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FISIOLOGIA DA DIGESTÃO DOS RUMINANTES

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Yohanna de Tarso
FISIOLOGIA DA DIGESTÃO DOS RUMINANTES
(parte I)
Ruminantes são herbívoros poligástricos e
possuem:
3 pré estômagos (aglandulares) - rúmen,
retículo e o omaso
1 verdadeiro (glandular), que chamamos de
estômago químico - abomaso.
- Ruminantia ( ruminantes verdadeiros)
- Bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos
cervo, alce, rena, antílope, girafa, boi
almiscarado, bisão.
- Tylopoda ( pseudo-ruminantes) -
Camelo, alpaca, lhama e vicunha. *
Não possui omaso; Possui glândulas
cardíacas na parte ventral do retículo.
*O rúmen ocupa mais da metade da parede
abdominal esquerda, se estende desde a
bacia até o diafragma, é dividido em sacos
através do pilares (musc. liso de contração
involuntária).
**O retículo fica próximo ao coração -, essa
condição anatomia dos pré estômagos gera um
fator predisponente para retículo pericardite
traumática, onde por algum trauma ou ingestão
de corpo estranho que durante as fortes
contrações mecânicas digestivas entre o rúmen e
o retículo pode causar a perfuração do diafragma
e do saco pericárdico.
*** Podendo ainda causar um edema de barbela -
onde o sangue pode refluir para as veias cavas
cranial e a jugular não consegue drenar,
aumentando a pressão hidrostática e
extravasamento de líquidos dos capilares - pois o
coração não consegue contrair e ejetar sangue
para a grande circulação.
Yohanna de Tarso
EPITÉLIO RUMINAL
CARACTERÍSTICAS DO EPITÉLIO RUMINAL
- Escamoso
- Estratificado
- Queratinizado
- Aglandular
FUNÇÕES: protetora; metabólica e absortiva.
MECANISMO DE AÇÃO DA ANIDRASE
CARBÔNICA NO EPITÉLIO E NO LÚMEN
RUMINAL
- No epitélio dos pré- estômagos e
dentro das células epiteliais da parede
do rúmen a enzima anidrase carbônica
oriunda do sangue promove a
formação de ácido carbônico a partir
de Co₂ e H₂O. Esse composto é muito
instável e se dissocia em íons de
bicarbonato e íons hidrogênio.
- O íon de hidrogênio associa-se com
ânions de AGV (ácidos graxos)
formando AGV na forma livre (Hac)
que pode se difundir mais
rapidamente através do epitélio
Ruminal, para os capilares e os íons
bicarbonato se difundem para o fluido
ruminal, para neutralizar a acidez
deixada pela grande produção dos
ácidos graxos voláteis no rúmen
contribuindo para manutenção de um
pH ótimo, próximo do neutro, para que
ocorra a ação hidrolítica das bactérias,
no processo de fermentação
anaeróbia do substrato dentro do
ecossistema Ruminal.
- METADE DOS AGV SÃO ABSORVIDOS
POR DIFUSÃO PASSIVA E ESTÁ NO
ESTADO NÃO DISSOCIADO OU SEJA
FORMA LIVRE
- E O RESTANTE É ABSORVIDO COMO
ÂNIONS POR DIFUSÃO FACILITADA NA
TROCA POR ÍONS BICARBONATO
- Esse mecanismo facilita a absorção de
AGV (ácidos graxos) e cria um pH(5.5 a
6.0) ruminal adequado pela troca de
ânions de ácidos mais fortes por
ácidos mais fracos (Hac) = ácidos
graxos livres com formação de HCO-3.
Retículo
- Direciona a ingesta para interior do
rúmen;
Yohanna de Tarso
- Regula passagem da ingesta para o
omaso - orifício retículo omasal
- Fornece umidade aos conteúdos
ruminais
- Banha o cárdia antes da regurgitação
* Conteúdo parece um caldo de cana
Omaso ou livro
- Tem função de Moer e triturar o
conteúdo oriundo do rúmen;
- Espremer o conteúdo ruminal
deixando-o pastoso;
- Facilita a absorção de água e eletrólito
e AGV
ABOMASO - estômago químico
- É um saco em forma de pêra e
corresponde a parte glandular do
estômago dos ruminantes;
- A mucosa glandular possui 12 a 14
pregas que se estendem em direção
ao piloro em espiral;
- A parte dobrada da mucosa constitui a
região das glândulas fúndicas e a zona
lisa a região das glândulas pilóricas do
estômago dos monogástricos. Não tem
zona glandular cardíaca;
- Hidrolisa as proteínas microbianas
oriundas do rúmen
- Coagula a caseína do leite.
DIGESTÃO NO ABOMASO +detalhadamente
SUCO ABOMASAL
1. Células principais ou pépticas
produzem - Pepsinogênio e prorenina ;
A prorenina é produzida na forma inativa de
uma protease com 323 resíduos de AA com 3
pontes de dissulfeto. É transformada em
renina em meio ácido e através da pepsina
por autocatálise. Sua ação proteolítica ótima
ocorre em pH 3.5
Função da prorrenina - Coagular a proteína
do leite denominada de caseína que é uma
fosfoproteína, transformando o leite ingerido
pelo lactente candidato a ruminante, em
coalhada+soro, dentro do estômago químico
ou abomaso.
Yohanna de Tarso
O soro é rico em proteína, carboidratos,
cálcio, potássio, fosfato, selênio e vit.C
*Aditivos ácidos colocados no leite tais como:
limão e vinagre - fazem com que a caseína do
leite induza a produção de ácido lático
promovendo a coagulação do leite
- Células parietais produzem – HCL;
- Lípase - oriunda da saliva carreada
para o abomaso e serve para digerir
20% das ligações ésteres da gordura
do leite.
★ Temperatura
- Leite ingerido abaixo de 25 graus é
necessário mais de 15 minutos para
sua coagulação. Acima de 35 graus a
coagulação é rápida;
- O pH do ruminante adulto é mais
ácido;
- 2.0 a 4.0 na vaca como consequência
da fixação de ácido clorídrico livre dos
componentes da ração.
2. Pepsinogênio - produzido nas células
principais ou pépticas na forma
inativa e é transformado em pepsina
pelo HCL;
- Ação ótima da pepsina ocorre em pH
2.0;
- Função da pepsina - hidrolisa as
proteínas microbianas que foram
sintetizadas no rúmen e 20% das
proteínas da dieta que não foram
hidrolisadas no Rúmen pela
fermentação microbiana carreira para
o abomaso onde são degradadas em
peptídeos .
3. HCL - produzido nas células parietais
das glândulas do abomaso
- Função do HCL- importante para criar
um meio ácido no abomaso para
ativar as enzimas prorenina e
pepsinogênio.
Lipase encontrada no abomaso de origem
salivar
- Lípase oriunda da saliva e carreada
para o abomaso pelo fluxo salivar e
serve para digerir 20% das ligações
ésteres da gordura do leite nos
ruminantes jovens.
■Mecanismo de coagulação do leite no
Abomaso
★ Fatores que influenciam a coagulação
da caseína do leite no abomaso:
temperatura; pH; Prorenina e íons de
cálcio.
- Temperatura do leite
Leite ingerido abaixo de 25 graus é
necessário mais de 15 minutos para sua
coagulação.
Leite ingerido acima de 35 graus a
coagulação é rápida.
- Grau de acidez do leite
Baixo grau de acidez do leite dificulta a
coagulação da caseína.
O pH ótimo para ação da Renina e
coagulação do leite no abomaso pH
de 3.5
*Esses fatores que compõem o mecanismo
de coagulação do leite no abomaso são
necessários pois se não for coagulado, o leite
vai direto para o intestino delgado e causa
diarreia do leite.
Yohanna de Tarso
**Quando a vaca mãe morre, por exemplo, é
necessário dar o leite artificial para o filhote
lactente e ao não aquecê-lo na temperatura
correta (acima de 35°) que ele receberia
naturalmente da sua mãe (deixando por
exemplo, mais frio), o leite vai passar direto
pelo abomaso e não sofrer a coagulação
devida causando a diarreia do leite no filhote.
***Da mesma forma quando o objetivo é o
contrário, quando a ordenha na indústria do
leite é realizada é necessário o resfriamento
imediato do leite (inibindo a coagulação), já
que a temperatura do ambiente (fora do teto
o leite coagula mais rápido) que geralmente é
alta, acidificando o leite que depois coagula,
mas as empresas não compram leite que
tenha passado por esse processo, gerando
consequente perda econômica.
■ACA MECÂNICA E PRODUÇÃO E USO DO LEITE
DE SOJA PARA RUMINANTES LACTANTES (ao
invés da ração de soja)
■
■= diarreia - a proteína da soja, sojina, não
coagula no abomaso, mesmo que em ph e
temperatura ideias, não se tem uma enzima
que desencadeia a coagulação do leite, que
passa direto pro I.D e o resultado é diarreia,
desidratação, perda de peso e prejuízo no
trabalho.
Sulco (calha) esofágico ou goteira esofágica e
suas funções: Fisiológica e Farmacológica
É uma calha que se forma pela dobra do
tecido muscular liso de contração
involuntária, desde a desenbocadura do
esofago, passando pela parte ventral do
reticulo, até o orifício retículo omasal,
quando o ruminante lactente ingere o leite da
lactante, passandorapidamente para o
abomaso.
*E por que não cai no rúmen? Porque é no
abomaso que se tem as enzimas responsáveis
por coagular o leite em coalhada+soro e
digeri-lo.
Componentes do arco reflexo do reflexo
(parassimpático) da goteira esofágica:
❏ Receptores de captação química (ex:
de sais de sódio) vão ser transduzidos
em impulso - faringe
❏ a via Aferente do reflexo – nervo
glossofaríngeo
❏ Centro nervoso do reflexo - tronco
encefálico
❏ e a via Eferente ou motora do reflexo -
nervo vago
*liberando acetilcolina que se liga no
receptor colinérgico muscarínico do
músculo liso para forma a calha, canal
ou goteira esofágica
**Esse reflexo pode ser bloqueado
com o antagonista da acetilcolina, a
atropina.
Fatores que estimulam o reflexo de formação
da goteira esofágica
❏ Sais de sódio estimula o reflexo em
bovinos
❏ Sais de alumínio estimula o reflexo em
caprinos e ovinos
❏ Desidratação no adulto e estimulação
da liberação de ADH e reflexo de
formação da goteira esofágica
❏ Desmame e idade tende a desaparecer o
reflexo
Yohanna de Tarso
*OS BOVINOS, BUBALINOS, OVINOS E
CAPRINOS, NASCEM MONOGÁSTRICO.
❏ Ao nascimento o maior
compartimento é o abomaso ocupa 56% a
62% do estômago total.
DESENVOLVIMENTO DOS PRÉ- ESTÔMAGOS
❏ Depende da dieta
❏ Leite
❏ Concentrado
❏ Volumoso
Proporções dos compartimentos do trato
digestivo de bezerros em sistema de pastejo
Vantagens de alimentar o filhote de
ruminante a partir da 2ª semana de vida com
alimento volumoso para torná-lo ruminante
precocemente.
❏ Desenvolvimento da flora (microbiana) e
fauna (de protozoários) nos
pré-estômagos;
❏ Formação das papilas e dos pilares de
músculo liso do rúmen
❏ Desenvolvimento das lamínulas
colunares do retículo
❏ Formação das folhas do Omaso
DIFERENÇA ENTRE DIGESTÃO FERMENTATIVA E
DIGESTÃO GLANDULAR
❏ Digestão Fermentativa
- Na digestão fermentativa as enzimas
são produzidas pelos
microorganismos e não pelo
hospedeiro;
- A quebra do substrato pelas enzimas
bacterianas é por hidrólise;
- A digestão é mais lenta do que a
glandular;
- Os substratos são muito mais
alterados.
❏ Digestão Glandular
- Na digestão glandular as enzimas são
produzidas pelo hospedeiro;
- A quebra do substrato é também por
hidrólise;
- A digestão é mais rápida do que a
fermentativa.
Yohanna de Tarso
Locais de digestão fermentativa ocorre em
compartimentos especializados do sistema
digestório
❏ Nos ruminantes a digestão
fermentativa ocorre antes do
estômago glandular, ou seja ao nível
dos pré-estômagos aglandulares
(Rúmen, retículo e omaso).
❏ Nos eqüídeos, ocorre fermentação na
porção não glandular do estômago
proximal (saco cego do estômago) e
também ocorre fermentação após o
estômago glandular e o intestino
delgado ou seja no intestino grosso ao
nível do ceco e cólon.
Ecossistema microbiano da digestão
fermentativa
❏ Os microorganismos responsáveis pela
digestão fermentativa incluem:
bactérias, protozoários e fungos;
❏ A população microbiana, encontrada
no rùmen, associada a digestão
fermentativa é muito grande, com pelo
menos 28 importantes espécies com
funções distintas;
❏ O número total de bactérias no
pré-estômago ou no intestino grosso
varia normalmente de 1010 a 1011
células de bactérias por grama de
conteúdo Ruminal;
❏ A maioria dessas bactérias são
anaeróbias estritas, que não podem
sobreviver na presença de oxigênio,
embora possam existir também
bactérias facultativas;
❏ No Rúmen também possui Fungos que
podem desempenhar um papel
importante na digestão das paredes
das células vegetais;
❏ Existe também uma grande população
de protozoários no Rúmen e no
Intestino grosso dos equídeos. O
número médio de protozoários é de
105 106 células por grama de conteúdo
Ruminal;
❏ A maioria dos protozoários do rúmen
são ciliados e pertencem aos gêneros
Isotricha ou Entodinium embora
espécies de flagelados também
estejam presentes, especialmente em
ruminantes jovens. Como os demais
organismos presentes no rúmen, os
protozoários são anaeróbios;
❏ Habilidades ou capacidades digestivas
dos protozoários e das bactérias são
semelhantes;
❏ Quando aumenta o número de
bactérias no rúmen, os protozoários
ingerem o excesso para manter a
população equilibrada dentro do
ecossistema ruminal;
❏ Os protozoários também ingerem
partículas de amido e proteínas e
estocar dentro do seu organismo,
onde ficam protegidas da ação das
bactérias, retardando ou prolongando
a digestão desses substratos,
Yohanna de Tarso
tornando mais lenta a digestão de
substratos rapidamente fermentáveis
(como o amido, que ao ser fermentado
produz muito ácido lático acidificando
o rúmen e inibindo os movimentos da
digestão mecânica, comprometendo a
digestão).
- O amido e a proteína ficam
armazenados no organismo
dos protozoários até serem
digeridos pelos protozoários
ou até que os protozoários
morram ou sejam levados do
rúmen para o trato digestivo
inferior.
Cooperação e a inter-relação entre muitas
espécies de microorganismos
❏ Os produtos excretados por uma
espécie microbiana serve de
substrato para outra espécie:
- O Ruminococcus albus é
celulolítico (digere celulose)
mas não digere proteínas. O
Bacteroides ruminículas é
proteolítico (digere proteína)
mas não digere celulose. Isso é
uma interação sinérgica ou
uma simbiose entre as
espécies de bactérias no
ecossistema ruminal.
Quando esses microorganismos crescem
juntos, a digestão de celulose feita pelo
Ruminococcus albus fornece hexoses para as
necessidades energéticas do Bacteroides
ruminículas e a digestão de proteínas feita
pelo Bacteroide ruminicola fornece amônia e
ácidos graxos de cadeia ramificada para as
necessidades de crescimento do
Ruminococcus albus.
❏ As necessidades de fatores de
crescimento entre as espécies de
microorganismos também são
suprimidas sinergicamente dentro do
ecossistema ruminal:
- As vitaminas do complexo-B
são necessárias para o
crescimento de vários
microorganismos no rúmen,
têm espécie que produz um
tipo de vitamina B e o outro
não e vice versa então os
microorganismos fazem uma
alimentação cruzada.
Características do ecossistema ruminal
❏ pH normal 5.5 – 6.8 depende da dieta;
❏ pH abaixo de 5.0 a motilidade
ruminoreticular fica intensamente
deprimida - (interrompe os
movimentos mecânicos e gera gases e
morte de algumas cepas microbianas)
- causando timpanismo;
❏ Temperatura 39ºC – 42ºC;
❏ Umidade elevada;
❏ Fluxo lento da ingesta;
❏ Motricidade adequada;
❏ Solução tampão bicarbonato e fosfato
da saliva;
❏ Osmolaridade elevada 300 mOsm -
para manter o animal hidratado (e
evitar acidose ruminal)
❏ Potencial de oxirredução – 250 a – 450
(mV);
❏ Síntese de todas as vitaminas do
complexo B exceto Vit. B12 que
depende de cobalto para sua síntese;
❏ Cooperação entre as espécies.
Yohanna de Tarso
Aula prática - TIMPANISMO
Desencadeado pelo pH abaixo (acidose) de
5.0, por hipocalcemia, ou até mesmo lesão do
nervo vago onde a motilidade
ruminoreticular fica intensamente deprimida,
interrompendo os movimentos mecânicos e
gerando o acúmulo de gases (é o que mata o
animal) e a distensão da cavidade abdominal
e morte de algumas cepas microbianas).
É necessário remover os gases do rúmen e
para isso:
1. Realizado a tricotomia da região;
2. Assepsia da área;
3. Através do trocater, um aparelho
pontiagudo oco que possui um bastão
removível, que ao ser introduzido a
estrutura do bastão é puxada
direcionando a saída dos gases para
fora do rúmen, confirmado pelo som
dos gases saindo e pelo cheiro
desagradavel, trazendo alívio ao
animal;
4. Tracionar a pele no sentido caudal ou
cranial, pois ao retirar o aparelho a
pele e do rúmen não fiquem o espaço
da incisão um sobre o outro e sim a
pele que ao ser solta recobre o espaço
da incisão do aparelho no rúmen;
Diferenciação entre timpanismo por acidose e
timpanismo por lesão vagal - teste da
atropina
Aplicar atropina via subcutânea,
intramuscular ou endovenosa e após 10
minutos avaliar a frequência cardíaca
- bloqueia os receptores colinérgicos
muscarínicos da acetilcolina -
bloqueando o nervo vago.
❏ Teste negativopara lesão vagal –
quando a atropina aumenta a
frequência cardíaca.
❏ Teste positivo para lesão do vago –
quando a atropina mantém a
frequência cardíaca, já que o vago foi
lesado não tem como ocorrer bloqueio
dos receptores da acetilcolina e o
simpático já estava predominando
então a frequência cardíaca já estava
alta e não altera.
Ausculta cardíaca após o uso da atropina -
entre o 3° e o 4° espaço intercostal no lado
esquerdo.
Yohanna de Tarso
FISIOLOGIA DA DIGESTÃO DOS RUMINANTES
(parte II)
Importância das forragens e pastagens na
alimentação dos Ruminantes - fornece 60 a
70% da energia consumida pelos ruminantes
❏ A célula vegetal possui uma parede
celulósica com um complexo de
carboidrato:
- Celulose; hemicelulose;
pectina com ligação B- 1,4-
glicosídica e a lignina.
*a quebra dessas moléculas grandes vai
resultar em ac. graxos voláteis (ácido acético,
propriano e o butírico);
❏ Lignina é uma substância fenólica
- Resiste a ação de enzima
animal e bacteriana;
- Envolve os carboidratos da
parede celulósica;
- Reduz
digestibilidade,impedindo a
ação das enzimas microbianas;
- Sua concentração aumenta
com a idade da planta e a
temperatura do ambiente.
Digestão fermentativa dos carboidratos no
rúmen
Mecanismo anaeróbio de fermentação
microbiana.
❏ Bactéria se acopla a superfície da
partícula vegetal;
❏ Libera complexo enzimático de
celulase promovendo hidrólise da
parede celular vegetal originando
glicose e outros monossacarídeos e
polissacarídeos de cadeia curta;
❏ Esses produtos ficam em solução no
conteúdo ruminal;
❏ Outros microrganismos absorvem
esses produtos, que entram na sua via
metabólica glicolítica da bactéria,
onde uma molécula de glicose dará 2
de piruvato e o piruvato se transforma
em AGV.
Produto final do metabolismo dos
carboidratos no Rúmen
Principais ácidos graxos voláteis:
❏ Acetato
❏ Propionato
❏ Butirato
Yohanna de Tarso
❏ Isobutirato
❏ Isovalerato
❏ 2-Metilbutirato
ESQUEMATIZANDO A CADEIA DE REAÇÕES dos
produto final do metabolismo dos
carboidratos no Rúmen
Yohanna de Tarso
Influência da dieta na produção de A.G.V e no
teor gordura do leite
*o acetato é precursor da gordura no leite
** O propionato é direcionado no organismo
do ruminante para a realização de
neoglicogênese.
***O butirato também é precursor da gordura
do leite, só que em menor proporção agindo
mais na formação da gordura corporal do
animal.
****A glicose do rúmen é utilizada no
metabolismo endógeno das bactérias da
microbiota ruminal, sendo transformada em
AGV, o ruminante praticamente não absorve
glicose, em pouquíssima concentração,
opostamente ao monogástrico.
*****Lactodensímetro - mede o teor de
gordura, que depende do tipo de pastagem
que está sendo oferecida ao rebanho
(exemplificado no gráfico anterior).
DESTINO DOS ÁCIDOS GRAXOS VOLÁTEIS NO
METABOLISMO ENDÓGENO
❏ ACETATO- é o mais abundante ácido
graxo na circulação sistêmica e o
principal metabólito dos ruminantes;
❏ Parte do acetato é metabolizado a CO2
no epitélio ruminal dos pré-estômagos
e o restante é absorvido e vai para o
fígado e é captado pela maioria dos
tecidos corporais para formação de
CoA utilizada no ciclo do ácido cítrico;
❏ Na glândula mamária é utilizado na
síntese de ácido graxo de de cadeia
curta e média na formação da gordura
do leite funcionando como grande
precursor da gordura do leite dos
ruminantes.
❏ PROPIONATO - 30% do propionato é
metabolizado no epitélio ruminal dos
pré-estômagos para formar ácido
lático e o restante 70% é absorvido
como propionato para o fígado:
- transformados em
oxaloacetato e utilizado no
ciclo de Krebs;
- ou utilizado para
neoglicogênese hepática
juntamente com o ácido lático.
❏ BUTIRATO - A maior parte é
metabolizada no epitélio dos
pré-estômagos, oxidado a corpos
cetônicos e B-hidroxibutirato.
❏ O restante é transportado para o
fígado e oxidado também a corpos
cetônicos.
*Os corpos cetônicos são
metabolizados pela maioria dos
tecidos do corpo e utilizados para
fornecer carbono para síntese dos
ácidos graxos de cadeia curta e
média da gordura do leite e formação
da gordura corporal.
❏ BUTÍRICO (forma não iônica)- a
maioria é metabolizado na parede dos
pré-estômagos: oxidado a corpos
cetônicos e B-hidroxibutirato.
❏ O restante é transportado para o
fígado e metabolizado de forma
semelhante.
Yohanna de Tarso
❏ Os corpos cetônicos são
metabolizados pela maioria dos
tecidos do corpo e utilizados para
fornecer carbono para síntese dos
ácidos graxos de cadeia curta e
média da gordura do leite dos
ruminantes.
Fermentação das proteínas no Rúmen
*metabolismo da bactéria dentro do
rúmen
**Ler a legenda (use o zoom)
***80 a 90% das proteínas da dieta
são transformadas dentro do rúmen
em proteínas microbiana.
Fermentação dos C.N.N.P (compostos
nitrogenados não-protéicos).
Ciclo metabólico da uréia
Uso correto da uréia
*máximo uso de 30% da ração total
- Adaptação do animal
- Adicionar carboidrato de fácil
digestão. ex: melaço
- Aumenta produção de ácido láctico
- Reduz o pH
- Lentifica absorção da Amônia
- Previne a intoxicação
- Ocorre maior síntese protéica
microbiana
- O máximo que se pode usar de ureia
na alimentação dos Ruminantes é de
30ª
Vantagens do uso da uréia na alimentação de
ruminantes
- Custo baixo em relação aos
concentrados protéicos utilizados na
alimentação dos ruminantes.
- As proteínas microbianas sintetizadas
pelas bactérias do Rúmen com o uso
da uréia na alimentação de
ruminantes são de alto valor biológico.
Pequenas desvantagens do uso de uréia na
alimentação dos ruminantes em relação ao
uso de concentrados protéicos
- As bactérias do Rúmen gastam um
pouco mais de energia da dieta para a
síntese de proteínas microbianas a
partir da uréia.
- Ocorre um pouco mais de perda de
nitrogênio na urina quando as
bactérias utilizam uréia para síntese
de proteína microbiana.
Sintoma intoxicação por uréia/amônia
❏ Taquipnéia
❏ Tremores musculares
❏ Cãibra
❏ Excitabilidade do sistema nervoso
Yohanna de Tarso
❏ Sialorréia - aumento da salivação
❏ Diarréia
❏ Aumento eliminação urina
FERMENTAÇÃO DOS LIPÍDIOS DA DIETA DOS
RUMINANTES
❏ presentes nas membrana celular das
forragens e sementes oleaginosa;
❏ lipídios são ácidos graxos livres =
fosfolipídios;
❏ os micróbios hidrolisam os lipídios
convertendo em ácidos graxos
insaturados;
❏ os micróbios sintetizam lipídios
microbianos a partir dos AGV;
❏ as dietas não devem conter mais que
5% da matéria seca como lipídio;
❏ valores acima de 5% afetam: a
palatabilidade, atividade celulolítica e a
consistência dos alimentos
concentrados;
OUTRAS REAÇÕES RUMINAIS IMPORTANTES
❏ Síntese Vit. B12 na presença de um
suprimento adequado de cobalto;
❏ A Vit. B12 é utilizada pelo ruminante e
pelos microrganismo do rúmen;
❏ É mais eficiente o uso do cobalto na
alimentação dos ruminantes para síntese
de Vit. B12 pelos microrganismos do
rúmen, do que pela injeção de Vit. B12
no ruminante;
❏ Síntese de AA sulfurados; metionina;
cistina,cisteína, na presença de um
suplemento adequado de enxofre;
❏ A deficiência de cistina, cisteína causa
inibição do crescimento da lã dos
ovinos produtores de lã, devido ao alto
conteúdo de queratina na fibra da lã;
❏ O excesso de molibdênio reduz a
disponibilidade de cobre e enxofre nos
ruminantes porque os microrganismos
do rúmen formam tiomolibdenato de
cobre;
❏ Deficiência de cobre provoca redução de
melanina e causa um avermelhamento
do manto piloso dos animais pretos e a
perda da ondulação da lã ( PALHA DE
AÇO);
❏ Excesso de nitrato na dieta causa
aumento de metahemoglobina no
sangue e deficiência no transporte de
O2;
❏ As bactérias do rúmen reduzem o nitrato
a íon nitrito e quando absorvido, o
nitrito oxida o íon ferro da hemoglobina
em íon férrico, produzindo
metahemoglobina que não transporta
O2.
Eficiência na síntese de proteína microbiana
pela energia da dieta
❏ Depende do balanço entre as fontes
de energia e de nitrogênio.
Yohanna de Tarso
Equação global do metabolismo Ruminal
❏ Glicose + Peptídeos =
Proteína microbiana AGV + NH2 + CODigestão mecânica
*No estágio B-C o saco dorsal lança o conteúdo sólido
recém deglutido para o saco ventral onde tem água, que
também se contrai projetando seu líquido no conteúdo,
esse choque gera um ruído que pode ser auscultado
Movimentos da ingesta no Rúmen
RUMINAÇÃO
❏ É o processo de transporte de material
alimentar do retículo para a cavidade
bucal para uma mastigação adicional.
❏ É um ciclo de atividade e se divide em
4 fases:
- Regurgitação - o retículo e o átrio
ruminal contrai elevando a prega
ruminoreticular, jogando o alimento
para a cárdia, abrindo-o e criando
uma onda de peristáltico reversa e o
alimento chega a boca para ser
remastigado;
- Remastigação - através de uma
mastigação lateralizada, espremer o
excesso de água e tritura o alimento
- Reinsalivação - mais intensa do que
a 1°.
- Redeglutição.
Yohanna de Tarso
❏ Controle nervoso da Ruminação
- Receptores - pré-estômagos
- Via sensitiva – nervo vago (misto - via
sensitiva e via mototra).
- Centro nervoso – tronco encefálico
- Via motora – nervo vago
Funções da saliva nos Ruminantes
❏ 6 –16 L/DIA OVINO;
❏ 60-160L/DIA BOVINO;
❏ URÉIA – fonte NNP para síntese
proteína microbiana;
❏ BICARBONATO Ph = 8.1 neutraliza 50%
dos AGV nos pré-estômagos;
❏ FOSFATO – síntese microbiana de ácido
nucléico, nucleoproteína e fosfolipídio
de membrana;
❏ Umedecer a ingesta;
❏ Fornecer- um possível agente
anti-espumante para o rúmen; - evitar
o timpanismo
*A obstrução dos ductos parotídeos e
inibição da salivação pode induzir a
um timpanismo espumoso, justamente
pela ausência desse anti-espumante.
❏ A saliva de Pré-ruminantes de 1-3
semanas de vida tem uma esterase a
qual inicia a hidrólise dos lipídios do
leite.
Regulação da motricidade dos pré-estômagos
❏ PARASSIMPÁTICO - Nervo vago
Motilidade dos pré-estômagos:
- misturar e fragmentar as partículas
- desencadear ruminação
- eliminação de gases
- formação do sulco reticular
❏ SIMPÁTICO
- Inibe motilidade e contrai esfíncteres
*Em situações de estresse o simpático libera
noradrenalina que age nos receptores
adrenérgico alfa 1 inibindo a contração e
relaxando a musculatura lisa dos pré-
estômagos, inibindo a ruminação.
Inervação vagal dos pré-estômagos
O vago esquerdo
inerva mais o rúmen e
o direito inerva mais o
retículo, e omaso e
abomaso.
Nervo Vago
- O vago direito inerva o nódulo sinusal
do coração
*Ao ser estimulado ele libera acetilcolina e
diminui a frequência cardíaca.
- O vago esquerdo inerva o nódulo
atrioventricular do coração
*Ao ser estimulado ele libera acetilcolina
provocando uma parada cardíaca no diástole.
Gases produzidos pelo rúmen
FERMENTAÇÃO EM TAXA MÁXIMA (40
LITROS/HORA)
❏ CO2 60%:
- Descarboxilação nos processos de
fermentação ;
- Neutralização do H+ pelos íons
HCO3-.
Yohanna de Tarso
❏ CH4 30-40%:
- Redução do CO2 e formiato pelas
bactérias metanogênicas o CH4 é um
composto de alta energia e sua
eliminação do corpo como produto
residual representa perda de 8% do
total da energia digestível da dieta
TIPO DE GASES NO RÚMEN
❏ Traços de sulfeto de hidrogênio
surgem da redução do sulfato e dos AA
sulfurados.
- È um gás potencialmente tóxico
mesmo em pequenas quantidades
- Só aparece em quantidades
significativas em fermentação anormal
após aumento súbito nos alimentos
concentrados
❏ Oxigênio - penetra no rúmen
aprisionado nos alimentos ingeridos ou
com a água ou por difusão do sangue,
ele é rapidamente usado pelas
bactérias aeróbicas facultativas
❏ Amônia
- Desaminação das proteínas
- Desaminação CNNP
- Desaminação ureia oriunda da saliva e
do sangue
ERUCTAÇÃO - eliminação dos gases pela
cavidade nasal para o ar atmosférico para e
os pulmões onde é parcialmente absorvido
❏ Estímulos desencadeantes
- Pressão gasosa intraruminal
- Motilidade dos pré-estômagos
❏ Estímulos inibitórios
- Excesso de água
- Óleo mineral
- Conteúdo ruminal líquido na região do
cárdia
*No boi ocorre 5-8 eructações em 10 minutos
*Na ovelha 6 eructações em 10 minutos
*Na cabra 4-7 eructações em 10 minutos
SONS NORMAIS DO RÚMEN DURANTE A
PERCUSSÃO
- Região dorsal do rúmen ausculta-se
com som sub-timpânico devido à
presença de gás.
- O som aumenta em macicez de cima
para baixo

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