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DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 SEMANA 1 Zé Pequeno, 19 anos de idade, morador de um pequeno vilarejo no interior do país, foi denunciado pela prática da conduta descrita no art. 217-A do CP por manter relações sexuais com sua namorada Josefa, menina com 13 anos de idade. A denúncia foi baseada nos relatos prestados pela mãe da vítima, que, revoltada quando descobriu a situação, noticiou o fato à delegacia de polícia local. Zé Pequeno foi processado e condenado sem que tivesse constituído advogado. Á luz do sistema acusatório diga quais são os direitos de Zé Pequeno durante o processo penal, mencionando ainda as características do nosso sistema processual. A luz do sistema acusatório, Zé Pequeno possui direito ao contraditório e a ampla defesa, assim como à defesa técnica, logo o réu deveria ter sido assistido por um advogado ou defensor público durante todo o curso da ação. Nesse sistema há a divisão entre acusador, defensor e julgador. Numa ação penal quem acusa é o Ministério Público, se a ação for pública, ou o ofendido ou seu representante legal, se a ação for privada; quem defende o réu é um advogado ou um defensor público e quem julga, de forma imparcial, é o juiz. De acordo com o contido no Curso de Direito Processual Penal, Nestor Távora, 2016, pág. 14, a doutrina costuma discorrer sobre três características do direito processual penal, sendo elas: 1. Autonomia: o direito processual não é submisso ao direito material, isto porque tem princípios e regras próprias e especializantes. 2. Instrumentalidade: é o meio para fazer atuar o direito material penal, consubstanciando o caminho a ser seguido para a obtenção de um provimento jurisdicional válido. 3. Normatividade: é uma disciplina normativa, de caráter dogmático, inclusive com codificação própria (Código de Processo Penal: Dec-Lei nº 3.689/41). 2-(OAB/EXAME UNIFICADO 2010.1) Carlos, empresário reconhecidamente bem sucedido, foi denunciado por crime contra a ordem tributária. No curso da ação penal, seu advogado constituído renunciou ao mandato procuratório. Devidamente intimado para constituir novo advogado, Carlos não o fez, tendo o juiz nomeado defensor dativo para patrocinar sua defesa. Nessa hipótese, de acordo com o que dispõe o CPP, Carlos: a) será obrigado, por não ser pobre, a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. b) será obrigado, por não ser pobre, a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo próprio defensor. c) será obrigado, por não ser pobre, a pagar os honorários do defensor dativo, os quais deverão ser postulados em ação própria no juízo cível da comarca onde tenha tramitado a ação penal. d) estará desobrigado do pagamento dos honorários advocatícios, visto que é incabível o arbitramento de honorários ao defensor dativo, ainda que o réu não seja pobre. 3- Com referência às características do sistema acusatório, assinale a opção correta. a- O sistema de provas adotado é o do livre convencimento. b- As funções de acusar, defender e julgar concentram-se nas mãos de uma única pessoa. c- O processo é regido pelo sigilo. d- Não há contraditório nem ampla defesa. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040Título SEMANA 2Descrição CASO 1 Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físico-psicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado “Chumbinho”, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente “Chumbinho” como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes. O Estado, para satisfazer a sua pretensão punitiva, só poderá se valer de provas produzidas por meios lícitos. A Constituição Federal em seu art. 5º, LVI, proíbe a utilização de provas obtidas por meios ilícitos para a elucidação de crimes. Tal enunciado tem base no princípio da dignidade da pessoa humana que surge com o propósito de evitar abusos do Estado na vida do cidadão. Essa proibição é um direito fundamental que decorre do princípio do devido processo legal, art. 5º, LIV, CF, entendido como devida persecução legal/penal; é o princípio que rege todo o processo penal brasileiro, levando o Estado, na sua busca pela punição daqueles que violaram alguma lei penal, repeitar os procedimentos que garantem a dignidade humana. No caso em tela deve ser acatado o pedido de habeas corpus impetrado pelo advogado, pois as provas de autoria foram obtidas por meio de confissão mediante tortura, que é uma prova conseguida pela prática de um crime, situação vedada tanto pela CF quanto pelo CPP em seu art. 157. 2- Esse princípio refere-se aos fatos, já que implica ser ônus da acusação demonstrar a ocorrência do delito e demonstrar que o acusado é, efetivamente, autor do fato delituoso. Portanto, não é princípio absoluto. Também decorre desse princípio a excepcionalidade de qualquer modalidade de prisão processual. (...) Assim, a decretação da prisão sem a prova cabal da culpa somente será exigível quando estiverem presentes elementos que justifiquem a necessidade da prisão. Edilson Mougenot Bonfim. Curso de Processo Penal. O princípio específico de que trata o texto é o da(o): a- Livre convencimento motivado. b- Inocência. c- Contraditório e ampla defesa. d- Devido processo legal. 3- Relativamente ao princípio de vedação de autoincriminação, analise as afirmativas a seguir: I – O direito ao silêncio aplica-se a qualquer pessoa (acusado, indiciado, testemunha, etc.), diante de qualquer indagação por autoridade pública de cuja resposta possa advir imputação da prática de crime ao declarante. II – O indiciado em inquérito policial ou acusado em processo criminal pode ser instado pela autoridade a fornecer padrões vocais para realização de perícia sob pena de responder por crime de desobediência. III – O acusado em processo criminal tem o direito de permanecer em silêncio, sendo certo que o silêncio não importará em confissão, mas poderá ser valorado pelo juiz de forma desfavorável ao réu. IV – O Supremo Tribunal Federal já pacificou o entendimento de que não é lícito ao juiz aumentar a pena do condenado utilizado como justificativa o fato do réu ter mentido em juízo. Assinale: a- Se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas. b- Se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas. c- Se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas. d- Se apenas as afirmativas I, II e IV estiverem corretas. e- Se todas as afirmativas estiverem corretas. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 3 Descrição CASO 01: Um transeunte anônimo liga para a circunscricional local e diz ter ocorrido um crime de homicídio e que o autor do crime é Paraibinha, conhecido no local. A simples delatio deu ensejo à instauração de inquérito policial. Pergunta-se: é possível instaurar inquérito policial, seguindo denúncia anônima? Responda, orientando-se na doutrina e jurisprudência. Sim, é possível, pois a 2ª turma do STF entendeu que a denúncia anônima, quandofonte única de uma denúncia, não é suficiente para instaurar ação penal. Mas, uma vez confirmados os fatos denunciados, é como se a denúncia anônima não mais existisse. A decisão foi tomada pelo colegiado no julgamento do Habeas Corpus (HC) 106664, relatado pelo ministro Celso de Mello. Vasta jurisprudência a respeito encontra-se no Informativo 565 do STF. 2- Tendo em vista o enunciado da súmula vinculante n. 14 do Supremo Tribunal Federal, quanto ao sigilo do inquérito policial, é correto afirmar que a autoridade policial poderá negar ao advogado: a) a vista dos autos, sempre que entender pertinente. b) a vista dos autos, somente quando o suspeito tiver sido indiciado formalmente. c) do indiciado que esteja atuando com procuração o acesso aos depoimentos prestados pelas vítimas, se entender pertinente. d) o acesso aos elementos de prova que ainda não tenham sido documentados no procedimento investigatório. 3- Em um processo em que se apura a prática dos delitos de supressão de tributo e evasão de divisas, o Juiz Federal da 4ª Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedição de carta rogatória para os Estados Unidos da América, a fim de que seja interrogado o réu Mário. Em cumprimento à carta, o tribunal americano realiza o interrogatório do réu e devolve o procedimento à Justiça Brasileira, a 4ª Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mário, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que não foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o réu. Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espaço, a alegação do advogado está correta? a) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do território nacional. b) Não, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional. c) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer território. d) Não, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no território nacional. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 4 Descrição CASO 1 Joaquim e Severino, por volta de 13h de determinado dia de semana, ingressam em um ônibus e assaltam os passageiros, para logo adiante descer em fuga. Podem ser presos em flagrante 1 hora depois, 10 horas depois, 30 horas depois? Sim, a prisão em flagrante não precisa necessariamente ser efetuada no momento da execução do crime ou logo após a sua consumação, ela também é caracterizada nos preceitos do art. 302, incisos III e IV c/c com o art. 290, §1º, alíneas a e b, todos do CPP, ou seja; quando, após consumado o crime, o autor do delito é perseguido com ou sem interrupção, ou mesmo quando ele é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. 2- Com relação ao inquérito policial, assinale a opção correta. A- É indispensável a assistência de advogado ao indiciado, devendo ser observadas as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. B- A instauração de inquérito policial é dispensável caso a acusação possua elementos suficientes para a propositura da ação penal. C- Trata-se de procedimento escrito, inquisitivo, sigiloso, informativo e disponível. D- A interceptação telefônica poderá ser determinada pela autoridade policial, no curso da investigação, de forma motivada e observados os requisitos legais. 3-Leia o registro que se segue. Mévio, motorista de táxi, dirigia seu auto por via estreita, que impedia ultrapassagem de autos. Túlio, septuagenário, seguia com seu veículo à frente do de Mévio, em baixíssima velocidade, causando enorme congestionamento na via. Quando Túlio parou em semáforo, Mévio desceu de seu táxi e passou a desferir chutes e socos contra a lataria do auto de Túlio, danificando-a. Policiais se acercaram do local e detiveram Mévio, que foi conduzido à Delegacia de Polícia. Lá, o Delegado entendeu que o crime era de dano, com pena de detenção de 01 a 06 meses ou multa. Iniciou a lavratura do Termo Circunstanciado, previsto na Lei n.º 9.099/95. Ao finalizá-lo, entregou a Mévio para que assinasse o Termo de Comparecimento ao Juizado Especial Criminal, o que foi por ele recusado. Indique o procedimento a ser adotado. a- Registro apenas em Boletim de Ocorrência para futuras providências. b- Considerando que ocorrera prisão em flagrante, ante a não assinatura do Termo de Comparecimento ao JECRIM, deve o Delegado de Polícia lavrar auto de prisão em flagrante, fixando fiança. c- Deve o Delegado lavrar o auto de prisão em flagrante e permitir que Mévio se livre solto. d- O Termo Circunstanciado deve ser remetido ao Juízo, mesmo que Mévio não tenha assinado o Termo de Comparecimento, para que o Magistrado, ouvido o Ministério Público, tome as providências que julgar cabíveis, podendo até decretar eventual prisão temporária. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 5 Descrição CASO 1 João e José são indiciados em IP pela prática do crime de peculato. Concluído o IP e remetidos ao MP, este vem oferecer denúncia em face de João, silenciando quanto à José, que é recebida pelo juiz na forma em que foi proposta. Pergunta-se: Trata-se a hipótese de arquivamento implícito? Aplica-se a Súmula 524 do STF? A aplicação da Súmula 524 do STF não é cabível, visto que o arquivamento implícito não foi concebido pelo ordenamento jurídico brasileiro, no caso em tela, nada impede que o parquet, no andamento da ação penal, adite a exordial acusatória incluindo José na denúncia no momento em que se verificar suficientes indícios de autoria deste. O aditamento pode ser feito a qualquer tempo, desde que ocorra anterior a prolação da sentença final. Para a existência do arquivamento este deve ser requerido pelo MP ao juiz de forma fundamentada, conforme o art. 28 do CPP. Jurisprudência do STJ: “O silêncio do MP em relação a acusados cujos nomes só aparecem depois em aditamento à denúncia, não implica arquivamento quanto a eles. Só se considera arquivado o processo com o despacho da autoridade judiciária. (RT 691/360). STF, HC 92663/GO). 2- Na cidade “A”, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá: a) arquivar os autos. b) oferecer denúncia. c) determinar a baixa dos autos. d) requerer o arquivamento. 3- A autoridade policial, ao chegar no local de trabalho como de costume, lê o noticiário dos principais jornais em circulação naquela circunscrição. Dessa forma, tomou conhecimento, através de uma das reportagens, que o indivíduo conhecido como “José da Carroça”, mais tarde identificado como José de Oliveira, teria praticado um delito de latrocínio. Diante da notícia da ocorrência de tão grave crime, instaurou o regular inquérito policial, passando a investigar o fato. Após reunir inúmeras provas, concluiu que não houve crime. Nesse caso, deverá a autoridade policial: A) determinar o arquivamento dos autos por falta de justa causa para a propositura da ação. B) encaminhar os autos ao Ministério Público para que este determine o seu arquivamento. C) relatar o inquérito policial, sugerindoao Ministério Público seu arquivamento, o que será apreciado pelo juiz. D) relatar o fato a Chefe de Polícia, solicitando autorização para arquivar os autos por ausência de justa causa para a ação penal. E) relatar o inquérito policial, requerendo o seu arquivamento e encaminhando-o ao juízo competente. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 6 Descrição CASO 01: João, operário da construção civil, agride sua mulher, Maria, causando-lhe lesão grave. Instaurado inquérito policial, este é concluído após 30 dias, contendo a prova da materialidade e da autoria, e remetido ao Ministério Público. Maria, então, procura o Promotor de Justiça e pede a este que não denuncie João, pois o casal já se reconciliou, a lesão já desapareceu e, principalmente, a condenação de João (que é reincidente) faria com que este perdesse o emprego, o que deixaria a própria vítima e seus oito filhos menores em situação dificílima, sem ter como prover sua subsistência. Diante de tais razões, pode o MP deixar de oferecer denúncia? A Sexta Turma do STJ concluiu que a violência doméstica contra a mulher constitui delito de ação penal pública incondicionada. Logo, a pretensão de Maria não pode ser acolhida, em razão do princípio da obrigatoriedade da ação penal pública, que, no caso, é incondicionada. 2-Paulo Ricardo, funcionário público federal, foi ofendido, em razão do exercício de suas funções, por Ana Maria. Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta no que concerne à legitimidade para a propositura da respectiva ação penal. a) Será concorrente a legitimidade de Paulo Ricardo, mediante queixa, e do MP, condicionada à representação do ofendido. b) Somente o MP terá legitimidade para a propositura da ação penal, mas, para tanto, será necessária a representação do ofendido ou a requisição do chefe imediato de Paulo Ricardo. c) A ação penal será pública incondicionada, considerando-se que a ofensa foi praticada propter officium e que há manifesto interesse público na persecução criminal. d) A ação penal será privada, do tipo personalíssima. 3- Maria, que tem 18 anos de idade, é universitária e reside com os pais, que a sustentam financeiramente, foi vítima de crime que é processado mediante ação penal pública condicionada à representação. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. A- Caso Maria venha a falecer, prescreverá o direito de representação se seus pais não requererem a nomeação de curador especial pelo juiz, no prazo legal. B- O representante legal de Maria também poderá mover a ação penal, visto que o direito de ação é concorrente em face da dependência financeira e inicia-se a partir da data em que o crime tenha sido consumado. C- Caso Maria deixe de exercer o direito de representação, a condição de procedibilidade da ação penal poderá ser satisfeita por meio de requisição do ministro da justiça. D- Caso Maria exerça seu direito à representação e o membro do MP não promova a ação penal no prazo legal, Maria poderá mover ação penal privada subsidiária da pública. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 7 Descrição CASO 01: Paula, com 16 anos de idade é injuriada e difamada por Estevão. Diante do exposto, pergunta-se: a) De quem é a legitimidade ad causam e ad processum para a propositura da queixa? A legitimidade ad causam, capacidade de ser parte, pertece a Paula, uma vez que ela foi a vítima dos crimes praticados por Estevão. Porém, como Paula é relativamente incapaz, precisará ser representada para poder exercer a legitimidade ad processum que é a capacidade para estar em juízo. Art. 30 do CPP. b) Caso Paula fosse casada, estaria dispensada a representação por parte do cônjuge ou do seu ascendente? Em caso positivo por quê? Em caso negativo quem seria seu representante legal? A emancipação por meio do casamento só produz efeitos na esfera civil; na esfera penal Paula necessita de representação legal para exercer a sua capacidade ad processum e sendo esta representação inviável, o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, como discorre o art. 33 do CPP. c) Se na data da ocorrência do fato Paula possuísse 18 anos a legitimidade para a propositura da ação seria concorrente ou exclusiva? Exclusiva, pois no art. 5º do CC a maioridade para a prática dos atos da vida civil se dá aos 18 anos. Apesar de no CPP em seu art. 34 constar que entre os 18 e os 21 anos ocorre a legitimidade concorrente, majoritariamente há o entendimento de que este artigo encontra-se tacitamente revogado. 2- Acerca da ação civil ex delicto, assinale a opção correta. a) A execução da sentença penal condenatória no juízo cível é ato personalíssimo do ofendido e não se estende aos seus herdeiros. b) Ao proferir sentença penal condenatória, o juiz fixará valor mínimo para a reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido. c) Segundo o CPP, a sentença absolutória no juízo criminal impede a propositura da ação civil para reparação de eventuais danos resultantes do fato, uma vez que seria contraditório absolver o agente na esfera criminal e processá-lo no âmbito cível. d) O despacho de arquivamento do inquérito policial e a decisão que julga extinta a punibilidade são causas impeditivas da propositura da ação civil. 3- Relativamente às regras sobre ação civil fixadas no Código de Processo Penal, assinale a alternativa correta. a) São fatos que impedem a propositura da ação civil: o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação, a decisão que julgar extinta a punibilidade e a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime. b) Sobrevindo a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil não poderá ser proposta em nenhuma hipótese. c) Transitada em julgado a sentença penal condenatória, a execução só poderá ser efetuada pelo valor fixado na mesma, não se admitindo, neste caso, a liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. d) Transitada em julgado a sentença penal condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 9 Descrição CASO 01: Aristodemo, juiz de direito, em comunhão de desígnios com seu secretário, no dia 20/05/2008, no município de Campinas/SP, pratica o delito descrito no art. 312 do CP, tendo restado consumado o delito. Diante do caso concreto, indaga-se: a) Qual o Juízo com competência para julgar o fato? A questão trata de competência por prerrogativa de função, por tratar-se de Juiz de direito, logo, este será processado e julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, supondo ser ele juiz estadual da comarca de Campinas/SP, de acordo com o art. 96, III da CRFB. Por conta da regra da conexão (unidades de processo e de julgamento), art. 78, III do CPP e por tratar-se de crime de peculato, o secretário será igualmente julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A Súmula 704 do STF esclarece o tema. b) Caso fosse crime doloso contra a vida, como ficaria a competência para o julgamento? No caso de crime doloso contra a vida, o juiz continuaria a ser julgado pelo TJSP, pelo fato da prerrogativa de função estabelecida na Constituição Federal em seu art. 96, III, se sobrepor a regra geral e também constitucional do tribunal do júri; porém o seu secretário iria a julgamento por júri popular, em obediência à regra geral estabelecida na CF em seu art. 5º, XXXVIII, d. 2- Tendo como referência a competência ratione personae, assinale a alternativa correta. a) Caio, vereadorde um determinado município, pratica um crime comum previsto na parte especial do Código Penal. Será, pois, julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas funções, uma vez que goza do foro por prerrogativa de função. b) Tício, juiz estadual, pratica um crime eleitoral. Por ter foro por prerrogativa de função, será julgado no Tribunal de Justiça do Estado onde exerce suas atividades. c) Mévio é governador do Distrito Federal e pratica um crime comum. Por uma questão de competência originária decorrente da prerrogativa de função, será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça. d) Terêncio é prefeito e pratica um crime comum, devendo ser julgado pelo Tribunal de Justiça do respectivo Estado. Segundo entendimento do STF, a situação não se alteraria se o crime praticado por Terêncio fosse um crime eleitoral. 3- Acerca da competência no âmbito do direito processual penal, assinale a opção correta. a) Caso um policial militar cometa, em uma mesma comarca, dois delitos conexos, um cujo processo e julgamento seja de competência da justiça estadual militar e o outro, da justiça comum estadual, haverá cisão processual. b) Os desembargadores dos tribunais de justiça dos estados e dos tribunais regionais federais possuem prerrogativa de foro especial, devendo ser processados e julgados criminalmente no STF. c) A competência para processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do local por onde as mercadorias sejam indevidamente introduzidas no Brasil. d) Caso um indivíduo tenha cometido, em uma mesma comarca, dois delitos conexos, um cujo processo e julgamento seja da competência da justiça federal e o outro, da justiça comum estadual, a competência para o julgamento unificado dos dois crimes será determinada pelo delito considerado mais grave. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 8 Descrição CASO 1 Determinado prefeito municipal, durante o mandato, desvia verbas públicas repassadas ao Município através de convênio com o Ministério da Educação, sujeitas a prestação de contas, visando ao treinamento e qualificação de professores. Referida fraude somente é descoberta após a cessação do mandato, instaurando-se inquérito policial na DP local. Concluído o Inquérito, no qual restaram recolhidos elementos de prova suficientes para a denúncia, o Promotor de Justiça oferece denúncia contra o ex-prefeito. Diante do exposto, diga qual o juízo competente para julgar o ex-prefeito. Pelo fato dele não exercer mais nenhum mandato com prerrogativa de função e do crime ocorre sobre verbas públicas federais tendo o TCU a responsabilidade de sua fiscalização. A denúncia do promotor estadual não deve ser recebida pelo fato do juízo competente ser o da justiça federal de primeiro grau, seguindo o entendimento do art. 109, IV da CF c/c com a Súmula 208 do STJ. 2-Compete à justiça federal processar e julgar a) furto de bem de sociedade de economia mista. b) crime de deserção praticado por bombeiro militar. c) crime contra a organização do trabalho. d) crime de transporte de eleitores no dia da votação. 3- Paulo reside na cidade “Y” e lá resolveu falsificar seu passaporte. Após a falsificação, pegou sua moto e viajou até a cidade “Z”, com o intuito de chegar ao Paraguai. Passou pela cidade “W” e pela cidade “K”, onde foi parado pela Polícia Militar. Paulo se identificou ao policial usando o documento falsificado e este, percebendo a fraude, encaminhou Paulo à delegacia. O Parquet denunciou Paulo pela prática do crime de uso de documento falso. Assinale a afirmativa que indica o órgão competente para julgamento. a) Justiça Estadual da cidade “Y”. b) Justiça Federal da cidade “K”. c) Justiça Federal da cidade “Y”. d) Justiça Estadual da cidade “K”. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 10 Descrição CASO 1 Deoclécio, pistoleiro profissional, matou um desafeto de Pezão, a mando deste, abandonando o cadáver numa chácara de propriedade de Lindomar, que nada sabia. Temeroso de que lhe atribuíssem a autoria do homicídio, Lindomar sepultou clandestinamente o cadáver da vítima. Isso considerado, indaga-se: a) A hipótese é de conexão ou continência? Com relação ao crime de homicídio praticado por Deoclécio e Pezão, há continência por concurso de agentes, como consta no art. 77, I do CPP. O art. 76, II do CPP, demonstra haver conexão lógica ou material, quanto ao crime de homicídio praticado por Deoclécio e Pezão e o crime de ocultação de cadáver praticado por Lindomar. b) Haverá reunião das ações penais em um só juízo? Sim, o art. 79 do CPP estabelece a unidade de processos e julgamentos quando houver a conexão e a continência surgidas a partir das condições estabelecidas nos artigos 76 e 77 do CPP. Tal instituto está em consonância com o princípio da economia processual. c) Qual será o juízo competente para julgar Cabeção, Pezão e Lindomar? Como há uma concorrência de competência, a saber, crime de homicídio a ser julgado pelo tribunal do júri, conforme art. 5º, XXXVIII, d da CF e o crime de ocultação de cadáver, a ser julgado pelo juízo estadual comum criminal, conforme a Lei de Organização Judiciária do Estado. O art. 78, I do CPP determinou ser do tribunal do júri a competência para julgar os crimes conexos ou continentes no concurso entre a competência do júri e de outro órgão da jurisdição comum. 2- Márcio foi denunciado pelo crime de bigamia. O advogado de defesa peticionou ao juízo criminal requerendo a suspensão da ação penal, por entender que o primeiro casamento de Márcio padecia de nulidade, fato que gerou ação civil anulatória, em trâmite perante o juízo cível da mesma comarca. Nessa situação hipotética, a) a ação penal deverá ser suspensa até que a nulidade do primeiro casamento de Márcio seja resolvida definitivamente no juízo cível. b) deverá o juízo criminal, de ofício, extinguir a punibilidade de Márcio, uma vez que o delito de bigamia foi revogado. c) considerando-se a independência das instâncias, o processo criminal deverá ter seguimento independentemente do desfecho da ação anulatória civil. d) apesar de as instâncias cível e criminal serem independentes, o juízo criminal poderá, por cautela, determinar a suspensão da ação penal até que se resolva, no juízo cível, a controvérsia relativa à nulidade do primeiro casamento de Márcio. 3- Em relação à delimitação da competência no processo penal, às prerrogativas de função e ao foro especial, assinale a opção correta. A- O militar que, no exercício da função, pratica crime doloso contra a vida de um civil deve ser processado perante a justiça militar. B- Membro do Ministério Público estadual que pratica crime doloso contra a vida deve ser processado perante o tribunal do júri e, não, no foro por prerrogativa de função ou especial, visto que a competência do tribunal do júri está expressa na Constituição Federal. C- No caso de conexão entre um crime comum e um crime eleitoral, este deve ser processado perante a justiça eleitoral e aquele, perante a justiça estadual, visto que, no concurso de jurisdições de diversas categorias, ocorre a separação dos processos. D- Não viola a garantia do juiz natural a atração por continência do processo do corréu ao foro especial do outro denunciado, razão pela qual um advogado e um juiz de direito que pratiquem crime contra o patrimônio devem ser processados perante o tribunal de justiça. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 Título SEMANA 11 Descrição CASO 01: O Promotor de Justiça com atribuição requereu o arquivamento do inquérito policial, em razão da atipicidade, com fundamento no artigo 395, II do CPP. O juiz concordou com as razões invocadas e determinou o arquivamento do IP. Um mês depois, o própriopromotor de justiça tomou conhecimento de prova substancialmente nova, indicativa de que o fato realmente praticado era típico. Poderá ser instaurada ação penal? A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada material? Não poderá ser instaurada ação penal, pois examinando-se a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, constata-se que a Corte Suprema reconhece a coisa julgada material como efeito da decisão de arquivamento de inquérito policial em duas hipóteses: atipicidade do fato e extinção da punibilidade. Em tais hipóteses há resolução do mérito e por esse motivo é que se impõe o efeito da coisa julgada material, afastando as hipóteses de incidência do art. 18 do CPP e da Súmula 524 do STF. Pet 3943 / MG 23-05-2008 (STF). 2- Em relação às exceções previstas na legislação processual penal, assinale a alternativa correta. a) A arguição de suspeição sempre precederá a qualquer outra. Art. 96. b) Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de 10 (dez) dias. Art. 104. c) Poderá se opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito. Art. 107. d) As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação penal. Art. 111. 3- Acerca de exceções, assinale a opção correta. a) A exceção de incompetência do juízo, que não pode ser oposta verbalmente, deve ser apresentada, no prazo de defesa, pela parte interessada. Art. 108. b) A parte interessada pode opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, devendo fazê-lo na primeira oportunidade em que tiver vista dos autos. Art. 107. c) Podem ser opostas exceções de suspeição, incompetência de juízo, litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada e, caso a parte oponha mais de uma, deverá fazê-lo em uma só petição ou articulado. Art. 95 c/c art. 110, §1º. d) Tratando-se da exceção de incompetência do juízo, uma vez aceita a declinatória, o feito deve ser remetido ao juízo competente, onde deverá ser declarada a nulidade absoluta dos atos anteriores, não se admitindo a ratificação. Art. 108, §1º. Desenvolvimento DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 SEMANA 12 CASO 1 João foi condenado por crime de latrocínio a uma pena de 25 anos de reclusão a ser cumprida no regime fechado. Ocorre que no curso da execução de tal pena privativa de liberdade sobreveio doença mental ao condenado. Diante de tal situação, na qualidade de juiz da execução como decidiria? E se a doença mental ocorresse no curso do processo de conhecimento e posteriormente ao crime? E se a doença mental já existia no momento da prática da infração? O juiz da execução deverá suspender o cumprimento da pena, encaminhando o condenado para ser internado em Hospital Psiquiátrico, ou em estabelecimento similar, desde que a ele seja assegurada a custódia, seguindo, assim, os trâmites do art. 154 e 682 do CPP c/c 108 da LEP. Havendo o diagnóstico realizado por perícia psiquiátrica de que a condição é irreversível, poderá o juiz converter da pena privativa de liberdade em medida de segurança, seguindo o contido no art. 183 da LEP. Sendo o caso de doença mental ocorrida no curso do processo de conhecimento e posteriormente ao crime, o juiz determinará a suspensão da ação penal nomeando-lhe curador até que ele se restabeleça; podendo, até mesmo, ser determinada a internação do réu em Hospital Psiquiátrico. Artigos 149, § 2º e 152 caput e § 1º. Verificado que o réu era portador de doença mental ao tempo do crime, o processo deverá prosseguir com a presença de um curador e o juiz, ao final, irá prolatar uma sentença penal absolutória imprópria, aplicando medida de segurança conforme art. 151 do CPP c/c art. 26 do CP. 2- Em relação ao incidente de falsidade é correto afirmar que: a) se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público. Art. 145, IV. b) arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará o seguinte processo: mandará autuar em apartado a impugnação e em seguida ouvirá a parte contrária, que, num prazo de 24 (vinte a quatro) horas, oferecerá resposta. Art. 145, I, CPP. c) a arguição de falsidade, feita por procurador, não exige poderes especiais. Art. 146. d) o juiz não poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade. Art. 147. 3- Acerca de incidente de insanidade mental do acusado, assinale a opção correta. a) Não se admite a instauração de exame de sanidade mental do acusado após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, uma vez que a medida não terá mais eficácia. Art. 154. b) O exame de avaliação da saúde mental do acusado poderá ser ordenado na fase do inquérito, mediante representação da autoridade policial ao juiz competente. Art. 149, § 1º. c) Caso seja comprovada a insanidade mental do acusado, ao tempo da infração penal, o processo deverá ser imediatamente extinto, decretando-se a extinção da punibilidade do réu. Art. 151. d) Para efeito do exame, o acusado acometido de insanidade mental, se estiver preso, deverá ser imediatamente libertado, para que a família o conduza para a análise clínica em estabelecimento que entenda adequado. Art. 150. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 SEMANA 13 CASO 1: Seguindo denúncia anônima sobre existência de “boca de fumo”, uma equipe de policiais combina dar um flagrante no local. Lá chegando, ficam de espreita, presenciando alguma movimentação de pessoas, entrando e saindo do imóvel, que também servia de residência. Já passava das 21h, quando telefonaram à autoridade policial e esta autorizou o ingresso para busca e apreensão. Assim foi feito e os policiais lograram apreender grande quantidade de pedra de crack, que estava escondida sob uma tábua do assoalho. Levado o morador à DP local, foi ele submetido ao procedimento legal de flagrante, sendo imediatamente comunicada a prisão ao juízo competente. O defensor público requereu o relaxamento do flagrante, por ilegalidade manifesta. Assiste razão a defesa? A defesa não tem razão. Uma das possíveis situações do flagrante prorrogado ou retardado é a autorizada pela lei de drogas, quando esta permite que agentes aguardem o momento oportuno para a abordagem, seja pelo fato de que se esteja aguardando a chegada de novos cúmplices ou de mais elementos materiais do crime. Destaca-se, também, que a CF em seu art. 5º, XI, permite que qualquer domicílio, em qualquer horário, possa ser invadido, desde que nele esteja acontecendo a prática de flagrante delito e o ato de guardar, ter em depósito, trazer consigo ou transportar drogas com o intuito de comercializá-las é considerado flagrante permanente do crime de tráfico de drogas. Art. 303, CPP. 2- Assinale a opção correta. a) Os conceitos de flagrante preparado e esperado se confundem. Esperado é aquele em que a autoridade policial aguarda a prática da infração, é REGULAR. Preparado é aquele que o agente é induzido a praticar a infração, coloca-se uma armadilha para saber se o possível criminoso praticará o fato. É IRREGULAR. Ambas são classificações doutrinárias. b) A prisão em flagrante delito somente poderá ser realizada dentro do período de 24h, contadas do momento em que se inicia a execução do crime. c) O estado de flagrante delito é uma das exceções constitucionais à inviolabilidade do domicílio, nos termos da Constituição Federal. d) No flagrante esperado a prisão é ilegal. 3- Relativamente à prisão, assinale a opção correta de acordo com o CPP. a) Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca,o executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que providenciará a remoção do preso depois de haver lavrado, se for o caso, o auto de flagrante. Art. 290, CPP. b) Na hipótese de resistência à prisão em flagrante, por parte do réu, o executor e as pessoas que o auxiliarem não poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência. c) Na hipótese de o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu tenha entrado em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for atendido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, ainda que seja noite, entrará à força na casa, arrombando as portas, caso seja necessário. Art. 293, CPP. d) Ainda que haja tentativa de fuga do preso, não será permitido o emprego de força. Art. 284, CPP. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 SEMANA 14 CASO 1 Após uma longa investigação da delegacia de polícia local, Adamastor foi preso às 21h em sua casa, em razão de um mandado de prisão temporária expedido pelo juiz competente, por crime de descaminho. A prisão fora decretada por 10 dias. O advogado de Adamastor impetrou Habeas Corpus requerendo a sua liberdade provisória com fundamento no art. 310 do CPP. Em no máximo 10 linhas, discorra sobre o exposto acima, analisando as hipóteses de cabimento, prazo da prisão temporária. A prisão realizada às 21h fere diretamente o inciso XI, do art. 5º da CF/88, ao passo que essa só permite a invasão do domicílio por mandado judicial no período diurno. Ao crime de descaminho não cabe prisão temporária, é o que se infere do art. 1º, III da Lei n. 7.960/89 (Lei da Prisão Temporária). E, mesmo que coubesse, o prazo é de 5 (cinco) dias, prorrogável por mais 5 (cinco), conforme o art. 2º da já citada lei. Em caso de prisão ilegal o que cabe é o seu relaxamento, conforme o inciso I do art. 310, CPP. A liberdade provisória é cabível em situações de prisão em flagrante, cf. inciso III do mesmo artigo. 2- Como se sabe, a prisão processual (provisória ou cautelar) é a decretada antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória, nas hipóteses previstas em lei. A respeito de tal modalidade de prisão, é correto afirmar que: a) em nosso ordenamento jurídico, a prisão processual contempla as seguintes modalidades: prisão em flagrante, preventiva, temporária, por pronúncia e em virtude de sentença condenatória recorrível. As prisões decorrentes de pronúncia e de sentença de primeira instância, não mais subsistem como prisões cautelares, sendo necessários os requisitos de uma prisão preventiva (art. 312, CPP) para que haja a constrição de liberdade antes do trânsito em julgado. b) a prisão temporária tem como pressupostos a existência de indícios de autoria e prova da materialidade, e como fundamentos a necessidade de garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal, a necessidade de garantir a futura aplicação da lei penal e a garantia da ordem pública. Art. 312, CPP. Trata da prisão preventiva e não da provisória ou cautelar. c) A prisão temporária não poderá ser decretada de ofício pelo Juiz. Art. 2º da Lei n. 7.960/89. d) são requisitos da prisão preventiva a sua imprescindibilidade para as investigações do inquérito policial e o fato de o indiciado não ter residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade. Art. 1º da Lei n. 7.960/89. O correto é dizer que são requisitos da prisão temporária. 3- Acerca das prisões cautelares, assinale a opção correta. a) Considere que Amanda, na intenção de obter vantagem econômica, tenha seqüestrado Bruna, levando-a para o cativeiro. Nesse caso, a prisão em flagrante de Amanda só poderá ocorrer até vinte e quatro horas após a constrição da liberdade de Bruna, devendo a autoridade policial, caso descubra o paradeiro da vítima após tal prazo, solicitar ao juiz competente o mandado de prisão contra a sequestradora. b) São pressupostos da prisão preventiva: garantia da ordem pública ou da ordem econômica; conveniência da instrução criminal; garantia de aplicação da lei penal; prova da existência do crime; indício suficiente de autoria. Art. 312, CPP. c) Em regra, a prisão temporária deve ter duração máxima de cinco dias. Tratando-se, no entanto, de procedimento destinado à apuração da prática de delito hediondo, tal prazo poderá estender-se para trinta dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Art. 2º da Lei 7.960/89 c/c com o art. Art. 2ª, §4º da Lei 8.072/90. d) A apresentação espontânea do acusado à autoridade policial, ao juiz criminal ou ao MP impede a prisão preventiva, devendo o acusado responder ao processo em liberdade. Impede a prisão em caso de flagrante que é diferente da prisão preventiva. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 SEMANA 15 CASO 1 Adamastor, primário e de maus antecedentes, foi acusado do crime de homicídio qualificado. Respondeu, solto, a instrução criminal. Durante a primeira fase do procedimento do Júri, o juiz decide pronunciá-lo. Nesse momento determina o seu recolhimento à prisão em aplicação ao artigo 413, P.3º do CPP, fundamentando tratar- se de crime hediondo, portanto, inafiançável. Pronunciado, Adamastor permanece preso por mais de 2 anos, sem que tenha sido marcada a data do seu julgamento pelo Júri. Como advogado, quais argumentos você utilizaria para conseguir a liberdade de Adamastor? A lei não estipula um prazo determinado para a duração da prisão preventiva, devendo perdurar o tempo que for necessário. Porém, a manutenção do réu preso, sem que se tenha data prevista para o julgamento, não pode permanecer ad perpetuam, a ponto de caracterizar uma execução antecipada da pena, devendo, assim, respeitar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. A prisão preventiva tem a finalidade de assegurar o bom andamento da instrução criminal, não podendo se prolongar indefinidamente, posto que, se isto ocorrer configura constrangimento ilegal. DIREITO PROCESSUAL PENAL I - CCJ0040 SEMANA 16 CASO 1 Os arts. 5º, II, 18, 26, 156, I, 241, retratam a atuação de ofício pelo juiz ainda na fase investigativa. Diga se esses dispositivos são compatíveis com o atual sistema vigente na CRFB/88, estabelecendo as principais diferenças entre o sistema acusatório e o inquisitivo. A atuação do juiz nos dispositivos citados afronta o sistema acusatório, pilar de um Estado Democrático de Direito, onde a figura do juiz deve estar distante e separada das partes, resguardando ao máximo, a sua imparcialidade. A imparcialidade é um elemento integrante e indispensável da estrutura do sistema acusatório, pois o juiz não deve imiscuir-se na atividade de colheita do material probatório antes de ter provocada sua jurisdição. Características próprias do sistema inquisitivo: a) as três funções (acusar, defender, julgar) concentram-se nas mãos de uma só pessoa, iniciando o juiz, ex officio, a acusação, quebrando assim, sua imparcialidade; b) o processo é regido pelo sigilo, de forma secreta; c) não há contraditório nem ampla defesa; d) o sistema de provas é o da tarifada, e consequentemente a confissão é a rainha das provas. Características do sistema acusatório: a) há separação entre as funções de acusar, julgar e defender; b) o processo é regido pelo princípio da publicidade dos atos processuais; c) os princípios do contraditório e da ampla defesa informam todo o processo; d) o sistema de provas é o do livre convencimento; e) imparcialidade do órgão julgador. CASO 2 A instrução contraditória é inerente ao próprio direito dedefesa, pois não se concebe um processo legal, buscando a verdade processual dos fatos, sem que se dê ao acusado a oportunidade de desdizer as afirmações feitas pelo Ministério Público em sua peça exordial? (Almeida, Joaquim Canuto Mendes de Princípios Fundamentais do Processo Penal. São Paulo: RT). Analise os princípios informados acima e responda se eles são aplicados na fase pré-processual, fundamentando sua resposta. Os princípios informados são o do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa e da verdade real. A fase pré-processual, normalmente constituída pelo inquérito policial, não possui a incidência direta e obrigatória dos princípios citados, visto que o inquérito é um procedimento administrativo inquisitorial informativo usado para dar embasamento à propositura, ou não, de uma ação penal. Sua função precípua é a apuração da existência de um delito e sua autoria, ou seja, tem como meta a obtenção de provas sobre as infrações cometidas. O devido processo legal, art. 5º, LIV da CF, deve ser obrigatoriamente observado durante o andamento do processo, sendo este o mais importante princípio a ser observado, do qual, todos os outros derivam. O Estado, sendo o titular do ius puniendi, tem, na realidade, o poder-dever de punir, mas deve, também, preservar a liberdade do indivíduo através do instrumento de tutela de ambos os interesses. Sendo assim, busca a verdade real, ao mesmo tempo em que garante ao indivíduo a possibilidade de questionar as acusações a ele imputadas, valendo-se da ampla defesa e do contraditório. CASO 3 Catarina, no dia 10/03/08, praticou o crime de homicídio doloso. Em agosto de 2008 entrou em vigor a lei 11.689/08, que revogou o art. 607 do CPP, extinguindo assim com o protesto por novo júri, um recurso exclusivo da defesa que era cabível para os condenados à uma pena igual ou superior a vinte anos de reclusão. Em dezembro de 2008 o magistrado proferiu a sentença condenando Catarina à 21 anos de reclusão. Essa lei processual nova se aplica à Catarina? Sim, porque, quanto à lei processual penal, vigora o tempus regit actum, que é o princípio do efeito imediato ou o tempo rege o ato; no sentido de que os atos jurídicos se regem pela lei vigente da época em que ocorreram. Logo, a lei processual penal aplica-se de imediato, do tempo da sua vigência em diante, respeitando os atos válidos já praticados, conforme o art. 2º do CPP. A lei processual penal entrando em vigor pós promulgação, publicação e eventual vacatio legis, terá efeito imediato. Não se cogita na lei processual penal a retroatividade da lei mais benéfica ou a irretroatividade da lei mais gravosa como no Direito Penal. Os atos processuais praticados sob a égide da lei anterior revogada continuam válidos, e manterão sua eficácia, inclusive no que diz respeito aos prazos que já começaram a correr. Contudo nada impede que o legislador, querendo, estabeleça, expressamente, a retroatividade ou irretroatividade da lei nova. Em havendo normas processuais mistas, com caráter processual e penal, não se aplica quanto aos efeitos penais o princípio tempus regit actum (aplicação imediata), mas sim os princípios constitucionais que regem a aplicação da lei penal: a ultratividade e a retroatividade da lei mais benéfica. CASO 4 Determinado inquérito policial foi instaurado para apurar a prática do crime de tráfico de drogas, figurando como indiciado Regiclécio da Silva, mais conhecido como Águia. Durante as investigações, seu advogado, devidamente constituído, requereu à autoridade policial a vista dos autos do respectivo inquérito. Argumentou para tanto que, não obstante em tramitação sob regime de sigilo, considerada a essencialidade do direito de defesa, prerrogativa indisponível assegurada pela Constituição da República, que o indiciado é sujeito de direitos e dispõe de garantias legais e constitucionais, cuja inobservância, pelos agentes do Estado, além de eventualmente induzir-lhes à responsabilidade penal por abuso de poder, pode gerar a absoluta desvalia das provas ilicitamente obtidas no curso da investigação policial. A autoridade policial não permitiu o acesso aos autos do inquérito policial, uma vez tratar-se de procedimento sigiloso e que tal solicitação poderia comprometer o sucesso das investigações. Diga a quem assiste razão, fundamentando a sua resposta na doutrina e jurisprudência. O advogado de Regiclécio da Silva está correto em seus argumentos, assim como quando requer à autoridade policial vista dos autos do inquérito, sendo este um direito seu como advogado de seu cliente, como bem estabelece a Súmula Vinculante 14 do STF. O delegado erra ao impedir o acesso aos autos do inquérito pelo advogado, pois o sigilo das investigações não atinge o juiz, nem o MP e nem ao advogado do indiciado, exceto quanto aos elementos de prova e atos investigatórios ainda não juntados aos autos de inquérito. CASO 5 O Promotor de Justiça com atribuição requereu o arquivamento do inquérito policial, em razão da atipicidade, com fundamento no artigo 395, II do CPP. O juiz concordou com as razões invocadas e determinou o arquivamento do IP. Um mês depois, o próprio promotor de justiça tomou conhecimento de prova substancialmente nova, indicativa de que o fato realmente praticado era típico. Poderá ser instaurada ação penal? A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada material? Não poderá ser instaurada ação penal, pois examinando-se a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, constata-se que a Corte Suprema reconhece a coisa julgada material como efeito da decisão de arquivamento de inquérito policial em duas hipóteses: atipicidade do fato e extinção da punibilidade. Em tais hipóteses há resolução do mérito e por esse motivo é que se impõe o efeito da coisa julgada material, afastando as hipóteses de incidência do art. 18 do CPP e da Súmula 524 do STF. Pet 3943 / MG 23-05-2008 (STF). CASO 6 Maneco Branco estava sob suspeita de traficar drogas nas imediações de uma casa noturna frequentada por jovens da classe média da zona sul da cidade. Foi assim que policiais da circunscricional local postaram-se em condições de observar a dinâmica do negócio espúrio: de tempos em tempos, Maneco entrava e saía de uma casa próxima, para entregar alguma coisa a pessoas, que iam na direção da referida casa noturna. Sendo assim, os policiais, às 22h, ingressaram na casa mediante pontapés, e lograram encontrar 100 kg de cocaína, 1000 papelotes de ácido e 5000 comprimidos de êxtase. Maneco foi preso em flagrante. A prisão de Maneco foi legal? Sim, pois uma das possíveis situações do flagrante prorrogado ou retardado é a autorizada pela lei de drogas, quando esta permite que agentes aguardem o momento oportuno para a abordagem, seja pelo fato de que se esteja aguardando a chegada de novos cúmplices ou de mais elementos materiais do crime. Destaca-se, também, que a CF em seu art. 5º, XI, permite que qualquer domicílio, em qualquer horário, possa ser invadido, desde que nele esteja acontecendo a prática de flagrante delito e o ato de guardar, ter em depósito, trazer consigo ou transportar drogas com o intuito de comercializá-las é considerado flagrante permanente do crime de tráfico de drogas. Art. 302, I c/c Art. 303, CPP. CASO 7 Claudão estava na porta de uma casa noturna, pretendendo nela ingressar, de qualquer maneira, mesmo não dispondo de dinheiro para pagar o ingresso ou de convite distribuído a alguns frequentadores. Vendo que não conseguia o seu intento, resolveu apelar para o golpe: vou entrar só para ver se encontro um amigo, que marcou aqui na porta, disse ao porteiro. Como o porteiro não foi na conversa, Claudão começou ainsultá-lo e nele desferiu dois socos bem colocados, causando-lhe um inchaço na testa e escoriações no cotovelo direito, ferimento esse decorrente da queda do agredido ao chão. Policiais militares, chamados ao local, deram voz de prisão ao Claudão, e o conduziram, juntamente com a vítima, à circunscricional, onde Claudão foi logo autuado em flagrante delito. Indaga-se: a. foi correta a prisão de Claudão pelos policiais militares? Sim, pois uma das causas de prisão em flagrante é quando o agente é preso logo após cometer o delito, cf. Art. 302, II do CPP. b. O fato narrado, por si só, ensejava a lavratura do auto de flagrante? Por ser um delito de menor potencial ofensivo (lesão corporal de natureza leve), a autoridade policial deve lavrar termo circunstanciado e encaminhá-lo ao Juizado competente, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários, conforme o art. 69 da lei 9.099/95 (JECC). Importante lembrar que a lesão corporal leve é delito sujeito à ação penal pública condicionada à representação da vítima. CASO 8: Wladimir e Otaviano, policiais civis, vão até a uma favela da região e, no intuito de incriminar Godofredo como traficante de droga, fingem ser compradores de maconha e o induzem a lhes vender a erva. Quando Godofredo traz a droga, os policiais efetuam a prisão em flagrante por infringência do art. 33, da Lei nº 11.343/06. Pergunta-se: Essa prisão é legal? Resposta fundamentada. Essa prisão é ilegal, pois o fato dos policiais fingirem ser compradores de maconha e o de induzirem Godofredo à lhes vender erva, são doutrinariamente caracterizados como flagrante forjado e flagrante preparado, respectivamente, sendo ambos, formas irregulares de flagrantes. Súmula 145, STF. O flagrante preparado é ilegal de acordo com a jurisprudência nacional. Trata-se de hipótese em que o autor, em verdade, é induzido à prática do delito por obra de um agente provocador. Nesta hipótese, verifica-se um crime impossível, devido à ineficácia absoluta do meio. Neste sentido é a orientação do STF: Súmula 145: Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. O flagrante forjado é aquele no qual a autoridade policial simula uma situação de flagrante. http://ww3.lfg.com.br/public_html/article.php?story=20100824200321455 CASO 09 Genésia, 13 anos de idade, foi vítima do crime previsto no art. 217-A do CP praticado por Regiclécio. Genésia, assustada, foi pra casa e comunicou o fato a seu pai, que imediatamente noticiou o fato à delegacia local. Após algumas diligências, horas depois do crime, a autoridade policial logrou prender Regiclécio em sua residência. O auto de prisão em flagrante foi lavrado nos termos do art. 306 do CPP. Diante do exposto, pergunta-se: a) A situação acima caracteriza flagrante delito? Em caso positivo, diga qual a espécie, indicando o dispositivo legal. Sim, é o caso de flagrante presumido, que ocorre quando alguém é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que faça presumir ser ele autor da infração (art. 302, IV, do CPP). b) Agiu corretamente a autoridade policial na condução da diligência, bem como na lavratura do auto de prisão em flagrante? Agiu corretamente a autoridade policial, haja vista tratar-se de crime de ação penal pública incondicionada, nos termos do art. 225 § único do CP. Dessa forma, Genésia, vítima menor de 14 anos, terá seu pai como legitimado a ofertar a representação em sede policial necessária à lavratura do auto de prisão em flagrante. CASO 10 Rosivaldo Loureiro foi preso em flagrante por policiais militares pela prática do crime previsto no art. 12 da lei 10.826/03. Narra o auto de prisão em flagrante, que o preso guardava em sua residência 03 (três) revólveres calibre 38, em desacordo com a regulamentação legal. O APF foi comunicado ao juiz no prazo legal acompanhado da folha de antecedentes criminais de Rosivaldo, onde não constava nenhuma anotação. À luz das características da prisões cautelares, diga se é possível que Rosivaldo responda ao processo em liberdade. É possível que Rosivaldo responda ao processo em liberdade haja vista que o crime tem pena de detenção de 1 a 3 anos, e conforme art. 322 do CPP, a autoridade policial deverá conceder liberdade provisória com fiança, e caso não o faça, caberá o pedido de relaxamento de prisão ao Juiz levando em consideração o art. 310, I do CPP. 11- Considere a seguinte situação: Acidente de trânsito, no qual um caminhão transportando 3 mil garrafas de óleo de soja, desgovernado, vem a tombar em rodovia. Nesse contexto, moradores da vila próxima ao local do acidente, sem qualquer vínculo, aproximam-se e iniciam o saque da carga do veículo. A hipótese: a) é de continência concursal ou por cumulação subjetiva. b) é de conexão objetiva ou consequencial. c) é de conexão intersubjetiva por simultaneidade ou ocasional. d) não caracteriza conexão e nem continência. 12-Para fixação da competência por prevenção é necessário que: a) as partes requeiram; b) tenha o magistrado praticado ato com judicialidade pertinente à causa; c) tenha o juiz despachado em inquérito policial, com devolução do mesmo à delegacia de origem para prosseguir na investigação; d) tenta suscitado conflito positivo de competência. 13-Prefeito Municipal e sua esposa, cometendo crime doloso contra vida, em concurso de agentes, deverão ser julgados: a) ambos pelo Tribunal do Júri. b) ambos pelo Tribunal de Justiça. c) o Prefeito pelo tribunal do Justiça e a esposa pelo Tribunal do Júri. d) o Prefeito pelo STJ e o vereador pelo Tribunal de Justiça.
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