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2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina A circulação do sangue e a distribuição de líquidos no organismo são feitas pela ação coordenada do coração (bomba propulsora), dos vasos sanguíneos e do sistema linfático. As artérias conduzem o sangue aos tecidos: na microcirculação ocorrem as trocas metabólicas; as veias retornam o sangue ao coração, que o movimenta continuamente; cabe aos vasos linfáticos o papel de reabsorver o excesso de líquidos filtrado na microcirculação. A homeostase normal do líquido abrange a manutenção da integridade da parede do vaso, bem como a pressão intravascular e osmolaridade dentro de certas variações fisiológicas. As mudanças no volume vascular, pressão ou conteúdo proteico, ou alterações na função endotelial, todas afetam o movimento final de água através da parede vascular. - O extravasamento de água nos espaços intersticiais é denominado “EDEMA”. Nas extremidades inferiores o edema causa, principalmente, tumefação; nos pulmões, o edema faz com que a água preencha os alvéolos, levando à dificuldade na respiração. - “HIPEREMIA” e “CONGESTÃO” são caracterizadas pelo aumento de volume sanguíneo em um tecido ou área afetada, com consequente dilatação vascular. - Na “ESTASE”, o sangue flui muito lentamente, quase parado no interior do vaso, propiciando a formação de coágulos/trombos. - A coagulação em locais inapropriados “TROMBOSE” ou a migração de coágulos “EMBOLIA” obstrui o fluxo sanguíneo aos tecidos e leva à morte da célula “INFARTO”. Enquanto que a “ISQUEMIA” é a falta de suprimento sanguíneo para um tecido orgânico devido a obstrução causada por um trombo, seja ele formado por placas gordurosas ou por coágulos sanguíneo. - Reciprocamente, a inabilidade em coagular após a lesão vascular resulta em “HEMORRAGIA”; o sangramento local pode comprometer a perfusão do tecido regional, enquanto a hemorragia mais extensiva pode resultar em hipotensão “CHOQUE” e morte. HIPEREMIA É o aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico. É um processo ativo. Resulta do fluxo interno tecidual aumentado devido à dilatação arteriolar, como no músculo esquelético durante o exercício ou em locais de inflamação. OBS: ‘congestão’ é um processo passivo resultante do efluxo externo deficiente de um tecido, podendo ocorrer por ex., na insuficiência cardíaca (retardo no escoamento venoso). Pode ser classificada em Hiperemia ‘ATIVA’ ‘PASSIVA’ Hiperemia Ativa Decorre de vasodilatação arteriolar com aumento do afluxo de sangue no leito capilar, geralmente é aguda. A vasodilatação arteriolar presente pode ser por: - Estimulação Simpática - Ação de substâncias vasoativas. Esse tipo de Hiperemia pode ser: FISIOLOGICA: durante o exercício físico, na mucosa gastrintestinal ou no encéfalo durante trabalho mental PATOLOGICA: queimaduras, inflamações agudas, choque anafilático, irradiação ou traumatismos. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina “A região com hiperemia ativa é avermelhada, de tonalidade clara, pois o sangue fluindo com velocidade maior perde pouco oxigênio. “ MICROSCOPICAMENTE: capilares dilatados e congestos de sangue. MACROSCOPICAMENTE: edema discreto, e na hiperemia por descompressão súbita, isquemia transitória de outras regiões pela redistribuição de sangue. Hiperemia Passiva (congestão) Decorre da diminuição da drenagem venosa. “É mais intensa nas regiões inferiores do corpo ou dos pulmões. De início, o órgão atingido é vermelho-escuro (cianótico) e aumentado de volume; ao corte é úmido, deixa fluir grande quantidade de sangue e as veias são geralmente mais calibrosas.” É sempre patológica. LOCALIZADA: é causado por fatores que dificultam o retorno venoso, como tromboses, compressão extrínseca por tumores e hematomas, ação da gravidade sobre o sangue como nas varizes. GENERALIZADA: resulta do aumento sistêmico da pressão venosa, geralmente consequente à insuficiência cardíaca. CRÔNICA e AGUDA. MICROSCOPICAMENTE: capilares, vênulas e veias dilatadas e cheias de sangue. MACROSCOPICAMENTE: as alterações mais observadas se mostram nos pulmões, fígado e baço. Pulmões – consistência aumentada, pardos. Fígado – aumentados em tamanho e peso, regiões centrolobulares congestas e circundadas por parênquima hepático não congesto mostra quadro de fígado em nóz-moscada. Baço – aumento de peso e tamanho. Na INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DIREITA, a obstrução das cavas ou estenose tricúspide produzem hiperemia passiva na grande circulação; insuficiência cardíaca direita tende a produzir acúmulo de sangue que flui para o lado direito do coração. Esse acúmulo acarreta edema dos pés, tornozelos, pernas, fígado e abdômen. Há congestão venosa portal e sistêmica, o aumento hepático e esplênico, edema periférico, derrame pleural, ascite. Geralmente é consequência da suficiência cardíaca esquerda; qualquer aumento na pressão da circulação pulmonar inevitavelmente produz maior sobrecarga no lado direito do coração. Na INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ESQUERDA, a obstrução das veias pulmonares e a estenose mitral causam hiperemia passiva na circulação pulmonar. A insuficiência cardíaca esquerda acarreta um acúmulo de líquido nos pulmões (edema pulmonar), causando uma dificuldade respiratória intensa. Inicialmente, a falta de ar ocorre durante a realização de um esforço, mas, com a evolução da doença, ela também ocorre em repouso. Fígado com congestão passiva crônica e necrose hemorrágica. A- as áreas centrais estão vermelhas e levemente deprimidas, comparadas com o parênquima amarelo-acastanhado viável e circunjacente, formando o Fígado em Noz- Moscada. B- necrose centrolobular com hepatócitos degenerados e hemorragia. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina HEMORRAGIA É a saída de sangue do espaço vascular (vasos e coração) para o exterior, interstício ou para cavidades pré-formadas do organismo. Podem ser classificadas em causas: Intrínsecas (Trauma) São as que se formam no interstício. - Petéquias (hemorragias teciduais – até 2mm) - Equimose (>1 a 2 cm) - Hematoma (acumulo de sangue no tecido) - Apoplexia Extrínseca (Inerentes ao vaso; inerentes ao organismo ↓plaquetas, hemofilias) Recebe diversos nomes segundo o local ou vias que flui o sangue. - Gastrorragia - Enterorragia - Melena - Hematêmese -Epistaxe - Hemoptise - Hematúria - Menstruação - Metrorragia As hemorragias que acontecem em cavidades pré-formadas são: - Hemopericárdio (acumulo de sangue no pericárdio) - Hemotórax (acumulo na cavidade pleural) - Hemoperitônio (acumulo na cavidade peritoneal) - Hemastrose (acumulo nas cavidades articulares) 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina TROMBOSE Processo patológico caracterizado pela solidificação do sangue dentro dos vasos e coração, no indivíduo vivo. - TROMBOSE (massa sólida estruturada dentro do sistema cardíaco). - COÁGULO (massa sólida não estruturada, fora do sistema cardíaco). Etiopatogênese Lesão Endotelial - Placa ateromatosa - Agressão direta - Invasão vascular - Tabagismo (+ anticoagulantes) - Inflamações - Diabetes Melito Morfologia Quanto à Sede Quanto ao grau de Obstrução Vascular - Murais ou Parietais: são mais frequentemente observados no coração e aorta, por causa do grande calibre e do fluxo rápido. - Oclusivos: são mais comuns em artérias de menores calibre, tais como coronárias, cerebrais, ilíacas e femorais, assim como nas veias, podem obstruir completamente a luz. Quanto à Cor De acordo com sua aparência macroscópicae, particularmente, de acordo com sua cor, os trombos são designados: - Brancos: São constituídos principalmente de plaquetas e fibrinas, dispostas em camadas alternadas, entremeadas de hemácias, que fornecem um aspecto lamelar característico, conhecido como estrias de Zahn. - Vermelhos: São úmidos, gelatinosos e se assemelham ao coágulo sanguíneo, sendo também designados de coagulação ou de estase (hemácias). - Mistos: São os mais freqüentes, caracterizando-se pela associação de camadas fibrinosas e de coagulação. São mais comuns em veias periféricas, com cabeça, corpo e cauda. Alterações do Fluxo Sanguíneo - ↑ e ↓ velocidade do fluxo Alterações na Coagulação - ↑ ou modificações funcionais das plaquetas - Alterações dos fatores pró ou anticoagulantes 20% 10% 70% 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina * Ao se ver no microscópio, se verá uma massa de fibrina e hemácias * Tecido conjuntivo de Granulação (fatores angiogênicos liberados no local = RECANALIZAÇÃO) Evolução - Crescimento (propagação): oclusão (artérias = isquemia; veias = dificuldade de retorno venoso, aumentando a pressão hidrostática, provocando edema e com o tempo, isquemia). - Lise (fibrinólise): dissolução do trombo, processo endógeno de fibrinólise ou medicamentos. - Organização - Calcificação (flebólito): reconhecido em radiografia - Infecção: quando há septicemia ou vasculite infecciosa. Colonização de bactérias e fungos. - Embolização: desprendimento e fragmentação, ganhando a circulação = obstrução de pequenos vasos. Trombos murais. A- trombo nos ápices ventriculares esquerdo e direito, colocados sobre uma cicatriz fibrosa branca. B- trombo laminado num aneurisma aórtico abdominal dilatado. Vista em pequeno aumento de uma artéria trombosada. A- seção corada com HE. B- corante ao tecido elástico. O lúmen original é delineado pela lâmina elástica interna (setas) e é totalmente preenchida com trombo organizado, pontilhado agora por um número de pequenos canais recanalizados. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina EMBOLIA Oclusão de um vaso por uma massa transportada na circulação sanguínea. Na maioria dos casos, os êmbolos se originam de trombos (tromboembolia), mas também pode ser formadas por fragmentos de placas ateromatosas, vesículas lipídicas ou bolhas de gases. Êmbolos originados de trombos venosos (exceto no sistema porta) são levados aos pulmões; trombos arteriais (coração ou grandes artérias) dão êmbolos que se dirigem à grande circulação e se alojam principalmente no cérebro, intestinos, rins, baço e membros inferiores. - Tromboembolismo Pulmonar Origina-se trombos formados nas veias íleofemorais profundas ou veias profundas da panturrilha, especialmente em pessoas acamadas após cirurgias ou fraturas, se desprendem e causam obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar em determinada área. As consequências dependem do tamanho e do número dos êmbolos. - Tromboembolismo Arterial /Sistêmica Os êmbolos se originam dos trombos formados no coração (infarto do miocárdio, fibrilação atrial, doença de Chagas, dilatação do VE por insuficiência cardíaca, lesão nas valvas) ou na aorta, como em aneurismas ou sobre placas ateromatosas. - Embolia Gordurosa É a presença de gotículas de lipídeos na circulação sanguínea. Tais glóbulos de lipídeos se formam em fraturas ósseas, queimaduras, lipoaspiração, diabetes, doença falciforme, etc. Causam obstrução capilar e liberam ácidos graxos que resultam em lesão do endotélio, aumento da permeabilidade vascular e CID. - Embolia do Líquido Amniótico É a entrada de líquido amniótico na circulação materna antes ou durante o parto. Ocorre ruptura das membranas da placenta que se estendem até as veias do útero, permitindo a entrada de líquido amniótico na circulação. - Embolia Gasosa É a presença de bolhas de gás que obstruem vasos sanguíneos, podendo obstruir o fluxo vascular e causar lesão isquêmica distal. Embolia de líquido amniótico. Duas arteríolas pulmonares pequenas estão preenchidas com laminações em espiral de células escamosas fetais. Há edema e congestão evidentes, e em outros locais no pulmão pequenos trombos organizados eram compatíveis com CID. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina ISQUEMIA É a redução ou falta do suprimento sanguíneo em determinado órgão ou estrutura. A intensidade da isquemia depende do grau da obstrução vascular (total ou parcial) e pode ocorrer de forma rápida (por um trombo) ou lenta (obstrução progressiva por uma placa de aterosclerose). A isquemia pode ser provocada por redução da oferta de sangue e/ou por aumento da demanda. Causas Diminuição da Pressão Arterial: Acontece em estados de choque, pela redução da pressão arterial. Nesse caso, regiões limítrofes entre dois territórios de artérias vizinhas sem anastomoses podem sofrer isquemia. ↑ da pressão venosa também provoca redução do gradiente arteriovenoso, explicando a redução do fluxo sanguíneo nos capilares e isquemia em locais de estase venosa. Obstrução da Luz Vascular: É uma causa frequente da isquemia. Causados por variadas formas de obstrução anatômica (aterosclerose, trombos, êmbolos, etc) e espasmos vasculares. Aumento da Viscosidade do Sangue: Representa a fluidez ou a resistência interna do sangue e depende de sua composição. Aumento da viscosidade diminui o fluxo sanguíneo, especialmente na microcirculação. Aumento da Demanda Sanguínea: Sozinho não causa isquemia, mas adquire importância quando associado a redução do suprimento por qualquer motivo. Células com alto metabolismo são mais suscetíveis à isquemia. Consequências *Angina *Degeneração/Hipotrofia *Necrose Tipos Isquemia Relativa Temporária: Vê-se nos casos de obstrução vascular parcial quando há aumento da atividade metabólica de um órgão ou setor do organismo. Ex: isquemia miocárdica (angina). Ocorre também quando há necessidade de redistribuir o sangue no organismo. Isquemia Subtotal Temporária: Resulta de obstrução vascular incompleta que garante o fluxo sanguíneo mínimo; os neurônios perdem sua atividade funcional. Reperfusão nas primeiras horas após um AVC, pode salvar certas áreas de penumbra isquêmica. Isquemia Absoluta Temporária: Ocorre quando há interrupção passageira do suprimento sanguíneo, como ocorre nos casos de parada cardíaca com ressuscitação bem-sucedida, quando há oclusão arterial por trombo seguida de trombólise terapêutica ou em órgãos removidos para transplante até serem ligados à circulação do receptor. Isquemia Persistente : Provocada principalmente por placas de aterosclerose, trombos e embôlos, que causam bloqueio total ou subtotal da irrigação por tempo prolongado. Isquemia de pequena intensidade resulta em degenerações e hipotrofia; quando intensa e prolongada, provoca necrose da área atingida, que é o INFARTO. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina INFARTO Consiste em uma área circunscrita de necrose tecidual causada por isquemia absoluta prolongada por obstrução arterial ou venosa. Classificação Tipo de Bloqueio Arterial: infarto vermelho é encontrado em órgãos com irrigação dupla ou com anastomoses, como ocorre nos pulmões e no intestino. A obstrução de uma artéria resulta em isquemia e necrose tecidual. Venoso: trombose, compressão e torção do pedículo vascular. Nesses casos,como a drenagem do sangue fica bloqueada, o fluxo na microcirculação também se interrompe. Com isso, há necrose isquêmica e inundação por sangue da área necrosada; é por essa razão que todos os infartos por obstrução venosa são vermelhos. De acordo com a Cor Infartos Brancos (anêmicos): ocorre com oclusões arteriais em órgãos sólidos com circulação arterial terminal (como coração, pâncreas, baço e rim), em que a solidez do tecido limita a quantidade de hemorragia que possa entrar na área da necrose isquêmica dos leitos capilares adjacentes. Infartos Vermelhos (hemorrágicos): é aquele em que a região atingida tem cor vermelha por causa da intensa hemorragia que se forma na área de necrose. Ocorrem com oclusões venosas; nos tecidos frouxos (como pulmão), permitindo que o sangue seja coletado na zona infartada; nos tecidos com circulações duplas (pulmão e intestino delgado), permitindo o fluxo sanguíneo do vaso desobstruído para a zona necrótica; nos tecidos que foram previamente congestionados pelo fluxo venoso de drenagem lento. Presença de Bactérias Sépticos e Assépticos: podem ocorrer quando a embolização ocorrer pela fragmentação de uma vegetação bacteriana de uma valva cardíaca ou quando os micróbios semeam-se numa área de tecido necrótico. Nesse caso, o infarto é convertido em ABCESSO. Morfologia Forma de cunha com o ápice voltado para o vaso ocluído e base para a superfície do órgão (branco) Hemorragia – depósitos de hemossiderina; depois de uns dias, nas margens há a formação de um halo hiperêmico-hemorrágico. Necrose – microscopicamente, o infarto é caracterizado por necrose de coagulação , exceto no cérebro, onde é do tipo liquefativo. Resposta Inflamatória – com exsudato de neutrófilos e macrófagos, os quais fagocitam os restos celulares. (vermelho) Reparo A-hemorrágico: infarto pulmonar em forma de cunha. B- infarto branco agudamente demarcado no baço 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina CHOQUE Situação de hipoperfusão sistêmica causada pela redução no débito cardíaco ou no volume sanguíneo circulante efetivo. QUEDA DA PERFUSÃO TECIDUAL = ↓oferta de O2 e nutrientes às células = Não remoção adequada dos catabólitos e o metabolismo celular = Metabolismo passa de AERÓBICO → ANAERÓBICO. A hipoperfusão pode ser provocada por: - Distúrbio inicial na macrocirculação - Distúrbio na distribuição do volume sanguíneo Causas Choque Cardiogênico Quando o coração se torna incapaz de bombear adequadamente o sangue. (insuficiência grave do bombeamento cardíaco) – infarto, choque elétrico, pressão na caixa toráxica. Choque Hipovolêmico Ocorre na perda súbita de quantidade apreciável de líquidos do organismo. (Volume insuficiente de sangue) - sangramentos “traumas e rupturas de vasos”, perda de plasma “queimaduras” ou desidratação “diarreia”. Choque Obstrutivo (Bloqueio das artérias principais) – tromboembolismo Choque Séptico Infecções principalmente por bactérias gram- negativas produtoras de endotoxinas. (Dilatação anormal dos vasos periféricos) Choque Neurogênico choque que decorre da redução do tônus vasomotor normal por distúrbio da função nervosa. (Dilatação anormal dos vasos periféricos) – acidente anestésico, uso de bloqueadores ganglionares. Choque Anafilático Reação antígeno-anticorpo mediada por IgE na superfície de mastócitos e basófilos “reação de hipersensibilidade” (Dilatação anormal dos vasos periféricos) 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina Etapas Fase Inicial não-progressiva - Retenção de sódio e líquido (Sistema Renina Angiotensina-Aldosterona) - Produção de Catecolaminas pelas adrenais (Taquicardia e Vasodilatação) - Estimulação Simpática - Liberação de ADH Hipotensão discreta, taquicardia, palidez e sensação de frio; no choque séptico, a vasodilatação periférica resulta em face e extremidades quentes e coradas. Se a insuficiência circulatória persiste, os mecanismos compensatórios se esgotam e aparece a Fase Progressiva. Fase Progressiva - Acidose Sistêmica / Vasodilatação Arterial / Queda da Pressão Arterial - Desvio do sangue do intestino e rim para o Coração e Cérebro - Hipóxia renal e estase intestinal A pressão arterial cai mais ainda, o pulso aumenta e surgem dificuldade respiratória, acidose metabólica e diminuição da função renal. Estágio Irreversível - Necrose celular do Fígado, Coração e Cérebro - Falência múltipla dos órgãos - Perda da consciência e Morte Morfologia Cérebro: Encefalopatia Isquêmica. Perda de neurônios; edema cerebral discreto pela hipóxia. Coração: Necrose de Coagulação Focal A região subendocárdica é mais sensível, e pode provocar agregação plaquetária nas valvas cardíacas (endocardite verrucosa) Rins: Necrose Tubular Aguda Edema intersticial e infiltrado de mononucleares = aumento de volume e peso, são edemaciados, pálidos. Pulmões: Pulmão de Choque Derrame hemorrágico dentro dos alvéolos. Fibrose intersticial e alveolar reduz a difusão de gases e a perfusão capilar. Trato Gastrointestinal: Enteropatia Hemorrágica A mucosa é a camada mais sensível à hipóxia, desenvolvendo erosões múltiplas e hemorragias no estômago e intestinos. Fígado: Degeneração Gordurosa As células centrolobulares, por estarem longe dos espaços porta, são mais vulneráveis à isquemia e sofrem degeneração ou necrose. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina EDEMA Acúmulo excessivo de líquido no interstício e/ou em cavidades pré-formadas do organismo. Líquidos no homem: 20% (16% no interstício / 4% no volume sanguíneo) Classificação Ser LOCALIZADO ou SISTÊMICO (Anasarca). Composição TRANSUDATO ou EXSUDATO. LOCALIZADO - Hidrotórax - Hidropericárdio - Hidroperitônio (Ascite) etc. SISTÊMICO (Generalizado) - Anasarca TRANSUDATO (não tem mediadores químicos e alérgicos) É um líquido com baixo conteúdo de proteínas e com densidade < 1.020 g/ml. Indica que a permeabilidade vascular continua preservada, permitindo a passagem de água, mas não a de macromoléculas e proteínas. Líquido claro e seroso. EXSUDATO (liberação de mediadores vasoativos, ↑ permeabilidade dos vasos) Líquido rico em proteínas e com densidade > 1.020 g/ml. Indica aumento da permeabilidade vascular, decorrente da ação de substâncias químicas liberadas nos processos inflamatórios. Líquido turvo e, devido ao conteúdo de fibrinogênio, pode mostrar precipitado de proteínas “coágulos transparentes”. Etiopatogênese Regulação da homeostase dos líquidos: Movimento dos Líquidos VASO ↔ INTERSTÍCIO O edema se forma quando surgem transtornos no: - Gradiente sangue-interstício de pressão hidrostática e oncótica (forças de Starling) - Drenagem linfática Ambos são responsáveis pela filtração e absorção de líquidos na microcirculação, sem que haja acúmulo de água no interstício. 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina Aumento da Pressão Hidrostática dos Vasos (TRANSUDATO) Facilita a filtração líquida para o interstício. Relaciona-se à hiperemia ativa ou passiva (com suas causas como calor, traumas, inflamações, varizes, oclusões venosas etc.) - Insuficiencia cardíaca congestiva - Cirrose Hepática - Obstrução do retorno venoso (trombos, imobilização “falta da bomba muscular”, força da gravidade (posição ortostática). Pressão Oncótica dos Vasos está Reduzida A pressão oncótica das proteínas plasmáticas opõe-se à filtração capilar. O edema relacionado às hipoproteinemias é usualmente generalizado edo tipo transudato. - Perda de proteínas (Hipoproteinemia): glomerulopatias, gastroenteropatias - Redução da síntese protéica: desnutrição e cirrose hepática - Mucopolissacaridoses - Hipotireoidismo Permeabilidade Vascular Alterada (EXSUDATO) Ocorre nos capilares e vênulas e se relaciona à ação de substâncias como histamina e cininas. - Reações alérgicas e inflamatórias - Inflamação aguda - Hipóxia (local ou sistêmica) - Traumatismos 2ª Prova – PPG- Distúrbios da Circulação Alberto Galdino - Biomedicina Importância Clínica Explicando mais as Insuficiências Cardíacas Esquerda e Direita. Insuficiência Cardíaca Esquerda As manifestações da insuficiência cardíaca esquerda devem-se principalmente ao congestionamento de sangue no território pulmonar, originado quando o ventrículo esquerdo é incapaz de expulsar para a artéria aorta todo o volume sanguíneo que chega da aurícula esquerda proveniente dos pulmões. A congestão pulmonar provoca dispneia, ou seja, a sensação de falta de ar, cuja intensidade depende da forma de aparecimento e da evolução da doença. Insuficiência Cardíaca Direita A falha no funcionamento da parte direita do coração caracteriza-se pela acumulação de sangue no território venoso periférico, já que o ventrículo direito não é capaz de expulsar para a circulação pulmonar todo o sangue que lhe chega da aurícula direita através das veias cavas. Esta congestão venosa provoca a passagem de líquido do interior dos vasos para o tecido adjacente, o que se conhece como edema. De início, o líquido acumula-se no tecido celular subcutâneo de maneira difusa, sem que seja observável à vista desarmada, apesar de se manifestar um aumento do peso corporal, por vezes vários quilos em poucos dias. Por fim, a acumulação de líquido torna-se evidente, devido ao inchaço de algumas partes do corpo, sobretudo nas zonas de declive, graças ao efeito da gravidade. Caso permaneça muito tempo de pé, as zonas com maior propensão para incharem são os pés e os tornozelos, enquanto que se permanecer na cama de cabeça para cima durante muito tempo, o edema costuma ser mais evidente na parte inferior das costas. EDEMA GENERALIZADO Edema Renal: diminuição da excreção de sódio e água resulta em edema generalizado; várias glomerulopatias se acompanham de perda de albumina na urina (proteinpuria) causando anasarca. Cirrose Hepática: leva a edema generalizado por causa da redução da síntese proteica no fígado ; dilatação arterial periférica, que estimula o sistema renina-angiotensina- aldosterona; reflexo hepatorrenal, promovendo retenção de sódio pelos rins. EDEMA LOCALIZADO Edema de Membros Inferiores: provocado por insuficiência cardíaca ou por obstrução na veia cava inferior (trombose, ascite, útero gravídico); obstrução linfática; insuficiência valvular venosa. Edema Pulmonar: À medida que a pressão nos vasos sanguíneos aumenta, o líquido é empurrado para dentro dos espaços aéreos dos pulmões (alvéolos). Esse líquido interrompe o fluxo normal de oxigênio nos pulmões, resultando em falta de ar. Edema Cerebral: é o aumento de líquido intersticial e/ou intracelular no tecido nervoso. Podem ser dentro e fora das células. Estes edemas podem surgir tanto no cérebro todo com somente em algumas partes e as principais causam são: Falta de oxigenação no cérebro, estar em altitudes elevadas, traumatismo, acidente vascular cerebral, ruptura de um vaso, abscessos, sódio baixo e encefalite. Possui 4 tipos: Edema Hiperémico, Edema Vasogênico, Edema Citotóxico, Edema Intersticial.