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GESTÃO DE INOVAÇÃO

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Gestão 
da inovação: 
como 
não fazer mais 
do mesmo
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
2
sumário
Esqueça tudo que você sabe sobre inovação... 03 
1 | Inovação: nem tudo é o que parece 04 
2 | Mudando a perspectiva: os bastidores das empresas inovadoras 05 
2.1 | Inovação de Produto ou serviço 
2.2 | Inovação no Modelo de Gestão 
2.3 | Inovação de processos 
2.4 | Inovação Modelo de Negócio
3 | Agora é sua vez: colocando a mão na massa 17 
3.1 | Ferramentas para ter aquela ideia matadora 
4 | Cultura de inovação: uma andorinha só não faz verão 19
5 | Metas: nenhum vento é favorável quando você não sabe para onde ir 22 
6 | Quem disse que errar é sinônimo de fracasso? 28 
O que vem agora? 30 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
3
esqueça tudo que você sabe 
sobre inovação...
Especialistas e palpiteiros de plantão 
são unânimes em dizer que, para 
ter sucesso em um mercado tão 
competitivo como o contemporâneo, 
seu produto ou serviço tem que ser 
diferenciado. Agora, o que poucos 
alertam é que o caráter inovador 
não precisa, necessariamente, estar 
apenas naquilo que você oferece ao 
consumidor. 
A inovação pode nascer de um modelo de 
gestão nunca visto antes ou até mesmo 
de um modelo de negócio totalmente 
disruptivo. Parando para pensar, foi 
essa certeza de que sempre é possível 
implementar novidades que fez do Vale 
do Silício a grande referência mundial em 
inovação. 
O Vale do Silício é um paraíso mundial de 
ideias criativas e funcionais. Apple, Google, 
Facebook, Intel, HP, Sales Force, eBay, 
Evernote, Twitter, Linkedin, Netflix, Yahoo! 
e inúmeras outras empresas despontaram 
lá e hoje movimentam recursos milionários. 
Diferente do que muito pensam, o 
crescimento desses nomes não foi um 
golpe de sorte, mas sim uma estratégia 
muito bem elaborada que teve como pilar 
a cultura da inovação, a ousadia de testar 
o diferente, a necessidade de oferecer 
soluções fora do comum aos problemas 
do consumidor e o desejo de oferecer à 
sociedade um retorno justo.
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
4
esqueça tudo que você sabe 
sobre inovação...
A verdade é que empresas de qualquer 
tamanho podem implementar melhorias, 
do comércio de esquina às multinacionais. 
Só que, para inovar, é preciso estar aberto 
ao novo, disposto a mudanças e a engajar 
as pessoas com quem você vai trabalhar 
nessa busca constante por melhorias. 
Também não se pode esquecer que estamos 
tratando de um processo contínuo, não de 
uma ação pontual. Na prática, isso significa 
que, além de inspiração para detectar onde 
e como é possível inovar, é necessário 
planejar como gerir o projeto e estudar sua 
viabilidade. E lembre que errar faz parte do 
desenvolvimento. Tirar proveito de possíveis 
falhas é um excelente aprendizado, é assim 
que se forma uma cultura da inovação.
Então, que tal colocar a cabeça para 
funcionar e estudar agora mesmo 
possibilidades de inovação dentro do seu 
empreendimento? Mas, antes de tudo, 
existem alguns conceitos importantes que 
precisamos entender mais a fundo para 
facilitar o trabalho que vem por aí.
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
5
1 | inovação: nem tudo é o que parece
O conceito de inovação pode até parecer 
simples, mas, para que ele se consolide 
na sua empresa, é preciso definir 
processos, escolher as ferramentas 
corretas e também as métricas de 
sucesso. Isso mesmo, inovação é bem 
mais do que ter aquela ideia de um 
milhão de dólares, e é nesse ponto que 
muitas empresas se perdem. 
O conceito de inovação pode até parecer 
simples, mas, para que ele se consolide na sua 
empresa, é preciso definir processos, escolher 
as ferramentas corretas e também as métricas 
de sucesso. Isso mesmo, inovação é bem 
mais do que ter aquela ideia de um milhão de 
dólares, e é nesse ponto que muitas empresas 
se perdem. Nem todo empreendedor tem 
noção do real significado da inovação, e isso 
dificulta a implementação de novas práticas 
em diferentes áreas e/ou setores. Uma situação 
bem comum e que atrapalha empreendedores 
que querem inovar é confundir os conceitos de 
ideia, invenção e inovação. Entenda:
• Ideia: a inspiração inicial para algo 
que precisa ser aprimorado e, depois, 
colocado em prática;
• Invenção: descobrir algo inédito, 
uma solução ou conceito que ainda 
não existe e que tornaria sua ideia 
completamente original;
• Inovação: repaginar algo já existente por 
meio de alterações que criem diferenciais 
em relação ao original. No mundo dos 
empreendimentos, aplica-se ao produto, 
ao processo, aos serviços ou aos 
negócios. Aqui vale lembrar que essas 
soluções devem ser úteis ao público — 
caso contrário, será apenas uma ideia.
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
6
A grande diferença entre inventar e inovar 
é que o primeiro conceito é um processo 
criativo sem fins comerciais, que pode ou não 
ser colocado em prática. Em outras palavras: 
um insight não configura inovação, mas é 
parte dela. Luiz Serafim, head de marketing 
da 3M, define inovação como o processo de 
transformar uma ideia diferenciada em oferta 
real, precificada, comunicada e disponibilizada 
ao público-alvo, atendendo as necessidades 
dos clientes com maior valor percebido em 
relação às alternativas existentes.
 Veja também: FErrAMENTAS 
PráTIcAS DE INOVAçãO: INOVAr PArA 
SE DIFErENcIAr
Depois da inspiração inicial, é hora de 
trabalhar exaustivamente na ideia, como 
fizeram Thomas Edison e Santos-Dumont. 
É preciso arregaçar as mangas, mergulhar 
no projeto, estudar o mercado, entender 
as necessidades dos usuários e seu 
comportamento em todo o processo. Você 
deve testar sua ideia. Prototipar, para usar 
o termo da moda. E fazer tudo isso é fácil? 
Não, não é, mas também não representa algo 
tão difícil. 
Tenha em mente, ainda, que fazer algo 
diferente dentro do que está disponível é 
inovar. Inovação não é necessariamente 
começar algo do zero. Fazer aprimoramentos 
ou melhorar algo já existente também conta, 
e muito. Por isso, esteja atento ao que ocorre 
dentro do seu negócio e use o potencial 
já existente para fazer transformações 
significativas. É exatamente sobre isso que 
vamos falar no nosso próximo capítulo.
1 | inovação: nem tudo é o que parece
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
7
2 | mudando a perspectiva: os bastidores 
 das empresas inovadoras
PrOdutO 
Ou sErVIçO: 
Quando um produto ou serviço novo ou aprimorado (troca 
de componentes, alteração na embalagem, funcionalidades 
inéditas...) chega ao mercado e oferece soluções diferenciadas 
aos consumidores. Pode ser uma nova versão de um veículo 
que, agora, sai das montadoras com injeção eletrônica ou 
empresas que antes vendiam apenas softwares e agora 
oferecem também treinamento para operar seus programas. 
01
Após bater o martelo sobre o que é inovação, vamos nos 
ocupar de analisar em quais tipos ela se divide. No geral, 
podemos dividi-la em 4 formas:
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
8
Nada melhor do que um exemplo concreto 
para ilustrar esse tipo de inovação. Neste 
caso, vamos falar da ticket, empresa que 
desenvolveu o primeiro aplicativo do segmento 
para monitoramento e análise de dadosestratégicos para restaurantes credenciados. 
O app oferece uma solução da categoria 
Analytics, com análise de desempenho, 
concorrência e potencial de mercado.
“O mundo necessita cada vez mais de soluções 
Big Data e informações em tempo real para 
saber aproveitar com inteligência cada recurso 
e descobrir brechas para crescer ainda mais 
em um cenário de crise. Acreditamos que 
há no mercado de restaurantes um enorme 
potencial para implementação dessa filosofia 
que não é explorado no Brasil. Temos na 
Ticket uma veia inovadora e decidimos que 
é hora de investir em um aplicativo que 
fornecesse um banco de dados completo”, 
afirma cyrille Verdier, diretor de Estratégia e 
Desenvolvimento da Ticket.
Outra ação que merece destaque é a criação 
de uma assistente virtual, a EVA (Edenred 
Virtual Assistant). Essa foi a primeira empresa 
do setor e a segunda no mercado brasileiro 
a oferecer uma solução de atendimento 
que funciona via inteligência artificial. O 
resultado positivo pode ser medido em 
números: até março, foram mais de 1,5 milhões 
de interações e 1,8 milhões de respostas à 
perguntas de clientes e parceiros, alcançado 
uma taxa de eficiência de 79% (47% das 
questões respondidas diretamente e 32% 
redirecionadas a páginas específicas). 
Seguindo esse processo de inovação no 
atendimento, a empresa que antes fazia seus 
atendimentos por central de Atendimento 
ativo e receptivo, implantou o atendimento 
com inteligência virtual, tornando o processo 
mais assertivo, com menos tempo de espera e 
redução de custos.
dados na ponta dos dedos: o caso da ticket
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
9
2 | mudando a perspectiva: os bastidores 
 das empresas inovadoras
OrgANIzACIONAl: 
Adoção de novas configurações no quadro de colaboradores 
e na maneira de trabalhar. A meta, geralmente, é buscar 
um modelo mais competitivo, podendo estar relacionado 
com novos métodos de contratação (sistematizar as novas 
contratações de pessoal com a intenção de internalizar 
novos conhecimentos) e treinamento da equipe (organizar 
programas internos de formação e qualificação), métodos 
de gestão de pessoal (verticalização), melhor distribuição 
dos serviços entre colaboradores, alterações no ambiente 
(estruturais e comportamentais), mudanças na comunicação 
interna, iniciativas motivacionais (palestras, coaching, ginástica 
laboral), retenção de talentos (estímulos para que o profissional 
desenvolva uma carreira na empresa), clima organizacional e 
benefícios (remuneração, e outros recursos que compensem o 
esforço dos colaboradores). 
02
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
10
uma iniciativa interessante e que pode 
inspirar empreendedores é o programa 
de inovação desenvolvido pela Edenred. 
A ação se baseia em uma série de 
programas com foco na capacitação de 
colaboradores para inovação, a partir 
do ensinamento de metodologias como 
design thinking e design de serviços. 
Durante o ano, foram mais de 36 mil 
horas de treinamento para cerca de 
600 funcionários contemplados com 
cursos e fóruns que debateram desde 
a importância da cultura da inovação 
nas empresas até o papel da liderança 
em uma equipe. A atividade garantiu 
certificação aos participantes que 
tiveram a oportunidade de apresentar 
aos membros executivos da empresa 
as ideias trabalhadas na empreitada, 
por meio de provas de conceito que 
abordavam o problema, o segmento de 
clientes, proposta de valor, solução e o 
racional básico de viabilidade. 
“Há uma escassez de certificações 
similares a essa no mercado. Ter a 
possibilidade de aplicá-la dentro de casa 
com todos os conceitos e valores da 
Edenred é muito importante para nós. 
Além de preparar nossos colaboradores 
para o futuro, também focamos em 
capacitação mais dirigida, o que resulta 
naturalmente em projetos ainda mais 
assertivos”, afirma Gilles coccoli, 
presidente da Edenred Brasil.
Inovar em gestão pode criar uma 
vantagem duradoura em relação à 
concorrência e produzir alterações 
dramáticas de posições competitivas. No 
último século, as inovações de gestão, 
mais do que qualquer outro tipo, tem 
permitido que empresas atinjam, e 
edenred: capacitar para inovar 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
11
ultrapassem, novas performances de 
desempenho. Simplificando, gestão da 
inovação muda a forma como os gestores 
fazem o que fazem. Seja comprometido 
em solucionar grandes problemas, buscar 
novos princípios, desconstruir diretrizes 
ortodoxas, explorar o poder da analogia 
das situações ao seu redor e não ter 
medo de aplicar isso na prática. 
O sistema operacional de computador 
Linux também é um bom exemplo 
de uma recente inovação em gestão, 
em razão do desenvolvimento de 
código aberto. com base em outras 
inovações, como a licença pública geral, 
e ferramentas de colaboração on-line, 
o desenvolvimento de código aberto 
mostrou ser um mecanismo altamente 
eficaz para provocar e coordenar os 
esforços de indivíduos geograficamente 
dispersos. Outro exemplo bem 
interessante é da Zappos, e-commerce de 
calçados e moda americano, que adotou 
um sistema vertical de gestão chamado 
holocracia. Ele funciona com distribuição 
de autoridade, sem a tradicional 
estrutura de “comando e controle”, com 
as tomadas de decisão distribuídas por 
equipes auto-organizadas. Assim, cria-se 
uma cultura de empoderamento muito 
difícil para a concorrência copiar. 
edenred: capacitar para inovar 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
12
2 | mudando a perspectiva: os bastidores 
 das empresas inovadoras
03 dE PrOCEssO: refere-se à implementação de novos métodos ou soluções nos 
processos de produção e logística. O objetivo, quase sempre, é 
aumentar a produtividade, cortar gastos, oferecer mais qualidade, 
prezar pela natureza. Foi com base nessas premissas que o 
empresário Guilherme Brammer fundou, em 2012, a Wise Waste, 
startup especialista em reaproveitar o lixo. 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
13
A Wise Waste oferece soluções para reciclar 
qualquer tipo de produto e desenvolver 
novos materiais. Antes, o foco era prestar 
consultoria, hoje, a empresa aposta na 
confecção de produtos.
“Eu trabalhei em grandes empresas de bens 
de consumo, matéria-prima, nas quais a 
responsabilidade social era delegada a um 
departamento, muitas vezes, afastado do core 
business. E aquilo gerava um impacto que me 
incomodava, era muita coisa indo para o lixo. 
Então, vi que no Brasil tinham poucas empresas 
extraindo valor desses resíduos”, revela Guilherme 
Brammer, fundador da Wise Waste.
Além de colocar “valor onde não tem”, como 
Guilherme mesmo costuma dizer, a Wise Waste 
teve a preocupação de envolver em sua iniciativa 
um grupo fundamental para a cadeia de negócios 
de resíduos: os catadores. Afinal, a ideia era 
trabalhar não só com responsabilidade ambiental, 
mas também social.
“Queríamos inovar dentro de uma economia 
inteligente e circular. No Brasil, tem espaço para 
isso e, hoje em dia, o consumidor está cada vez 
mais exigente com questões ecológicas”, conta 
Guilherme Brammer, fundador da Wise Waste.
A iniciativa deu certo e, hoje, vai muito bem do 
ponto de vista financeiro. Porém, o fundador 
garante que o dinheiro é importante, mas não o 
objetivo principal: “costumo dizer que o dinheiro 
é consequência do trabalho. Sem ele, não dá para 
sobreviver, mas o objetivo é criar valor onde não 
há, transformando algo sujo em algo bom.”
Para quem está em busca de inovação, Guilherme 
dá a dica: “Não espere pelo ótimo! O negócio 
é ir prototipando e aprimorando conforme 
o necessário. Não se pode esperar muito. 
Além disso, é preciso ir a campo, observar as 
impressões, perguntar. Isso ajuda a melhorar seu 
produto”.Wise Waste: fazendo mais com menos
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
14
2 | mudando a perspectiva: os bastidores 
 das empresas inovadoras
04 NEgóCIO: como o nome sugere, é a alteração significativa na maneira de 
se fazer negócio. Está ligada diretamente à proposta de valor 
repassada aos clientes (target, oferta e geração de receita) e 
ao modelo de operação (modificações que podem alterar toda 
a cadeia de valor). Não significa, necessariamente, mudança no 
produto ou no processo de produção, mas na forma como isso é 
levado ao mercado. A casa do construtor é um excelente exemplo.
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
15
Expedito Arena, cofundador da Casa do 
Construtor, junto com o amigo de infância 
Altino Cristofoletti, ambos de famílias 
humildes, se conheceram na Pastoral da 
Juventude, em rio Claro, quando ainda 
eram adolescentes e sonhavam cursar 
engenharia. 
como não tinham dinheiro, primeiro fizeram 
curso técnico em edificações e, com os 
trabalhos obtidos com essa formação, 
conseguiram bancar a graduação e montaram 
suas próprias construtoras. Sempre houve 
a intenção de criar um negócio em parceria, 
mas a oportunidade só apareceu no início 
dos anos 1990, quando montaram um 
depósito de equipamentos de construção e, 
para diversificar, resolveram também alugar 
as ferramentas. “Achávamos que seria 
apenas um acessório, mas o resultado foi 
bem significativo”, releva Expedito Arena, 
cofundador da casa do construtor.
Em 1995, passaram a trabalhar somente com 
aluguel de maquinário, em uma sede em um 
bairro afastado onde havia diversas casas 
populares. “Essa foi nossa primeira grande 
jogada: alugar para qualquer pessoa, não só 
para quem é da construção civil. É importante 
lembrar que um negócio de sucesso é cheio 
de pequenos acertos, não adianta só um, 
mesmo que grande. Então, passamos a ser 
um facilitador para quem queria reformar 
a casa”, afirma, satisfeito, Expedito Arena, 
cofundador da casa do construtor. 
Em seguida, 1998, mais uma boa ideia: 
franquear o empreendimento para conseguir 
melhores preços com fornecedores. De lá 
para cá, a rede casa do construtor cresceu 
consideravelmente. De 2010 a 2015, o 
número de lojas passou de 100 para 220, e 
o faturamento foi de r$ 48 milhões para r$ 
180 milhões. Outro recurso que os sócios 
usaram sem saber que estavam inovando foi 
casa do construtor: 
as oportunidades disfarçadas
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
16
o de descentralizar as decisões. Eles criaram 
um conselho de franqueados, que permite 
mais pessoas participando das escolhas que 
impactarão o empreendimento como um 
todo (a entrada de um novo fornecedor, por 
exemplo).
“Tudo que fizemos foi no instinto. Hoje, 
se eu puder dar dicas, diria que é preciso 
plano de negócios sustentável financeira, 
ambiental e socialmente. Além disso, 
quem vai inovar precisa acreditar no que 
está fazendo para conseguir vender a 
ideia, convencer outras pessoas a vestir 
a camisa”, aconselha Expedito Arena, 
cofundador da casa do construtor.
Se você está pensando em medir o grau de 
inovação em seu modelo de negócio, o radar 
da inovação, desenvolvido por professores 
da Kellog Business School, é uma das 
ferramentas indicadas para isso. Ela prevê 
que alterações ocorram em diferentes 
partes do modelo de negócios de uma 
empresa ou nela como um todo. Veja uma 
explicação mais aprofundada neste link.
casa do construtor: 
as oportunidades disfarçadas
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
17
3 | aGora é sua vez: 
 colocando a mão na massa
Existem ferramentas desenvolvidas para 
facilitar a vida do empreendedor na hora 
de pensar em inovação. Conheça algumas:
sCAMPEr
O Scamper é uma ferramenta que possibilita 
criar novas versões de um produto 
ou serviço ou, ainda, gerar uma ideia 
totalmente diferente, que pode mudar os 
rumos de uma organização. É um recurso 
que serve para guiar o empreendedor na 
realização de uma sessão de brainstorm 
com os funcionários a respeito de novos 
produtos e serviços. 
 
trIz
Foi desenvolvida durante estudos que 
analisaram por décadas milhares de 
patentes, nas quais foram identificadas 
contradições técnicas que deveriam ser 
suprimidas. Para isso, houve a necessidade 
de se pensar soluções para problemas sob 
a ótica do contraditório. Funciona assim: 
encontre um problema, pense uma solução 
— inovadora, de preferência —, crie um 
protótipo e teste para saber se é viável. 
 
 saiba mais
 Veja mais um pouco sobre 
como essa metodologia pode 
auxiliar você
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
18
Se mesmo assim a inspiração ainda não 
veio, não se desespere! reúna informações 
sobre os mais variados setores e processos 
que fazem parte da rotina da sua empresa 
e tente entendê-los bem. certamente 
você vai encontrar algo que possa ser 
melhorado. E o benchmarking, vale? claro! 
Afinal, essa é uma relevante estratégia no 
mercado para aumentar a eficiência de uma 
companhia que aguça a percepção na busca 
por melhores práticas e norteia as ações 
para adequá-las às peculiaridades de cada 
organização. A tática está dividida em:
• Benchmarking interno: um olhar dentro 
da empresa sobre as práticas adotadas 
(filiais-modelo, departamentos que 
desenvolvem metodologias inovadoras);
• Benchmarking competitivo: aqui, o 
foco é a análise detalhada das práticas 
da concorrência, visando superá-las. 
É difícil de ser efetuada, já que as 
empresas não costumam divulgar esses 
dados; 
• Benchmarking funcional: compara 
o processo de trabalho entre as 
organizações, mesmo que de segmentos 
diferentes; 
• Benchmarking de cooperação: parceria 
para compartilhar informações sobre 
processos. Também ocorre quando uma 
empresa “modelo” abre as portas e 
revela práticas para o aprendizado de 
outra.
3 | aGora é sua vez: 
 colocando a mão na massa
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
19
4 | cultura de inovação: 
 uma andorinha só não faz verão
tudo isso é lindo em teoria, mas, na 
prática, os processos podem gerar muita 
dor de cabeça. Por isso, o melhor jeito 
de inovar é cercando-se de pessoas com 
energia de sobra e dispostas a saírem 
de suas zonas de conforto. E como 
reconhecer esses profissionais? Eles 
agregam características como:
• Facilidade de trabalho em grupo e 
espírito colaborativo - A velocidade 
com que esse grupo engata 
colaborativamente em um novo projeto 
é fundamental; 
• Capacidade de se fazer entender - 
A comunicação eficiente está na coesão 
e na objetividade, bem como no correto 
entendimento do público alvo a ser atingido;
 
• Autossuficiência - A proatividade traz 
agilidade, adaptabilidade e menor tempo 
de respostas nas tomadas de decisão de 
um colaborador;
• resolução de problemas - Profissionais 
que solucionam problemas assumem 
riscos e chamam para si as 
responsabilidades;
• Atitude - Monte uma equipe com 
gente assertiva, serena e engajada. 
Elas reagem melhor aos desafios e 
feedbacks.
Veja também: MINI-cUrSO PArA 
FOrMAr O TIME cErTO PArA PrOjETOS 
INOVADOrES. 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
20
Outras dicas valiosas, mesmo que um pouco 
óbvias para criar uma cultura da inovação. 
Tenha a preocupação de “espalhar” a 
inovação pelo ambiente de trabalho. 
1. líderes devem ter o ímpeto de 
estar sempre em busca do novo, do 
diferente, e transmitir isso à equipe;
2. Estimule a ousadia e lembre-se 
de que iniciativas arrojadas podem 
dar errado. Encare isso como parte 
do processo, como uma maneira de 
adquirir conhecimento. claro, faça 
isso dentro das suas possibilidades. 
Empresas menores podem correr menos 
riscos e devem saber seus limitespara 
testar novidades. richard Branson 
(fundador e cEO da Virgin) e muitos 
outros gestores investem em recursos 
(humanos, técnicos, financeiros) e 
apostam na experimentação. Por 
isso, suas empresas se parecem mais 
com negócios em modelo beta, em 
permanente inovação;
3. Fomente a coletividade, o coleguismo. 
Isso estimula colaboradores a 
ficarem mais à vontade, ter ideias 
que transcendem o senso comum, 
trocar informações e crescer como 
profissionais. O bem-estar no trabalho 
influencia diretamente a motivação dos 
colaboradores, e consequentemente, 
a abertura para a inovação. Uma 
pesquisa realizada pela IPSOS e 
4 | cultura de inovação: 
 uma andorinha só não faz verão
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
21
encomendada pela Edenred entrevistou 
mais de 800 trabalhadores no Brasil 
e destacou que 25% estão com nível 
motivacional aumentando, enquanto 
54% têm a motivação estável. Para 
alavancar esses índices, as empresas 
têm como alternativa oferecer 
incentivos e benefícios valorizados 
pelos colaboradores. Eles proporcionam 
experiências diferenciadas ao 
trabalhador e estimulam a criatividade 
para ideias inovadoras.
4. Fique atento às sugestões de quem 
trabalha com você, de quem consome 
seu produto/serviço e das pessoas que 
têm a preocupação de fazer críticas 
construtivas.
5. Estabeleça métricas de inovação. 
Não adianta só seguir as dicas 
anteriores, é necessário que se mensure 
como a busca/implementação de 
inovações está afetando sua empresa.
 Veja o vídeo: DIcAS PrEcIOSAS 
DE cOMO MANTEr UMA cULTUrA DA 
INOVAçãO. 
4 | cultura de inovação: 
 uma andorinha só não faz verão
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
22
5 | metas: nenhum vento é favorável 
 quando você não sabe para onde ir
Assim como em qualquer negócio, a regra 
geral para inovar dentro de uma perspectiva 
sustentável e de sucesso é definir metas 
de onde se pretende chegar e com qual 
estratégia. Essas normas variam para 
cada tipo de empresa e é necessário 
conhecer o mercado de atuação para prever 
as tendências e definir os objetivos do 
processo criativo. Para descobrir quais 
são essas metas, responda às seguintes 
perguntas:
• O que é inovação para a empresa?
• Qual percentual de projetos inovadores é 
suportado?
• Há competências internas capacitadas 
para a execução do projeto?
• Qual a capacidade de investimento para a 
área?
• Será necessário atrair investidores?
• Existem incentivos governamentais de 
apoio?
• Quais os riscos? A empresa está disposta 
a assumi-los?
• Está preparada para aceitar o fracasso?
Métricas usadas no passado podem não 
funcionar hoje em dia. Por isso, líderes 
precisam estabelecer uma nova classe 
de critérios de medição que vá além das 
convenções atuais. Para isso, considere:
• criar uma cultura organizacional que 
dê suporte e direcione estratégias de 
inovação;
• Estabelecer capacidades críticas 
sintonizadas com o a evolução 
competitiva dos negócios;
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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• Avaliar os esforços de inovação para 
garantir retorno de investimento e 
apoiar feedbacks de aprendizagem e 
aperfeiçoamento; 
• crie uma “família de métricas” que garanta 
um conjunto bem afinado de medida que 
estimulem os motores de inovação mais 
importantes. 
A seguir, as três categorias a considerar 
para qualquer carteira de métricas. Dentro 
de cada uma dessas categorias há “métricas 
de entrada” e “saída”. As de entrada são os 
investimentos, recursos e comportamentos 
necessários para gerar resultados. As de 
saída representam os resultados desejados, 
vamos lá:
rEtOrNO sOBrE O 
INVEstIMENtO (rOI): 
Serve para disciplina fiscal da gestão da 
inovação e ajudar a justificar e reconhecer o 
valor de iniciativas estratégicas, programas e o 
investimento global em inovação. 
Clique aqui para entender 
 melhor como o rOI funciona
INPut: MétrICAs dE ENtrAdA
• Porcentagem do capital investido 
em atividades de inovação, como 
a apresentação e revisão de ideias 
para novos produtos e serviços e 
desenvolvimento de ideias por meio 
de um pipeline de inovação;
5 | metas: nenhum vento é favorável 
 quando você não sabe para onde ir
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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• Porcentagem de inputs de fora e de 
dentro de uma companhia para o 
processo de inovação (inovação aberta)
• Número de novos produtos, serviços e 
empresas lançados em novos mercados 
no ano passado.
OutPut: MétrICAs dE sAídA
• Situação atual e projetada de tempo para 
empatar um investimento; 
• Porcentagem de receita e lucro de 
produtos ou serviços novos implantados 
em “X” anos;
• royalties e renda de novas patentes e 
propriedade intelectual.
MétrICAs dE CAPACIdAdE 
OrgANIzACIONAl: 
concentram-se EM infraestrutura e processo 
de inovação. Fornecem o foco para iniciativas 
voltadas à construção de abordagens 
repetíveis e sustentáveis para invenção e 
reinvenção.
INPut: MétrICAs dE ENtrAdA
• Porcentagem de funcionários que 
receberam treinamento e suporte para 
inovar;
• Existência formal de estruturas e 
processos que apoiam inovação;
5 | metas: nenhum vento é favorável 
 quando você não sabe para onde ir
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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• Número de novas competências 
(habilidades e conhecimento para 
espalhar inovação).
OutPut: MétrICAs dE sAídA
• Quantidade de inovações que avançaram 
significativamente;
• Número de novas oportunidades para a 
companhia em novos mercados.
MétrICAs dE lIdErANçA: 
Tratam sobre comportamentos que os 
gerentes e líderes em geral devem promover 
para apoiar uma cultura de inovação dentro 
da organização, incluindo o apoio a iniciativas 
para crescimentos específicos. 
INPut: MétrICAs dE ENtrAdA 
• Porcentagem de tempo dos executivos 
despendido em estratégias de inovação, 
comparado ao tempo gasto com 
operações cotidianas;
• Porcentagem dos gestores com formação 
em conceitos e ferramentas de inovação;
• Porcentagem de projetos para produto 
/ serviço ou inovação estratégica com 
patrocinadores executivos envolvidos.
OutPut: MétrICAs dE sAídA
• Número de gerentes que tornaram-se 
líderes em novas categorias de negócio.
Além das métricas, os indicadores têm um 
papel essencial em uma cultura de inovação. 
5 | metas: nenhum vento é favorável 
 quando você não sabe para onde ir
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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Um dos indicadores mais utilizados em 
grandes empresas é o KPI, uma ferramenta de 
gestão que mede o desempenho e o sucesso 
da sua empresa, indicando o que funciona e 
o que não funciona, para que se possa fazer 
as modificações necessárias para atingir 
objetivos estabelecidos. 
 Entenda como funciona o KPI.
Pode-se observar, ainda, as chamadas 
métricas de atividade, que revelam como 
você está ocupado em impulsionar as 
engrenagens da inovação. Situações do tipo: 
quantos funcionários foram treinados em 
metodologias de start ups ou quantas ideias 
de novos produtos estão sendo pesquisados? 
Há também métricas de “impacto”, que 
mostram se o processo de inovação está 
tomando os rumos certos. Entre as medidas, 
estão participação de mercado, redução de 
custos e margens de lucro dos novos negócios.
No geral, é indicado considerar cinco métricas 
bem comuns no mercado:
• A receita gerada pelos novos produtos
• Número de projetos no pipeline de 
inovação
• Projetos que se passam de uma etapa à 
outra 
• Perdas e lucros ou outros impactos 
financeiro
• Número de ideias geradas
Alinhar um conjunto de métricas que 
funcionem para seus projetos leva um tempo. 
Não esqueça que é preciso visão e instinto 
5 | metas: nenhum ventoé favorável 
 quando você não sabe para onde ir
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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para inovar. De nada adianta um grupo dentro 
de sua empresa trabalhando para pensar 
em inovação se quem for executar o projeto 
estiver fora do processo criativo. Envolva 
todos os colaboradores! Steve jobs, fundador 
da Apple, por exemplo, não acreditava em 
apenas um grupo focado em desenvolver 
produtos inovadores. 
companhias que aspiram ser realmente 
inovadoras precisam lembrar o poder de uma 
ideia visionária e do instinto, afirma jason 
Berns, diretor Sênior da empresa de artigos 
esportivos Under Amrour. “Há um potencial de 
receita para o que você está trabalhando? Isso 
vai afetar os negócios? Essa é uma avaliação 
de grupo”, diz jason. “O quão grandioso 
isso pode ser? Alguém precisa ter visão!”, 
complementa. 
Quando se trata de inovação, alguns 
empreendedores optam por uma linha mais 
estruturada, como uma área de Pesquisa e 
Desenvolvimento (P&D). Isso vale quando 
se trata de uma empresa mais robusta e 
estruturada, com perfil atrelado à indústria. 
Se esse não é o seu caso, não se desespere, há 
outras iniciativas criativas para driblar a falta de 
verba. Foi o que fez a Angeluz, criada nos anos 
90 por um dentista que buscava equipamentos 
menos agressivos para seus pacientes. Ao 
perceber que ideia era boa, ele resolveu 
aumentar a produção --feita artesanalmente até 
então, mas, para isso, necessitava investimento. 
Eis que resolveu fazer uma parceria com 
universidades e o negócio deslanchou! 
Conheça mais sobre o case
5 | metas: nenhum vento é favorável 
 quando você não sabe para onde ir
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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se você não recorda, vamos reforçar: caso 
tenha ousado implementar inovações que 
não deram certo por algum motivo, não 
fique desmotivado. lembre do Vale do 
silício, onde os equívocos são fonte de 
inspiração. um ambiente que não permite 
erros mina inúmeras possibilidades de 
inovação.
Tenha um olhar crítico sobre o que foi 
feito e não funcionou de acordo com a 
expectativa. A inovação é um processo 
criativo, de variáveis subjetivas. Isso faz 
com que não exista uma fórmula mágica 
para checagem de resultados, mas, sim, 
algumas orientações que colaboram para a 
mensuração ser o mais eficiente possível. 
Entre elas, está verificar o valor agregado 
para a empresa na busca por inovação, em 
vez de medir os resultados brutos.
Tenha uma visão holística do processo, 
que considere o conhecimento agregado 
resultante das etapas do processo de 
inovação. Verifique o quanto a capacidade 
técnica foi ampliada durante o projeto.
Outros critérios que podem fazer com que 
a análise seja menos engessada: tempo 
que é preciso para o restabelecimento 
do equilíbrio operacional, a qualidade do 
planejamento, a capacidade de chegar 
ao mercado antes do fim da necessidade 
do cliente e a relevância dos estudos 
anteriores, em comparação ao resultado 
obtido. Dessa forma, mede-se o quão 
precisas foram as projeções iniciais 
e os experimentos com protótipos, a 
produtividade das técnicas usadas no 
6 | quem disse que errar é sinônimo 
 de fracasso? 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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desenvolvimento e quais métricas tiveram 
influência no sucesso da empreitada.
Por fim, há de se considerar bastante 
as relações profissionais, como 
afirma a professora Lisete Barlach, do 
programa de mestrado profissional em 
empreendedorismo da Faculdade de 
Economia, Administração e ciências 
contábeis (FEA) da Universidade de São 
Paulo (USP). Ela cita um estudo com 
profissionais estrangeiros que vieram 
trabalhar no Brasil e avaliaram aspectos do 
comportamento profissional por aqui. 
Dentro da relação hierárquica entre chefe e 
subordinado, as críticas são recebidas como 
pessoais, e não como parte de um contexto 
de fatos ou de desempenho profissional. 
Em resumo, os estrangeiros detectaram 
uma “sensibilidade extrema” nos colegas 
brasileiros, o que por vezes influencia nos 
resultados do trabalho.
Outros pontos preocupantes apontados 
são imediatismo e falta de planejamento de 
longo prazo, como se tudo fosse possível 
de ser resolvido de uma hora para a outra. 
Para o empreendedor, portanto, fica a lição 
de que não basta apenas se preocupar 
com planejamento e processos práticos 
do negócio; a gestão de pessoas, se 
negligenciada, pode ser tornar um gargalo 
para colocar tudo a perder. 
No conjunto da obra: errou? Pense no futuro 
com base em informações do passado! E 
seja persistente!
6 | quem disse que errar é sinônimo 
 de fracasso? 
//gestão da inovação: como não fazer mais do mesmo
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conclusão: o que vem aGora?
Inovar não é algo que ocorre da noite para 
o dia. É preciso estabelecer uma cultura 
da inovação dentro da empresa. Isso não 
significa apenas criar um departamento 
de inovação, mas envolver todos os 
colaboradores e gerar uma rotina de 
buscar novas soluções, pensar fora da 
caixa, questionar mais, ser menos apegado 
aos padrões, ter jogo de cintura ante à 
democracia da livre opinião e aperfeiçoar a 
comunicação entre colaboradores, e deles 
com o mundo exterior. Quem não fizer 
isso vai ser atropelado pelo trem que leva 
os mais ousados em direção a um futuro 
promissor.
A Endeavor é uma das principais organizações de fomento ao 
empreendedorismo no mundo. Atua na mobilização de organizações 
públicas e privadas e no compartilhamento de conhecimento prático 
e de exemplos de empreendedores de alto impacto para fortalecer a 
cultura empreendedora do país. No Brasil desde 2000, já ajudou a gerar 
mais de r$ 2 bilhões em receitas anualmente e mais de 20.000 de 
empregos diretos através de programas de apoio a empreendedores; 
e a capacitar mais de quatro milhões de brasileiros com programas 
educacionais presenciais e a distância. 
Mais informações e conteúdos para empreendedores em 
http://endeavor.org.br/
sobre a endeavor

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