupula Drosera rotundifolia O solo e a absorção de íons – Troca catiônica O princípio da troca catiônica na superfície de uma partícula de solo. Os cátions são ligados à superfície das partículas do solo porque a superfície é carregada negativamente. A adição de um cátion como o K+ pode deslocar outro cátion como o Ca+2 de sua ligação na superfície da partícula de solo e torná-la disponível para a absorção pelas raízes O solo e a absorção de íons – Troca catiônica Troca catiônica no solo. Íons de hidrogênio (H+) ajudam na disponibilidade dos nutrientes, pois promovem uma troca com outros minerais carregados positivamente (Ca2+ e Mg+2) que se encontram fortemente ligados as partículas negativas do solo. As plantas contribuem com H+ secretando-o através dos pêlos radiculares e também pela respiração celular, a qual libera CO2 para a solução do solo. O CO2 reage então com a água para formar o ácido carbônico (H2CO3). A dissociação deste ácido libera H+ para a solução do solo. H2O + CO2 H2CO3 HCO3– + pêlo radicular K+ Cu2+ Ca2+Mg2+K+ K+ H+ H+ partícula de solo – – – – – – – – – citosol c a n a l protéico H+ H+ H+H+ H+ H+ H+ ATP ADP +Pi K+ K+ K+ K+K + K+ K+ K+ K+ K+ K+ H+ ATPase H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ -100 mv H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ - - - - - - - - -- - - Mg++ - - Ca++ NH4+ Mecanismo de troca catiônica H+ H+ Partícula de solo H+ citosol H+ H+ H+H+ H+ H+ H+ H+ ATP ADP +Pi K+ K+ K+ K+ K+ K+ H+ ATPase H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+ -100 mv H+ H+ H+ H+ H+ H+ H+H + - - - - - - - - - - - -- - - - - - Ca++ NH4+ Chelantes secretora proteína quelante Fe++transportadora proteína Partícula de solo 5 O que acontece com os ânions no solo? • NO3-, Cl- = são repelidos pelas cargas negativas da superfície das partículas do solo e permane- cem em solução no solo; • PO43- = se ligam às partículas do solo que contém Al3+, Fe2+ e Fe3+ • SO42- = na presença de Ca2+ forma CaSO4 que é levemente solúvel pH do solo e a disponibilidade de nutrientes As raízes das plantas são influenciadas pelo sistema As raízes das plantas sãoinfluenciadas pelo sistema Há dois tipos de Micorrizas • As ectomicorrizas – onde o micélio do fungo forma uma densa bainha na superfície da raiz a Ectomicorriza. A manta fúngica forma uma “capa” sobre a raiz. As hifas fúngicas estendem-se da manta até o solo, absorvendo água e sais minerais, especialmente fosfatos. As hifas também se estendem para os espaços intercelulares do córtex da raiz, providenciando uma extensa área de superfície que facilita a troca de nutrientes entre a planta hospedeira e o fungo Manta (bainha fúngica) Epiderme Córtex Manta (bainha fúgica) Endoderme Hifas fúngicas entre as células corticais 100 µm 6 • As endomicorrizas – as hifas fúngicas microscópicas se estendem para o interior das raízes Epiderme Córtex Hifas fúngicas Pêlo radicular 10 µmCélulas corticais Endoderme Vesícula Estrias de Caspary Arbúsculos 2 Endomicorriza. Nenhuma manta ao redor da raiz é formada, mas hifas fúngicas microscópicas se estendem para o interior da raiz. Dentro do córtex, os fungos formam extensas redes no interior das células, os arbúsculos, providenciando uma enorme área de superfície para a troca de nutrientes. As hifas penetram na parede celular, mas não na membrana plasmática das células do córtex. Há dois tipos de Micorrizas 7 Sintomas de deficiência de N em tomate Sintomas de deficiência de K em videiras Sintomas de deficiência de Mg em morangueiro Sintomas de deficiência de Fe em morangueiro Sintomas de deficiência de Zn em tomateiro Fotossenssibilidade de plantas de Arabidopsis deficientes em Zn Comparativo Geral deficiente em P saudável deficiente em K deficiente em N Movimento de íons da solução do solo para a raiz H2PO4- difusão Ca+2 interceptação NO3- Fluxo de massa Rota simplática 8 Transporte de íons através das membranas Uma bomba de prótons gera uma diferença de concentração de H+ e um potencial de membrana. Necessita de energia O potencial de membrana faz com que o K+ cruze a membrana O transporte simporte acopla- do a difusão de H+ para transportar (contra o gradien- te eletroquímico) ânions para dentro da célula DIFUSÃO SIMPLES Membrana plasmática Dentro da célula Bomba de prótons Canal de K+ Transporte ativo secundário DIFUSÃO FACILITADATRANSPORTE ATIVO Co-transportadores, Simporter e Antiporter canais bombas de H+ transportadores tipo simporter transportadores tipo antiporter Co-transportadores, Sinporter e Antiporter O íon M deve ser transportado contra seu gradiente O ATP se liga a proteína transmembrana, promovendo energia para impulsionar o transporte O fósforo se liga promovendo a energia necessária para a ligação do íon M O íon M é transportado contra seu gradiente de concentração O fosfato é desligado da proteína de membrana. A cada vez que um íon M for transportado contra seu gradiente energia nova deve ser desprendida por meio da hidrólise do ATP Transporte ativo primário: contra o gradiente Transporte ativo secundário: co-transporte com H+ O exterior se encontra rico em H+ e pobre nos íons S, diferentemente do que acontece no citoplasma O íon S será transportado para o interior do citoplasma, contra seu gradiente de concentração No exterior os íons H+ e S são ligados O íon H+ é transportado a favor do seu gradiente de concentração e traz consigo os ions S O transporte é desligado até que um novo íon S seja transportado contra seu gradiente, utilizando a energia desprendida pelo transporte de H+ a favor do seu gradiente CITOPLASMA Tonoplasto LUME DO VACÚOLO VO V1 Representação bidimensional de uma H+-ATPase
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