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UEPG Fitormônios: etileno Etileno – histórico da descoberta Etileno – hidrocarboneto insaturado gasoso volátil – molécula orgânica mais simples (C2H4) com atividade biológica; Efeito do etileno nas plantas – conhecido bem antes da descoberta da auxina – começo do século XIX – ruas das cidades eram iluminadas com lâmpadas que queimavam gás; Alemanha – vazamento de gás dos postes de iluminação – causava desfolhação de árvores plantadas ao longo das avenidas; Etileno – histórico da descoberta Estímulos a biossíntese ou a exposição das plantas a concentrações biologicamente eficazes desse gás são empregados até hoje; Exemplo: incisões em frutos de figo para estimular seu amadurecimento – data do início da civilização egípcia; Açores (1893) – fumaça produzida pela queima de serragens de madeira provocava floração em plantas de abacaxi; Fahnestock (1858) – gás de iluminação havia danificado coleção de plantas mantidas em casa de vegetação – causando a senescência e abscisão das folhas; Etileno – histórico da descoberta 1864 – danos em árvores próximos a vazamento desse gás – relatados por Girardin; 1901 – Dimitry Neljubov demonstrou que etileno – componente ativo no gás de iluminação; Dimitry Neljubov – tratamento de plântulas de ervilha com o gás de iluminação provocava crescimento horizontal nos caules; Etileno – histórico da descoberta Testaram todos os componentes do gás de iluminação individualmente – todos inativos – exceto o etileno; Conclusão da descobertas de Neljubov: etileno – tem influência no desenvolvimento vegetal; 1901 – Dimitry Neljubov demonstrou que etileno – componente ativo no gás de iluminação; Etileno – histórico da descoberta 1910 - Cousins – primeira indicação que etileno como produto natural dos tecidos vegetais; Cousins – sugeriu ao Governo da Jamaica – amadurecimento prematuro de bananas poderia ser evitado se não fossem armazenadas com laranjas; 1935 – cientista inglês – provas químicas que etileno produzido por plantas; 1936 – Crozier, Hitchcok e Zimmerman – sugerem que etileno – regulador endógeno de crescimento e considerado o hormônio do amadurecimento de frutos; Etileno – histórico da descoberta “A partir da metade da década de 30 até final dos anos 50 – devido a inexistência de técnicas precisas de análise de gás – etileno deixou de ser estudado”; 1959 – Burg, Stolwijk, Huelin e Kennett – demonstraram a potencialidade da cromatografia gasosa como técnica analítica para sua quantificação – possibilitou inúmeros trabalhos com etileno; Atualmente existem várias técnicas de estudos com o etileno, mesmo quando em teores baixos; Etileno – ocorrência Atmosfera normal não poluída – concentração baixa – 0,001 a 0,005 µl-1 (1 a 5 moléculas por milionésimo parte do microlitro de gás) (1µl = microlitro); “Plantas não produzem etileno suficiente para alterar os níveis no ambiente ao seu redor”; Locais fechados – etileno pode ser acumulado em maiores concentrações – produzindo efeitos fisiológicos nas plantas; “Em ambiente urbano – nível de etileno – geralmente 10 a 100 vezes maior que no campo”; Fonte: automóveis, fogo e a indústria; Etileno – ocorrência Produtores de etileno: bactérias, fungos, algas, musgos e plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas); Bactérias produzem etileno – papel fisiológico desconhecido nas bactérias; Pseudomonas solanacearum – bactéria responsável pela produção de etileno que causa o amadurecimento prematuro de bananas; Etileno – ocorrência Grande quantidade de fungos (Penicillium digitatum, P. cyclopium, P. velutinum, Aspergillus clavatus, A. flavus) e outros – produzem etileno – função desconhecida; Algas Chlorella e Acetabularia mediterranea produzem etileno; Etileno – tecidos produtores Todas parte das plantas produzem etileno – taxa de produção depende do tecido e estágio de desenvolvimento; Tecido: tecidos meristemáticos – produção elevada desse gás; Estágio de desenvolvimento : maior produção durante abscisão de folhas, senescência de flores e amadurecimento de frutos; Germinação de sementes: aumento da taxa de etileno durante a saída (protrusão) da radícula e desenvolvimento da plântula; Etileno – tecidos produtores Frutos climatéricos: elevada produção de etileno – durante o amadurecimento (maçã, banana, tomate, abacate e manga); Frutos não-climatéricos: baixa produção de etileno – durante o amadurecimento (laranja, limão e uva); Plantas submetidas a estresses físicos ou biológicos (alagamento, doenças, períodos de seca, temperaturas inadequadas): aumento da produção do etileno Etileno – estrutura química Composto simétrico com dois carbonos, uma dupla ligação e 4 hidrogênios; peso molecular = 28; densidade relativa no ar de 0,978; inflamável, incolor, odor adocicado similar ao éter; Etileno – biossíntese Biossíntese para plantas vasculares razoavelmente estabelecida. Biossíntese para organismos avasculares ainda desconhecida. Etileno – biossíntese Adams e Yang (1979 ) elucidaram via biossintética do etileno; Metionina – aminoácido precursor do etileno; Etileno – biossíntese A reação catalisada pela sintase do ACC. Etileno – biossíntese A enzima ACC sintase – responsável pela formação do composto ACC (ácido 1- amino ciclo propano-1-carboxílico) precursor do etileno; Conversão do ACC – precursor do etileno – a etileno realizado pela enzima oxidativa – ACC oxidase; Etileno – transporte Transporte independe dos tecidos vasculares e de outras células – ocorre por difusão – movimentando-se facilmente entre os tecidos; Difunde-se através dos espaços intercelulares – podendo ser perdido para o ambiente; Devido afinidade com lipídios – etileno se difunde com relativa facilidade através da casca de alguns frutos (maçã - presença de cera); Fatores bióticos e abióticos na produção do etileno – ferimentos mecânicos Destacamento e fragmentação de órgãos e incisão síntese de etileno é aumentada; Produção de etileno depende da intensidade do ferimento; Fatores bióticos e abióticos na produção do etileno – infecção por patógeno “Infecção por vírus, bactérias e fungos causa o amarelecimento e abscisão das folhas devido o aumento de teor de etileno”; Conclusão: compostos químicos, ferimentos mecânicos e infecções por patógenos aumentam o teor de etileno; CEPA, Ethepon ou Ethrel Etileno – hormônio gasoso – aplicação difícil de ser realizada no campo; Usa-se o ácido 2-cloroetilfosfônico ou CEPA, também conhecido como Ethephon ou Ethrel; O Ethrel (descoberto – 1960) quando misturado em água e absorvida pela planta – transportada para os tecidos vegetais – libera etileno em pH fisiológico; CEPA, Ethepon ou Ethrel Solução aquosa de Ethrel – facilmente pulverizada nas plantas – absorvida e transportada pelos tecidos vegetais – eficiente mecanismo de aplicação de etileno; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Frutos – exclusividades das angiospermas – relacionados com a dispersão e proteção das sementes; Combinação atrativa de coloração, aroma e sabor – dispersão das sementes de frutos carnosos por animais; Frutos secos – dispersos pelo vento, água e animais (carrapicho e picões); Funções do etileno: amadurecimento de frutos Frutos secos deiscentes – liberam sementes – rupturas originadas do ressecamento e tensões diferenciadas das paredes do pericarpo; Amadurecimento de frutos – mudanças no fruto que o tornam pronto para ser consumido; Amadurecimento de frutos carnosos – processo complexo geneticamente programado; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Mudanças acentuadas na coloração, textura, sabor e aroma; Amolecimento do fruto – devido quebra enzimática das paredes celulares; Ocorre: hidrólise do amido – acúmulo de açúcares e desaparecimento de ácidos orgânicos e de compostos fenólicos, incluindo os taninos; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Perspectiva da planta: amadurecimento do fruto indica queas sementes estão prontas para serem dispersas; Por muito tempo – etileno conhecido como hormônio que acelera amadurecimento de frutos – porém nem todos respondem a esse gás; Frutos carnosos divididos em dois grandes grupos com relação aos mecanismos de amadurecimento: climatéricos e não-climatéricos; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Frutos não-climatéricos: caracterizam-se durante o amadurecimento por baixa taxa respiratória e baixa produção de etileno; Exemplos: pimenta doce, cereja, citro, abacaxi, morango e uva; Frutos climatéricos: caracterizam-se durante o amadurecimento por intensa e rápida produção de etileno – acompanhada por aumento na taxa respiratória; Frutos climatéricos: banana, tomate, abacate, maçã, pêssego, pera, azeitona, ameixa, figo, manga, caqui, fruta-do-conde e graviola; Amadurecimento dos frutos climatéricos Frutos climatéricos conseguem amadurecer fora do pé – alguns como pera e abacate – somente amadurecem fora do pé; Nos frutos climatéricos ocorre a produção de etileno (hormônio vegetal) acelerando o amadurecimento (hidrólise do amido, síntese de pigmentos) e a senescência; Frutos não climatéricos, depois de colhidos, diminuem sua respiração de maneira contínua até a sua morte, Frutos não climatéricos mesmo adicionando-se etileno, não acelera o amadurecimento; Exemplos de frutos não climatéricos: laranja, uva ,tangerina, berinjela, pimenta, alface, cereja, couve-flor, o pepino, limão e o abacaxi. Amadurecimento de frutos não climatéricos ainda pouco compreendido; Amadurecimento dos frutos não climatérios Frutos não climatéricos não possuem a capacidade de amadurecer depois da colheita, não ficam mais doces ou melhoram o sabor; Alguns podem até ficar mais moles e mudar de cor, mas se forem colhidos azedos ou pouco doce vão até o fim assim; Frutos não climatério: têm de ser colhidos, comprados e comercializados numa doçura ideal para o consumo; Amadurecimento dos frutos não climatérios Se forem colhidos verdes e azedos vão estragar azedos – consumidor vai rejeitá-lo; Recebem da planta mãe – apenas açúcares simples – não conseguem transformar estes açúcares simples em amido e armazená-lo; “Produtos não-climatéricos devem ser deixados na planta até atingirem seu ponto ótimo de amadurecimento – para serem depois colhidos”; Amadurecimento dos frutos não climatérios Funções do etileno: amadurecimento de frutos Maior comprovação do envolvimento do etileno no amadurecimento de frutos climatéricos – trabalhos com plantas transgênicas de tomate (Lycopersicum esculentum); Importância do etileno no amadurecimento de frutos climatéricos – evidenciado por meio da aplicação do etileno, do Ethrel ou seus inibidores da síntese como o AVG; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Esses tomates transgênicos tem inibição da expressão gênica codificadora da síntese do precursor do etileno através de seus respectivos RNAm; “Esses frutos tem capacidade reduzida de produção de etileno e atraso no amadurecimento – podem ser estocados por períodos mais longos”; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Inibidores da síntese do etileno como AVG ou inibidores da ação do etileno como CO2 ou compostos com o íon Ag+ - evitam o amadurecimento; Demonstração definitiva sobre necessidade do etileno para o amadurecimento – fornecida por experimentos com tomates transgênicos; Nesses tomates transgênicos a biossíntese desse hormônio foi bloqueada pela expressão da ACC sintase ou da ACC oxidase; Funções do etileno: amadurecimento de frutos Eliminação da biossíntese do etileno nesses tomateiros bloqueia completamente o amadurecimento dos frutos; Aplicação de etileno exógeno restaura o amadurecimento nesses frutos transgênicos; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Plantas superiores – durante desenvolvimento – liberam flores, folhas e frutos – processo denominado de abscisão; Geralmente abscisão relacionado com frutos maduros e órgãos senescentes e danificados; Abscisão ocorre na camada ou zona de abscisão localizada entre órgão e o corpo da planta; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Abscisão controlada por interação do etileno e auxina; Etileno estimula a abscisão e a auxina reduz a sensibilidade das células da zona de abscisão ao etileno; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Conclusão: auxina previne ou retarda a abscisão; Uso comercial: tratamento com auxina previne queda dos frutos de citros antes da colheita; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Órgãos jovens – geralmente não respondem ao etileno; Efeito do etileno pode ser revertido pela aplicação de substâncias inibitórias da sua síntese ou de sua ação; Estudos indicam – efeito da auxina sobre a abscisão depende da concentração desse hormônio; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Experimentos onde são retirados os limbos das folhas mostram que os pecíolos logo caem; Aplicação de pasta de lanolina contendo concentrações baixas de auxina isso é retardado; Tratamento com doses elevadas de auxina geralmente tem efeito oposto – contribui com a abscisão – exemplo: agente laranja (2,4,5 T) usado na guerra do Vietnã; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Ação do etileno na abscisão: ativa enzimas (celulase e poligalacturonase) que causam a dissolução da parede celular dos tecidos que sofrem esse fenômeno; “Etileno usado comercialmente para promover o destacamento de frutos de cerejas, amoras, uvas e framboesa – possibilitando a colheita mecânica”; Usado também como agente de raleio de frutos em pomares de ameixas e pêssegos; Abscisão foliar Abscisão é a queda das folhas, ocorre devido a diminuição do nível de auxina no limbo foliar; Auxina inibe a abscisão foliar; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos A abscisão ocorre, na maioria dos casos, numa camada de células anatomicamente distinta denominada de zona de abscisão. Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos As células da zona de abscisão são relativamente pequenas. Nessa condição, a folha mantém-se ligada á planta devido a um gradiente de auxinas que flui do limbo em direção ao caule, tornando as células dessa camada pouco sensível ao etileno. Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos A diminuição do gradiente de auxina está associada a maturidade foliar, estresse ou ABA, que eleva substancialmente a sensibilidade dessas células ao etileno, de forma que mesmo um pequeno aumento deste último é suficiente para estimular a formação de enzimas como as celulases, que hidrolisam a parede celular, causando a ruptura. Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Podemos dividir o fenômeno da abscisão em três fases: 1º Fase da manutenção foliar: Alta concentração de auxina reduz a sensibilidade da camada de abscisão ao etileno; 2ª Fase da indução da abscisão Níveis de auxina diminuem e de etileno aumentam. Aumenta a sensibilidade das células da camada de abscisão ao etileno; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos 3º Fase de abscisão: Ocorre indução de genes que codificam enzimas hidrolíticas da parede celular (celulase e poligalacturonase) - formação da camada de abscisão e queda das folhas; Podemos dividir o fenômeno da abscisão em três fases: Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Vimos que abscisão depende da ativação de genes que codificam enzimas hidrolíticas das paredes celulares; Em tomates foram detectados sete genes (cel 1 a cel 7) envolvidos na formação das enzimas como a celulase e a beta-1,4 glucanase; Funções do etileno: abscisão de folhas, flores e frutos Poligalacturonase ou pectinase também relacionada com a abscisão de folhas, frutos e flores; Etileno responsável pelo estímulo da expressão genética dessas enzimas; Outros hormônios Além dos hormônios vegetais clássicos – auxinas, citocininas,giberelinas, etileno e ABA; Outros compostos podem afetar o crescimento e desenvolvimento vegetal – ainda há dúvidas quanto à classificação dessas substâncias como hormônios vegetais; Substâncias como: brassinoesteróides, poliaminas, ácido jasmônico e o ácido salicílico; 50 UEPG Fitormônios: etileno
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