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CONDUTA,ERROS DE TIPOS CONDUTA (CONTINUAÇÃO) Revison R.L.Filho 1.1 ERRO DE TIPO Previsão legal - Art. 20, caput, CP. Conceito: Agente ignora ou tem conhecimento equivocado da realidade. Ignorância ou erro sobre as elementares, circunstâncias ou quaisquer dados da figura típica. Erro de tipo essencial: Erro recai sobre os dados principais do tipo penal. Ex.: Caçador que atira contra arbusto pensando que lá se esconde um animal e percebe que matou alguém (elementar do homicídio). Inevitável (justificável, escusável ou invencível): Erro imprevisível. Exclui dolo (não tem consciência) e culpa (ausente previsibilidade). Exemplo: mata densa, longe do centro urbano. Evitável (injustificável, inescusável ou vencível): Erro previsível. Exclui dolo (não tem consciência, mas é punido por culpa – há previsibilidade). Exemplo: mata próxima a centro habitado. Erro de tipo acidental: Erro recai sobre os dados secundários do tipo penal. Não exclui dolo nem culpa. Sobre o objeto (construção doutrinária): furto de relógio dourado (desejava de ouro). Confunde objeto material. Consequência: punido de acordo com o objeto efetivamente atingido (e não o visado). Sobre a pessoa: Art. 20, §3º, CP (vítima pretendida). Equivocada representação da pessoa. Exemplo: Quer matar pai, porém confunde com o empregado da casa. Consequência: Punido de acordo com a vítima virtual (desejada) e não a real. Na execução (aberratio ictus): art. 73, CP (vítima pretendida). Erro nos meios de execução. Exemplo: “A” mira no pai, mas por falta de habilidade, acaba atingindo o vizinho que passava no outro lado da rua. Consequências: Resultado único – condições da vítima desejada. Resultado duplo – dois crimes em concurso formal. Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis): art. 74, CP. Responde por culpa. Erro na execução atinge bem jurídico distinto. Exemplo: “A” quer danificar o carro que está dirigindo, por erro, atinge e mata pedestre. Responde por homicídio culposo. Sobre o nexo causal: Provoca resultado visado, porém com outro nexo de causalidade. Construção doutrinária. Resultado desejado se produz, com outro nexo. Exemplo: “A” empurra “B” para morrer afogado, bate com a cabeça na pedra e morre. 1.2 ERRO DE PROIBIÇÃO Previsão legal – art. 21, CP. Conceito: Equívoco recai sobre a ilicitude da conduta praticada. Agente sabe o que faz (diferente do erro de tipo), porém ignora o caráter ilícito do ato. Exemplo: Consumo pessoal de drogas. 1.3 QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO Comissivo: realizado por uma conduta (ação). Viola um tipo proibitivo. Exemplo: matar alguém. Omissivo: realizado por um não fazer (omissão). Viola um tipo mandamental. Próprio ou puro: Existe um dever genérico de agir. Omissão de socorro (art. 135, CP). Impróprio ou impuro ou comissivo por omissão: Omitente tem obrigação de agir (dever jurídico). Art. 13, §2º, CP. Figura do garantidor. 2. RESULTADO Da conduta podem advir dois resultados: Naturalístico (presente em determinadas infrações): modificação do mundo exterior; Normativo (indispensável em qualquer delito): lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. De acordo com a exigência ou não da modificação exterior pela prática do crime, as infrações penais se dividem em: Crimes materiais: Homicídio (art. 121, CP). Depende do resultado naturalístico. Crimes formais (ou de consumação antecipada): Extorsão (art. 158, CP). Descreve resultado, mas consuma-se antes de alcançar o resultado descrito. Crimes de mera conduta: Violação de domicílio (art. 150, CP). Não descreve resultado. Já o resultado normativo é a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado. Sob essa ótica, todo crime possui resultado. Quanto ao resultado normativo, os delitos classificam-se em: De dano: Homicídio (art. 121, CP). De perigo: Condução inabilitada de veículo automotor (art. 309, CTB). 3. NEXO CAUSAL Conceito: É o vínculo entre a conduta e o resultado. Previsão legal: Art. 13, caput, CP. Teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine qua non). Fato sem o qual o resultado não teria ocorrido. 3.1 CONCAUSAS Revison R.L.Filho O resultado não é efeito de um só comportamento, mas de uma associação de fatores, entre os quais a conduta do agente aparece como seu principal elemento desencadeante. Espécies: - Concausas absolutamente independentes: Envenenado, morre por disparo de arma de fogo. Preexistente: Anteriormente. Concomitante: Simultaneamente. Superveniente: Posteriormente. CONCLUSÃO: Não importa a espécie, o comportamento paralelo será sempre punido na forma tentada. Concausas relativamente independentes: As causas se conjugam para produzir o evento final. Também se classificam em preexistente, concomitante e superveniente (art. 13, §1º, CP). 4. TIPICIDADE PENAL Fato típico: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade penal. Doutrina moderna: tipicidade formal (subsunção do fato à norma) + tipicidade material (relevância da lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado). Revison R.L.Filho �
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