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Indicadores fisiológicos do BEA-1

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Indicadores fisiológicos do bem-estar – parte 1 
 
Objetivos de aprendizagem 
• Entender a relação entre bem-estar e fisiologia 
• Investigar de que forma o sistema nervoso autônomo (SNA) está associado às 
alterações do bem-estar 
• Entender como o bem-estar pode ser avaliado a partir da medição do SNA 
• Os prós e contras dos diferentes indicadores de avaliação do bem-estar 
 
Sumário do conteúdo 
• Sistema nervoso autônomo 
• Sistema nervoso simpático/medular adrenal & sistema nervoso 
parassimpático 
• Medidas: 
- Freqüência cardíaca - Pressão sangüínea 
- Freqüência respiratória - Catecolaminas 
- Habituação da adrenal - Enzimas & metabólitos 
• Limitações do SNA 
• Conclusões 
 
Definição do BEA (estado físico) 
“Bem-estar animal é o estado físico e psicológico de um animal diante de suas 
tentativas de lidar com o ambiente.” 
Professor Donald M. Broom 
Colleen Macleod Professor of Animal Welfare 
University of Cambridge 
UK 
 
A definição de bem-estar animal acima deriva-se da perspectiva do estado físico do 
animal. 
Bem-estar animal pode também ser definido a partir do seu estado mental e 
natural. Todos os três aspectos do estado de um animal têm de ser levados em 
consideração para determinar o seu bem-estar. 
O módulo 1 aborda esses diferentes aspectos, assim como a sua interação. 
Este módulo focaliza o bem-estar animal do ponto de vista da definição acima. 
 
Alteração no bem-estar 
= 
Alteração nesses estados 
= 
Respostas fisiológicas 
 
Uma alteração no bem-estar causa alteração do estado físico e psicológico de um 
indivíduo. 
Um animal responde a tais alterações do seu estado de diversas formas, incluindo 
uma série de respostas fisiológicas. 
Conseqüentemente, uma das maneiras de avaliar o bem-estar é medir essas 
respostas fisiológicas. 
 
Tipos de resposta 
Alteração do bem-estar 
 
Ativação do SNC 
 
 
 
Respostas do sistema 
nervoso autônomo 
Respostas 
neuroendócrinas 
 
Uma alteração do bem-estar ativa uma série de respostas fisiológicas via caminhos 
integrados do sistema nervoso central (SNC). 
Existem dois tipos básicos de respostas fisiológicas: 
•Ativação do sistema nervoso autônomo 
•Ativação do sistema neuroendócrino 
 
Sistema nervoso autônomo (SNA) 
 O sistema nervoso simpático-medular da adrenal (SNS) 
 O sistema nervoso parassimpático (SNP) 
 
O sistema nervoso autônomo tem duas subdivisões: 
• O sistema nervoso simpático-medular da adrenal 
• O sistema nervoso parassimpático 
 
O sistema nervoso simpático-medular da adrenal (SNS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sistema nervoso simpático-medular da adrenal prepara o organismo para a 
atividade física imediata; por exemplo, a reação fuga/luta. 
 
Processo SNS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O estímulo é percebido pelo SNC, que ativa o nódulo sinoatrial do coração e a 
medula adrenal via fibras nervosas simpáticas. A ativação da medula adrenal induz 
liberação de catecolaminas, as quais também agem sobre o nódulo sinoatrial do 
coração. 
Portanto, a estimulação do sistema SNS age sobre o nódulo sinoatrial do coração 
através de: 
1.Inervação direta pelas fibras nervosas simpáticas. 
2.Ação das catecolaminas liberadas da medula adrenal. 
 
Efeitos do SNS 
• Aumento do débito cardíaco: 
–  Freqüência cardíaca (taquicardia) 
–  Contração do músculo cardíaco 
• Aumento do fluxo sangüíneo para os músculos: 
–  Vasoconstrição periférica 
– Contração do baço 
 
 
• Aumento no volume de ar inspirado 
–  Freqüência respiratória 
–  Relaxamento dos bronquíolos 
 
Processo SNS
Medular da adrenal Coração
(nódulo sinoatrial)
Catecolaminas
circulaçãoinervaçãoestímulo
SNCSNC
O sistema SNS induz um aumento do débito cardíaco através do aumento da 
• Freqüência cardíaca 
• Contração do músculo cardíaco 
• Vasoconstrição periférica 
O SNS também induz maior irrigação dos músculos esqueléticos através de 
vasoconstrição periférica e contração do baço. 
O sistema SNS também induz um aumento no volume de ar inspirado através de: 
• Aumento da freqüência respiratória 
• Relaxamento dos bronquíolos nos pulmões 
 
SNP 
• SNP = Regula o sistema SNS 
 
SNP 
 
 
 
Coração 
(nódulo sinoatrial) 
 
• Reduz o débito cardíaco: 
 Freqüência cardíaca (bradicardia) 
 
O sistema nervoso parassimpático regula o sistema nervoso simpático-medular da 
adrenal, reduzindo o débito cardíaco através da inervação direta do nódulo 
sinoatrial pelas fibras nervosas parassimpáticas. 
Isso estimula uma redução da freqüência cardíaca (bradicardia). 
 
Medição do SNA 
•Resposta do SNA = medida aguda 
•Alterações patológicas = medida crônica 
Direta: Freqüência cardíaca; Níveis de catecolaminas; Freqüência respiratória; 
Pressão sangüínea. 
Indireta: Habituação das adrenais; Enzimas das adrenais. 
 
Uma vez que são imediatas e de curta duração, as respostas do sistema nervoso 
autônomo são um bom indicador das alterações agudas do bem-estar. 
No entanto, como a ativação contínua do SNA pode causar alterações patológicas 
em alguns tecidos, essas podem ser usadas como indicador de alterações crônicas 
do bem-estar. 
Elas podem ser medidas: 
 Diretamente, usando alterações de: 
freqüência cardíaca, pressão arterial, níveis de catecolamina e freqüência 
respiratória 
 Indiretamente, usando alterações de: 
habituação das adrenais e enzimas das adrenais 
 
Avaliação das técnicas de medição 
Prós e contras das técnicas de medição em termos de: 
• Invasividade 
– Severidade da implantação 
• Restrição 
– Contenção necessária 
• Perturbação 
– Efeito da amostragem sobre o parâmetro 
 
As vantagens e desvantagens das diferentes técnicas usadas para medir uma 
variedade de parâmetros fisiológicos relacionados ao bem-estar serão discutidas 
em termos de quão invasivas, restritivas e perturbadoras elas são: 
•Invasividade refere-se à severidade da implantação quando um instrumento de 
medição precisa ser implantado em uma parte do corpo 
•Restrição refere-se ao grau em que os animais precisam ser contidos para 
permitir a amostragem 
•Perturbação refere-se ao grau em que a própria amostragem pode perturbar o 
parâmetro que está sendo medido 
 
Freqüência cardíaca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A medição da freqüência cardíaca é um indicador do bem-estar de um indivíduo 
em um determinado momento. 
•Uma alteração do bem-estar pode induzir: 
•Um aumento da freqüência cardíaca, quando um animal se prepara para uma 
reação ativa 
Freqüência cardíaca
IndicaIndica o o bembem--estarestar emem um dado um dado 
momentomomento
AlteraAlteraçãçãoo do do bembem--estarestar
 F.C.F.C.
TaquicardiaTaquicardia
((respostaresposta ativaativa))
 F.C.F.C.
BradicardiaBradicardia
((respostaresposta passivapassiva))
•Uma diminuição da freqüência cardíaca, quando um animal fica imóvel 
 
Aumento da freqüência cardíaca 
• Freqüência cardíaca de ovinos  se expostos a: 
– Pessoa estranha ( 45 bpm) 
– Pessoa estranha com cão ( 79 bpm) 
(Baldock & Sibly, 1990) 
 
A freqüência cardíaca de ovinos mantidos em cativeiro aumentou a partir de níveis 
basais em: 
• 45 bpm (batimentos por minuto) ao serem expostos a uma pessoa estranha 
• 79 bpm ao serem expostos a uma pessoa estranha com um cão 
BALDOCK, N. M. & SIBLEY, R. M. 1990: “Effects of handling and transportation on 
heart rate and behaviour in sheep”. Applied Animal Behaviour Science 28, 15-39. 
 
Redução da freqüência cardíaca 
• Freqüência cardíaca de roedor  quando perturbado por: 
 Estímulo visual ameaçador 
  Barulho repentino 
 (Hofer, 1970)Foi demonstrado que a freqüência cardíaca de roedores silvestres mantidos em 
gaiolas diminui quando expostos a estímulos visuais ameaçadores ou barulho 
repentino. Essa redução foi associada com comportamento de imobilização. 
HOFER, M. A., 1970: “Cardiac and respiratory function during prolonged immobility 
in wild rodents”. Psychsom. Medicine 32, 633-647. 
 
Arritmias cardíacas 
 Indicadoras de alterações crônicas do bem-estar 
• Taquicardia: 
– Contenção repetida = arritmias em macacos (Corley et al., 1973) 
• Bradicardia: 
– Barulho e estímulos ameaçadores repetidos = arritmias em ratos (Hofer, 
1970) 
 
A freqüência cardíaca pode também ser usada como indicador de alterações 
crônicas, através da medição de arritmias, que foram associadas a ambas as 
respostas de taquicardia e bradicardia. 
• Contenção repetida de macacos (squirrel monkeys) induziu arritmias de 
taquicardia 
CORLEY, K. C., SHIEL, F. O. M., MAUCK, H. P., GREENHOOT, J. 1973: 
“Electrocardiographic and cardiac morphological changes associated with 
environmental stress in squirrel monkeys”. Psychsom. Medicine 35, 361-364. 
• A perturbação repetida de ratos mantidos em gaiolas por barulho repentino e 
estímulos visuais ameaçadores levou à bradicardia 
HOFER, M. A., 1970: “Cardiac and respiratory function during prolonged immobility 
in wild rodents”. Psychsom. Medicine 32, 633-647. 
 
Medição de freqüência cardíaca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A freqüência cardíaca pode ser medida de várias maneiras, entre elas: 
• Diretamente, usando um estetoscópio ou um monitor de freqüência cardíaca. 
• Esse procedimento não é invasivo, mas requer que o animal seja capturado e 
imobilizado enquanto a medição é feita. Isso pode causar estresse e assim 
aumentar a freqüência cardíaca, podendo o próprio procedimento distorcer o 
resultado da medição. 
• Alguns animais podem ser treinados de maneira a permitir medição da 
freqüência cardíaca sem estresse; por exemplo, alguns chimpanzés em zoológicos 
(observação pessoal). 
• Conectado a um monitor de freqüência cardíaca: 
 Essa também é uma maneira não-invasiva e as medições podem ser feitas 
sem perturbar o animal. Entretanto, ele é conectado a um monitor de freqüência 
cardíaca o que restringe o movimento e, muitas vezes, o animal é mantido em 
uma gaiola menor do que usualmente. 
• Telemetria com implante: 
Uma vez que o equipamento tenha sido implantado, a freqüência cardíaca 
pode ser medida automaticamente, sem restrição ou perturbação. 
• Monitor remoto: 
Um pequeno monitor cardíaco pode ser colocado em uma jaqueta que o 
animal possa vestir; desta forma a freqüência cardíaca pode ser medida de 
maneira não-invasiva que não restrinja ou perturbe o animal. 
 
Medição de freqüência cardíaca




Restritivo
Telemetria
Remoto

Conectado, ex.: 
monitor polar

Direto, ex.: 
estetoscópio
PerturbadorInvasivoMétodo
Pressão sangüínea 
Medida de alterações crônicas do bem-estar 
• Alteração do bem-estar = alteração da pressão sangüínea (PS) 
• Agressão =  PS em camundongos 
 (Henry et al., 1975) 
• Imobilização diária =  PS em ratos (Lamprecht et al., 1973) 
 
Alterações da pressão sangüínea demoram a se desenvolver e são, portanto, mais 
indicativas de alterações crônicas do bem-estar. Aumento da pressão sangüínea 
indica comprometimento do bem-estar. 
Exemplo: 
• Confrontos agressivos contínuos entre camundongos machos mantidos em grupo 
levaram a níveis elevados de 150-175 mm Hg de pressão sanguínea, em 
comparação aos níveis basais de 125 mm Hg. 
HENRY, J. P., STEPHENS, P. M. & SANTUSTEBAN, G. A., 1975: “A model of 
psychosocial hypertension showing reversibility and progression of cardiovascular 
complications”. Circ. Res. 36, 156-164. 
• Imobilização diária por duas horas de ratos durante duas semanas produziu 
pressão sanguínea elevada que persistiu por três semanas após o término da 
imobilização. 
LAMPRECHT, F., WILLIAMS, R. B. & KOPIN, I. J. 1973: “Serum dopamine-beta-
hydroxylase during development of immobilisation-induced hypertension”. 
Endocrinology 92, 953-956. 
 
 
Medição da pressão sangüínea 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A pressão sanguínea pode ser medida de várias maneiras, dentre elas: 
• Esfigmomanômetro: 
Medição da pressão sangüínea
Telemetria

Cateterização: 
Arterial

Esfigmomanômetro
Cauda, orelha e 
braço
PerturbadorRestritivoInvasivoMétodo
 Pode ser usado, por exemplo, na cauda de roedores, nas orelhas de coelhos e 
nos braços de primatas. 
 Trata-se de um método não invasivo, mas requer que o animal seja capturado, 
imobilizado e que a cinta inflável seja posicionada, o que pode causar estresse, 
aumentando a pressão sanguínea e prejudicando a avaliação. 
 Alguns animais podem ser treinados de maneira a permitir a aplicação da cinta 
inflável sem aumento da pressão; por exemplo, primatas (observação pessoal). 
• Cateterização intra-arterial: 
 Este método requer implantação do cateter para que as medições possam ser 
feitas sem perturbar o animal. Entretanto, o animal fica preso ao cateter, o que 
restringe seus movimentos. Muitas vezes, é necessário manter o animal em uma 
gaiola menor do que de costume. 
• Telemetria com implante: 
 Este método pode ser usado em qualquer espécie. 
 Uma vez implantado, a pressão sanguínea pode ser medida automaticamente, 
sem perturbar ou restringir o animal. 
 
Freqüência respiratória 
• Avaliação do estado atual 
• Observação fácil 
• Intimamente relacionada com freqüência cardíaca 
 
• Freqüência respiratória de cordeiros  após: 
– Corte da cauda 
– Castração 
(Mellor & Murray, 1989) 
 
A freqüência respiratória pode ser medida à distância sem perturbar o animal, 
constituindo uma avaliação simples do estado atual de bem-estar do animal. 
Alterações na freqüência respiratória estão intimamente relacionadas com 
alterações da freqüência cardíaca. 
Um exemplo disso é o aumento da freqüência respiratória em ovinos submetidos a 
corte da cauda e castração. Este aumento também foi observado na ausência de 
maior atividade, indicando que não foi resultado de um estímulo da maior 
atividade sobre a taxa respiratória. 
MELLOR, D. J. & MURRAY, L., 1989: “Effects of tail docking and castration on 
behaviour and plasma cortisol concentrations in young lambs”. Res. Vet. Sci. 46, 
387-391. 
 
Catecolaminas 
• A medular da adrenal libera: 
– Adrenalina (Epinefrina) 
– Noradrenalina (Norepinefrina) 
• Especificidade: Adrenalina = estímulos psicológicos 
 Noradrenalina = estímulos físicos 
• Medida de estado agudo: 
– Liberação imediata (Rato: 1-2 segundos) 
– Meia-vida curta (Rato: 70 segundos) 
 
Ao ser estimulada, a medula adrenal libera catecolaminas. As duas mais comuns 
são: 
• Adrenalina (Epinefrina) 
• Noradrenalina(Norepinefrina) 
Elas são as únicas fortemente relacionadas com alterações do bem-estar. 
Apresentam especificidade de resposta, sendo que a adrenalina é mais estimulada 
por estímulos psicológicos e a noradrenalina por estímulos físicos. 
SCHEURINK, A. J. W., STEFFENS, A. B. & BOURISTIUS, H., 1989: “Adrenal and 
sympathetic catecholamines in exercising rats”. American Journal of Physiology 
256, R155-R160. 
A medição dos níveis de catecolamina oferece somente um indicador muito agudo 
de bem-estar, pois ambos os hormônios são liberados imediatamente para a 
corrente sanguínea e têm uma meia-vida muito curta, dificultando a medição. 
Exemplos de catecolaminas 
• Níveis de catecolaminas em ratos  com: 
– Abertura da porta da gaiola 
– Manejo e mudança de gaiola 
– Imobilização (40 vezes) 
(Kvetnansky et al., 1978) 
• Cobaias machos vencidas mostram níveis  de catecolamina em comparaçãoàs 
vencedoras 
(Sachser & Lick 1989) 
 
Ratos com cateteres intravenosos implantados mostraram aumento nos níveis de 
catecolamina quando a porta da gaiola foi aberta. Quando manuseados e 
transferidos para uma outra gaiola, o nível de catecolamina aumentou em uma 
ordem de magnitude adicional. Quando os animais foram imobilizados sobre uma 
prancha, o aumento culminou em níveis de adrenalina 40 vezes mais altos e de 
noradrenalina 6 vezes mais altos. 
KVETNANSKY, R., SUN, C. L., LAKE, C. R., THOA, N., TORDA, T. & KOPLIN, I. J., 
1978: “Effect of handling and forced immobilisation on rat plasma levels of 
epinephrine, norepinephrine and dopamine-b-hydroxylase”. Endocrinology 103, pp. 
1.868-1.874. 
Em cobaias, os níveis de catecolamina foram também associados com estresse 
social. Machos mantidos em grupo exibiram níveis de catecolamina mais altos, 
especialmente aqueles vencidos em confrontos agressivos. 
SACHSER, N. & LICK, C. 1989: “Social stress in guinea pigs”. Physiology and 
Behavior 46, 137-144. 
 
Medição de catecolaminas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A avaliação dos níveis de catecolamina requer amostragem rápida, somente 
possível através de cateterização intravascular ou colheita direta de urina. 
•Cateterização intravascular é um método confiável e consistente que não perturba 
o animal. Entretanto, é um procedimento tanto invasivo quanto restritivo, visto que 
o animal fica ligado ao cateter. 
•Colheita direta de urina não é um procedimento invasivo, mas requer imobilização 
do animal durante a colheita, fato que por si próprio pode influenciar os níveis de 
catecolamina e assim confundir a avaliação. Além disso, foi demonstrado que 
esses níveis são variáveis em comparação aos resultados obtidos do soro. 
•Os níveis de catecolamina na medula adrenal podem ser medidos diretamente 
post-mortem, se o animal for sacrificado imediatamente após um estímulo 
estressante. Isso reduz a interferência de fatores como perturbação e restrição. 
Porém, é preciso ter cuidado para que o método usado para a eutanásia por si só 
não induza resposta de catecolamina. 
Uma vez colhidas as amostras, os níveis de catecolamina são determinados por 
cromatografia líquida de alta precisão (HPLC). 
 
Habituação adrenal 
• Avaliação de bem-estar crônico 
• Problema repetido leva a: 
– de catecolamina em resposta ao mesmo estímulo (habituação) 
–  de catecolamina em resposta a outros estímulos (sensibilização) 
• Avaliação: 
– Avaliação contínua 
– Avaliação antes e depois de um período estressante 
 
Medição de catecolaminas
• Necessidade de amostragem rápida



Restritivo



Variável



Perturbador
Urina
Cateterização
Necrópsia
InvasivoMétodo
••AnáliseAnálise: : CromatografiaCromatografia líquidalíquida de de 
altaalta precisãoprecisão (HPLC)(HPLC)
Apesar dos níveis de catecolamina somente indicarem o estado atual de um 
animal, eles ainda assim podem ser usados para avaliar alterações crônicas do 
bem-estar utilizando-se a habituação da adrenal, desde que tenham sido 
registrados com freqüência. 
Exposição repetida ao mesmo estímulo leva muitas vezes a uma produção reduzida 
de catecolaminas em exposições subseqüentes ao mesmo estímulo (habituação), 
mas à produção aumentada quando exposto a um estímulo diferente 
(sensibilização). 
Portanto, alterações crônicas do bem-estar podem ser avaliadas através de: 
 Medição contínua dos níveis de catecolamina na mesma situação que possa 
afetar o bem-estar 
 Comparação dos níveis de catecolamina antes e depois de um período 
potencialmente estressante. 
 
Exemplo de habituação adrenal 
 Imobilização repetida de ratos: 
• Dia 27 em comparação ao dia 1 
– Imobilização induziu  produção de catecolamina 
– Estímulo diferente induziu  produção de catecolamina 
 (Konarska et al., 1989) 
 
Ratos imobilizados diariamente, após 27 dias, mostraram produção de 
catecolaminas reduzida em comparação ao dia 1, indicando habituação. 
Ao serem expostos a um estímulo diferente, no entanto, eles mostraram produção 
de catecolaminas aumentada, indicando sensibilização. 
KONARSKA, M., STEWART, R. E. & McCARTHY, R., 1989: “Habituation of 
sympathetic-adrenal medullary responses following exposure to chronic 
intermittent stress”. Physiology and Behavior 45, 255-261. 
 
Enzimas das adrenais 
• Enzimas envolvidas na produção e decomposição de catecolaminas (post-
mortem) : 
– Tirosina hidroxilase (TH) 
– Feniletanolamina-N-metil transferase (PNMT) 
– Monoamina oxidase (MAO) 
• Estresse social em camundongos =  dos níveis de TH, PNMT e MAO 
 (Henry et al., 1971) 
 
Os níveis das enzimas envolvidas na produção e decomposição das catecolaminas 
na medula adrenal podem também ser medidos post-mortem para avaliar 
alterações crônicas do bem-estar. Estas enzimas incluem: 
• Tirosina hidroxilase da adrenal (TH) 
• Feniletanolamina-N-metil transferase (PNMT) 
• Monoamina oxidase (MAO). 
Um exemplo disso pode ser observado em camundongos mantidos em grupo que 
foram expostos a intenso estresse social por longos períodos, ex.: agressão entre 
machos. Eles mostraram níveis mais altos de TH, FNMT e MAO que camundongos 
que não sofreram tal estresse social. 
HENRY, J. P., STEPHENS, P. M., AXELROD, J. & MUELLER, R. A., 1971: “Effect of 
psychosocial stimulation on the enzymes involved in the biosynthesis and 
metabolism of noradrenaline and adrenaline”. Pyschosom. Medicine 33, 227-237. 
 
Ácido vanililmandélico (AVM) 
• Metabólito da decomposição de catecolamina 
– Níveis no sangue 
– Níveis na urina 
 
• Níveis de AVM correspondem a auto-relato de estresse em humanos (Brantley et 
al., 1988) 
 
O nível do metabólito ácido vanililmandélico (AVM), resultante da decomposição de 
catecolaminas, também pode ser usado na avaliação a longo prazo do bem-estar, 
por meio de amostras de sangue ou urina. 
Em humanos, de acordo com relatórios de auto-observação, por um período de 24 
horas, o nível de AVM na urina estava claramente relacionado com o nível de 
estresse sofrido. 
BRANTLEY, P. J., DIETZ, L. S., McKNIGHT, G. T., JONES, G. N. & TULLEYR., 1988: 
“Convergence between the daily stress inventory and endocrine measures of 
stress”. J. Consult. Clin. Psychol. 56, 549-551. 
 
Limitações do SNA - 1 
• Outros fatores causando alterações 
- Grau de atividade 
- Metabolismo 
- Horário da colheita 
 
2. Perturbação causada pelo método usado 
- Presença humana, manejo, imobilização e método de amostragem 
 
A avaliação do bem-estar usando respostas do sistema nervoso autônomo requer 
cuidados devido à natureza das respostas fisiológicas que estão sendo medidas. 
 1. Alterações nas respostas do SNA podem ser induzidas por outros fatores além 
de alterações no bem-estar: 
• Mudança no grau de atividade pode induzir alterações na freqüência cardíaca e 
respiratória 
• Mudanças no metabolismo podem influenciar a freqüência cardíaca 
• A hora da colheita da amostra pode ter algum efeito. Os níveis de catecolamina, 
por exemplo, têm uma correlação positiva com o grau de atividade; assim, 
quando há muita atividade, os níveis estão altos. 
2. As respostas do SNA são particularmente suscetíveis a perturbações durante a 
medição, devido a presença de humanos, imobilização e o próprio método de 
colheita de amostras. Por isso é preciso ter cautela; caso contrário, quaisquer 
alterações nos parâmetros sob avaliação não estarão relacionadas ao estado do 
indivíduo mas, sim, à medida sendo usada. 
 
Limitações do SNA - 2 
• Diferenças individuais 
- Indivíduos muito/pouco responsivos 
 Ratos (Livezey et al., 1985) 
 
 
- Dominância 
 Musaranhos (von Holst, 1986) 
-Sexo 
 Ratos (Livezey et al., 1985) 
 
Além disso, o tipo e o grau da resposta podem variar entre indivíduos expostos à 
mesma situação. 
Alguns indivíduos são altamente responsivos, outros não. Por exemplo: os níveis 
de catecolamina em ratos foram consistentemente altos em indivíduos muito 
responsivos e baixos em indivíduos pouco responsivos durante imobilização com 3 
e 16 meses de idade. 
LIVEZEY, G. T., MILLER, J. M. & VOGEL, W. H., 1985: “Plasma norepinephrine, 
epinephrine and corticosterone stress responses to restraint in individual male and 
female rats, and their correlations”. Neurosci. Lett. 62, 51-56. 
A posição em uma hierarquia de dominância pode ter efeito. Musaranhos machos, 
por exemplo, vitoriosos em brigas, mostram bradicardia enquanto os indivíduos 
vencidos mostram taquicardia. 
VON HOLST, D., 1986: “Vegetative and somatic components of tree shrews’ 
behaviour”. J. Auton. Nerv. Syst. Suppl., 657-670. 
O sexo do indivíduo avaliado também pode ter efeito. Os níveis de catecolamina, 
por exemplo, são mais altos em ratos fêmeas que em machos. 
LIVEZEY, G. T., MILLER, J. M. & VOGEL, W. H., 1985: “Plasma norepinephrine, 
epinephrine and corticosterone stress responses to restraint in individual male and 
female rats, and their correlations”. Neurosci. Lett. 62, 51-56. 
 
Conclusões 
• Respostas do SNA = medida aguda 
• Alteração crônica = medida crônica 
• Potenciais parâmetros: 
– Direto: Freqüência cardíaca, pressão sangüínea, freqüência respiratória e 
catecolaminas 
– Indireto: Adreno-habituação, enzimas e metabólitos 
• As medidas do SNA são limitadas; portanto, é preciso ter cuidado na sua 
avaliação 
 
A avaliação das respostas do sistema nervoso autônomo tende a ser um indicador 
do estado de bem-estar imediato de um indivíduo. 
Entretanto, alterações crônicas no sistema nervoso autônomo devido à ativação 
prolongada podem proporcionar uma indicação de alterações crônicas do bem-
estar. 
Respostas do SNA podem ser medidas: 
Diretamente, usando freqüência cardíaca, pressão sanguínea, freqüência 
respiratória e níveis de catecolamina 
 
Indiretamente, usando habituação da adrenal, enzimas e metabólitos.A medição 
de respostas do SNA requer cuidado por que outros fatores além do bem-estar 
podem causar alterações.

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