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Aula 05

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Aula 05
Direito Penal p/ Polícia Civil de Goiás (Delegado) - Com videoaulas
Professor: Renan Araujo
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AULA 05: DAS PENAS (ESPÉCIES, COMINAÇÃO). 
SUMÁRIO 
1. DAS PENAS .................................................................................................. 2 
1.1. Conceito ................................................................................................... 2 
1.2. Princípios ................................................................................................. 2 
1.3. Finalidade: teorias ................................................................................... 3 
1.3.1. Teoria absoluta e sua finalidade retributiva .................................................. 3 
1.3.2. Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................... 4 
1.3.3. Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade ........... 4 
1.4. Espécies ................................................................................................... 4 
1.5. Penas em espécie ..................................................................................... 6 
1.5.1. Privativa de liberdade ............................................................................... 6 
1.5.1.1. Regras do regime fechado ...................................................................... 7 
1.5.1.2. Regras do Regime semiaberto ................................................................. 8 
1.5.1.3. Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena .................. 9 
1.5.2. Penas restritivas de direitos ..................................................................... 11 
1.5.2.1. Regras da substituição ......................................................................... 12 
1.5.2.2. Penas restritivas de direitos em espécie .................................................. 15 
(i) Prestação pecuniária .................................................................................. 15 
(ii) Perda de bens e valores .......................................................................... 16 
(iii) Prestação de serviços à comunidade ......................................................... 16 
(iv) Interdição temporária de direitos .............................................................. 18 
(v) Limitação de fim de semana ....................................................................... 20 
1.6. Pena de multa ........................................................................................ 20 
2. RESUMO .................................................................................................... 22 
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 29 
4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 39 
5. GABARITO ................................................................................................. 62 
 
 
Olá, meus amigos concurseiros! 
 Hoje é dia de entrarmos na “Teoria Geral da Pena”. Veremos as 
espécies de pena e sua cominação. Trata-se de um tema relativamente 
complexo, então estudem com bastante atenção! 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
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1.! DAS PENAS 
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1.1.! Conceito 
Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito 
primário, a pena (sanção penal) a ele cominada (prevista) é o que se pode 
chamar de preceito secundário. 
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal 
que se aflige a alguém em razão da prática de um delito2. O conceito não 
se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da pena. 
A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade 
do agente3. Já as medidas de segurança não possuem a culpabilidade 
como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente não é plenamente 
imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a 
periculosidade. Isto é importante! 
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao 
indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na 
privação ou restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade, 
patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo. 
 
1.2.! Princípios 
Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena: 
a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido 
estrito) pode cominar penas: “Nulla poena sine lege”. Está previsto no art. 
5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP; 
b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser 
anterior à prática do crime: “Nulla poena sine praevia lege”. Também 
está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP, sendo, 
juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da 
LEGALIDADE; 
c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo 
condenado, não podendo, em caso de morte deste, ser transferida aos seus 
familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens, 
que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio 
transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora 
patrimonial, não pode ser cobrada dos sucessores! 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 
2011. Tomo I, p. 99. 
2 MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: 
Ed. B. de F., 2003, p. 49. 
3 DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo 
I, p. 46-47 
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d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os 
requisitos para a condenação, a pena não pode deixar de ser imposta e 
cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o 
livramento condicional, etc.; 
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não 
pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua 
integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel, 
desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); 
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve 
ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser 
suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social; 
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de 
maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa 
individualização se dá em três fases distintas: a) cominação: O legislador 
deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto, 
estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar 
a quantidade de pena que achar conveniente no caso concreto; b) 
aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à esfera judicial, 
segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena, 
que será imposta conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes 
do réu, de acordo com a margem estabelecida pelo legislador; c) Na 
terceira e última fasetemos a aplicação deste princípio na execução 
da pena (esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena, 
progressão de regime, concessão de benefícios devem ser analisados no 
caso concreto, e não abstratamente, pois entende-se que “cada caso é um 
caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo 
e proceder da forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está 
previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da República. 
 
1.3.! Finalidade: teorias 
Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram: 
1.3.1.! Teoria absoluta e sua finalidade retributiva 
Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu 
uma transgressão à ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não 
há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo à vida social. 
A pena é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se 
de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser 
punido, independentemente de qualquer outra finalidade).4 
 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
4 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 
1996, p. 12 
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1.3.2.! Teoria relativa e sua finalidade preventiva 
Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de 
novos crimes. Essa prevenção pode ser: 
 
Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a 
despertar na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser 
negativa5, quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal, 
ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência da Lei 
penal. 
Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, 
de forma a prevenir a prática da reincidência. Também pode ser negativa, 
quando busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos 
delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à 
ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com 
isto na prática). 
 
1.3.3.! Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla 
finalidade 
Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao 
infrator, mas também como medida de prevenção, tanto em relação à 
sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além de 
consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59 do 
CP, que diz: 
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, 
à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do 
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
1.4.! Espécies 
 Quanto às espécies, as penas podem ser: 
a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à 
liberdade de locomoção, por determinado período (é vedada pena de 
caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 30 anos 
para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art. 
10 da Lei de Contravenções Penais); 
b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de 
liberdade, limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
5 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91. 
6 DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470 
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Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos da Legislação 
Especial; 
c) Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do 
condenado; 
d) Restritiva de liberdade – Restringem, mas não retiram o direito 
de locomoção do condenado. Na verdade, trata-se de uma espécie de pena 
restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido de se aproximar da casa 
da ex-esposa no caso de violência doméstica; 
e) Penas corporais – Trata-se de castigos aplicados ao corpo do 
indivíduo. É espécie de pena vedada pela Constituição Federal (art. 5°, 
XLVII, e). 
 
O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, 
restritivas de direitos e multa. 
Este quadro esquemático vai ajudar na compreensão de vocês: 
 
 
Estas penas podem ser cominadas: 
 
Isoladamente – A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de 
pena. Exemplo: art. 121 do CP – Pena de reclusão; 
Cumulativamente – A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas 
espécies de penas. Exemplo: art. 155 do CP – Pena de reclusão e multa; 
Alternativamente – A Lei comina, alternativamente, duas espécies de 
pena. Exemplo: art. 331 do CP: Detenção ou multa. 
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OBS.: As penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem as 
penas privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada. 
 
1.5.! Penas em espécie 
 
1.5.1.! Privativa de liberdade 
Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três espécies de penas 
privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples (somente para 
as contravenções penais). 
O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no 
art. 33, § 1° do CP, e pode ser fechado, semiaberto ou aberto7. 
O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou 
aberto) tem como regra o seguinte: pena de reclusão – Qualquer 
regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente 
semiaberto ou aberto. 
A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá 
variar conforme três fatores: reincidência, quantidade da pena e 
circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei estabelece que a pena 
seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para 
outro, menos gravoso), ressalvada a hipótese de regressão (passagem de 
um regime menos gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso, 
atendendo-se ao mérito do condenado, nos termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 
4° do CP.8 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
7 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de 
detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; 
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; 
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 
8 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o 
mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência 
a regime mais rigoroso:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; 
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), 
poderá, desde o princípio, cumpri-la 
em regime semiaberto; 
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o 
início, cumpri-la em regime aberto. 
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos 
critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do 
cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do 
ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) 
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CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a 
fixação do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, 
desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos: 
Súmula 269 do STJ: 
É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a 
pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. 
 
Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, 
não pode o Juiz fixar regime mais gravoso do que aquele 
abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo como 
base unicamente a gravidade abstrata do delito. 
O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o 
tema: 
SÚMULA 718 
A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO 
CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO 
QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. 
 
SÚMULA 719 
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA 
PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 
 
1.5.1.1.! Regras do regime fechado 
As regras do regime fechado são, basicamente, três: 
a) Submissão a exame criminológico9 inicial (O STJ passou a entender 
que ele agora é facultativo – SÚMULA 439 DO STJ); 
b) Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite; 
c) Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do 
estabelecimento, SENDO ADMISSÍVEL O TRABALHO EXTERNO em 
obras públicas (Necessário cumprimento de ao menos 1/6 da pena). 
 
O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é 
obrigatório, e a recusa caracteriza falta grave, nos termos do art. 
50, IV da LEP (Lei de Execuções Penais), acarretando impossibilidade de 
obtenção da progressão de regime e livramento condicional. Em resumo: 
O preso pode se negar a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo 
fisicamente a isso), mas a recusa injustificada (se tiver problemas de 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9 O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios 
da pena) em sua terceira fase, em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição: 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: 
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saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera consequências 
gravíssimas para ele. 
O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos 
benefícios da previdência social. Isso é bastante importante, pois o preso 
foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”, ou seja, o único 
direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se 
tornou um escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como 
qualquer pessoa. 
 
1.5.1.2.! Regras do Regime semiaberto 
O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e 
possui como regras: 
a) Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele 
agora é facultativo – SÚMULA 439 DO STJ); 
b) Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento 
similar, com descanso isolado à noite; 
c) Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS 
SUPLETIVOS PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE 
SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR. 
 
Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse 
regime o condenado pode trabalhar fora do estabelecimento de 
cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas em obras 
públicas), bem como estudar. 
Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio 
(colônia agrícola, industrial ou similar), e não em presídio comum, 
onde se encontram os presos em regime fechado. 
Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais 
(colônias), o que fazer? O STF entende que se não houver vagas no 
regime semiaberto, o preso não pode arcar com essa deficiência do 
Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar 
no regime fechado. Por consequência, a lógica determina sua transferência 
diretamente para o regime aberto ou prisão domiciliar. 
 O regime aberto é o mais brando dos três regimes de 
cumprimento da pena privativa de liberdade, e baseia-se no senso de 
responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas: 
a) Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência 
à curso ou outra atividade autorizada, bem como recolhimento noturno e 
nos dias de folga; 
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b) Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime 
doloso, frustração dos fins da execução (basicamente, a fuga), ou 
ausência do pagamento da pena de multa. 
 
Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não 
houver vagas no regime aberto? O recolhimento noturno do preso no 
regime aberto se dá em casa de albergado, que é um prédio urbano, 
separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir 
características de prisão, principalmente no que se refere à existência de 
obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja vagas no regime semiaberto 
(são raríssimas as casas de albergado), o STF entende que o preso deve 
ser posto em liberdade, até que surja vaga. O STJ, por sua vez, entende 
que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar10. 
 
1.5.1.3.! Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da 
pena 
Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge 
somente um direito do preso: a liberdade (óbvio, não?). 
Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, 
como o respeito à sua integridade física e moral. O respeito à integridade 
física e moral, inclusive, possui índole constitucional (art. 5°, XLIX da 
Constituição).11 
Em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, 
editando a súmula vinculante n° 11, que diz: 
SÚMULA VINCULANTE Nº 11 
SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO 
RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU 
ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A 
EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, 
CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO 
ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL 
DO ESTADO. 
 
O direito ao recebimento desalário pelo seu trabalho realizado 
no estabelecimento prisional, bem como o direito à integrar a 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
10 (...) 4. Admite-se a concessão, em caráter excepcional, da prisão domiciliar na hipótese de falta 
de vagas em estabelecimento adequado para o cumprimento da pena em regime aberto, que não 
justifica a permanência do condenado em condições prisionais mais severas. 
Precedentes. 
(...) 
(REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, 
julgado em 07/05/2013, DJe 14/05/2013) 
11 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 
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previdência social também são assegurados ao preso, conforme foi 
dito.12 
E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao 
condenado doença mental? O CP diz que o condenado, neste caso, deve 
ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou outro 
estabelecimento adequado.13 
CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução 
da pena, aplica-se o art. 183 da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a 
pena privativa de liberdade por medida de segurança. 
 
O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o 
abatimento do tempo de cumprimento da pena imposta, em razão do 
tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente, 
administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos 
previstos no art. 41. Vejamos: 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de 
segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de 
prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos 
referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena 
especial às presidiárias mulheres, que devem ser recolhidas a 
estabelecimento próprio.14 
Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII 
da constituição, que trata do cumprimento da pena em estabelecimentos 
prisionais adequados.15 
Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para 
o tratamento das presidiárias gestantes e que estejam em fase de 
amamentação, bem como dispõe sobre a existência de creches para que as 
mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus filhos, e vice-
versa. 
 
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12 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a 
todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da 
Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
13 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia 
e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
14 Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e 
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
15 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, 
a idade e o sexo do apenado; 
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1.5.2.! Penas restritivas de direitos 
As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas 
alternativas”, pois se apresentam como uma alternativa à aplicação da 
pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso concreto. 
São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos 
do art. 43 do CP. 
Duas são as características elementares das penas restritivas de 
direitos: autonomia e substitutividade.16 
Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas 
cumulativamente com a pena privativa de liberdade. 
Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas 
restritivas de direito, ou seja, elas não são previstas como pena 
originária para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de 
maneira a substituir uma pena privativa de liberdade 
originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais. 
Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas 
somente se presentes alguns requisitos, que a doutrina divide em 
objetivos e subjetivos.17 Os primeiros referem-se ao crime em si, e à 
penalidade imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão 
previstos nos incisos do art. 44 do CP.18 
REQUISITOS OBJETIVOS 
Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes 
culposos (todos eles) ou no caso de crimes 
dolosos, desde que, nesse último caso, não 
tenha sido o crime cometido com violência ou 
grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia 
substituição no caso de homicídio). 
Quantidade de 
pena aplicada 
A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não 
pode ser superior a quatro anos. No caso de 
crimes culposos, pode haver a substituição 
qualquer que seja a pena aplicada. 
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16 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São 
Paulo, 2015, p. 659/660 
17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666 
18 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, 
quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com 
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como 
os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela 
Lei nº 9.714, de 1998) 
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REQUISITOS SUBJETIVOS 
Não ser 
reincidente em 
crime doloso 
OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime 
culposo, poderá haver a substituição. 
OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo 
se o condenado for reincidente em crime doloso, 
poderá haver a substituição, desde que a medida 
seja socialmente recomendável (análise das 
características do fato criminoso e do infrator) e 
não se trate de reincidência específica 
(reincidência no mesmo crime), conforme previsão 
do art. 44, § 3° do CP. 
Suficiência da 
medida (princípio 
da suficiência) 
A pena restritiva de direitos deve ser suficiente 
para garantir o alcance das finalidades da pena 
(punição e prevenção, geral e especial). 
 
1.5.2.1.! Regras da substituição 
Nos termos do art. 44, § 2° do CP, a substituição se fará da seguinte 
forma: 
Art. 44 (...) § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode 
ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um 
ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituídapor uma pena restritiva 
de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 
1998) 
Assim: 
a) Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma 
pena restritiva de direitos. 
b) Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma 
pena restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de 
serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poderá cumpri-
las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se 
incompatíveis (art. 69, § 2° do CP). 
 
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ATENÇÃO! O art. 60, § 2° do CP prevê que: § 2º - A pena 
privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela 
de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Como conciliar este artigo com o art. 
44, § 2° do CP, que expressamente permite a substituição pela 
pena de multa nos casos de crime cuja pena seja igual ou inferior 
a um ano? Como fazer quando a pena privativa de liberdade for 
superior a seis meses, mas não superior a um ano? O 
entendimento majoritário é o de que o art. 44, § 2°, por ter sido 
incluído pela Lei 9.714/98, sendo mais recente, portanto, que o art. 60, 
§ 2° (incluído pela Lei 7.209/84), revogou este último, de forma que a 
substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa pode 
ocorrer quando a pena aplicada não for superior a um ano.19 
Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o 
condenado descumpra a obrigação imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá 
o que se chama de RECONVERSÃO OBRIGATÓRIA. Embora a lei diga 
“conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se converteu a 
pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. O que acontece, 
agora, é uma reconversão à pena original. Nos termos do art. 44, § 4° 
do CP: 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando 
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da 
pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da 
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção 
ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
É mais ou menos assim: 
A) Condenado iria para a jaula 
 
B) Lei permite que ele não vá para a jaula, desde que cumpra pena 
restritiva de direitos 
C) Condenado não cumpre a pena restritiva de direitos Agora 
vai para a jaula 
 
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19 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672 
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Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte 
da pena restritiva de direitos imposta, o tempo que ele cumpriu será 
abatido da pena privativa de liberdade que ele cumprirá em razão 
da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP). 
Entretanto, além da reconversão obrigatória, há também hipótese de 
reconversão facultativa, nos termos do art. 44, § 5° do CP: 
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o 
juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-
la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído 
pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode 
cumprir a pena restritiva de direitos imposta juntamente com a pena 
privativa de liberdade (que o camarada acabou de receber). Se for possível, 
o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado 
cumprirá ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a 
reconversão para a pena privativa de liberdade anteriormente aplicada.20 
EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos 
de detenção, substituída por restritiva de direitos consistente na 
prestação de serviços à comunidade. Enquanto cumpria a pena 
alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de liberdade que 
não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse 
caso, o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo 
tempo estar preso e cumprir a pena de prestação de serviços à 
comunidade. Assim, deverá haver a reconversão da restritiva de direito 
em privativa de liberdade. 
 
Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta 
fosse de prestação pecuniária, não haveria nenhum impedimento ao 
cumprimento simultâneo desta com a nova pena privativa de liberdade 
imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la. 
 CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa 
de pagar a pena de multa, pois o CP só admite a reconversão no caso 
de descumprimento das penas restritivas de direitos e não no caso de 
descumprimento da pena multa. 
 CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de 
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a 
outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro 
caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699 
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pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do 
STJ.21 
 
1.5.2.2.! Penas restritivas de direitos em espécie 
 
(i)! Prestação pecuniária 
Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus 
dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada com finalidade social, 
em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 (trezentos e sessenta) 
salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a 
ser pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS 
BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. 
No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o 
beneficiário da prestação, esta ser de outra natureza que não seja 
patrimonial.22 
EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc. 
 
 MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer 
entidade pública. No entanto, se se tratar de entidade privada, deverá 
possuir finalidade social. 
 
Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. 
Trata-se de uma modalidade de pena restritiva de direitos, e difere da 
multa em diversos aspectos. Vejamos: 
DIFERENÇAS ENTRE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA E MULTA 
CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA 
Destinação 
 
Destinada ao Fundo 
Penitenciário 
Nacional. 
 
Destinada à vítima, seus 
dependentes ou entidade 
pública ou privada (com 
destinação social). 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
21 HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012 
22 § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou 
a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 
1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago 
será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os 
beneficiários.(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode 
consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
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Fixação Entre 10 e 360 dias-
multa 
Entre 01 e 360 salários 
mínimos. 
Consequências do 
descumprimento 
Deverá ser executada 
como dívida de 
valor. 
Reconversão obrigatória. 
 
(ii)! Perda de bens e valores 
A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é 
uma modalidade de pena restritiva de direitos que atinge o patrimônio 
financeiro do condenado.23 
 
Poderá ter, como teto, dois parâmetros: 
•! Montante do prejuízo causado 
•! Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro 
com a prática do delito 
 
Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas 
hipóteses de crimes que gerem algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam 
algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa. 
 Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 
45, § 3° do CP (modalidade de pena restritiva de direitos), com o 
confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão da 
condenação). A pena de perdimento de bens incide sobre o 
patrimônio lícito do condenado, sendo, portanto, uma pena 
propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas efeito da 
condenação, e incide sobre o patrimônio ilícito do agente, constituído 
pelo produto do crime e pelos instrumentos do delito, desde que estes 
consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção 
constitua fato ilícito. 
 
(iii)! Prestação de serviços à comunidade 
A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos 
do art. 46, §§ 1° e 2° do CP: 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
23 Está prevista no art. 45, § 3° do CP: 
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação 
especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o 
montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência 
da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
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Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é 
aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. 
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) 
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste 
na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, 
hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em 
programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de 
direitos somente cabível nas condenações a pena privativa de 
liberdade superior a 06 meses. 
Embora o CP se refira a “entidades públicas”, a Doutrina entende que, 
à semelhança do que ocorre com a pena de prestação pecuniária, esta 
pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua 
destinação social.24 
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em 
Igrejas, por não se tratar de serviço à comunidade, e pelo fato de que seria 
uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da Constituição). 
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição 
de tarefas gratuitas ao condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre 
no caso de trabalho realizado pelo preso no estabelecimento prisional, 
quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o 
condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta 
é a própria pena. Na pena privativa de liberdade a execução das tarefas 
não é a pena (que é a privação da liberdade), mo’tivo pelo qual naqueles 
casos o preso deve receber retribuição salarial. 
O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com 
as aptidões do condenado. Vejamos: 
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões 
do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia 
de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de 
trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de 
carpintaria em uma escola, pois não se enquadra dentro das suas aptidões, 
sendo impossível de ser cumprida. 
A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir 
qualquer outra característica contrária à sua finalidade. 
O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou 
seja, cada hora de tarefa realizada será computada como um dia da 
condenação. 
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24 Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 682 
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EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, 
tendo sua pena sido convertida em restritiva de direitos, consistente na 
prestação de serviços à comunidade. Assim, cada hora-tarefa cumprida 
por fulano corresponderá a um dia de cumprimento da pena. 
 
Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um 
ano, para que não se torne muito extensa, poderá ser cumprida em 
menor tempo, mas nunca inferior à metade. 
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado 
cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade 
da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) 
 
Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido 
a dois anos de reclusão. Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas 
horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois dias de cumprimento da 
pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o 
cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto! 
 
(iv)! Interdição temporária de direitos 
A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 
do CP, e pode consistir em: 
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de 
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de 
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)> 
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, 
de 1998) 
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. 
(Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011) 
 
As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de 
direitos específicas, pois só podem ser aplicadas quando o crime for 
cometido no exercício do cargoou função pública, ou, na segunda 
hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação 
especial, licença ou autorização do poder público. Esta é a previsão 
do art. 56 do CP: 
Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste 
Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, 
atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que 
lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
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EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão 
corporal, sem qualquer relação com o exercício das funções, não pode lhe 
ser imposta a pena suspensão de exercício de cargo ou função pública. 
Da mesma forma, se um médico é condenado pelo crime de furto, não 
poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime praticado 
não guarda qualquer relação com o exercício da atividade. 
Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação 
previsto no art. 92, I do CP. 
A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo 
(inciso III) somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no 
trânsito. Nos termos do art. 57 do CP: 
Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, 
aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 
9.503/97), este dispositivo perdeu muito de sua utilidade, pois o CTB cuida 
com certa minúcia da matéria, inclusive no que tange à aplicação desta 
pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula. 
! CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da 
condenação previsto no art. 92, III do CP: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
(...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para 
a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir 
é uma pena que se aplica aos crimes culposos cometidos no trânsito. Já 
o efeito da condenação, consistente na inabilitação para dirigir, ocorre 
quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso 
(atropelamento doloso, por exemplo).25 
 
Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é 
uma pena de difícil fiscalização, pois, primeiramente, a Lei não estabeleceu 
quais são os lugares, ficando a critério do Juiz26. Em segundo lugar, a 
ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização dificulta 
demais a aplicação desta pena. 
Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena 
constitucional, e que mesmo a expressão vaga “determinados lugares” não 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
25 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689 
26 Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que 
exerça influência criminógena sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691 
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ofende o princípio da legalidade, na medida em que esta é uma pena 
alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade, 
perfeitamente bem delimitada. 
Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 
11.250/11) prevê uma quinta modalidade de interdição de direitos, 
consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever em concurso, 
avaliação ou exame público. 
A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de 
uma pena substitutiva, esta pena terá como duração o mesmo período 
da pena privativa de liberdade aplicada. 
 
(v)! Limitação de fim de semana 
Está regulamentada pelo art. 48 do CP: 
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, 
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou 
outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao 
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente 
inexistência, no Brasil, de casas de albergado e congêneres. O STJ entende 
que se essa pena for aplicada, não havendo casa de albergado em que 
possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a 
estabelecimento prisional, por ser medida mais gravosa que a pena 
imposta. 
 
1.6.! Pena de multa 
A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção 
penal) consistente no pagamento de determinada quantia em dinheiro e 
destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos termos do art. 49, e seus 
§§, do CP: 
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da 
quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 
(dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem 
superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de 
correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
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O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. 
O valor do “dia-multa” será arbitrado pelo Juiz, em montante que varie 
entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário 
mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO! 
Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um 
sistema BIFÁSICO, no qual o Juiz: 
a) Primeiro fixa a quantidade de dias-multa. 
b) Depois, fixa o valor de cada dia multa. 
 
O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor 
de cada dia multa será o montante total da condenação. 
EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias-
multa, considerando-se cada dia multa como 1/30 do maior salário 
mínimo vigente (exemplificativamente, R$ 600,00). Assim, 1/30 de R$ 
600,00 igual a R$ 20,00. Desta forma, o valor total da condenação será 
de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00 (valor do dia-multa). Logo, 
a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais). 
 
Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização 
da pena, pois confere ao Juiz uma amplitude enorme na fixação do valor 
da pena de multa. 
A Doutrina entende que27: 
! A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato 
criminoso e na personalidade do agente (circunstâncias do 
art. 59 do CP). 
! O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação 
econômica do infrator. 
 
A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação 
econômica do réu, entretanto, essa fixação com base na situação 
econômica do réu se refere à fixação do valor do dia-multa. Além disso, a 
pena de multapode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo 
aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela ainda é insuficiente. 
Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é 
genérico, ou subsidiário. Assim, nada impede que a Legislação 
Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais nas quais 
o critério para a aplicação da pena de multa seja outro. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
27 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 
529/530 
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O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar 
do trânsito em julgado da sentença, podendo o Juiz, considerando as 
circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o parcelamento do 
seu pagamento (art. 50 do CP). 
O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada 
diretamente na remuneração do condenado, salvo na hipótese de ter sido 
aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade (§ 1° do art. 
50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM 
INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA 
(§ 2° do art. 50 do CP). 
Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida 
espontaneamente a pena de multa, não pode haver conversão em pena 
privativa de liberdade28, muito menos reconversão (porque nunca houve 
conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor e 
executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda 
Pública (Execução Fiscal).29 
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que 
embora o não cumprimento da pena de multa não possa gerar a conversão 
em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena. 
Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará 
extinta a punibilidade30, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se 
pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do 
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de 
reparar o dano e o perdimento de bens. 
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao 
condenado, ficará suspensa a pena de multa. 
 
2.!RESUMO 
CONCEITO - A pena pode ser conceituada como a resposta que a 
sociedade dá ao indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal 
estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do 
condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-
lo (adoção da teoria mista, unificadora, eclética ou unitária - dupla 
finalidade: punição e prevenção). 
 
PRINCÍPIOS 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
28 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531 
29 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de 
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive 
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 
9.268, de 1º.4.1996) 
30 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531 
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a) Reserva legal ou legalidade estrita – A pena deve estar prevista em 
Lei Formal. 
b) Anterioridade – A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato. 
c) Intranscendência da pena – A pena não pode passar da pessoa do 
condenado. 
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Uma vez aplicada, 
não pode deixar de ser executada. Há exceções (Ex.: Sursis). 
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não 
pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua 
integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel, 
desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); 
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve 
ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser 
suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social. 
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de 
maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa 
individualização se dá em três fases distintas: a) cominação; b) 
aplicação; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste 
princípio na execução da pena; 
 
ESPÉCIES 
São adotadas no sistema penal brasileiro: 
Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de 
locomoção, por determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, 
art. 5°, XLVII, b da Constituição). 
Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, 
limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado. 
Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado. 
 
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PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE 
Regimes de cumprimento 
!! Fechado - Execução da pena em estabelecimento de segurança 
máxima ou média. 
!! Semiaberto - Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar. E se não houver vaga? Vai para o regime 
aberto (STF). 
!! Aberto - Execução da pena em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado. E se não houver vaga? STF: deve ser 
posto em liberdade; STJ: pode ser fixada prisão domiciliar. 
 
OBS.: Natureza da pena: 
Pena de reclusão – Qualquer regime inicial 
Pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou aberto 
!
Regras para fixação do regime inicial 
Leva em conta a quantidade de pena aplicada, reincidência e circunstâncias 
judiciais: 
Regra: 
!! Condenado a pena superior a 8 (oito) anos – Regime inicial 
fechado. 
!! Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito) – Pode ser fixado regime 
inicial semiaberto. 
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!! Condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 
4 (quatro) anos - Pode ser fixado regime inicial aberto. 
Observações importantes: 
!! É possível fixar regime inicial semiaberto aos reincidentes 
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as 
circunstâncias judiciais (súmula 269 do STJ). 
!! A opinião do julgador sobre a gravidade ABSTRATA do delito não é 
fundamento para aplicar regime mais severo que o previsto (súmula 
718 do STF) 
!! A fixação de regime inicial mais severo exige motivação IDÔNEA 
(súmula 719 do STF) 
!! Gravidade CONCRETA da conduta é considerada motivação idônea. 
!
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS 
Também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam como uma 
alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes 
desnecessária no caso concreto. 
Características 
!! Autonomia - Impossibilidadede serem aplicadas cumulativamente 
com a pena privativa de liberdade. 
!! Substitutividade - Não são previstas como pena originária 
para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de maneira 
a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta, 
quando presentes os requisitos legais. 
 
Requisitos: 
REQUISITOS OBJETIVOS 
Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes 
culposos (todos eles) ou no caso de crimes 
dolosos, desde que, nesse último caso, não 
tenha sido o crime cometido com violência ou 
grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia 
substituição no caso de homicídio). 
Quantidade de 
pena aplicada 
A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não 
pode ser superior a quatro anos. No caso de 
crimes culposos, pode haver a substituição 
qualquer que seja a pena aplicada. 
 
REQUISITOS SUBJETIVOS 
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Não ser 
reincidente em 
crime doloso 
OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime 
culposo, poderá haver a substituição. 
OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo 
se o condenado for reincidente em crime doloso, 
poderá haver a substituição, desde que a medida 
seja socialmente recomendável (análise das 
características do fato criminoso e do infrator) e 
não se trate de reincidência específica 
(reincidência no mesmo crime), conforme previsão 
do art. 44, § 3° do CP. 
Suficiência da 
medida (princípio 
da suficiência) 
A pena restritiva de direitos deve ser suficiente 
para garantir o alcance das finalidades da pena 
(punição e prevenção, geral e especial). 
Esquema: 
 
Regras da substituição 
Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena 
restritiva de direitos. 
Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena 
restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem 
aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poderá cumpri-las 
simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se 
incompatíveis (art. 69, § 2° do CP). 
 
Reconversão 
!! Obrigatória - Descumprimento injustificado da restrição imposta. 
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!! Facultativa – Superveniência de nova condenação à pena privativa 
de liberdade, por outro crime. Pode deixar de reconverter se for 
possível cumprir ambas simultaneamente. 
 
Observações importantes: 
 Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena 
de multa. 
 Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO 
PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma 
espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É 
POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo 
caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ. 
 
Espécies de penas restritivas de direitos 
Prestação pecuniária – Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da 
infração penal, a seus dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada 
com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 
(trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido 
de eventual valor a ser pago em razão de condenação na esfera 
cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. 
Perda de bens e valores – Em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e 
seu valor tem como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado 
ou o proveito do crime. OBS.: Não confundir com o confisco, que é mero 
efeito secundário da condenação, e recai sobre o patrimônio ilícito, bem 
como sobre os instrumentos do crime (apenas se se tratar de coisas cujo 
fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.). 
Limitação de fim de semana - Consiste na obrigação de permanecer, aos 
finais de semana (sábados e domingos), por 05 horas diárias, em casa de 
albergado ou outro estabelecimento adequado. Neste período, poderão ser 
ministrados ao condenado cursos e palestras, bem como ser atribuídas 
atividades educativas. 
Prestação de serviços à comunidade - Atribuição de tarefas gratuitas, 
e de acordo com as aptidões do condenado, em favor da comunidade ou 
de entidades públicas (em entidades assistenciais, hospitais, escolas, 
orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas 
comunitários ou estatais), ou privadas com destinação social 
(entendimento doutrinário). Cabível para as condenações superiores a seis 
meses de privação da liberdade. O sistema de cumprimento adotado pelo 
CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada será 
computada como um dia da condenação. Se superior a 01 ano, pode ser 
cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade. 
Interdição temporária de direitos – Consiste na limitação temporária 
de alguns direitos do condenado, e pode ser de diversas ordens: 
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(a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, 
bem como de mandato eletivo - só pode ser aplicada quando o crime 
for cometido no exercício do cargo ou função pública 
(b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que 
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do 
poder público – só pode ser aplicada quando o crime for cometido no 
exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou 
autorização do poder público. 
(c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir 
veículo – somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no 
trânsito (CTB também trata deste tema). 
(d) proibição de frequentar determinados lugares – Impossibilita o 
condenado de frequentar certos lugares, e deve ter relação com o fato 
praticado (Ex.: proibir um valentão, membro de torcida organizada, de 
frequentar estádios de futebol). 
(e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame 
públicos - em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena terá 
como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada. 
 
PENA DE MULTA 
Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de 
determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário 
Nacional. 
Fixação – Bifásico. O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o 
do dia-multa. 
Primeiro fixa a quantidade de dias-multa – Entre 10 e 360 dias-multa 
(com base nas circunstâncias judiciais do art. 59) 
Depois fixa o valor do dia-multa – Deve variar entre 1/30 (um 
trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário mínimo vigente à época do 
fato (com base na situação econômica do condenado). 
OBS.: A pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso se mostre 
insuficiente (de acordo com a situação financeira do condenado).Tópicos importantes 
!! O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar 
do trânsito em julgado da sentença. 
!! Juiz pode, considerando as circunstâncias e a requerimento do 
condenado, permitir o parcelamento. 
!! Pode ser descontada diretamente na remuneração do condenado, 
salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena 
privativa de liberdade. 
!! Não pode incidir sobre recursos indispensáveis ao sustento do infrator 
e de sua família. 
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!! Não sendo paga, será considerada dívida de valor, devendo ser 
executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda 
Pública 
!! Em caso de sobrevir doença mental ao condenado é suspensa a 
execução da pena de multa 
!! Em caso de morte do condenado, NÃO passa aos herdeiros. 
Neste caso, fica extinta a punibilidade 
 
___________ 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
3.!EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
No que tange ao entendimento sumulado do STJ a respeito das espécies, 
da cominação e da aplicação de penas e do regime de execução de penas 
em espécie, julgue os itens subsecutivos. 
Se as circunstâncias judiciais forem favoráveis, o reincidente condenado à 
pena de quatro anos poderá ser submetido ao regime prisional semiaberto. 
 
02.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Julgue os itens seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, 
ilicitude, culpabilidade e fixação da pena. 
É possível que réu primário portador de circunstâncias judiciais 
desfavoráveis condenado à pena de quatro anos de reclusão inicie o 
cumprimento da reprimenda em regime semiaberto. 
 
 
03.! (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ - ADAPTADA) 
O condenado a pena superior a oito anos pode começar a cumpri-la em 
regime fechado, desde que o juiz fundamente as razões que ensejam 
regime inicial diferenciado. 
 
04.! (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) 
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Um cidadão condenado a pena de reclusão de 15 anos pela prática de um 
homicídio deve, obrigatoriamente, iniciar o cumprimento da pena em 
regime fechado, podendo, no entanto, trabalhar fora do estabelecimento 
prisional, em serviços de natureza privada, durante o período diurno, 
desde que mediante prévia autorização judicial. 
 
05.! (CESPE - 2008 - DPE-CE - DEFENSOR PÚBLICO) 
A progressão de regime do cumprimento da pena de condenado por crime 
contra a administração pública condiciona-se à reparação do dano que ele 
causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos 
legais. 
 
06.! (CESPE – 2006 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO) 
No tocante às penas autorizadas pelo ordenamento jurídico brasileiro, 
assinale a opção incorreta. 
a) A cominação de pena em seu aspecto abstrato corresponde à pena 
aplicada em concreto. 
b) A pena alternativa é uma opção de escolha que pode substituir a pena 
privativa de liberdade. 
c) Ao aplicar a pena, o juiz deve observar, necessariamente, o contido na 
parte geral do CP. 
d) A pena pode ser atenuada, durante sua aplicação, em razão de 
circunstância não prevista em lei. 
 
07.! (CESPE – 2009 – DPE-AL – DEFENSOR PÚBLICO) 
Julgue o item subsequente, acerca do instituto da pena. 
Quanto às suas finalidades, segundo a teoria eclética ou conciliatória, a 
pena tem dupla função: punir o criminoso e prevenir a prática do crime. 
 
08.! (CESPE – 2011 – TJ-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
A pena de prestação pecuniária consiste no pagamento — em dinheiro, à 
vista ou em parcelas, à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública 
ou privada com destinação social — de importância fixada pelo juiz, não 
inferior a um salário mínimo, nem superior a trezentos e sessenta salários 
mínimos. 
 
09.! (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
É inconstitucional lei que preveja a condenação à morte ou à execução de 
trabalhos forçados, dado que a Constituição Federal de 1988 (CF) proíbe, 
expressamente, essas modalidades de pena. 
 
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10.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL) 
Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em julgado por 
crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso em flagrante, 
confessou o delito e, posteriormente, foi condenado a pena privativa de 
liberdade de um ano e três meses de reclusão sob o regime fechado. Ao 
prolatar a sentença, o juiz agravou a pena base tão somente por força da 
condenação anterior. 
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
O juiz poderia ter aplicado pena privativa de liberdade inferior a um ano 
de reclusão porque a confissão é preponderante à reincidência. 
 
11.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL) 
Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em julgado por 
crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso em flagrante, 
confessou o delito e, posteriormente, foi condenado a pena privativa de 
liberdade de um ano e três meses de reclusão sob o regime fechado. Ao 
prolatar a sentença, o juiz agravou a pena base tão somente por força da 
condenação anterior. 
Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
O juiz poderia estabelecer o regime semiaberto para o início de 
cumprimento da pena. 
 
12.! (CESPE – 2012 – PC-AL – DELEGADO) 
No caso de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva 
de direitos, a sua execução depende do trânsito em julgado da sentença 
condenatória, sendo vedada a execução provisória. 
 
13.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
A multa aplicada cumulativamente com a pena de reclusão pode ser 
executada em face do espólio, quando o réu vem a óbito no curso da 
execução da pena, respeitando - se o limite das forças da herança. 
 
14.! (CESPE – 2013 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO) 
Com relação aos conceitos, objetivos e princípios do direito penal, às penas 
restritivas de direitos, ao livramento condicional e à reincidência, julgue 
os itens subsecutivos. 
O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade do condenado 
reincidente não específico por penas restritivas de direitos se, em face da 
condenação anterior, a substituição for socialmente recomendável. 
 
15.! (CESPE – 2013 – TJDF – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
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Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de 
prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu e assinou 
declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi 
até outra agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou 
falsamente chamar-se Alexandre. 
Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido recebida em 
24/5/2010. Após o devido processo legal, em sentença proferida em 
23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois meses de reclusão, 
em regime inicialmente aberto, e ao pagamento de doze

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