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Digestão dos ruminantes

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Digestão dos ruminantes 
As estruturas do sistema digestivo dos ruminantes é formada por boca e anexos, esôfago, pré-estomago (rúmen, reticulo e omaso), abomaso (estomago glandular), intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo), intestino grosso (ceco, colo e reto), anus e órgãos anexos (pâncreas e vesícula biliar).
O alimento chega de forma constante no abomaso pela cárdia e sai para o duodeno de forma facilitada por conta da menor força do ostio piloro. 
A maior parte da absorção dos nutrientes ocorre no intestino delgado, mas como os carboidratos sofrem fermentação anaeróbica nos pré-estomagos, ele virou um acido graxo volátil que é absorvido nos pré-estomagos. 
Por conta da fermentação nos pré estômagos, a microbiota intestinal tem uma concentração menor.
O epitélio de revestimento dos pré-estomagos é queratinizado, estratificado e aglandular. O rumem é formado por sacos dorsal e ventral com pilares para realizar a movimentação do liquido com alimento no seu interior. O reticulo recebe o conteúdo do rúmen e é separado pela prega ruminorreticular. O omaso possui laminas para aumentar a superfície de contato.
O tipo de alimento vai definir o tipo de movimentação de mastigação e secreção de saliva. Alimentos muito pequenos precisam de pouca mastigação e pouca saliva, alimentod secos e volumosos precisam de mais saliva e melhor mastigação.
 As glândulas salivares secretam mais saliva nos ruminantes do que qualquer outro animal, sendo que a parótida secreta de forma constante. A produção de saliva está entre 90 a 190 litros por dia, sendo metade desse valos secretado pela parótida. A saliva tem função tamponante com componentes alcalinos para os produtos da fermentação no rúmen, reciclar a uréia para síntese protéica, umidificar o alimento e função antiespumante do rúmen.
A motilidade dos pré-estomagos tem um controle nervoso do nervo vago com o parassimpático, estimulando a motilidade rítmica dos 3 pré-estomagos. Se houver alguma lesão no nervo vago não vai ser mais possível ocorrer a ruminação e eructação, mas mantem os movimentos do abomaso que é estimulado pela inervação intrínseca que mantem o tônus do órgão. 
Estímulos, visuais, auditivos e de odor afetam os estímulos do sistema nervoso, afetando a motilidade dos pré-estomagos. Os pré-estomagos possuem receptores de tensão no rúmen e reticulo e receptores epiteliais sensíveis a estímulos mecânicos e químicos do rúmen e reticulo. 
O alimento esta em camadas de acordo com sua densidade nos pré-estomagos, formando as camadas: 
Superior com gás aprisionado
Densa com partículas grandes
Liquida com partículas menores
Contigua ao epitélio com absorção nas paredes.
A presença de alimentos nessas camadas induz o estimulo para uma motilidade padronizada do rúmen chamada de ciclo primário (começa com a contração do reticulo seguida da contração do saco dorsal e do saco ventral do rúmen), com função de misturar o conteúdo ruminal e transportar para o reticulo. 
O processo de ruminação é a regurgitação do alimento para a boca do animal. Ela começa com um esforço respiratório e fechamento da cavidade oral e nasofaringeo pela língua e palato mole, e que somadas formam uma pressão negativa que puxa o alimento para o esôfago até chegar na boca. Ao chegar na boca a língua esmaga o bolo para retirar o liquido, que será deglutido, e o alimento será remastigado e novamente adicionada saliva até ser deglutido novamente, tendo um intervalo de 5 segundos até a regurgitação do próximo bolo alimentar.
Eructação é a expulsão dos gases do rúmen por movimentos chamados ciclos secundários, com a contração dos sacos cegos em direção cranial. O ciclo secundário ocorre ao mesmo momento em que o liquido ruminal vai do omaso para o abomaso.
O omaso recebe o liquido do reticulo na secunda fase do ciclo primário, com partículas menores a 1mm não precisando de seletividade no ostio reticuloomasal. Por possuir as laminas que dão uma maior superfície de contato, ele absorve os ácidos graxos voláteis, água e eletrólitos. Controla o envio de alimento para o abomaso.
O abomaso secreta HCL, pepsinogenio e gastrina, sendo que em animais jovens pré-ruminantes ainda secreta renina.
No rumem, a temperatura é por volta de 39C, com ambiente anaeróbico e entrada e saída de alimentos constante. Os microrganismos atuam nos carboidratos do alimento, formam a proteína microbiana e com os lipídeos fazem a bio-hidrogenação.
Cada tipo de microrganismo é apto para utilizar um determinado tipo de alimento e transformar eles em determinados produtos, que somados formam o liquido ruminal.
Os bezerros neonatos não tem os pré-estomagos desenvolvidos, sendo afuncionais. Após o nascimento eles consomem o colostro para adquirir anticorpos maternos e posteriormente os pré-estomagos vão se maturar ao entrar em contato com bactérias e vírus, sendo os primeiros os Escherichia coli e seguidos por Lactobacillus sp.
O rumem e reticulo de neonatos corresponde a 30% do volume estomacal e o omaso e abomaso correspondem a 70%. Quando adultos, o rumem e reticulo correspondem a 80% do volume estomacal e o omaso e abomaso correspondem a 20%.
O rumen é responsável pela síntese de aminoácidos essenciais, vitaminas, digestão de celulose e hemicelulose. O desenvolvimento do rúmen se da através da ingestão de alimentos sólidos, sendo que quanto maior for o volume de alimentos sólidos ingeridos mais rápido ele se desenvolvera. 
Ao nascer os pré-estomagos tem um PH de 2 a 2,5. Ao desmamar de forma precoce, os pré-estomagos tem o PH de 5 com 3 meses e PH em 6 entre 9 e 12 meses. Esse aumento do PH junto com o desenvolvimento dos pré-estomagos estimula uma maior ingestão de matéria seca , mais secreção de saliva e melhor absorção de ácidos graxos voláteis.
O rúmen possui bactérias, protozoários, fungos anaeróbios, micoplasmas e bacteriófagos. Os protozoários auxiliam na digestão de fibras e sua concentração é maior em PH mais altos.
A alimentação influencia no tipo de microbiota ruminal que vai se desenvolver. Bezerros alimentados com concentrado e leite formam uma microflora “tipo concentrado”, quando alimentados com feno e leite de forma controlada formam uma microflora “tipo feno”. Quando os bezerros tem um controle de leite com alimento e ingerem concentrado e feno produzem a microflora “tipo mista” que é a mais semelhante a de animais adultos.

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