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ERROS INATOS DO METABOLISMO (EIM) PROF.: KAMILLA RAVENNA Conceito Doenças causadas por algum bloqueio no fluxo normal de processos metabólicos com padrões de herança compatíveis com leis Mendelianas Fisiopatologia Resumindo: Incidência ❖ BRASIL 1.200 novos casos por ano. “Doenças raras são raras, porém pacientes de doenças raras são numerosos” Diagnóstico PROGRAMAS DE TRIAGEM: Estratégia detecção pré- sintomática e prevenção de alguns erros inatos metabolismo e outras doenças. Tratamento o Algumas doenças metabólicas necessitam de tratamento dietético, para elas, a conduta dietoterápica depende da fisiopatologia da doença. o Objetivos gerais do tratamento dietético: - Corrigir o desequilíbrio primário das reações metabólicas, por restrição ou substituição do substrato acumulado. - Suplementar os produtos da via metabólica primária, que se encontra bloqueada. - Suplementar os nutrientes deficientes em razão da restrição dietética Fenilcetonúria (PKU) Herança Autossômica Recessiva, que resulta na deficiência de converter fenilalanina em tirosina (precursora da dopamina, noradrenalina e melanina) Diagnóstico Teste de triagem neonatal (Teste do pezinho) = coleta de sangue nas 24 – 48 horas de vida, após a amamentação. • PKU: níveis séricos de FAL > 20 mg/dL (2-6 mg/dL), níveis de TYR < 3 mg/dL (4 mg/dL), além da presença do ácido fenilacetato na urina (origina nome da doença). ❖ 1:15.000 nascidos-vivos no Brasil Fernandes et al, 2006. Manifestações Clinicas • Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor. • Urina com odor característico (acúmulo de fenilpiruvato e fenilacetato). • Irritabilidade. • Hiperatividade, hipertonia, hiper-reflexia, agitação. • Microcefalia, deficiência mental (hiperfenilalaninemia). • Crises convulsivas. • Disfagia, vômitos recorrentes. •Pigmentação inadequada de cabelos, olhos e pele (déficit de melanina). • Problemas de linguagem e fala. Walter et al. In: Fernandes et al, 2006. Tratamento dietético Anamnese alimentar e Avaliação nutricional detalhadas. Determinar as necessidades nutricionais (Idade, Peso, Velocidade de crescimento e Grau de controle da doença). Objetivo: Atingir um adequado desenvolvimento cognitivo e psicossocial, além de ofertar bem estar ao paciente durante toda a vida. Meta: Fornecer nutrientes conforme as DRI’s e manter os níveis plasmáticos de fenilalanina de acordo com os limites preconizados. Tratamento dietético Leite materno: pode ser mantido e combinado com fórmulas especiais pobres em FAL • Controlar o tempo de mamada, pesar a criança antes e depois de mamar, calcular a quantidade de FAL no leite humano e completar com fórmula especial pobre ou isenta em FAL e monitorar os sintomas (por ser um AA essencial não pode ser retirado totalmente da dieta) • Lofenalac – 0,08 g/100g de fórmula Phenyl Free – isenta de FAL Tratamento dietético • Aos 4 meses devem ser introduzidos alimentos que contenham baixos teores de FAL (frutas e vegetais) • Deve-se considerar as necessidades nutricionais normais de acordo com a faixa etária • A dieta pobre em FAL deve ser mantida pelo menos ao longo da infância (alguns autores defendem sua manutenção por toda a vida) com suplementação de TYR (100 – 200 mg/Kg/dia para assegurar a produção de neurotransmissores) • Recomendações de FAL: Normais: 2500 mg/dia Indivíduos fenilcetonúricos: 250 a 500 mg/dia • O tratamento da Fenilcetonúria é por toda a vida. Tratamento dietético O Ministério da Saúde garante o fornecimento da fórmula para os pacientes devidamente cadastrados no Programa Nacional de Triagem Neonatal. Tratamento dietético Tratamento dietético Monitoramento Níveis desejáveis Monitoramento ao longo do tempo. Infecções agudas que levem ao catabolismo proteico, excessiva ou inadequada ingestão de fenilalanina e ingestão inadequada de energia e proteína podem alterar os níveis plasmáticos de FAL. Galactosemia Herança Autossômica Recessiva, com deficiência de GALT, GALK e GALE, que resulta na deficiência na conversão de galactose em glicose GALT: Galactose-1- fosfatouridiltransferase GALK: Galactoquinase GALE: Uridil-difosfato-galatose-4- epimerase Adaptado de Holton et al, 2001. Fisiopatologia GALT ou Tipo 1 (mais comum) GALK ou Tipo 2 (Galactitol ou Galactonato) GALE ou Tipo 3 GALT: Galactose-1- fosfatouridiltransferase GALK: Galactoquinase GALE: Uridil-difosfato-galatose-4- epimerase Fisiopatologia Quadros Clínicos GALT: • Sucção débil • Baixo ganho ponderal • Sepse por E. coli • Catarata • Apraxia verbal • Baixo rendimento escolar • Déficits neurológicos • Ataxia • Choque • Óbito GALE: • Moderada: assintomático. • Acentuada: clínica idêntica à forma clássica GALK: • Catarata bilateral detectável nas primeiras semanas de vida. • Pseudotumor cerebral como complicação da doença. Tratamento dietético Remover da dieta os alimentos que contém lactose (leite e derivados) – Por toda a vida • Fórmulas a base de soja ou isentas de lactose. • Restrição de algumas frutas que contém quantidades significativas de galactose (caqui, kiwi, tomate, melancia). Tratamento dietético Tratamento dietético Monitoramento É fundamental o monitoramento do peso e do comprimento da criança. Martins et al, 2006.
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