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Conteúdo de Psicodiagnóstico

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PSICODIAGNÓSTICO
✕ Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica,
feita com propósitos clínicos e, portanto, não
abrange todos os modelos de avaliação
psicológica de diferenças individuais. É um
processo que visa a identificar forças e fraquezas
no funcionamento psicológico, com um foco na
existência ou não de psicopatologia.
✕ É esta abordagem que confere a perspectiva
clínica a esse tipo de avaliação de diferenças
individuais.
✕ O psicodiagnóstico derivou da psicologia clínica,
introduzida por Lighter Witmer, em 1896, e criada sob a
tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica.
Consta que nem ao fundador da psicologia clínica
agradou a designação “clínica”, adotada apenas por
faltade melhor alternativa (Garfield, 1965).
✕ Tudo indica que essa tradição médica, associada à
psicologia clínica, teria efeitos marcantes na formação
da identidade profissional do psicólogo clínico,
oferecendo-lhe, por um lado, modelos de identificação
e, por outro, acentuando as suas dificuldades nas
relações interprofissionais.
✕ O fim de século XIX e o começo do seguinte foram
marcados pelos trabalhos de Galton, que
introduziu o estudo das diferenças individuais, de
Cattell, a quem se devem as primeiras provas,
designadas como testes mentais, e de Binet, que
propôs a utilização do exame psicológico (por
meio de medidas intelectuais) como coadjuvante
da avaliação pedagógica.
✕ A esses três autores é atribuída a paternidade do
psicodiagnóstico.
✕ No psicodiagnóstico, há a utilização de testes e
de outras estratégias, para avaliar um sujeito
de forma sistemática, científica, orientada para
a resolução de problemas.
CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO
 Psicodiagnóstico é um processo científico,
limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes
✕ psicológicos (input), em nível individual ou não,
seja para entender problemas à luz de
pressupostos teóricos, identificar e avaliar
aspectos específicos, seja para classificar o
caso e prever seu curso possível, comunicando
os resultados (output), na base dos quais são
propostas soluções, se for o caso.
✕ Caracterizamos o psicodiagnóstico como um
processo científico, porque deve partir de um
levantamento prévio de hipóteses que serão
confirmadas ou infirmadas através de passos
predeterminados e com objetivos precisos.
✕ Tal processo é limitado no tempo, baseado num
contrato de trabalho entre paciente ou
responsável e o psicólogo, tão logo os dados
iniciais permitam estabelecer um plano de
avaliação e, portanto, uma estimativa do tempo
necessário.
✕ O plano de avaliação é estabelecido com base nas
perguntas ou hipóteses iniciais, definindo-se não
só quais os instrumentos necessários, mas como e
quando utilizá-los. Pressupõe-se, naturalmente,
que o psicólogo saiba que instrumentos são
eficazes quanto a requisitos metodológicos.
✕ Os instrumentos podem ser eficientes, se
aplicados com um propósito específico, para
fornecer respostas a determinadas perguntas ou
testar certas hipóteses.
✕ Selecionada e administrada uma bateria de testes,
obtêm-se dados que devem ser interrelacionados
com as informações da história clínica, da história
pessoal ou com outras, a partir do elenco das
hipóteses iniciais, para permitir uma seleção e
uma integração, norteada pelos objetivos do
psicodiagnóstico, que determinam o nível de
inferências que deve ser alcançado.
✕ Os resultados são comunicados a quem de direito,
podendo oferecer subsídios para decisões ou
recomendações.
✕ O processo do psicodiagnóstico pode ter um ou
vários objetivos, dependendo dos motivos
alegados ou reais do encaminhamento e/ou da
consulta, que norteiam o elenco de hipóteses
inicialmente formuladas, e delimitam o escopo
da avaliação.
OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
CLÍNICA
Objetivos O exame compara a amostra do
comportamento do examinando com os
resultados de outros sujeitos da
população geral ou de grupos específicos,
com condições demográficas equivalentes;
esses resultados são fornecidos em dados
quantitativos, classificados
sumariamente, como em uma avaliação
de nível intelectual.
Descrição Ultrapassa a classificação simples,
interpretando diferenças de escores,
identificando forças e fraquezas e
descrevendo o desempenho do paciente,
como em uma avaliação de déficits
neuropsicológicos
OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
CLÍNICA
Classificação nosológica Hipóteses iniciais são testadas, tomando
como referência critérios diagnósticos
Diagnóstico diferencial São investigadas irregularidades ou
inconsistências do quadro sintomático, para
diferenciar alternativas diagnósticas, níveis
de funcionamento ou a natureza da
patologia
OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
CLÍNICA
Avaliação compreensiva É determinado o nível de funcionamento
da personalidade, são examinadas as
funções do ego, em especial a de insight,
condições do sistema de defesas, para
facilitar a indicação de recursos
terapêuticos e prever a possível resposta
aos mesmos.
Entendimento
dinâmico
Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor
um nível mais elevado de inferência clínica,
havendo uma integração de dados com base
teórica. Permite chegar a explicações de
aspectos comportamentais nem sempre
acessíveis na entrevista, à antecipação de
fontes de dificuldades na terapia e à
definição de focos terapêuticos, etc
OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
CLÍNICA
Prevenção Procura identificar problemas
precocemente, avaliar riscos, fazer uma
estimativa de forças e fraquezas do ego,
de sua capacidade para enfrentar
situações novas, difíceis, estressantes.
Prognóstico Determina o curso provável do caso.
Perícia forense Fornece subsídios para questões
relacionadas com “insanidade”,
competência para o exercício das funções de
cidadão, avaliação de incapacidades ou
patologias que podem se associar com
infrações da lei, etc
✕ Como se pode pressupor, dependendo da
simplicidade ou da complexidade das questões
propostas, variam os objetivos.
✕ No diagnóstico diferencial o psicólogo investiga
irregularidades e inconsistências do quadro
sintomático e/ou dos resultados dos testes
para diferenciar categorias nosológicas, níveis
de funcionamento.
✕ Naturalmente, para trabalhar com tal objetivo, o
psicólogo, além de experiência e de sensibilidade
clínica, deve ter conhecimento de psicopatologia e
de técnicas sofisticadas de diagnóstico.
✕ O objetivo de avaliação compreensiva considera o
caso numa perspectiva mais global, determinando
o nível de funcionamento da personalidade,
examinando funções do ego, em especial quanto a
insight, para indicação terapêutica ou, ainda, para
estimativa de progressos ou resultados de
tratamento.
✕ O objetivo de entendimento dinâmico pode ser
considerado como uma forma de avaliação
compreensiva, já que enfoca a personalidade de
maneira global, mas pressupõe um nível mais elevado
de inferência clínica.
✕ Através do exame, procura-se entender a problemática
de um sujeito, com uma dimensão mais profunda, na
perspectiva histórica do desenvolvimento, investigando
fatores psicodinâmicos, identificando conflitos e
chegando a uma compreensão do caso com base num
referencial teórico.
✕ Um exame desse tipo requer entrevistas muito
bem conduzidas, cujos dados nem sempre são
consubstanciados pelos passos específicos de
um psicodiagnóstico, não sendo, portanto, um
recurso privativo do psicólogo clínico.
RESPONSABILIDADE: O DIAGNÓSTICO
PSICOLÓGICO PODE SER REALIZADO:
✕ a) pelo psicólogo, pelo psiquiatra (e,
eventualmente, pelo neurologista ou
psicanalista), com vários objetivos (exceto o de
classificação simples), desde que seja utilizado
o modelo médico apenas, no exame de funções,
identificação de patologias, sem uso de testes e
técnicas privativas do psicólogo clínico;
✕ b) pelo psicólogo clínico exclusivamente,para a
consecução de qualquer ou vários dos
objetivos, quando é utilizado o modelo
psicológico (psicodiagnóstico), incluindo
técnicas e testes privativos desse profissional;
✕ c) por equipe multiprofissional (psicólogo,
psiquiatra, neurologista, orientador
educacional, assistente social ou outro), para a
consecução dos objetivos citados e,
eventualmente, de outros, desde que cada
profissional utilize o seu modelo próprio, em
avaliação mais complexa e inclusiva, em que é
necessário integrar dados muito
interdependentes (de natureza psicológica,
médica, social, etc.).
OPERACIONALIZAÇÃO
✕ Em termos de operacionalização, devem ser
considerados os comportamentos específicos
do psicólogo e os passos para a realização do
diagnóstico com um modelo psicológico de
natureza clínica.
COMPORTAMENTOS ESPECÍFICOS
✕ Os comportamentos específicos do psicólogo
podem ser assim relacionados, embora possam
variar na sua especificidade e na sua seriação,
conforme os objetivos do psicodiagnóstico:
✕ a) determinar motivos do encaminhamento,
queixas e outros problemas iniciais;
✕ b) levantar dados de natureza psicológica, social,
médica, profissional e/ou escolar, etc. sobre o
sujeito e pessoas significativas, solicitando
eventualmente informações de fontes
complementares;
✕ c) colher dados sobre a história clínica e história
pessoal, procurando reconhecer denominadores
comuns com a situação atual, do ponto de vista
psicopatológico e dinâmico;
✕ d) realizar o exame do estado mental do paciente
(exame subjetivo), eventualmente
complementado por outras fontes (exame
objetivo);
✕ e) levantar hipóteses iniciais e definir os objetivos
do exame;
✕ f) estabelecer um plano de avaliação;
✕ g) estabelecer um contrato de trabalho com o
sujeito ou responsável;
✕ h) administrar testes e outros instrumentos
psicológicos;
✕ i) levantar dados quantitativos e qualitativos;
✕ j) selecionar, organizar e integrar todos os dados
significativos para os objetivos do exame,
conforme o nível de inferência previsto, com os
dados da história e características das
circunstâncias atuais de vida do examinando;
✕ l) comunicar resultados (entrevista devolutiva,
relatório, laudo, parecer e outros informes),
propondo soluções, se for o caso, em benefício do
examinando;
✕ m) encerrar o processo.
OS PASSOS DO DIAGNÓSTICO, UTILIZANDO UM
MODELO PSICOLÓGICO DE NATUREZA CLÍNICA,
SÃO OS SEGUINTES:
✕ a) levantamento de perguntas relacionadas com os
motivos da consulta e definição das hipóteses iniciais e
dos objetivos do exame;
✕ b) planejamento, seleção e utilização de instrumentos
de exame psicológico;
✕ c) levantamento quantitativo e qualitativo dos dados;
✕ d) integração de dados e informações e formulação de
inferências pela integração dos dados, tendo como
pontos de referência as hipóteses iniciais e os objetivos
do exame;
✕ e) comunicação de resultados, orientação sobre o caso e
encerramento do processo.
A AVALIAÇÃO DA PSICOPATOLOGIA -
TRANSTORNOS MENTAIS E CLASSIFICAÇÕES
NOSOLÓGICAS
✕ Na tradução brasileira do DSM IV, consta que transtorno mental pode
ser conceituado:
✕ “como uma síndrome ou padrão comportamental ou psicológico
clinicamente importante, que ocorre no indivíduo”, registrando-se, a
seguir, “que está associado com sofrimento (...) ou incapacitação (...)
ou com um risco significativamente aumentado de sofrimento atual,
morte, dor, deficiência ou perda importante da liberdade” e, ademais,
“não deve ser meramente uma resposta previsível e culturalmente
sancionada a um determinado evento, por exemplo a morte de um
ente querido”. Além disso, independentemente da causa original,
“deve ser considerada no momento como uma manifestação de uma
disfunção comportamental, psicológica ou biológica no indivíduo”.
✕ Comportamentos socialmente desviantes não são
considerados transtornos mentais, a não ser que se
caracterizem como sintoma de uma disfunção, no
sentido já descrito.
✕ A partir dessa conceituação, vê-se que é clara a
exigência de uma associação com sofrimento ou
incapacitação ou, ainda, com risco de
comprometimento ou perda de um aspecto vitalmente
significante.
✕ Em segundo lugar, fica evidente que os sintomas devam
ser comportamentais ou psicológicos, embora possa
haver uma disfunção biológica.
✕ Em terceiro lugar, esse conceito descaracteriza
os serviços e os membros da comunidade de
saúde mental como agentes de controle social,
no momento em que considera que um conflito
entre indivíduo e sociedade pode ser
identificado como um desvio, condenável pelos
padrões sociais, mas que, por si, não é tido
como transtorno mental, a menos que, ao
mesmo tempo, constitua o sintoma de uma
disfunção.
✕ Para quem trabalha com psicodiagnóstico, é
essencial a familiaridade com os sistemas de
classificação nosológica, já que a
nomenclatura oficial dos transtornos é
extremamente útil na comunicação entre
profissionais, além do fato de que outros
documentos, como atestados, além de laudos,
podem exigir o código do transtorno de um
paciente.
✕ Confira cuidadosamente todos os critérios a
partir de suas hipóteses diagnósticas, pondere
bem sobre todas as características do caso,
examine o que diferencia o caso de outros
transtornos e tenha em mente critérios usados
para a exclusão de outros diagnósticos.
MOTIVOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES
✕ A marcação da consulta formaliza um processo de
trabalho psicológico já iniciado, precedido de
intensa angústia e ambivalência.
✕ Corresponde à admissão da existência de algum
grau de perturbação e de dificuldades que
justificam a necessidade de ajuda.
✕ A emergência de fortes defesas nesse período
pode, por vezes, mascarar as motivações
inconscientes da busca pelo processo
psicodiagnóstico.
✕ Também, nos casos em que o paciente é encaminhado
por outrem ao psicólogo, o motivo aparente pode ser a
própria solicitação do exame ou fato de ter sido
mobilizado por colegas, amigos, parentes.
✕ Nessas circunstâncias, o paciente pode ter uma
percepção vaga de sua problemática, mas preferir
chegar ao psicólogo pelo reforço de um
encaminhamento médico, por exemplo.
✕ Pode haver algum nível de consciência do problema e
lhe ser muito dolorosa a situação de enfrentamento de
sua dificuldade.
✕ Assim, por suas resistências, o paciente pode negar a
realidade e depositar num terceiro a responsabilidade
pela procura. Portanto, há uma tendência para que o
motivo explicitado ao psicólogo seja o menos
ansiogênico e o mais tolerável para o paciente ou, ainda,
para o responsável que o leva.
✕ Em geral, não é o mais verdadeiro. Conseqüentemente,
há tendência para explicitação dos motivos, conforme a
gradação e apropriação, pela consciência do paciente.
As motivações inconscientes estão no nível mais
profundo e obscuro da psique.
✕ Constituem-se nos aspectos mais
verdadeiramente responsáveis pelas aflições
do paciente. Cabe ao psicólogo observar,
perceber, escutar com tranqüilidade,
aproximar-se sem ser coercitivo, inquiridor,
todo-poderoso.
✕ Somente assim se criam o silêncio necessário e
o espaço para que o paciente revele sua
intimidade, ou senão, denuncie os aspectos
incoerentes e confusos de seus conflitos. Para
tanto, é sobremodo importante observar como
o paciente trata a si próprio e as suas dores.
Isso passa pelo vestir-se, pelo comunicar-se
verbalmente e não verbalmente, pela
linguagem corporal, pelo conteúdo dessas
comunicações.
✕ Todo movimento corpóreo deve ser
considerado como indicativo da realidade
interior e expressão do psiquismo . Assim, o
psicólogo pode decodificar as variadas
mensagens que recebe, discriminando o
quanto há de reconhecimento do sofrimento,
das motivações implicadas, delineando o seu
projeto de avaliação.
✕ Quando os pais levam a criança ou o adolescente
ao psicólogo, podeocorrer que o sujeito constitua
“o terceiro excluído ou incluí- do”. Se ignora o
motivo, é excluído. Mas é preciso investigar se está
realmente incluído, porque pode ocorrer o fato de
os pais verbalizarem o motivo, porém não o mais
verdadeiro ou o mais autêntico, dentro de sua
percepção. Isso se dá em função de fantasias
sobre o que pode acontecer em face da
explicitação do que é mais doloroso e profundo e,
portanto, do mais oculto.
✕ Se a realidade está sendo distorcida, podem advir
algumas dificuldades para o psicodiagnóstico, caso o
psicólogo não perceba e ou não altere essa situação.
✕ Em primeiro lugar, o processo pode ser iniciado com o
conflito deslocado, comprometendo a investigação.
✕ Em segundo lugar, o paciente percebe a discrepância e
projeta no material de teste suas dificuldades, enquanto
o psicólogo “finge estar investigando uma coisa, mas
sorrateiramente explora outra socialmente rejeitada”.
✕ Em terceiro lugar, outras dificuldades podem
ocorrer, no momento da devolução: a) no caso
do parecer técnico estar contaminado e
distorcido; b) porque o psicólogo entra em
aliança com os aspectos patológicos; c) por
adotar uma atitude ambígua, não sendo
devidamente explícito; ou, ainda, d) deixando
claros somente os pontos tolerados pelo
paciente e por seu grupo familiar.
✕ Em quarto lugar, o comprometimento que
pode sofrer a indicação para a terapia, visto
que o paciente temerá repetir o mesmo vínculo
dúbio e falso.
✕ Compete ao psicólogo abordar cada dado sob
vários aspectos, até que seu sentido adquira maior
consistência e especificidade. Quando o paciente
chega por encaminhamento, deve-se esclarecer
quem o encaminhou, em que circunstância
ocorreu o encaminhamento e quais as questões
propostas para a investigação.
✕ Conclui-se que é fundamental que o psicólogo
esclareça, o mais amplamente possível e de forma
objetiva, as motivações conscientes indicadas e as
inconscientes envolvidas no pedido de ajuda.
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
✕ A discriminação entre os motivos explícitos e
implícitos para a busca de ajuda colabora para
que o psicólogo identifique quem é o seu
verdadeiro paciente: a pessoa que é trazida ou
assume a procura, o grupo familiar ou ambos.
✕ Em face do encaminhamento e do primeiro
contato do psicólogo com o paciente e ou com
seu grupo familiar, a tarefa fundamental que se
lhe apresenta é definir quem é o paciente, em
realidade, levantando todas as indagações
possíveis em torno dele e da totalidade da
situação envolvida na busca de ajuda,
passando pelo grau de consciência das
dificuldades.
DINÂMICA DA INTERAÇÃO CLÍNICA
✕ A interação clínica psicólogo-paciente verifica-se ao longo
de todo o processo psicodiagnóstico.
✕ Essas duas pessoas entram em relação e passam a interagir
em dois planos, ou seja, o de atitudes e o de motivações.
Ambas têm suas funções e papéis e estão na relação
diagnóstica No plano inconsciente, têm-se os fenômenos de
transferência e de contratransferência. O primeiro é
experienciado pelo paciente ao se relacionar, no aqui e agora
da situação diagnóstica, com o psicólogo, não como tal, mas
como figura de pai, irmão, mãe.
✕ A contratransferência verifica-se no psicólogo na medida em
que assume papéis na sua tarefa, conforme os impulsos de
seus padrões infantis de figuras de autoridade ou outros
padrões primitivos de relacionamento.
✕ O fenômeno transferencial não tem um caráter
só positivo ou negativo, mas consiste na
“recriação dos diversos estágios do
desenvolvimento emocional do paciente ou
reflexo de suas complexas atitudes para com
figuras-chave de sua vida”.
✕ Na situação de psicodiagnóstico, observam-se
ocorrências de transferência na necessidade do
paciente de estar agradando, de se sentir aceito
pelo psicólogo, como, por exemplo, nos pedidos
de horário e acerto financeiro especiais.
✕ Podem verificar-se situações transferenciais,
envolvendo sentimentos competitivos, como no
caso do paciente que compete no horário de
chegada, ou daquele que desafia e agride o
psicólogo, atacando o consultório ou ele próprio
(linguagem, vestimentas, conhecimentos, etc.).
✕ É importante que a transferência não seja confundida
com o vínculo estabelecido com o psicólogo, na medida
em que este se centra na realidade da avaliação, através
da interação entre os aspectos de ego mais sadios do
psicólogo e do paciente, e é baseado na relação de
confiança básica entre a mãe e a criança.
✕ A resistência do paciente à tarefa também se constitui
em uma forma de transferência. O paciente compete, ou
tenta obter provas da aceitação do psicólogo, buscando
manipular a situação de testagem, ou espera ser
aliviado de seus sintomas, magicamente, por meio do
poder que atribui ao psicólogo
✕ O silêncio prolongado e sistemático ou o paciente
que fala sem parar também são manifestações de
resistência à avaliação. Igualmente, o paciente
pode usar mecanismos de intelectualização muito
fortes, buscando o apoio e a concordância do
psicólogo. Outras formas de resistência são a
insistência do paciente em só falar sobre seus
sintomas, ou, ao contrário, falar sobre
banalidades, evitando os motivos mais profundos,
assim como as demonstrações excessivas de afeto
para com o psicólogo.
✕ A conduta de atuação também encerra resistência
e se manifesta nas faltas, nos atrasos, em
freqüentes pedidos de troca de horário, em ir ao
banheiro várias vezes durante a sessão, por
exemplo. É necessário que se saliente que essas
condutas devem merecer adequada e sensível
avaliação do psicólogo, buscando seu significado
dentro da relação vincular com aquele paciente,
diante da sua história e do aqui e agora do
processo diagnóstico.
✕ Em termos de fenômeno contratransferencial,
o psicólogo pode ficar dependente do afeto do
paciente, deixando-se envolver por elogios,
presentes, propostas de ajuda; pode facilitar ou
não horários; pode exibir conhecimento e
pavonear-se; ou pode proteger o paciente
contra os seus sentimentos agressivos.
✕ O psicólogo pode se ver tentado a prolongar o
vínculo além do que é necessário, ou a competir
com o paciente, ou ainda, a conduzir a tarefa
como se o fizesse consigo próprio.
✕ É fundamental que o psicólogo esteja sempre
alerta à contratransferência, no sentido de
percebê-la e entendê-la como um fenômeno
normal, buscando dar-se conta de seus
sentimentos, não permitindo que eles atuem no
processo psicodiagnóstico.
✕ Por outro lado, os sentimentos
contratransferenciais podem ser considerados
adequados na medida em que possibilitam que
o psicólogo perceba o inconsciente do paciente.
Outro aspecto importante a ser considerado no
psicodiagnóstico é a percepção que o paciente
tem dos objetivos da avaliação e de como ela
vai transcorrendo.
✕ O psicólogo deve estar atento às manifestações
ocultas e aparentes de como o paciente está se
sentindo e está se percebendo ao longo da tarefa.
Assim, também é imprescindível investigar a
motivação do paciente em termos de
conhecimentos e de atitudes.
✕ Com relação ao psicólogo, os mesmos autores
fazem comentários sobre a atitude de estímulo,
apoio, encorajamento, bem como sobre a atitude
distante na produção do paciente à testagem.
✕ A propósito, citam um estudo americano, que
objetivou avaliar a influência do rapport
positivo e negativo na produtividade de
respostas ao Rorschach, bem como avaliar
características de personalidade do psicólogo
intervenientes nessa testagem.
✕ Os resultados apontaram para o fato de que a
personalidade dos psicólogos exerce maior
influência do que o clima emocional da
situação de teste. Os índices mais produtivos
no Rorschach foram associados à forma
positiva com que foi administrado o teste
(psicólogo afável e compreensivo), e os índices
mais comprometidos e menos sadios foram
associados à administração negativa
(psicólogodistante e autoritário).
✕ À forma de administração chamada neutra
(psicólogo “cortês, mas metódico”)
corresponderam índices intermediários entre
elevada e baixa produtividade.
✕ O psicólogo se sente ansioso ante os inúmeros
dados que emergem durante o exame psicológico.
Em função dessa ansiedade, podem ocorrer erros
na formulação diagnóstica, visto que, de forma
onipotente, pode considerar as “impressões
iniciais” com amplitude inadequada. Portanto, é
fundamental para o psicólogo o conhecimento de
si próprio, devendo estar alerta para o movimento
dos processos inconscientes, não deixando de
lado, em nenhum momento, a sua dimensão única
como pessoa. Definição de problemas e
necessidades do psicólogo.
✕ Na tarefa de psicodiagnóstico, o psicólogo sofre
pressões do paciente, do grupo familiar, do
ambiente, de quem encaminhou o paciente e
dele próprio. O paciente quer ser ajudado e
quer respostas.
✕ O meio ambiente, ou seja, o local de trabalho
do psicólogo, os colegas, as chefias, muitas
vezes, bem como uma equipe multiprofissional
ou não, conforme o caso, também exercem
suas pressões sobre a condução do caso,
planificação e manejos finais. Num trabalho em
equipe formalizado, ou mesmo entre a própria
classe dos psicólogos, os aspectos
competitivos e invejosos são intensamente
mobilizados.
✕ A situação de psicodiagnóstico torna-se
importante em termos de afirmação e
valorização da tarefa do psicólogo. A percepção
do ambiente sobre o seu trabalho é uma das
pressões exercidas sobre ele.
✕ Por outro lado, a sua própria percepção de
como exerce e maneja sua tarefa também é um
fator de pressão sobre a sua auto-imagem. A
pessoa que efetuou o encaminhamento
aguarda respostas específicas, as quais a
auxiliarão no seu atendimento e/ou reforçarão
ou não a confiança no papel do psicólogo.
✕ O psicólogo necessita obter dados que possam ser
por ele empregados, no sentido de respostas, bem
como precisa que esses fatos sejam úteis para a
atribuição de escores na testagem.
✕ O psicólogo espera que o paciente colabore, seja
franco, forneça todos os dados necessários e seja
“comportado”, mantendo-se no seu papel. Essa
exigência é fantasiosa e decorre da onipotência e
arrogância do psicólogo, assim como do desejo de
satisfazer as suas necessidades internas e externas.
✕ Ele pode ter dificuldades em reconhecer
percepções, quer por falta de clareza, quer
pelos dados serem muito precários. Pode
recorrer à capacidade de representação, como
uma forma complementar, até que imagens
mais claras tenham se estabelecido. Em
inúmeras situações, o psicólogo é driblado por
sua própria expectativa.
✕ Não raro se depara com estudantes e
profissionais da psicologia frustrados, porque o
seu paciente não forneceu os dados que eles
precisavam nem correspondeu ao que eles
esperavam do paciente.
✕ Caso o paciente se mostre resistente, através de
condutas negativistas, evasivas, ou, ao contrário,
provocadoras, com excessiva loquacidade, o
psicólogo pode experienciar sentimentos de raiva
e intolerância, os quais, se não detectados e
conscientizados, podem interferir gravemente ou
até invalidar o processo avaliativo. Afinal, consiste
em sabedoria para
✕ o psicólogo compreender e aceitar que a psique se
revela, ao mesmo tempo que se esconde e, ao
esconder-se, dá-se a revelação .
ENTREVISTA LÚDICA
✕ Aberastury evidenciou o valor do diagnostico
✕ da entrevista lúdica.
 Não há necessidade de uma caixa para cada
criança.
 Ao final o terapeuta deverá guardar junto com a
criança todo o material utilizado, que ficará
fechada. (acesso só a criança e o terapeuta)
✕ Essa caixa se transforma no símbolo ao sigilo
entre terapeuta e paciente.
✕ Nessa entrevista não se deve interpretar. Falta
ainda informações sobre a criança, se será
tratada ou não.
✕ Essa hora diagnóstica tem um hora para
começar, uma dinâmica e uma hora para
terminar.
A ENTREVISTA
✕ 1. Oferecer a criança a oportunidade de brincar
livremente.
✕ 2. Estabelecer o vínculo transferencial
✕ 3. Nos brinquedos oferecidos a criança
deposita parte dos sentimentos dos vínculos
com objetos de seu mundo interno.
✕ 4. Muito fenômenos poderão ser observados no
brincar da criança.
✕ A criança projetará suas questões tanto nos
acontecimentos do jogo quanto na maneira
como usa os materiais e brinquedos.
✕ As crianças agem, falam e brincam de acordo
com suas possibilidades maturativas,
emocionais, cognitivas e de socialização, e é
pela ação (ativa ou passiva) que elas exprimem
suas possibilidades descobrindo-se a si mesma
e revelando-se aos outros
✕ Brincar, não brincar, falar ou não falar, romper
o enquadramento – o psicólogo faça um
assinalamento para ajudá-las a lidar com a
angústia.
✕ A atuação do psicólogo é passivo, como um
observador e ativo na medida em que fica
atento na compreensão e formulando
hipóteses sobre a problemática do entrevistado
✕ Dependendo de cada situação o psicólogo
pode participar de alguma brincadeira ou
poderá desempenhar determinado papel. Caso
seja o desejo da criança.
✕
A SALA
✕ 1. Fácil de limpar;
✕ 2. Ampla;
✕ 3. banheiro;
✕ 4. acesso a água;
O MATERIAL
✕ 1. Sem ordem aparente;
✕ 2. Em caixas ou armários;
✕ 3. Sempre com portar ou tampas abertas;
✕ 4. Deve ser conveniente para atender crianças
de diferentes idade, sexo e interesses;
✕
OS BRINQUEDOS
✕ Papel, lápis preto e colorido, canetinha,
borracha, apontador, régua, cola, fita adesiva,
corda, tesoura, massa de modelar, argila, tinta,
pinceis, bonecos, marionetes, família de
bonecos, casa de bonecos, família de animais
selvagens e domésticos, blocos de construções,
carros, caminhões, aviões, bola, armas de
brinquedos, soldados, super-heróis, cowboys e
índios, equipamento de cozinha
✕ Equipamentos de enfermagem e de
ferramentas, quebra-cabeças, telefone, panos,
jogos de competição e quadro branco.
INTERPRETAÇÃO
✕ Tarefa difícil. Requer leitura, supervisão e
terapia.
✕ Uma boa interpretação permite:
✕ A) identificação do conflito;
✕ B) conhecer seus mecanismo de defesa e
ansiedades;
✕ C) avalia o tipo de rapport que a criança pode
estabelecer.
✕ D) verifica-se as fantasias de doença e cura.
PSICODINÂMICA
✕ A escolha de brinquedos está relacionada com
o momento evolutivo emocional e intelectual.
✕ Os brinquedos e jogos são analisados do ponto
de vista evolutivo. Registra-se cada
manifestação da conduta lúdica, classificado-
as conforme as idades dentro de alguns dos
referenciais da psicologia do desenvolvimento.
✕ Deve-se comparar com as fase evolutivas da
psicanálise. O que proporcionará uma visão
abrangente do desenvolvimento da criança.
✕ Devemos reparar essa modalidade:
✕ Plasticidade,
✕ Rigidez,
✕ Estereotipia,
✕ Perseveração.
PLASTICIDADE
✕ Expressa suas fantasias através de brincadeiras
organizadas com sequência lógica, usando
brinquedos ou objetos que podem modificar
suas funções de acordo com a necessidade de
expressão. Mostrando a variedade de recursos
egóicos e uma significativa riqueza interna,
sem recorrer a mecanismos de controle
excessivos.
RIGIDEZ
✕ Quando a criança fixa certos comportamentos
ou ações de forma rígida para expressar a
mesma fantasia mostra grande dificuldade
para aproveitar e modificar os atributos dos
brinquedos e um ego pobre em recursos frente
a ansiedade, resultando em escolha de
brinquedos e jogos monótonos e pouco
criativos.
ESTERIOTIPIA E RIGIDEZ
✕ São as mais patológicas do funcionamento egóico, típica de
crianças psicótica,

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