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Resenha do livro ORIGENS DA ARQUITETURA MODERNA E DO DESIGN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
ANGÉLICA PEREIRA TRIANI
ORIGENS DA ARQUITETURA MODERNA E DO DESIGN
BOA VISTA, RR
2016
Origens da Arquitetura Moderna e do Design
PEVSNER, Nikolaus. Origens da Arquitetura Moderna e do Design. Tradução Luiz Raus Machado. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
A passagem do século XIX ao século XX foi marcada pela euforia tecnológica propagada pela Revolução Industrial, que desencadeou um período de ascensão de diversas áreas do conhecimento. A arquitetura e o design passaram por um processo de florescimento influenciados pelo contexto histórico da época. A imitação já não tinha mais espaço entre os artistas, o que fez surgir duas correntes contrastantes, mas igualmente férteis: a Art Nouveau, marcada pela liberdade de expressão, e o Estilo Internacional, caracterizado pela racionalidade. 
O embate entre ambas as correntes foi inevitável, porém fundamental para o surgimento da Arquitetura Moderna. Cada nação seguiu uma corrente diferente e que, ao mesmo tempo, eram relatadas por historiadores que frequentavam os mesmos círculos que os próprios arquitetos da época. Foi Nikolaus Pevsner, eminente historiador de arte e grande autoridade na arte desse período, o responsável por fazer um dos principais relatos sobre as origens da Arquitetura Moderna e do Design. 
O livro possui extrema importância por relatar detalhadamente as características de cada corrente artística e como elas se desenvolveram ao redor do mundo. O autor torna isto possível através da divisão em capítulos sobre cada corrente, onde cita os principais arquitetos atuantes e os estilos marcantes de cada um. As comparações entre semelhanças e divergências geradas pela moda artística do período torna o livro ainda mais rico por proporcionar um melhor entendimento sobre o surgimento da Arquitetura Moderna. 
No primeiro capítulo, o autor aborda sobre o estilo inicial da época, onde pregava-se que a arquitetura e o design deviam ter como necessidade primordial a funcionalidade e, em segundo plano, a beleza. Um dos principais representantes desse pensamento é Pugin, autor da primeira série de citações, Os Verdadeiros Princípios da Arquitetura Ogival ou Cristã, onde defendia o aspecto funcional do estilo gótico, de contrafortes e nervuras. 
É neste capítulo, também, que Nikolaus descreve a importância e forte presença do uso do ferro em construções do século XIX. O ferro na arquitetura começou a ser empregado em construções na França de 1780 com a finalidade de construir teatros à prova de fogo, o que tornava este material altamente utilitário, mas não estético. Em seguida, industrias e pontes de ferro também foram construídas na Inglaterra com a mesma finalidade funcional. Como exemplo, o autor apresenta Viollet-le-Duc, que foi um dos principais defensores da aliança da forma com a necessidade. Ele afirma que os arquitetos devem tornar-se construtores habilidosos, preparados para tirar proveito de qualquer recurso fornecido pela sociedade, a fim de evitar que sua profissão se torne obsoleta. É assim que ele apoia a utilização do ferro para armação de nervuras em abóbadas e para estruturas externamente visíveis. 
Embora grande parte da produção arquitetônica da época tenha se voltado para os grandes edifícios públicos, Nikolaus aborda, também, que houve uma mudança conhecida como Renascimento Doméstico Inglês, na qual alguns arquitetos deixaram de lado as construções industriais e se voltaram para as domésticas. Porém, a estética ainda permanecia em segundo plano e, consequentemente, as novas casas não tiveram aspectos inovadores. E foi assim que a arquitetura permaneceu por muitos anos do século XIX, no âmbito racional e funcional até o surgimento da Art Nouveau, que se opunha ao historicismo e buscava a originalidade e a volta ao artesanato, provocando uma mudança radical nas produções do final do século XIX.
Para abordar a Art Nouveau, o autor parte para o segundo capítulo do livro, onde começa pelas origens dessa nova vertente. Foi por meio do livro de Arthur H. Mackmurdo, um jovem arquiteto e designer, que a Art Nouveau tomou forma. A capa deste livro era preenchida por um padrão de tulipas não repetidas e assimétricas, vigorosamente estilizadas em forma de chamas; à direita e a à esquerda da margem, encontravam-se dois galos levados à delgadeza e comprimento excessivos. A capa desse livro marcou o início dessa nova vertente porque a Art Nouveau é caracterizada pelas formas assimétricas derivadas da natureza e manipuladas com obstinação e vigor, onde se recusa aceitar qualquer ligação com o passado. 
A Art Nouveau teve maior influência em decorações, design e artes plásticas, mas não deixou de ser, também, um estilo arquitetônico. Ela foi mais marcante na França, porém abrangeu outros países como Inglaterra, Itália, Bélgica e até mesmo o Brasil. Além disso, teve um sucesso de curta duração, pois começou por volta de 1893 e enfrentou forte oposição de 1900 em diante. Um importante arquiteto, destacado pelo autor no livro, foi Willian Morris, que influenciou, também, no surgimento da Art Nouveau, pois ele liderou o movimento Arts & Crafts que possibilitou uma síntese entre a arte e a indústria, uma vez que era impossível negar o desenvolvimento industrial.
Na Bélgica, Victor Horta e Henry Van de Velde foram os principais arquitetos adeptos e atuantes da Art Nouveau. Eles desenvolveram uma nova face em relação a decoração de interiores onde deram ênfase à estrutura simbólica e abstrata. Horta era fundamentalmente um decorador que transformava designs individualistas em símbolos da cultura do povo. A Art Nouveau da França foi muito semelhante à da Bélgica, pois ambas eram potências industriais da época. O principal precursor na França foi Samuel Bing por meio de sua galeria chamada L’Art Nouveau.
Um dos maiores expoentes da Art Nouveau abordado pelo autor no livro é Antonio Gaudí. Este arquiteto tinha como característica a originalidade e a individualidade criativa. Ademais, seus projetos arquitetônicos eram fortemente marcados por curvas e formas abstratas. Gaudí é a prova de que a Art Nouveau não foi apenas uma nova moda decorativa, mas sim um novo estilo arquitetônico. Outro arquiteto de grande importância para a consolidação do estilo foi Hector Guimard, pois ele representou a utilização do ferro associado ao vidro. 
Para finalizar o capítulo sobre a Art Nouveau, o autor afirma que ela foi a linha divisória entre os dois séculos e sua significação histórica repousa nas inovações que se voltam para o futuro. Ela foi a recusa de continuar com o historicismo do século XIX e a coragem de acreditar na própria inventividade. 
No terceiro capítulo, o autor destaca um novo ímpeto na Inglaterra, que se desviou dos outros países e seguiu Morris e Shaw em vez da Art Nouveau. Os novos modelos na Inglaterra são inteiramente racionais e retangulares e, ao mesmo tempo, originais. Sua originalidade está nas colunas quadradas e finas e nos curiosos chapéus salientes ou elementos de cornijas que cada uma delas sustenta. Em alguns projetos, a irregularidade e abstração da Art Nouveau estavam presentes juntamente com verticais delgadas e eretas. 
No capítulo seguinte, o autor aborda a transição do estilo Art Nouveau para a arte relacionada a indústria. As diretrizes voltam para o caminho da linha reta, do quadrado e do retângulo. O uso do concreto armado tornou-se presente na maioria das construções industriais e, até mesmo, das residenciais. 
Ademais, Pevsner ressalta uma das maiores contribuições para a nova arquitetura da época, a fundação da Deutscher Werkbund em 1907, Alemanha. Esta foi uma sociedade na qual arquitetos, artesãos e industriais se encontraram, e na qual a nova concepção de desenho industrial se desenvolveu. Essa nova concepção pôde ser sintetizada na arquitetura industrial da fábrica de Fagus. Ela foi projetada pelo jovem Walter Gropiuse tem como característica uma forma cúbica bem delineada e a total ausência de ornamento, retornando para uma arquitetura totalmente utilitária como a que foi abordada no início do livro. 
Por fim, o último capítulo encerra com a arquitetura caminhando para o Estilo Internacional, onde a padronização e a funcionalidade voltaram a dominar nas construções. O crescimento da corrente cubista também contribuiu para as formas simples e quadradas, porém grupos de artistas contrários a esse estilo permaneceram pregando a originalidade e abstração. 
Nikolaus Pevsner finaliza com a ideia de que o que havia de mais desastroso para as artes visuais do século XX, e o que havia de mais carregado de esperanças, já estavam em plena existência na época das guerras mundiais. Ou seja, as correntes arquitetônicas coexistiam num novo mundo que se formava.

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