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Aspectos Gerais da Corte Internacional de Justi a

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PORTAL DE DIREITO INTERNACIONAL 
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 Direito Internacional Aplicado 
 
 Tópicos em Direito Internacional 
 
 Corte Internacional de Justiça 
 
 
 
 
A Corte Internacional de Justiça 
Aspectos Gerais 
 
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A Corte Internacional de Justiça (CIJ) é o principal órgão judicial da 
Organização das Nações Unidas. Foi estabelecida pela Carta da ONU, assinada em 26 
de junho de 1945, em São Francisco, com o objetivo de “alcançar, por meios pacíficos, 
e em conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional, ajuste e 
solução de disputas internacionais ou situações que poderiam levar a uma ruptura da 
paz”. 
 A atuação da Corte é orientada por um Estatuto, parte integrante da Carta, e teve 
início em 1946, em substituição à Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI). 
Situada no Palácio da Paz de Haia (Holanda), a CIJ é composta por 15 juízes e um 
órgão administrativo, a Secretaria, assumindo um papel duplo: solucionar, de acordo 
com o direito internacional, disputas legais submetidas a ela por Estados, e emitir 
pareceres consultivos em questões legais remetidas a ela por órgãos da ONU e agências 
especiais devidamente autorizadas. Seus idiomas oficiais são o inglês e o francês. 
 A criação da CIJ é resultado de um longo processo de desenvolvimento das 
técnicas de solução pacífica das disputas internacionais, que tem raízes na idéia da 
arbitragem, já na antigüidade. O sucesso desta levou os Estados a buscarem uma corte 
internacional permanente, para superar as dificuldades da criação de diversos tribunais 
de exceção em cada disputa. A primeira instituição multilateral deste tipo foi a Corte 
Permanente de Arbitragem, de 1902, em funcionamento até hoje. 
 O primeiro tribunal judicial internacional na história do ajuste pacífico das 
disputas, estabelecido em 1920 sob os auspícios da Liga das Nações, foi a Corte 
Permanente de Justiça Internacional (CPJI). A CIJ estabeleceu-se em 1945, em 
substituição à CPJI, por vários motivos. 
 
• Seria inconveniente que a CPJI, vinculada à Liga das Nações, se tornasse o 
principal órgão judicial das Nações Unidas, sendo que todos os Estados membros 
das Nações Unidas seriam parte ao Estatuto da Corte. 
 
• Muitos países membros do Estatuto da CPJI não estavam representados em São 
Francisco, assim como vários participantes em São Francisco não faziam parte do 
Estatuto da CPJI. 
 
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• Havia um sentimento geral de que a CPJI era parte da velha ordem mundial 
dominada pela Europa, sendo necessária uma nova corte para que tivesse caráter de 
universalidade. 
 
Contudo, dá-se uma considerável continuidade entre as duas instituições, que 
apresentam Estatutos e Regulamentos muito aproximados. 
A CIJ é uma corte civil dotada de competências específicas, e nenhum corpo 
subsidiário. Não tem jurisdição criminal, ou seja, não pode julgar indivíduos, o que cabe 
às jurisdições nacionais, a tribunais criminais ad hoc estabelecidos pelas Nações Unidas 
e ao Tribunal Penal Internacional (TPI). Não pode examinar casos trazidos por pessoas 
de direito privado, como o fazem a Corte Européia de Justiça, a Corte Européia de 
Direitos Humanos e a Corte Inter-Americana de Direitos Humanos. Também não se 
confunde com Tribunais Internacionais Especializados e nem com uma corte suprema 
para a apelação de jurisdições nacionais. A CIJ pode, contudo, decidir sobre a validade 
de sentenças arbitrais em casos sobre os quais exerce jurisdição. 
O Conselho de Segurança, principal responsável pela manutenção da paz e 
segurança internacionais, de acordo com a Carta das Nações Unidas, deve investigar 
quaisquer disputas e recomendar medidas para a solução, levando em consideração o 
fato de que disputas legais deveriam, em regra, ser remetidas pelas partes à CIJ. 
A Assembléia Geral deve discutir questões relacionadas à manutenção da paz e 
segurança internacional e fazer recomendações. Os dois órgãos das Nações Unidas 
podem solicitar à Corte a emissão de pareceres consultivos em qualquer questão legal. 
A CIJ pode atuar nas referidas disputas sobre a manutenção da paz e segurança 
internacionais, quando a ela submetidas, se restringindo, contudo, ao tratamento dos 
aspectos legais das mesmas. 
 
COMPOSIÇÃO DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
 
Os 15 juízes da CIJ são eleitos para mandatos de nove anos, com possibilidade 
de reeleição. A eleição é feita pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança, em 
processos simultâneos e separados, devendo o candidato obter a maioria dos votos nos 
dois corpos. A cada três anos, um terço da Corte é eleito e o início do mandato se dá em 
6 de fevereiro do ano subseqüente. Em caso de morte ou renúncia de juiz durante o seu 
mandato, eleição especial é convocada no menor prazo possível. 
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A Corte é composta de um corpo de juízes independentes, eleitos sem 
consideração de suas nacionalidades, entre pessoas de caráter altamente moral, dotadas 
das qualificações requeridas em seus respectivos países para a indicação aos mais altos 
cargos judiciais ou que sejam juristas de reconhecida competência no direito 
internacional. 
A CIJ não deve incluir mais de um nacional do mesmo Estado e deve representar 
as principais formas de civilização e os principais sistemas legais do mundo. A 
distribuição dos membros corresponde à da composição do Conselho de Segurança: três 
membros da África, dois da América Latina, cinco da Europa Ocidental e outros 
Estados (que incluem Canadá, EUA, Austrália e Nova Zelândia) e dois da Europa 
Oriental (incluindo a Rússia). 
Os membros da Corte são magistrados independentes, fazendo uma declaração 
solene na Corte de abertura de que procederão de forma imparcial no exercício de suas 
funções. 
A composição atual da Corte é a seguinte: Presidente Shi Jiuyong (China); Vice-
Presidente Raymond Ranjeva (Madagascar); Juízes Gilbert Guillaume (França); Abdul 
G. Koroma (Serra Leoa); Vladlen S. Vereshchetin (Russia); Rosalyn Higgins (Reino 
Unido); Gonzalo Parra-Aranguren (Venezuela); Pieter H. Kooijmans (Holanda); 
Francisco Rezek (Brasil); Awn Shawkat Al-Khasawneh (Jordania); Thomas 
Buergenthal (Estados Unidos da América); Nabil Elaraby (Egito); C. Hisashi Owada 
(Japão); Bruno Simma (Alemanha) e Peter Tomka (Eslováquia). 
O Secretário da Corte é o Sr. Philippe Couvreur, da Bélgica, e o Secretário 
Adjunto é o Sr. Jean-Jacques Arnaldez, da França. 
Presidente e Vice-Presidente são eleitos por seus pares a cada três anos em 
votação secreta, por maioria absoluta, sem condições de nacionalidade. O primeiro 
dirige o trabalho da Corte e supervisiona sua administração, com a assistência de um 
Comitê Orçamentário e Administrativo e vários outros Comitês. O Vice-Presidente 
substitui o Presidente na sua ausência, nos casos de incapacidade para exercer suas 
tarefas ou em suas férias. 
Os membros da Corte têm precedência de acordo com a data de início de seus 
respectivos mandatos. Com exceção do Presidente, não são obrigados a morar em Haia, 
mas devem estar permanentemente à disposição da Corte. Não devem exercer qualquer 
função política ou administrativa ou qualquer outra ocupação de natureza profissional. 
Um juiz pode atuar como árbitro em casos que não possam ser submetidos à Corte, pode 
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participar nos trabalhos de grupos de pesquisa e também proferir conferências 
ocasionais. 
Os membros da Corte gozam de privilégios, imunidades e facilidades 
diplomáticas.Um Estado parte a um caso junto à Corte que não possua um juiz de sua 
nacionalidade no tribunal pode, facultativamente, escolher um juiz ad hoc para aquele 
caso específico. Este não precisa ter a nacionalidade do Estado que o designou. 
O juiz ad hoc faz a mesma declaração solene dos membros da Corte, e toma 
parte em qualquer decisão relacionada ao caso em posição de completa igualdade com 
seus colegas, com direito a voto, sendo remunerado pelos dias de exercício de suas 
funções. Deve estar à disposição da Corte e participar de todas as reuniões realizadas 
sobre o caso. 
A existência de juízes ad hoc ilustra um dos princípios basilares que governam o 
funcionamento da Corte: a estrita igualdade das partes. Se um membro da Corte, sendo 
nacional de uma das partes, conserva seu direito de atuar, seria injusto à outra parte não 
ter o direito de escolher uma pessoa para comparecer como juiz ad hoc. 
A Secretaria é o órgão administrativo permanente, único responsável pela Corte. 
É encabeçada por um Secretário e assistida por Secretário Adjunto. Estes são eleitos 
para mandatos de sete anos, com possibilidade de reeleição. 
O corpo de funcionários da Secretaria inclui funcionários legais, tradutores e 
intérpretes, arquivistas, impressores, bibliotecários e funcionários para a informação 
pública, guarda-livros, especialistas em computação, assistentes administrativos 
datilógrafos, mensageiros, operadores telefônicos e guardas de segurança. Suas tarefas 
são ao mesmo tempo judiciais e diplomáticas, assim como administrativas. Uma parte 
substancial das tarefas tem natureza legal, outra é lingüística, considerando-se que a 
Corte tem duas línguas oficiais. Todos os funcionários da Secretaria gozam dos mesmos 
privilégios e imunidades dos membros de missões diplomáticas em Haia. 
O Secretário, que deve residir em Haia, dirige o trabalho da Secretaria e é 
responsável por todos os seus departamentos. Age como canal para comunicações da 
Corte e assiste a manutenção das relações entre a Corte e os Estados, organizações 
internacionais e a ONU. Mantém em dia a Lista Geral dos Casos da Corte, participa das 
reuniões da Corte, garante que as minutas sejam redigidas, autentica as decisões da 
Corte e tem a custódia do seu carimbo. 
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É responsável pelos arquivos e publicações da Corte, planeja seu orçamento e 
lida com investigações relacionadas à Corte e seus trabalhos. O orçamento anual da 
Corte não chega a um por cento do orçamento das Nações Unidas. 
 
TRABALHOS DA CORTE INTERNACIONAL DE JUSTIÇA 
 
A CIJ está constantemente em sessão, não tendo nenhum recesso prescrito. 
Além de sessões públicas, os membros da Corte participam de várias reuniões internas 
de todos os tipos: deliberações, reuniões para a leitura de decisões provisórias, reuniões 
administrativas e reuniões de comitês. 
A Corte geralmente realiza suas tarefas com uma Corte Plena (quorum de nove 
juízes, em sessão de plenário), mas também pode firmar câmaras permanentes ou 
temporárias (ad hoc). 
De acordo com o Estatuto, a Corte deve anualmente designar cinco juizes para 
compor a Câmara de Procedimentos Sumários para o despacho rápido de assuntos. 
Outras Câmaras, de no mínimo três membros, podem ser constituídas para lidar com 
certas categorias de casos. A CIJ pode ainda constituir câmara ad hoc para casos 
particulares, após consultar as partes. Os julgamentos realizados pelas Câmaras são 
considerados como vindos da Corte plena. 
A composição da Corte pode variar de acordo com o caso. Nenhum juiz pode 
participar na decisão de qualquer caso em que tenha previamente tomado parte em 
qualquer outra função. Da mesma forma, se um membro da Corte considerar que por 
alguma razão especial não deve participar de um caso, ele deve informar ao Presidente. 
Como não há juizes substitutos, ninguém é substituído por um outro juiz e o número de 
juizes envolvidos num determinado caso pode ser inferior a 15. Pode ainda ser superior 
a 15 se forem apontados juízes ad hoc. 
Uma vez constituída para uma determinada fase de um caso, a composição da 
Corte não mais será alterada até o pronunciamento da decisão para aquela fase. 
Havendo renúncia ou falecimento de juízes, estes não serão substituídos durante a 
mesma fase. Se ocorrerem eleições após a abertura das audiências de uma determinada 
fase do caso, os membros cujos mandatos tenham terminado continuam a participar do 
caso até o pronunciamento da decisão. 
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A Corte pode selecionar qualquer indivíduo ou corpo para a tarefa de 
empreender investigações ou oferecer opiniões especializadas. Pode também visitar o 
local da disputa. 
O Presidente pode se abster de presidir um caso em que seja nacional de uma 
das partes envolvidas, sendo substituído nas suas funções em relação àquele caso pelo 
Vice-Presidente. Pode, ainda, requisitar sua não-participação por razões especiais. 
A Lista Geral da Corte é um registro em que os casos submetidos à CIJ são 
relacionados em ordem cronológica. Entre outros dados, indica o título do caso, o nome 
das partes, a data em que o caso foi trazido perante a Corte, os limites temporais fixados 
para os procedimentos escritos, as datas de audiências, quaisquer procedimentos 
eventuais e a disposição do caso. 
Um caso é chamado “pendente” enquanto estiver sendo examinado pela Corte e 
ainda não tiver sido finalmente decidido. 
De acordo com artigo 38 do Estatuto da CIJ, são aplicáveis como fontes do 
direito: convenções e tratados internacionais; costume internacional; princípios gerais 
do direito reconhecidos pelas nações civilizadas; e, como fontes subsidiárias, decisões 
judiciais e os ensinamentos dos publicistas mais altamente qualificados. Desde que as 
partes concordem, a Corte pode decidir um caso ex aequo et bono, ou seja, sem se 
limitar a regras existentes do direito internacional. 
 
 
PROCEDIMENTOS CONTENCIOSOS 
 
 
Os procedimentos contenciosos são a consideração pela CIJ de disputas legais 
submetidas a ela pelos Estados. De acordo com o artigo 34 do Estatuto da Corte, apenas 
Estados podem apresentar e ser partes em casos contenciosos perante a Corte. A Corte 
não tem competência sobre disputas: entre Estados e Organizações Internacionais; entre 
Organizações Internacionais; questões levadas por entidades privadas ou indivíduos. 
 
A Corte tem jurisdição sobre os seguintes Estados: 
 
- Todos os Estados membros da ONU (signatários da Carta); 
- Suíça (não é membro da ONU, mas é signatária do Estatuto da Corte); 
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- Qualquer outro país (mesmo não membro da ONU ou não signatário do 
Estatuto da Corte) que preencha os requisitos estabelecidos pelo Conselho de 
Segurança, aceitando, portanto, a jurisdição da Corte e se comprometendo a cumprir as 
suas decisões. 
 
A Corte só pode julgar casos em que os Estados envolvidos de alguma forma 
consentirem em serem considerados parte nos procedimentos perante a Corte (princípio 
do consentimento das partes). Os Estados são soberanos e livres para escolher os meios 
de solucionar suas disputas. Para manifestar seu consentimento, há três diferentes 
meios: 
 
- ACORDO ESPECIAL: dois ou mais Estados em uma disputa num tema 
específico podem concordar em submetê-la conjuntamente à Corte e concluir um 
Acordo Especial para esse fim; 
 
- CLÁUSULA EM TRATADOS: em vários tratados há cláusulas 
(cláusulas jurisdicionais) pelas quais um Estado parte compromete-se com 
antecedência a aceitar a jurisdição da Corte caso surja uma disputa a respeito da 
interpretaçãoou aplicação do tratado no futuro, com outro Estado parte; 
 
- DECLARAÇÂO UNILATERAL: os Estados membros do Estatuto da 
Corte podem optar por fazer uma declaração unilateral reconhecendo a 
jurisdição da Corte como compulsória, em relação a outro Estado que aceite a 
mesma obrigação. Este é o chamado “sistema da cláusula opcional”, que levou à 
criação de um grupo de Estados que conferiram à Corte competência para 
dirimir disputas que possam surgir no futuro entre eles. Qualquer Estado 
pertencente a esse grupo tem em princípio o direito de trazer qualquer outro 
Estado pertencente ao grupo perante a Corte. As declarações, depositadas junto 
ao Secretário Geral das Nações Unidas, podem ser limitadas no tempo e podem 
conter reservas ou excluir certas categorias de disputas. 
 
- FORUM PRORROGATUM: diferentemente das demais hipóteses, não se 
dão os pressupostos estabelecidos no artigo 36, mas a competência da Corte 
encontra seu fundamento na aceitação tácita ou expressa da mesma por parte do 
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Estado demandado uma vez iniciado o procedimento, por exemplo, se não 
propõe exceções preliminares e apresenta um contra argumento. 
 
Um Estado que aceitou a jurisdição da Corte pode considerar, quando 
convocado a comparecer perante ela por outro Estado, que tal jurisdição não é aceitável, 
pois, no seu ponto de vista, não há disputa com aquele outro Estado, ou porque a disputa 
não é legal, ou porque seu consentimento para reconhecer a jurisdição da Corte não se 
aplica à disputa em questão. Se uma parte faz objeções à jurisdição da Corte sobre uma 
disputa ou sobre a sua admissibilidade, a Corte decide o problema em uma decisão 
preliminar. 
Os procedimentos podem ser instituídos de duas formas: através da notificação 
de um Acordo Especial ou por meio de um requerimento. 
Na primeira forma, é concluído um Acordo Especial de caráter bilateral pelos 
Estados que desejam submeter uma disputa conjuntamente à Corte. O acordo inclui um 
texto com as questões sobre as quais os Estados acordaram submeter à Corte. Em 
conseqüência, qualquer dos Estados envolvidos pode instituir procedimentos pela 
notificação de tal acordo à Secretaria. 
Um Estado dá entrada através de um requerimento, de caráter unilateral, contra 
outro Estado, baseado na cláusula jurisdicional de um tratado ou em declarações sobre a 
cláusula opcional. Essa forma de demanda é mais detalhada, devendo o Estado que 
solicita a atuação da Corte especificar em quais bases ele fundamenta sua competência, 
bem como a natureza do pedido e uma explicação sucinta dos fatos nos quais o pedido 
se funda. 
A Secretaria transmite imediatamente o Acordo Especial ou a aplicação para a 
outra parte e para os juízes, assim como ao Secretário Geral da ONU e a todos os 
Estados chamados a comparecer perante a Corte. Ela inclui o caso na Lista Geral da 
Corte e informa a imprensa. 
O Estado que submete um requerimento é chamado demandante e o outro 
Estado é o demandado. No título oficial do caso, os nomes das partes são separados pela 
abreviação v. do latim versus. Em casos de Acordo Especial, não há demandantes e 
demandados, sendo os nomes das partes separados por uma barra. 
Os Estados são representados por agentes quando são chamados perante a Corte. 
Esse agente pode ser o Embaixador do país na Holanda, o Ministro das Relações 
Exteriores do país ou um Conselheiro Jurídico. 
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O processo iniciado é dividido em duas partes: escrita e oral. A fase escrita pode 
durar de alguns meses a anos dependendo da complexidade do caso. As reclamações 
escritas não são acessíveis ao público (geralmente) antes da abertura da fase oral. Esta é 
aberta ao público e ocorre no Palácio da Paz no “Great Hall of Justice”. 
Os casos perante a Corte podem dar origem a procedimentos incidentais. Os 
mais comuns são objeções preliminares e medidas cautelares. As primeiras são criadas 
para contestar a competência da Corte para pronunciar um julgamento sobre o mérito de 
um caso, com base em argumentos como o de que falta à Corte competência sobre este, 
ou de que a demanda é inadmissível. Os procedimentos são suspensos e a Corte decide 
sobre a exceção numa fase separada do caso. As medidas cautelares são medidas de 
proteção de caráter ínterim, que a Corte indica a pedido de uma parte ou por sua própria 
iniciativa, se considerar que os direitos que formam a matéria do julgamento a ser 
proferido se encontram sob perigo imediato. 
Além destes, também são possíveis os seguintes procedimentos incidentais: não-
comparecimento; intervenção; contra-demanda; fusão de procedimentos. 
 Em geral, uma decisão final é proferida três a seis meses após o fim das 
audiências, dependendo da complexidade e da urgência dos trabalhos. 
 A sentença é um documento bilíngüe (nas versões francesa e inglesa), 
com cerca de 50 páginas em cada idioma. O texto é dividido em três partes principais: 
 
- Introdução, que dá os nomes dos juízes e as representações das partes, 
resume a história dos procedimentos e apresenta as submissões das partes; 
 
- Fundamentos para a decisão da Corte, em que são resumidos os fatos 
significantes do caso e as razões para a decisão da Corte; 
 
- Parágrafo dispositivo, que expressa qual foi a real decisão da Corte e 
indica como os juízes votaram. 
 
As sentenças da Corte são obrigatórias para os Estados envolvidos. Este 
princípio se aplica a todos os julgamentos, realizados por todo o tribunal ou por uma 
câmara. 
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Todas as decisões são finais e sem apelação. Se alguma das partes questionar seu 
sentido ou amplitude, só tem a possibilidade de fazer um requerimento para 
reinterpretação ou para revisão. 
De acordo com o artigo 94 da Carta da ONU, qualquer Estado, membro ou não 
da ONU, que considerar que a outra parte tenha falhado em cumprir com a decisão da 
Corte pode trazer a questão perante o Conselho de Segurança. Este, se julgar necessário, 
pode fazer recomendações ou decidir por medidas a serem tomadas para dar efeito à 
sentença. 
Um procedimento contencioso pode ser extinto antes do julgamento, quando as 
partes atingem um acordo durante os procedimentos, quando o demandante informa à 
Corte que está se retirando, ou as duas partes declaram que acordaram em abandonar o 
caso. 
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