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Galactosemia O que é galactosemia? É uma doença caracterizada por um distúrbio autossômico recessivo no metabolismo da galactose, onde ocorre deficiência ou a disfunção de enzimas como a: Galactosinase, Galactose-1-Fosfato Uridil-Transferase, UDP-galactose-4-Epimerase. Sendo classificadas em: Galactosemia tipo 1, tipo 2 e tipo 3, conforme a deficiência enzimática. A Galactosemia tipo 1 (a clássica) é representada pela deficiencia da enzima Galactose-1-Fosfato Uridil-Transferase. a incidência anual estimada tem sido descrita como sendo entre 1/40,000 e 1/60,000 nos países ocidentais. Metabolismo da Galactose O defeito comum na galactosemia clássica é a diminuição da atividade da galactose 1-Fosfato Uridil Transferase, mas as outras enzimas representadas também podem estar envolvidas em alguns casos. Note que a atividade da Epimerase é normal na maioria dos indivíduos, ou seja, mesmo com uma dieta livre de galactose, indivíduos galactosêmicos geram galactose suficiente para o desenvolvimento normal. Descrição Clínica Quando ingerem leite materno ou artificial contendo lactose, as crianças desenvolvem problemas de alimentação, apresentam vômitos, diarréia e sinais de lesão hepática (icterícia, tendência para hemorragias, hipoglicemia). Na ausência de tratamento apropriado (restrição de galactose), pode ocorrer sepsis (E-coli) e morte neonatal. Apesar do tratamento adequado, surgem complicações a longo prazo incluindo compromisso cognitivo, défices motores, disfunção ovariana com redução da fertilidade nas mulheres e densidade óssea diminuída. Sinais e Sintomas A galactosemia afeta principalmente o fígado, os olhos, os rins e a região cerebral. Os principais sintomas são: manifestações hepáticas e gastrointestinas como vômitos, dificuldade de alimentação, baixo ganho de peso, icterícia, hepatomegalia (aumento do fígado), ascite (acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade abdominal) e esplenomegalia (aumento do baço). Pode causar catarata, desenvolvimento incompleto ou inibido do intelecto, problemas de fala e coordenação motora, disfunção ovariana com amenorréia primária (ausência da menarca) ou secundária (falta da menstruação em mulheres que já apresentaram ciclos menstruais normais anteriormente), infecção por E. coli. Métodos de diagnóstico Em muitos países, as crianças são rotineiramente rastreadas para galactosemia no nascimento. Quando o rastreio neonatal não é realizado, o diagnóstico baseia-se no quadro clínico. O diagnóstico pode ser confirmado por doseamento dos metabolitos relevantes, análise da atividade da enzima e pesquisa de mutações no gene GALT . O teste pré-natal é geralmente realizado através da pesquisa de mutações em biópsia de vilosidades coriónicas. Em familiares em risco, o teste também é possível para pesquisar a mutação quando esta já tiver sido identificada numa família. - Açucares redutores na urina: galactose; - Galactitol na urina; - Gal1P e Galactose em eritrócitos; - Estudo Enzimático (teste de Beutler): act. GALT; - Teste do pezinho; Diagnóstico Aconselhamento genético A galactosemia segue um padrão de hereditariedade autossómica recessiva. Os pais de uma criança afetada têm 25% de probabilidade de ter filhos afetados nas gestações subsequentes. Tratamento O tratamento baseia-se principalmente na restrição de galactose na dieta. Os bebês devem ser alimentados com leite de soja ou outra fórmula sem lactose. Os pacientes são aconselhados a seguir a dieta para toda a vida. Para evitar uma diminuição da massa óssea, são recomendados suplementos de cálcio, vitamina D e vitamina K se a ingestão não atingir a dose diária recomendada. É obrigatória a monitorização do desenvolvimento cognitivo e motor, função gonadal e massa óssea. São recomendados exames oculares em caso de cataratas neonatais ou no caso de não cumprimento da dieta. Apesar do tratamento dietético podem surgir complicações a longo prazo. Tratamento A dieta do galctosêmico clássico é controversa. Clínicas, médicos e pais seguem regras diferentes. É importante seguir a orientação do seu próprio médico. Infelizmente devido à falta de pesquisas, a dieta para o galactosêmico ainda não é um consenso entre a comunidade médica internacional, havendo controvérsias sobre a correlação entre a ingestão de frutas e vegetais que contém galactose e o acúmulo de galactose-1-fosfato no sangue. Por este motivo o mais seguro, principalmente nos casos mais graves é a restrição completa de alimentos que contenham galactose e lactose. A dieta deverá ser permanente, e um controle constante dos níveis de galactose no sangue deve ser realizado periodicamente. Lista de alimentos Lista de alimentos Lista de alimentos Prognóstico Depende da idade do diagnóstico, da gravidade da doença e do cumprimento das restrições alimentares, que afeta o aparecimento e evolução de complicações secundárias. Essas deficiências enzimáticas geram aumento de substâncias tóxicas que pode acometer órgãos como o fígado, o rim, o sistema cerebral, os olhos, aumenta a proporção de infecção, entre demais complicações que requerem cuidados específicos e individualizados. Referências http://galactosemia.com.br/index.php https://www.orpha.net/consor/cgi-bin/OC_Exp.php?lng=PT&Expert=79239 https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/929/2/24-34.pdf https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/disfun%C3%A7%C3%B5es-metab%C3%B3licas-heredit%C3%A1rias/galactossemia https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1518/ https://www.asic.pt/images/pdf/8_galac_frut_ix_curso_dhm.pdf MARSHALL William, LAPSLEY Marta, P.DAY Andrew, AYLING RuthBioquímica Clínica, 3ª ed, 2016 http://conitec.gov.br/images/Consultas/2018/Relatorio_Galactosemia_TriagemNeonatal_CP25_2018.pdf https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-28072015-111110/publico/DoutoradoDanielFantozziGarcia.pdf Trabalho apresentado por: Vanessa Chaves de Carvalho Athayde Silmaria Silva dos Reis Rios Thiago Roberto de Souza Alves Sarah Santos
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