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AS LEIS DE NEWTON: Uma abordagem histórica na sala de aula

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
VALQUÍRIA GUIMARÃES PEREIRA
AS LEIS DE NEWTON: UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
NA SALA DE AULA
ALFENAS/ MG
2011
VALQUÍRIA GUIMARÃES PEREIRA
AS LEIS DE NEWTON: UMA ABORDAGEM
HISTÓRICA NA SALA DE AULA
Trabalho apresentado como parte dos
requisitos para obtenção do Título de
Licenciado em Física pela Universidade
Federal de Alfenas.
Área de concentração: Ensino de Física
Orientadora: Profª Dra. Juliana Maria
Abreu da Silva Morbec
Coorientador: Prof. Breno Arsioli de
Moura
ALFENAS/MG
2011
AGRADECIMENTOS
Antes de tudo quero agradecer meus orientadores; pessoas maravilhosas que,
junto comigo, contribuíram para a realização deste trabalho. Sem vocês eu não
caminharia um só passo.
Agradeço aos meus amigos que estenderam suas mãos nas necessidades
primárias e secundárias em prol da minha pesquisa e conclusão deste projeto;
são eles:
Profª. Drª. Mirta Mir Caraballo pelo amor, carinho e estímulos incondicionais,
sem mencionar as sábias palavras que me apoiaram e fizeram de mim uma
pessoa mais confiante.
Minha linda amiga Mila Camps Mir que, contribuiu para minha atividade em
campo; obrigada por participar do dia mais importante da minha vida
acadêmica.
Prof. D. Ihosvany Camps Rodríguez por auxiliar-me nas tarefas mais árduas e
nas minhas dificuldades.
Agradeço também à Lívia Pereira Tomaz que durante todo meu trajeto na
faculdade esteve comigo apoiando-me sempre, dia a dia na alegria e nas
frustrações.
À Prof. Ms. Luciana Borges Goecking, por me fazer sentir capaz, humana e
acima de tudo, por me ensinar a perceber que posso sonhar com uma
educação idealizada, onde o processo ensino-aprendizagem é mútuo e
gratificante.
Meu muito obrigada aos gentis alunos do “primeiro D” do primeiro ano do
Ensino Médio da “E.E. Dr. Emílio da Silveira” que puderam trabalhar comigo
com muito empenho e disciplina; agradeço à diretora Edwiges pela confiança
pelo espaço e alegria transmitidas. Agradeço à Professora Iolanda e todos os
funcionários daquela escola competente e muito hospitaleira que me acolheu
com satisfação.
“Se eu vi mais longe, foi por estar de pé
sobre ombros de gigantes.”
Isaac Newton
RESUMO
A importância de Ensinar Física por meio de uma abordagem histórica é um
grande desafio e bastante promissor que vem se difundindo nas pesquisas
educacionais na última década. A repugnância dos alunos com relação à Física
é notável quando comparada com outra disciplina da grade curricular. O
desafio é estimular o aluno e apontar inovações na própria sala de aula. Um
dos recursos possíveis e práticos é introduzir a História da Ciência
minimizando as práticas de fórmulas cansativas e ampliando o conhecimento
dos alunos com relação aos cientistas, ao porquê e à origem do assunto
estudado. Neste trabalho, buscamos analisar o comportamento dos alunos
frente a uma nova estratégia didática; para isso apresentamos as Leis de
Newton associadas a um pouco de História. Esperamos assim superar tais
desafios e intensificar um projeto que, futuramente poderá ser promissor.
Como resultado, obtivemos bons prognósticos para análise de caráter
qualitativo. Percebemos também que algumas ideias requerem aprimoramento.
Palavras-chave: Leis de Newton. História da Ciência. Ensino Médio. Didática.
1
1 INTRODUÇÃO
As Leis Fundamentais da Dinâmica, as Leis de Newton, fazem parte da ementa
da disciplina de Física do primeiro ano do Ensino Médio. Tradicionalmente, o
professor adota uma didática enraizada no “formulismo” e na discussão
puramente matemática. Frequentemente, o conteúdo das leis é colocado de
forma pouco instigante, excessivamente pragmático e tedioso. Entretanto, o
estudo histórico sobre as leis de Newton revela que o desenvolvimento destas
leis esteve atrelado a uma série de fatores extra-científicos, ou seja, longe da
“matematização” comumente propagada nos currículos atuais. Ao longo de
seus estudos sobre mecânica e astronomia, Newton sofreu influências de
saberes filosóficos, alquímicos, religiosos, entre outros.
Portanto, tais pontos indicam que uma abordagem histórica das Leis de
Newton em sala de aula pode trazer uma visão diferenciada da Ciência e dos
processos ligados ao desenvolvimento do conhecimento científico. Levada à
sala de aula, esta poderá ser uma estratégia didática para aprimorar a
compreensão do aluno sobre a natureza da Ciência, indicando que a Física,
especificamente, não é estática, imutável ou neutra, tampouco um simples
conjunto de fórmulas.
Acreditamos que o professor precisa compreender as diferenças que cada
aluno apresenta, pois cada aluno em particular tem contudo, uma forma mais
fácil de assimilar o que lhe é apresentado. Por isso o professor deveria utilizar
recursos diversificados, como áudio-visual, exemplos de exercícios, História da
Ciência, palavras-chave exportas na lousa e outros mais, abordando a classe
como um todo. Assim o processo de aprendizagem poderia alcançar todos os
alunos de modo detalhado e sinérgico. Dando ênfase ao modo peculiar que
cada aluno necessita para assimilar o conteúdo da disciplina, apresentamos a
História da Ciência com aspectos relevantes dos cientistas relacionados com
as Leis de Newton e também recursos áudio-visuais com exemplos concretos
da matéria específica; assim tentamos abordar muitas diferenças, focando ao
máximo nos alunos como indivíduos com necessidades específicas.
Abordamos nosso projeto com intuito também, além de diversificar a aula, de
2
proporcionar uma compreensão individual de cada aluno que ali se encontra
como ouvinte e personagem principal da sala de aula.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A utilização da História da Ciência como recurso pedagógico tem sido
debatida, pelo menos, desde o início do século XX. Enquanto alguns
pesquisadores (por exemplo, Thomas Kuhn) afirmam que a introdução de uma
abordagem histórica pode prejudicar a aprendizagem dos alunos, outros
advogam firmemente a favor do uso da História da Ciência.
Peduzzi (2001, p. 157-8), por exemplo, elenca uma série de benefícios que a
abordagem histórica pode trazer às aulas:
? Propiciar o aprendizado significativo de equações que o utilitarismo do
ensino tradicional acaba transformando em meras expressões
matemáticas;
? Incrementar a cultura geral do aluno;
? Desmistificar o método científico;
? Mostrar como o pensamento científico se modifica com o tempo;
? Chamar a atenção para o papel das ideias metafísicas no
desenvolvimento de teorias científicas mais antigas;
? Tornar as aulas de ciência (e de Física) mais desafiadoras e reflexivas.
Martins (2006a) (e vários outros autores) ressalta que é preciso se ater a
alguns cuidados ao trabalhar com História da Ciência. Segundo ele, “a história
das ciências é um estudo especializado, como qualquer outro” (Idem, p. xxiii),
portanto, é fundamental que qualquer abordagem histórica em sala de aula
deve estar balizada por um bom e adequado estudo histórico. De forma geral,
o autor salienta que, se utilizada de maneira correta, a história da ciência pode
evitar alguns problemas recorrentes nas aulas: redução da história da ciência a
nomes, datas e anedotas, concepções errôneas sobre o método científico, uso
de argumentos de autoridade, entre outros.
3
O estudo da História da Ciência não pode ser visto como uma mera coleção de
nomes e datas, apenas uma cronologia. Como aponta Martins (2001, p. 114),
“ao longo do século 20, através de um processo gradual de amadurecimento,
sofisticação, de críticas e contra-críticas, a história da ciência deixou de ser
uma atividade amadora (no mau sentido) e se tornou um trabalho
especializado”. Portanto, ao realizar um estudo histórico, o pesquisador deve,
entre outras coisas, se fundamentar emboas fontes e realizar um tratamento
adequado delas, segundo a historiografia atual (D’Ambrosio, 2004).
Este trabalho de conclusão de curso é baseado em um estudo histórico sobre o
desenvolvimento da mecânica newtoniana. Este episódio já foi tema de
inúmeros estudos históricos ao longo das últimas décadas (Martins, 1989,
2006b; Forato, 2006; Penha, 2006; Cohen & Westfall, 2002; para citar apenas
alguns). Dentre suas diversas conclusões, indícios e revelações, esses estudos
apontam de forma geral que a relação de Newton com a mecânica e a
astronomia foi muito influenciada por fatores que extrapolam o campo dito
científico. Newton teve influências da religião, alquimia e filosofia no
desenvolvimento de suas ideias, o que denota que sua ciência, tão
popularmente conhecida por ser uma representante do indutivismo puro, foi
cercada por elementos não científicos.
A introdução de uma abordagem histórica sobre a mecânica newtoniana
também já foi tema de alguns estudos (Dias, 2004, 2006), mas o assunto
continua inesgotável. Ainda há algumas lacunas a serem preenchidas, e isto é
um dos propósitos deste projeto. Por meio da elaboração de uma abordagem
histórica da mecânica newtoniana, pretende-se atingir um nível maior de
compreensão por parte dos alunos sobre os conceitos físicos ali discutidos.
3 ELABORAÇÃO DA AULA
Como facilitar uma aula de Física para os alunos que não gostam da disciplina
e estudam apenas para obterem notas favoráveis e consequentemente uma
aprovação? Como desmitificar uma Ciência que faz parte das nossas vidas e
4
os alunos nem se dão conta desta verdade? Como elaborar uma aula que
toque no coração dos alunos para despertá-los para a Ciência? Não seria um
exagero dizer que esses são os sonhos de cada professor de Física. É muito
árduo quando um professor chega na sala de aula e recebe um toque negativo
pela matéria que leciona. Como conquistá-los para que eles participem das
aulas com gosto e fascínio?
Em um primeiro contato com os alunos, apresentamos um termo de
autorização aos devidos responsáveis dos alunos assistidos para a atividade
de campo na pesquisa e análise de caráter qualitativo. Cada aluno recebeu um
termo de responsabilidade e foi orientado a encaminhar para seu responsável.
Essa atitude foi necessária pelo fato de que a aula seria filmada e fotografada.
O termo de autorização também serviu para esclarecimento das questões
enfocadas na pesquisa e a proposta das atividades, motivando uma reflexão
dos alunos.
Antes de iniciar o trabalho, a sala de aula seria organizada o máximo possível
para que ela se tornesse um ambiente favorável para o ensino como um bom
exemplo metodológico, pois a sala de aula é muito inadequada para o número
de alunos, não possui iluminação satisfatória, as carteiras são desconfortáveis,
ventilação prejudicada, etc. Esses fatores, desfavorecem consideravelmente o
aprendizado do aluno. A escola possui uma sala de vídeo para realizar
atividades coerentes com o nosso trabalho, mas foi impossível marcar um
horário para o acontecimento da atividade proposta.
Nosso intuito era minimizar as dificuldades para um melhor empenho dos
alunos e nosso também. A aula foi planejada para ser exposta no quadro
verde, explicitando conceitos e ideias com prescrições metodológicas,
abordando o fator histórico que pressupomos ser menos pragmático e mais
atrativo, atendendo as exigências didático-pedagógicas na sala de aula. Não
devemos desconsiderar aspectos matemáticos, dando embasamento num
conteúdo completo, porém na tentativa da construção de conhecimento
amplificado, não trivial e muito compreendido.
5
Por conseguinte, pretendíamos apresentar um pequeno vídeo ( “Inércia e as
Leis de Newton” ) que torna a aula efetiva, ressaltando alguns conceitos que
devem ser frisados e expostos em comunhão com a realidade. O vídeo seria
exposto na sala de aula na tela de um computador, pois os recursos são
poucos e, não suprem a necessidade mínima que alunos do Ensino Médio
necessitam para uma educação dinamizada, computadorizada e acrescida de
tecnologia mínima precisa.
Após a aula apresentada, planejávamos abrir um espaço para perguntas e
esclarecimentos, onde o aluno poderia comentar o que achar necessário.
Incluímos para avaliação científica, uma entrevista com cerca de dez alunos
para relatar, comentar e discutir sobre o tema abordado na sala de aula e o
fator histórico incluso no projeto. As perguntas seriam feitas sem orientação de
qualquer pessoa e individual, para que cada aluno pudesse expressar de
maneira coesa e única sua experiência. Trata-se de uma análise voltada a uma
situação específica de cada aluno, única, com as características e
particularidades de cada aprendizado, individualmente. A entrevista seria com
alunos voluntários, realizada preferencialmente fora do horário normal de aula,
contudo na própria escola. A entrevista seria feita obedecendo a necessidade
de cada aluno, respeitando valores e interesse de cada indivíduo.
O mecanismo adotado para a elaboração da atividade intraclasse, consistiu
numa aula sobre as Leis de Newton, conteúdo muito importante e necessário
ao primeiro ano do Ensino Médio; porém foi incluída uma Abordagem Histórica,
com intuito de discutir a importância do assunto e nesse episódio histórico,
favorecer o processo ensino-aprendizagem, desmitificando a Física como uma
matéria difícil e incompreensível. Além disso apresentamos a vida de Newton e
como cada Lei foi formulada, como foi o estudo, as dificuldades do tempo e
também como outros cientistas colaboraram com a evolução das teorias de
Isaac Newton até concluir seus objetivos.
Iríamos focalizar nos conceitos do “Principia - Livro1” mas com algumas
palavras diferenciadas, pois acreditamos que o livro “Principia” demonstra as
6
Leis Newtonianas de forma complexa e ampla, o que não satisfaz nosso
objetivo principal.
4 ESCOLHA DO TEMA
A escolha do assunto que será abordado nas atividades intraclasse recebe
destaque nas propostas de ensino. As Leis de Newton são de muita
necessidade e importância no primeiro ano do Ensino Médio; em geral elas são
pouco exploradas e suas significâncias deixam muito a desejar por parte dos
professores. Vale ressaltar que elas merecem destaque, pois a Dinâmica está
basicamente fundamentada nestas Leis. Muito além de ensinar as Leis
Newtonianas, um grande desafio a enfrentar foi agrupar uma abordagem
histórica para explicá-las, selecionando um ensino de qualidade e menos
matematizado; focando também num “além ensino”, para esclarecer uma
Física “humanizada” sem cientistas mirabolantes reinventando o mundo, mas
sim pessoas normais, interessadas pela Ciência e com objetivos pairando
sobre suas cabeças. Neste processo, fomos guiados por dúvidas inerentes ao
ofício do professor como:
? Conjugar as Leis de Newton com o conteúdo histórico-epistemológico
buscando facilitar a compreensão de cada aluno e conquistá-los para
uma Ciência inovadora;
? Como contribuir para minimizar a complexidade da matéria como um
todo;
? Como fazer os alunos viajarem no tempo e se interessarem pela história
abordada e fazer com que eles se apropriem da problemática.
Foi bastante intuitiva nossa ideia de caracterizar uma aula distante do
corriqueiro, pouco palpável e incomum. Mostrar aos alunos que uma aula de
Física pode ser mais compreensível e com assuntos do nosso entendimento.
7
 Em contrapartida, uma vontade surpreendentemente gigante de criar em cada
mente uma nova forma de aprender, de criar, de prestar atenção e de fazer o
aluno participar da aula, instigando-os com perguntas interessantes e curiosas.
A aula foi planejada da seguinte forma:
? Uma conversa inicial;
? Quem começou com tal ideia;
? Como foi a vida destescientistas;
? O preço caro que eles pagaram por contradizer o idealismo da época;
? As curiosidades que gritavam no espírito;
? As Leis como fonte de sabedoria atual;
? As aplicações para nossas vidas;
? A importância de estudar as Leis de Isaac Newton;
Esse planejamento foi conduzido por dois fatores:
? Questionamentos sobre como ensinar diferenciando;
? O interesse dos alunos por uma didática inovadora.
5 AULA (ATIVIDADE DE CAMPO)
Segundo Martins (1999) a natureza da ciência pode ser enfocada sob
diferentes perspectivas, tanto filosóficas como históricas ou sociológicas. Com
esta frase idealizamos a atividade de campo, com o propósito de trazer para os
alunos do primeiro ano do Ensino Médio cientistas importantes para a Física e
principalmente para o assunto abordado no projeto. Nosso objetivo era
apresentar uma aula com bastante instigante para o aluno, mostrando como
são de fato as Leis de Newton, apresentando um pouco sobre a vida de cada
cientista que de uma maneira ou outra estava interligado com essas Leis. Além
do estudo das Leis, deixamos espaço para que o aluno pudesse questionar o
8
que mostramos ali na sala e finalizamos cada Lei com os vídeos (“Inércia e as
Leis de Newton”) relacionados ao nosso dia a dia e comum nas nossas vidas.
O desenvolvimento do nosso projeto seria na própria sala de aula pelo fato da
sala de multimídia estar ocupada; mas aconteceu de permanecer vazia no
momento e transferimos nosso trabalho para lá.
Depois dos alunos acomodados, aconteceu uma breve introdução do que eles
iriam ouvir. Por conseguinte, iniciamos com a história da vida de Newton.
Abordamos toda sua vida desde seu nascimento até a época da construção de
seus manuscritos das três Leis da Dinâmica muito importantes da época; em
seguida, explicamos a primeira Lei de Newton abordando a época do cientista
“Galileu Galilei” com a ideia da “Inércia”, depois Descartes, e logo, Newton
aperfeiçoou essa ideia denominando “Lei da Inércia”, sua primeira Lei.
Buscamos criar uma sequência didática para explicitar as Leis na ordem e
associando seu fator histórico, de modo a favorecer a sequência que os livros
didáticos apresentam. Seguimos com a segunda Lei de Newton
caracterizando-a como a maioria dos livros didáticos não exibem; expusemos a
“Força” como um somatório de forças atuando num determinado corpo.
Fizemos uma rápida abordagem das forças existentes com as quais nos
deparamos para compreender a “Segunda Lei de Newton” e aplicar em
exercícios que o professor e a matéria demandam. A aula foi se estruturando e
adquirindo aos poucos maior nível de complexidade; necessitando de
exemplos concretos aplicados na lousa, o que foi impossível pois a sala de
multimídia não apresentava uma lousa, dificultando um pouco nosso projeto e
desempenho; o que não impediu de continuarmos em busca do nosso
objetivo. Explicitamos a lenda da maçã e um pouco da história da Gravitação
Universal, contexto histórico importante no desenvolvimento do nosso trabalho,
pois acontece nesses fatos históricos uma ligação com a segunda Lei de
Newton e facilitando a compreensão e a sequência histórica propriamente dita.
Caminhamos então para a “ ação e reação” nossa famosa terceira Lei. A
terceira Lei de Newton foi apresentada aos alunos com alguns exemplos
práticos de cotidiano e serviu para mostrar que essa Lei é muito útil para
resolvermos coisas que a própria vivência apresenta. O caso de um cavalo
puxar a carroça; uma “força” exercida na parede com as mãos, faz com que
9
meus pés com patins andem contrário a “força” que fiz com as mãos, etc. Foi
proposital para que eles construíssem seu próprio entendimento com a
problemática apresentada.
Num segundo momento, apresentamos um vídeo bastante didático e coerente
tanto com a matéria e a realidade das nossas vidas, com o intuito de frisar o
que explicamos e também acrescentar informações reforçando os aspectos
conceituais e amadurecendo a visão sobre a construção histórica de algumas
teorias apresentadas por Isaac Newton.
6 RESULTADOS
A elaboração da nossa atividade levou em conta as dificuldades e limitações
que os alunos do primeiro ano do Ensino Médio apresentavam, com relação
aos conceitos de Física, História da Ciência necessária para o desenvolvimento
do conteúdo. Além disso as características peculiares daquele ambiente
escolar dificultaram um melhor empenho dos alunos e nosso também. Isso
limitou um pouco a diversidade das atividades, por exemplo, resolver com eles
um exemplo de exercícios que utilizam das Leis da Dinâmica Newtoniana.
Os recursos didático-pedagógicos eram precários além da inexistência de uma
lousa, o som do data show estava com defeito e baixo demais para a sala em
que trabalhamos.
O desafio de abordar conteúdos históricos de difícil compreensão na atualidade
conjugada com uma matéria de extrema importância em pouco tempo,
configurou-se um obstáculo pois exigia mais tempo; de tal modo, adotamos as
mesmas regras de uma aula tradicional com relação ao tempo. Normalmente o
professor gasta uma aula de aproximadamente cinqüenta minutos para
apresentar as Leis de Newton e após aplica exercícios de acordo com as
necessidades da sala. O caminho que adotamos foi simplificar a aula para
desafiar o tempo. Acreditamos que esse aspecto é indispensável para
apresentar uma aula com abordagem histórica, contudo foi superado esse
ponto negativo. Foi superado pelo fato de que os alunos, na maioria,
10
entenderam os conceitos necessários. Muitos ficaram o tempo todo
compenetrados à medida que a aula fluía. Um dos poucos momentos de
dispersão foi com respeito à gravação da aula. Notamos que a maneira com
que a aula foi programada serviu para prender a atenção do aluno; pois ensinar
configura-se como saber e também aprender.
Notamos que dinamizar a aula, exemplificar com fatos reais e mostrar os
verdadeiros autores da matéria apresentada e seus motivos, contribuem para
um aprendizado. Percebemos que o aluno aceita melhor uma matéria menos
matematizada; a Física sem cálculo para eles representa algo inovador.
A professora de Física da turma do “primeiro ano D” acompanhou os alunos.
Ela concordou com a maneira da aula expositiva, mas não argumentou nada
de mais positivo, nem negativo.
Ao assistir posteriormente o vídeo com a gravação da aula, notamos interesse
e atenção fixa dos alunos durante a atividade; observamos que muitos alunos
ficaram surpresos com a história de Galileu Galilei e seu trabalho dificultado
pela Igreja na época. Notamos também que apresentar um vídeo instigante no
final, despertou a curiosidade dos alunos com relação aos movimentos dos
atletas e mostrou que a Física está muito perto de cada um e que para sua
compreensão não é necessário utilizar a matemática.
Na entrevista realizada com 10 alunos para validar nossa pesquisa de caráter
qualitativa, houve cinco alunos voluntários para responder às perguntas; e os
demais foram selecionados pela professora.
As perguntas realizadas foram:
1) Fale sobre o que você aprendeu com a aula anterior. Ela foi mais
interessante que uma aula tradicional, com muitas fórmulas e exercício?
2) Aprendendo as famosas "leis de Newton" pelas palavras do próprio Newton,
este assunto ficou mais claro?
11
3) Você gostaria que estes textos de cientistas famosos fossem mais utilizados
nas aulas? Tem algum cientista que lhe desperta o interesse?
Para melhor compreensão do resultado, filmamos as entrevistas. O discente
João Gabriel Calixto forneceu as seguintes respostas (reproduzimos
exatamente suas palavras):
 1) “Sim, foi mais interessante porque eu não entendo essas coisas de fórmula;
Física não é o meu forte e então eu achei que com tela, explicando com
desenho foi mais fácil.”2) “Ficou bem mais claro sim, foi mais fácil de entender as fórmulas dos
negócios mais fácil que a professora de Química, de Física passa para nós.”
 3) “Não conheço nenhum cientista de Física, se passasse seria bom, aprender
melhor sobre os cientistas que evoluíram com a ciência.”.
As respostas dos demais alunos seguiram a mesma linha basicamente; exceto
um único aluno, Leandro Braga Soares que disse conhecer o famoso cientista
Albert Einstein e que gostaria de aprender na escola algo mais sobre ele.
Notamos unanimidade nas respostas. Para um desafio, sugerimos alguém para
responder às perguntas que não se sentiu bem no desenvolvimento da aula,
alguém que encontrou dificuldade para compreensão e/ou aprendizado; mas
espontaneamente um aluno relatou que todos gostaram da aula e ninguém
comentou negativamente. Percebemos que, ao direcionar os conceitos de
“Principia” para os alunos de uma forma mais perceptível e diretos, não serviu
de obstáculo nem para os alunos e nem para nós.
7 CONCLUSÃO
Como resultado, obtivemos bons prognósticos para análise de caráter
qualitativo. Percebemos também que algumas ideias requerem aprimoramento,
12
como por exemplo o preparo dos tópicos que serão abordados com a História
da Ciência.
Explorar a utilização do fator histórico no Ensino Médio, mostrou-nos um
recurso pedagógico favorável e animador para ensinar a matéria de Física.
Nosso ponto de partida foi o estabelecimento de regras e propósitos
pedagógicos que a própria escola esclarece, pois seria muito bom se
pudéssemos ampliar as horas no ambiente escolar de ensino público para
favorecer o melhor aprendizado, empenho e eficácia dos alunos. Contudo,
justificamos o tempo impróprio, mas o que não influenciou no nosso objetivo
principal.
A possibilidade de ampliar conhecimentos históricos, criar uma nova didática e
simplificar o conteúdo matemático da Física, são promissores para que os
alunos desmistifiquem a ideia de que a Física é uma mera disciplina ruim,
difícil, chata, complicada, sem serventia e recheada de matemática.
Uma vez estabelecidas a meta pedagógica e a abordagem histórica, foi
possível realizar uma aula bastante interessante, intuitiva, explicativa e de mais
fácil entendimento por parte dos alunos. Acreditamos que apresentar o cientista
e seus trabalhos desenvolvidos enfocando-o como uma pessoa normal porém
empenhada nos seus objetivos, deixam os alunos menos desanimados e serve
como exemplo para aqueles que não creditam no seu potencial.
Observamos que os alunos possuem uma antipatia pela Física por causa das
dificuldades que apresentam na matemática e focando também na maneira
cansativa que o professor apresenta rotineiramente a matéria. Isso é fruto de
um ensino precário e pouco reciclado, o que consideramos um obstáculo tanto
para eles, diretamente atingidos como para nós, profissionais que devem ser
além de professor, um educador, criador de novos “cientistas”.
A condição física da escola também dificultou o processo ensino-
aprendizagem, pois não bastou um simples data show para o aprimoramento
da aula e uma compreensão mais clara das Leis de Newton; faltou lousa na
13
sala, o que nos impediu de transmitir a matéria com um pouco de cálculo para
deixar explícita a importância da matemática como ferramenta para o
aprendizado e entendimento, simulando a teoria de que Física e Matemática
são necessárias por muitas vezes conjugadas.
A falta de leitura e o desinteresse dos alunos mostraram grande
desconhecimento dos cientistas apresentados na aula e revelaram também
desconhecimento de qualquer cientista. Como o livro didático que eles utilizam
possui vários comentários de cientistas, por isso atribuímos esse desinteresse
à leitura preparada.
Em resumo, a história da ciência configura-se um recurso pedagógico com
fatores absolutamente positivos e que permite alcançar diferentes objetivos
educacionais, mas com algumas regras a seguir: estabelecer os propósitos
pedagógicos objetivados, dependendo de alguns fatores como a
disponibilidade do tempo didático, o cuidado de não tornar a aula de Física
uma aula puramente histórica, o nível escolar observado, preparação das aulas
com certo rigor. A realização inadequada da nova didática abordando o
conceito histórico desfavorece muito o aprendizado e o interesse dos alunos
caso o professor não esteja preparado e pesquisado sobre o assunto. Não
basta adequar a aula para um novo desafio, abordar história da Ciência na sala
de aula, exige muita pesquisa por parte do professor senão a aula de Física
pode tornar uma aula de “História” propriamente dita.
 Para o caráter qualitativo, atingimos nosso objetivo de inovar uma aula
abordando contextos históricos relacionados com a matéria. Estamos cientes
de que, na perspectiva da aprendizagem, seria interessante acompanhar o
empenho dos alunos nas atividades e exercícios propostos pelo livro didático.
Utilizar de livros como “Os Principia” como recurso pedagógico também
favorece a aprendizagem do aluno, incrementa sua cultura e interesse pela
Física.
14
8 REFERÊNCIAS
COHEN, I.B.; WESTFALL, R.S. Newton – textos, antecedentes e comentários.
Rio de Janeiro: EdUerj/Contraponto, 2002.
D’AMBROSIO, U. Tendências historiográficas na história da ciência. In:
ALFONSO-GOLDFARB, A.M.; BELTRAN, M.H. Escrevendo a história da
ciência: tendências, propostas e discussões historiográficas. São Paulo:
Educ/Livraria Editora da Física/FAPESP, 2004.
DIAS, P.M.C. A gravitação universal (um texto para o ensino médio). Revista
Brasileira de Ensino de Física, v. 26, n. 3, p. 257-71, 2004.
________. F=ma?!! O nascimento da lei da dinâmica. Revista Brasileira de
Ensino de Física, v. 28, n. 2, p. 205-34, 2006.
FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FORATO, T.C.M. A natureza da ciência como saber escolar: um estudo de
caso a partir da história da luz. 2009. 692. Tese (doutorado em Programa de
Pós-Graduação em Educação). Faculdade de Educação. Universidade de São
Paulo, 2009.
________. Isaac Newton, as profecias bíblicas e a existência de Deus. In:
SILVA, C.C. (org.) Estudos de História e Filosofia das Ciências: subsídios para
aplicação no ensino. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2006.
KRAGH, Helge. An introduction to the historiography of science. Cambridge:
Cambridge University Press, 1987.
MARTINS, R.A. Como não escrever sobre história da física – um manifesto
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	versao_corrigida_6-20

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