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Aula 05 Direito Penal p/ Polícia Civil de Goiás (Delegado) - Com videoaulas Professor: Renan Araujo !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1!()!23! AULA 05: DAS PENAS (ESPÉCIES, COMINAÇÃO). SUMÁRIO 1. DAS PENAS .................................................................................................. 2 1.1. Conceito ................................................................................................... 2 1.2. Princípios ................................................................................................. 2 1.3. Finalidade: teorias ................................................................................... 3 1.3.1. Teoria absoluta e sua finalidade retributiva .................................................. 3 1.3.2. Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................... 4 1.3.3. Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade ........... 4 1.4. Espécies ................................................................................................... 4 1.5. Penas em espécie ..................................................................................... 6 1.5.1. Privativa de liberdade ............................................................................... 6 1.5.1.1. Regras do regime fechado ...................................................................... 7 1.5.1.2. Regras do Regime semiaberto ................................................................. 8 1.5.1.3. Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena .................. 9 1.5.2. Penas restritivas de direitos ..................................................................... 11 1.5.2.1. Regras da substituição ......................................................................... 12 1.5.2.2. Penas restritivas de direitos em espécie .................................................. 15 (i) Prestação pecuniária .................................................................................. 15 (ii) Perda de bens e valores .......................................................................... 16 (iii) Prestação de serviços à comunidade ......................................................... 16 (iv) Interdição temporária de direitos .............................................................. 18 (v) Limitação de fim de semana ....................................................................... 20 1.6. Pena de multa ........................................................................................ 20 2. RESUMO .................................................................................................... 22 3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 29 4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 39 5. GABARITO ................................................................................................. 62 Olá, meus amigos concurseiros! Hoje é dia de entrarmos na “Teoria Geral da Pena”. Veremos as espécies de pena e sua cominação. Trata-se de um tema relativamente complexo, então estudem com bastante atenção! Bons estudos! Prof. Renan Araujo !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4!()!23! 1.! DAS PENAS ! 1.1.! Conceito Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito primário, a pena (sanção penal) a ele cominada (prevista) é o que se pode chamar de preceito secundário. A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal que se aflige a alguém em razão da prática de um delito2. O conceito não se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da pena. A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade do agente3. Já as medidas de segurança não possuem a culpabilidade como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente não é plenamente imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a periculosidade. Isto é importante! A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo. 1.2.! Princípios Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena: a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido estrito) pode cominar penas: “Nulla poena sine lege”. Está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP; b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser anterior à prática do crime: “Nulla poena sine praevia lege”. Também está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP, sendo, juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da LEGALIDADE; c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo condenado, não podendo, em caso de morte deste, ser transferida aos seus familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens, que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora patrimonial, não pode ser cobrada dos sucessores! !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 1 BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2011. Tomo I, p. 99. 2 MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires: Ed. B. de F., 2003, p. 49. 3 DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo I, p. 46-47 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3!()!23! d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os requisitos para a condenação, a pena não pode deixar de ser imposta e cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o livramento condicional, etc.; e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social; g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a) cominação: O legislador deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto, estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar a quantidade de pena que achar conveniente no caso concreto; b) aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à esfera judicial, segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena, que será imposta conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes do réu, de acordo com a margem estabelecida pelo legislador; c) Na terceira e última fasetemos a aplicação deste princípio na execução da pena (esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena, progressão de regime, concessão de benefícios devem ser analisados no caso concreto, e não abstratamente, pois entende-se que “cada caso é um caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo e proceder da forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da República. 1.3.! Finalidade: teorias Quanto à finalidade da pena, três teorias surgiram: 1.3.1.! Teoria absoluta e sua finalidade retributiva Para esta teoria, pune-se o agente simplesmente porque ele cometeu uma transgressão à ordem estabelecida e deve ser castigado por isso. Não há nenhuma finalidade educacional de reinserção do indivíduo à vida social. A pena é mero instrumento para a realização da vingança estatal. Trata-se de um imperativo categórico de Justiça ou de Moral (se delinquiu, deve ser punido, independentemente de qualquer outra finalidade).4 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 4 BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá, 1996, p. 12 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!5!()!23! 1.3.2.! Teoria relativa e sua finalidade preventiva Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de novos crimes. Essa prevenção pode ser: Prevenção Geral – Busca controlar a violência social, de forma a despertar na sociedade o desejo de se manter conforme o Direito. Pode ser negativa5, quando busca criar um sentimento de medo perante a Lei penal, ou positiva, quando simplesmente se busca reafirmar a vigência da Lei penal. Prevenção especial – Não se destina à sociedade, mas ao infrator, de forma a prevenir a prática da reincidência. Também pode ser negativa, quando busca intimidar o condenado, de forma a que ele não cometa novos delitos por medo, ou positiva, quando a preocupação está voltada à ressocialização do condenado (Infelizmente, não há uma preocupação com isto na prática). 1.3.3.! Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade Aqui, entende-se que a pena deve servir como castigo (punição) ao infrator, mas também como medida de prevenção, tanto em relação à sociedade quanto ao próprio infrator (prevenção geral e especial). Além de consagrada na maioria dos países ocidentais6, foi a adotada pelo art. 59 do CP, que diz: Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 1.4.! Espécies Quanto às espécies, as penas podem ser: a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 30 anos para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art. 10 da Lei de Contravenções Penais); b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 5 ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91. 6 DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!6!()!23! Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos da Legislação Especial; c) Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado; d) Restritiva de liberdade – Restringem, mas não retiram o direito de locomoção do condenado. Na verdade, trata-se de uma espécie de pena restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido de se aproximar da casa da ex-esposa no caso de violência doméstica; e) Penas corporais – Trata-se de castigos aplicados ao corpo do indivíduo. É espécie de pena vedada pela Constituição Federal (art. 5°, XLVII, e). O CP previu, em seu art. 32, as penas privativas de liberdade, restritivas de direitos e multa. Este quadro esquemático vai ajudar na compreensão de vocês: Estas penas podem ser cominadas: Isoladamente – A Lei prevê a aplicabilidade de apenas uma espécie de pena. Exemplo: art. 121 do CP – Pena de reclusão; Cumulativamente – A Lei prevê a aplicabilidade conjunta de duas espécies de penas. Exemplo: art. 155 do CP – Pena de reclusão e multa; Alternativamente – A Lei comina, alternativamente, duas espécies de pena. Exemplo: art. 331 do CP: Detenção ou multa. 789:;<78! =7!97>?8 9≅<Α?Β<Α?8!=7! Χ<∆7≅=?=7 ≅7;ΧΕ8ΦΓ =7Β7>ΗΦΓ 9≅<8ΦΓ!8<Ι9Χ78 ≅78Β≅<Β<Α? =7! =<≅7<ΒΓ8 9≅78Β?ΗΦΓ!97;Ε><ϑ≅<? 97≅=?!=7!∆7>8!7! Α?ΧΓ≅78 9≅78Β?ΗΦΓ!=7!87≅Α<ΗΓ8!Κ! ;ΓΙΕ><=?=7 <>Β7≅=<ΗΦΓ!Β7Ι9Γ≅ϑ≅<?! =7!=<≅7<ΒΓ8 Χ<Ι<Β?ΗΦΓ!=7!Λ<>?Χ!=7! 87Ι?>? ΙΕΧΒ? !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!2!()!23! OBS.: As penas restritivas de direitos, como regra, apenas substituem as penas privativas de liberdade, não sendo cominadas de forma isolada. 1.5.! Penas em espécie 1.5.1.! Privativa de liberdade Como já vimos, o Direito Penal pátrio admite três espécies de penas privativas de liberdade: reclusão, detenção e prisão simples (somente para as contravenções penais). O regime de cumprimento de cumprimento da pena está previsto no art. 33, § 1° do CP, e pode ser fechado, semiaberto ou aberto7. O regime inicial de cumprimento da pena (fechado, semiaberto ou aberto) tem como regra o seguinte: pena de reclusão – Qualquer regime inicial; pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou aberto. A fixação, em concreto, do regime inicial de cumprimento da pena irá variar conforme três fatores: reincidência, quantidade da pena e circunstâncias judiciais. Além disso, a própria Lei estabelece que a pena seja executada de forma progressiva (de um regime mais gravoso para outro, menos gravoso), ressalvada a hipótese de regressão (passagem de um regime menos gravoso para outro, mais gravoso), em qualquer caso, atendendo-se ao mérito do condenado, nos termos do art. 33, §§ 2°, 3° e 4° do CP.8 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 7 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. 8 § 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto; c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. § 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. (Incluído pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Μ!()!23! CUIDADO! O STJ possui entendimento no sentido de que é possível a fixação do regime semiaberto aos condenados que sejam reincidentes, desde que as circunstâncias judiciais sejam favoráveis. Vejamos: Súmula 269 do STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. Além disso, na fixação do regime inicial de cumprimento da pena, não pode o Juiz fixar regime mais gravoso do que aquele abstratamente previsto tendo em conta a pena aplicada, tendo como base unicamente a gravidade abstrata do delito. O STF possui dois verbetes de súmula muito importantes sobre o tema: SÚMULA 718 A OPINIÃO DO JULGADOR SOBRE A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI MOTIVAÇÃO IDÔNEA PARA A IMPOSIÇÃO DE REGIME MAIS SEVERO DO QUE O PERMITIDO SEGUNDO A PENA APLICADA. SÚMULA 719 A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA. 1.5.1.1.! Regras do regime fechado As regras do regime fechado são, basicamente, três: a) Submissão a exame criminológico9 inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – SÚMULA 439 DO STJ); b) Submissão a trabalho durante o dia e descanso isolado durante a noite; c) Trabalho em comum (junto com outros presos) dentro do estabelecimento, SENDO ADMISSÍVEL O TRABALHO EXTERNO em obras públicas (Necessário cumprimento de ao menos 1/6 da pena). O trabalho durante o regime de cumprimento da pena é obrigatório, e a recusa caracteriza falta grave, nos termos do art. 50, IV da LEP (Lei de Execuções Penais), acarretando impossibilidade de obtenção da progressão de regime e livramento condicional. Em resumo: O preso pode se negar a trabalhar (até porque, não há como obrigá-lo fisicamente a isso), mas a recusa injustificada (se tiver problemas de !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 9 O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios da pena) em sua terceira fase, em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Ν!()!23! saúde, por exemplo, é uma recusa justificada) gera consequências gravíssimas para ele. O trabalho do preso é remunerado e ele tem direito, ainda, aos benefícios da previdência social. Isso é bastante importante, pois o preso foi condenado a uma pena “privativa de liberdade”, ou seja, o único direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se tornou um escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como qualquer pessoa. 1.5.1.2.! Regras do Regime semiaberto O regime semiaberto é bem menos gravoso que o regime fechado, e possui como regras: a) Exame criminológico inicial (O STJ passou a entender que ele agora é facultativo – SÚMULA 439 DO STJ); b) Trabalho diurno em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar, com descanso isolado à noite; c) Admissão do trabalho externo, BEM COMO FREQUÊNCIA A CURSOS SUPLETIVOS PROFISSIONALIZANTES, DE INSTRUÇÃO DE SEGUNDO GRAU OU SUPERIOR. Vejam que as regras, embora parecidas, não são idênticas. Nesse regime o condenado pode trabalhar fora do estabelecimento de cumprimento da pena (em qualquer trabalho, e não apenas em obras públicas), bem como estudar. Além disso, o preso deve ficar recolhido em estabelecimento próprio (colônia agrícola, industrial ou similar), e não em presídio comum, onde se encontram os presos em regime fechado. Mas e se não houver vagas nos estabelecimentos especiais (colônias), o que fazer? O STF entende que se não houver vagas no regime semiaberto, o preso não pode arcar com essa deficiência do Estado, pois é um direito seu. Desta forma, não pode o preso continuar no regime fechado. Por consequência, a lógica determina sua transferência diretamente para o regime aberto ou prisão domiciliar. O regime aberto é o mais brando dos três regimes de cumprimento da pena privativa de liberdade, e baseia-se no senso de responsabilidade e autodisciplina do preso. Regras básicas: a) Trabalho diurno fora do estabelecimento e sem vigilância, frequência à curso ou outra atividade autorizada, bem como recolhimento noturno e nos dias de folga; !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!Ο!()!23! b) Transferência para regime mais gravoso no caso de prática de crime doloso, frustração dos fins da execução (basicamente, a fuga), ou ausência do pagamento da pena de multa. Onde se dá o recolhimento do preso, e o que ocorre se não houver vagas no regime aberto? O recolhimento noturno do preso no regime aberto se dá em casa de albergado, que é um prédio urbano, separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir características de prisão, principalmente no que se refere à existência de obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja vagas no regime semiaberto (são raríssimas as casas de albergado), o STF entende que o preso deve ser posto em liberdade, até que surja vaga. O STJ, por sua vez, entende que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar10. 1.5.1.3.! Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena Conforme havia dito a vocês, a pena privativa de liberdade atinge somente um direito do preso: a liberdade (óbvio, não?). Assim, o preso mantém todos os direitos inerentes à pessoa humana, como o respeito à sua integridade física e moral. O respeito à integridade física e moral, inclusive, possui índole constitucional (art. 5°, XLIX da Constituição).11 Em razão disso, o STF decidiu regulamentar o uso de algemas, editando a súmula vinculante n° 11, que diz: SÚMULA VINCULANTE Nº 11 SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. O direito ao recebimento desalário pelo seu trabalho realizado no estabelecimento prisional, bem como o direito à integrar a !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 10 (...) 4. Admite-se a concessão, em caráter excepcional, da prisão domiciliar na hipótese de falta de vagas em estabelecimento adequado para o cumprimento da pena em regime aberto, que não justifica a permanência do condenado em condições prisionais mais severas. Precedentes. (...) (REsp 1201880/RS, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 07/05/2013, DJe 14/05/2013) 11 XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Π!()!23! previdência social também são assegurados ao preso, conforme foi dito.12 E se antes do início do cumprimento da pena sobrevier ao condenado doença mental? O CP diz que o condenado, neste caso, deve ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou outro estabelecimento adequado.13 CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução da pena, aplica-se o art. 183 da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a pena privativa de liberdade por medida de segurança. O Código Penal estabelece, ainda, o fenômeno da Detração, que é o abatimento do tempo de cumprimento da pena imposta, em razão do tempo que o condenado permaneceu preso provisoriamente, administrativamente ou internado nos estabelecimentos psiquiátricos previstos no art. 41. Vejamos: Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Por fim, há ainda a previsão de regime de cumprimento de pena especial às presidiárias mulheres, que devem ser recolhidas a estabelecimento próprio.14 Trata-se de regra que materializa o direito previsto no art. 5°, XLVIII da constituição, que trata do cumprimento da pena em estabelecimentos prisionais adequados.15 Na Lei de Execuções Penais, inclusive, há regramento específico para o tratamento das presidiárias gestantes e que estejam em fase de amamentação, bem como dispõe sobre a existência de creches para que as mães presidiárias não sejam privadas da companhia de seus filhos, e vice- versa. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 12 Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 13 Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 14 Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 15 XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!11!()!23! 1.5.2.! Penas restritivas de direitos As penas restritivas de direitos são também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam como uma alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso concreto. São divididas em cinco espécies, conforme já adiantado, nos termos do art. 43 do CP. Duas são as características elementares das penas restritivas de direitos: autonomia e substitutividade.16 Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente com a pena privativa de liberdade. Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas restritivas de direito, ou seja, elas não são previstas como pena originária para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de maneira a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais. Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas somente se presentes alguns requisitos, que a doutrina divide em objetivos e subjetivos.17 Os primeiros referem-se ao crime em si, e à penalidade imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão previstos nos incisos do art. 44 do CP.18 REQUISITOS OBJETIVOS Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos eles) ou no caso de crimes dolosos, desde que, nesse último caso, não tenha sido o crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia substituição no caso de homicídio). Quantidade de pena aplicada A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser superior a quatro anos. No caso de crimes culposos, pode haver a substituição qualquer que seja a pena aplicada. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 16 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São Paulo, 2015, p. 659/660 17 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666 18 Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!14!()!23! REQUISITOS SUBJETIVOS Não ser reincidente em crime doloso OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo, poderá haver a substituição. OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o condenado for reincidente em crime doloso, poderá haver a substituição, desde que a medida seja socialmente recomendável (análise das características do fato criminoso e do infrator) e não se trate de reincidência específica (reincidência no mesmo crime), conforme previsão do art. 44, § 3° do CP. Suficiência da medida (princípio da suficiência) A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para garantir o alcance das finalidades da pena (punição e prevenção, geral e especial). 1.5.2.1.! Regras da substituição Nos termos do art. 44, § 2° do CP, a substituição se fará da seguinte forma: Art. 44 (...) § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituídapor uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Assim: a) Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos. b) Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poderá cumpri- las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se incompatíveis (art. 69, § 2° do CP). !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!13!()!23! ATENÇÃO! O art. 60, § 2° do CP prevê que: § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). Como conciliar este artigo com o art. 44, § 2° do CP, que expressamente permite a substituição pela pena de multa nos casos de crime cuja pena seja igual ou inferior a um ano? Como fazer quando a pena privativa de liberdade for superior a seis meses, mas não superior a um ano? O entendimento majoritário é o de que o art. 44, § 2°, por ter sido incluído pela Lei 9.714/98, sendo mais recente, portanto, que o art. 60, § 2° (incluído pela Lei 7.209/84), revogou este último, de forma que a substituição da pena privativa de liberdade pela pena de multa pode ocorrer quando a pena aplicada não for superior a um ano.19 Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o condenado descumpra a obrigação imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá o que se chama de RECONVERSÃO OBRIGATÓRIA. Embora a lei diga “conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se converteu a pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. O que acontece, agora, é uma reconversão à pena original. Nos termos do art. 44, § 4° do CP: § 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) É mais ou menos assim: A) Condenado iria para a jaula B) Lei permite que ele não vá para a jaula, desde que cumpra pena restritiva de direitos C) Condenado não cumpre a pena restritiva de direitos Agora vai para a jaula !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 19 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!15!()!23! Mas a Lei não é injusta, de forma que se o condenado cumpriu parte da pena restritiva de direitos imposta, o tempo que ele cumpriu será abatido da pena privativa de liberdade que ele cumprirá em razão da reconversão (parte final do § 4° do art. 44 do CP). Entretanto, além da reconversão obrigatória, há também hipótese de reconversão facultativa, nos termos do art. 44, § 5° do CP: § 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá- la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Nesse caso, o Juiz da execução irá avaliar se o condenado pode cumprir a pena restritiva de direitos imposta juntamente com a pena privativa de liberdade (que o camarada acabou de receber). Se for possível, o Juiz PODE manter a pena restritiva de direitos imposta e o condenado cumprirá ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a reconversão para a pena privativa de liberdade anteriormente aplicada.20 EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos de detenção, substituída por restritiva de direitos consistente na prestação de serviços à comunidade. Enquanto cumpria a pena alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de liberdade que não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse caso, o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo tempo estar preso e cumprir a pena de prestação de serviços à comunidade. Assim, deverá haver a reconversão da restritiva de direito em privativa de liberdade. Porém, se no exemplo acima, a pena restritiva de direitos imposta fosse de prestação pecuniária, não haveria nenhum impedimento ao cumprimento simultâneo desta com a nova pena privativa de liberdade imposta, de forma que o Juiz da execução poderia deixar de reconvertê-la. CUIDADO! Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa, pois o CP só admite a reconversão no caso de descumprimento das penas restritivas de direitos e não no caso de descumprimento da pena multa. CUIDADO II! Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 20 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!16!()!23! pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.21 1.5.2.2.! Penas restritivas de direitos em espécie (i)! Prestação pecuniária Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a ser pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o beneficiário da prestação, esta ser de outra natureza que não seja patrimonial.22 EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc. MUITO CUIDADO! A prestação pode ser destinada a qualquer entidade pública. No entanto, se se tratar de entidade privada, deverá possuir finalidade social. Além disso, a pena de prestação pecuniária NÃO É PENA DE MULTA. Trata-se de uma modalidade de pena restritiva de direitos, e difere da multa em diversos aspectos. Vejamos: DIFERENÇAS ENTRE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA E MULTA CRITÉRIO MULTA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA Destinação Destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Destinada à vítima, seus dependentes ou entidade pública ou privada (com destinação social). !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 21 HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012 22 § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!12!()!23! Fixação Entre 10 e 360 dias- multa Entre 01 e 360 salários mínimos. Consequências do descumprimento Deverá ser executada como dívida de valor. Reconversão obrigatória. (ii)! Perda de bens e valores A perda de bens e valores, tal qual a pena de prestação pecuniária, é uma modalidade de pena restritiva de direitos que atinge o patrimônio financeiro do condenado.23 Poderá ter, como teto, dois parâmetros: •! Montante do prejuízo causado •! Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro com a prática do delito Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas hipóteses de crimes que gerem algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa. Não confundam a pena de perdimento de bens, art. 45, § 3° do CP (modalidade de pena restritiva de direitos), com o confisco, previsto no art. 91, II do CP (perda de bens em razão da condenação). A pena de perdimento de bens incide sobre o patrimônio lícito do condenado, sendo, portanto, uma pena propriamente dita. Já o confisco não é pena, mas efeito da condenação, e incide sobre o patrimônio ilícito do agente, constituído pelo produto do crime e pelos instrumentos do delito, desde que estes consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito. (iii)! Prestação de serviços à comunidade A pena de prestação de serviços à comunidade consiste, nos termos do art. 46, §§ 1° e 2° do CP: !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 23 Está prevista no art. 45, § 3° do CP: § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Μ!()!23! Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998) § 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) § 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) De plano, vocês podem perceber que se trata de pena restritiva de direitos somente cabível nas condenações a pena privativa de liberdade superior a 06 meses. Embora o CP se refira a “entidades públicas”, a Doutrina entende que, à semelhança do que ocorre com a pena de prestação pecuniária, esta pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua destinação social.24 A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em Igrejas, por não se tratar de serviço à comunidade, e pelo fato de que seria uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da Constituição). O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre no caso de trabalho realizado pelo preso no estabelecimento prisional, quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta é a própria pena. Na pena privativa de liberdade a execução das tarefas não é a pena (que é a privação da liberdade), mo’tivo pelo qual naqueles casos o preso deve receber retribuição salarial. O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com as aptidões do condenado. Vejamos: § 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Assim, não pode o Juiz determinar a um pintor que preste serviço de carpintaria em uma escola, pois não se enquadra dentro das suas aptidões, sendo impossível de ser cumprida. A pena não pode, ainda, ser vexatória, humilhante ou possuir qualquer outra característica contrária à sua finalidade. O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada será computada como um dia da condenação. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 24 Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro. BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 682 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Ν!()!23! EXEMPLO: Imagine que fulano foi condenado a 08 meses de detenção, tendo sua pena sido convertida em restritiva de direitos, consistente na prestação de serviços à comunidade. Assim, cada hora-tarefa cumprida por fulano corresponderá a um dia de cumprimento da pena. Entretanto, o § 4° estabelece que se pena aplicada for superior a um ano, para que não se torne muito extensa, poderá ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade. § 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido a dois anos de reclusão. Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois dias de cumprimento da pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto! (iv)! Interdição temporária de direitos A pena de interdição temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, e pode consistir em: Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)> IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998) V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos. (Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011) As duas primeiras hipóteses são modalidades de penas restritivas de direitos específicas, pois só podem ser aplicadas quando o crime for cometido no exercício do cargoou função pública, ou, na segunda hipótese, no exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público. Esta é a previsão do art. 56 do CP: Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!1Ο!()!23! EXEMPLO: Se um funcionário público comete um crime de lesão corporal, sem qualquer relação com o exercício das funções, não pode lhe ser imposta a pena suspensão de exercício de cargo ou função pública. Da mesma forma, se um médico é condenado pelo crime de furto, não poderá ser privado do exercício de sua atividade, pois o crime praticado não guarda qualquer relação com o exercício da atividade. Não devemos confundir esta pena com o efeito da condenação previsto no art. 92, I do CP. A pena de suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo (inciso III) somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito. Nos termos do art. 57 do CP: Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Entretanto, com a edição do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97), este dispositivo perdeu muito de sua utilidade, pois o CTB cuida com certa minúcia da matéria, inclusive no que tange à aplicação desta pena de interdição. Entretanto, isto não é tema para a nossa aula. ! CUIDADO! Esta pena não pode ser confundida com o efeito da condenação previsto no art. 92, III do CP: Art. 92 - São também efeitos da condenação: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) (...) III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) A pena restritiva de direitos consistente na suspensão do direito de dirigir é uma pena que se aplica aos crimes culposos cometidos no trânsito. Já o efeito da condenação, consistente na inabilitação para dirigir, ocorre quando o veículo é utilizado como meio para a prática de crime doloso (atropelamento doloso, por exemplo).25 Por sua vez, a proibição de frequentar determinados lugares é uma pena de difícil fiscalização, pois, primeiramente, a Lei não estabeleceu quais são os lugares, ficando a critério do Juiz26. Em segundo lugar, a ausência de mecanismos hábeis para a realização da fiscalização dificulta demais a aplicação desta pena. Entretanto, a Doutrina entende que se trata de uma pena constitucional, e que mesmo a expressão vaga “determinados lugares” não !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 25 BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689 26 Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que exerça influência criminógena sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito). BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Π!()!23! ofende o princípio da legalidade, na medida em que esta é uma pena alternativa, sendo originariamente prevista a pena privativa de liberdade, perfeitamente bem delimitada. Finalizando com chave-de-ouro, o inciso V (incluído pela Lei 11.250/11) prevê uma quinta modalidade de interdição de direitos, consistente na impossibilidade de o condenado se inscrever em concurso, avaliação ou exame público. A Lei não disse por quanto tempo, mas por lógica, em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada. (v)! Limitação de fim de semana Está regulamentada pelo art. 48 do CP: Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Trata-se de uma pena raramente aplicada, em razão da praticamente inexistência, no Brasil, de casas de albergado e congêneres. O STJ entende que se essa pena for aplicada, não havendo casa de albergado em que possa ser cumprida, não pode o condenado ser submetido a estabelecimento prisional, por ser medida mais gravosa que a pena imposta. 1.6.! Pena de multa A pena de multa pode ser conceituada como a penalidade (sanção penal) consistente no pagamento de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Nos termos do art. 49, e seus §§, do CP: Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!41!()!23! O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. O valor do “dia-multa” será arbitrado pelo Juiz, em montante que varie entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário mínimo vigente À ÉPOCA DO FATO! Perceba, caro aluno, que a aplicação da pena de multa obedece a um sistema BIFÁSICO, no qual o Juiz: a) Primeiro fixa a quantidade de dias-multa. b) Depois, fixa o valor de cada dia multa. O produto da multiplicação do número de dias multa pelo valor de cada dia multa será o montante total da condenação. EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias- multa, considerando-se cada dia multa como 1/30 do maior salário mínimo vigente (exemplificativamente, R$ 600,00). Assim, 1/30 de R$ 600,00 igual a R$ 20,00. Desta forma, o valor total da condenação será de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00 (valor do dia-multa). Logo, a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais). Este critério possibilita o exercício do princípio da individualização da pena, pois confere ao Juiz uma amplitude enorme na fixação do valor da pena de multa. A Doutrina entende que27: ! A quantidade de dias-multa é calculada com base no fato criminoso e na personalidade do agente (circunstâncias do art. 59 do CP). ! O valor de cada dia-multa é fixado com base na situação econômica do infrator. A pena de multa deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica do réu, entretanto, essa fixação com base na situação econômica do réu se refere à fixação do valor do dia-multa. Além disso, a pena de multapode ser aumentada até o triplo, caso, mesmo sendo aplicada ao máximo, o Juiz considere que ela ainda é insuficiente. Ressalto a vocês que esse sistema de aplicação da pena de multa é genérico, ou subsidiário. Assim, nada impede que a Legislação Especial, e até mesmo o CP, prevejam situações especiais nas quais o critério para a aplicação da pena de multa seja outro. !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 27 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 529/530 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!44!()!23! O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado da sentença, podendo o Juiz, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o parcelamento do seu pagamento (art. 50 do CP). O CP permite, ainda, que a pena de multa seja descontada diretamente na remuneração do condenado, salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade (§ 1° do art. 50 do CP), E NÃO PODE INCIDIR SOBRE RECURSOS QUE SEJAM INDISPENSÁVEIS AO SUSTENTO DO INFRATOR E DE SUA FAMÍLIA (§ 2° do art. 50 do CP). Conforme já havia adiantado a vocês, não cumprida espontaneamente a pena de multa, não pode haver conversão em pena privativa de liberdade28, muito menos reconversão (porque nunca houve conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor e executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública (Execução Fiscal).29 A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora o não cumprimento da pena de multa não possa gerar a conversão em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena. Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará extinta a punibilidade30, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens. Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao condenado, ficará suspensa a pena de multa. 2.!RESUMO CONCEITO - A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá- lo (adoção da teoria mista, unificadora, eclética ou unitária - dupla finalidade: punição e prevenção). PRINCÍPIOS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 28 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 530/531 29 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 30 GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!43!()!23! a) Reserva legal ou legalidade estrita – A pena deve estar prevista em Lei Formal. b) Anterioridade – A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato. c) Intranscendência da pena – A pena não pode passar da pessoa do condenado. d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Uma vez aplicada, não pode deixar de ser executada. Há exceções (Ex.: Sursis). e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel, desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição); f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social. g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa individualização se dá em três fases distintas: a) cominação; b) aplicação; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na execução da pena; ESPÉCIES São adotadas no sistema penal brasileiro: Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de locomoção, por determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade, limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado. Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado. !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!45!()!23! PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE Regimes de cumprimento !! Fechado - Execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média. !! Semiaberto - Execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. E se não houver vaga? Vai para o regime aberto (STF). !! Aberto - Execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado. E se não houver vaga? STF: deve ser posto em liberdade; STJ: pode ser fixada prisão domiciliar. OBS.: Natureza da pena: Pena de reclusão – Qualquer regime inicial Pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou aberto ! Regras para fixação do regime inicial Leva em conta a quantidade de pena aplicada, reincidência e circunstâncias judiciais: Regra: !! Condenado a pena superior a 8 (oito) anos – Regime inicial fechado. !! Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito) – Pode ser fixado regime inicial semiaberto. 789:;<78! =7!97>?8 9≅<Α?Β<Α?8!=7! Χ<∆7≅=?=7 ≅7;ΧΕ8ΦΓ =7Β7>ΗΦΓ 9≅<8ΦΓ!8<Ι9Χ78 ≅78Β≅<Β<Α? =7! =<≅7<ΒΓ8 9≅78Β?ΗΦΓ!97;Ε><ϑ≅<? 97≅=?!=7!∆7>8!7! Α?ΧΓ≅78 9≅78Β?ΗΦΓ!=7!87≅Α<ΗΓ8!Κ! ;ΓΙΕ><=?=7 <>Β7≅=<ΗΦΓ!Β7Ι9Γ≅ϑ≅<?! =7!=<≅7<ΒΓ8 Χ<Ι<Β?ΗΦΓ!=7!Λ<>?Χ!=7! 87Ι?>? ΙΕΧΒ? !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!46!()!23! !! Condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos - Pode ser fixado regime inicial aberto. Observações importantes: !! É possível fixar regime inicial semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais (súmula 269 do STJ). !! A opinião do julgador sobre a gravidade ABSTRATA do delito não é fundamento para aplicar regime mais severo que o previsto (súmula 718 do STF) !! A fixação de regime inicial mais severo exige motivação IDÔNEA (súmula 719 do STF) !! Gravidade CONCRETA da conduta é considerada motivação idônea. ! PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS Também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam como uma alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes desnecessária no caso concreto. Características !! Autonomia - Impossibilidadede serem aplicadas cumulativamente com a pena privativa de liberdade. !! Substitutividade - Não são previstas como pena originária para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de maneira a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais. Requisitos: REQUISITOS OBJETIVOS Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes culposos (todos eles) ou no caso de crimes dolosos, desde que, nesse último caso, não tenha sido o crime cometido com violência ou grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia substituição no caso de homicídio). Quantidade de pena aplicada A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não pode ser superior a quatro anos. No caso de crimes culposos, pode haver a substituição qualquer que seja a pena aplicada. REQUISITOS SUBJETIVOS !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!42!()!23! Não ser reincidente em crime doloso OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime culposo, poderá haver a substituição. OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo se o condenado for reincidente em crime doloso, poderá haver a substituição, desde que a medida seja socialmente recomendável (análise das características do fato criminoso e do infrator) e não se trate de reincidência específica (reincidência no mesmo crime), conforme previsão do art. 44, § 3° do CP. Suficiência da medida (princípio da suficiência) A pena restritiva de direitos deve ser suficiente para garantir o alcance das finalidades da pena (punição e prevenção, geral e especial). Esquema: Regras da substituição Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena restritiva de direitos. Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poderá cumpri-las simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se incompatíveis (art. 69, § 2° do CP). Reconversão !! Obrigatória - Descumprimento injustificado da restrição imposta. 8Ε∆8Β<ΒΕ<Η?Γ =?! 97>?!9≅<Α?Β<Α?! =7!Χ<∆7≅=?=7 ≅7ΘΕ<8<ΒΓ8! Γ∆Ρ7Β<ΑΓ8 >?ΒΕ≅7Σ?! =Γ!=7Χ<ΒΓ ;≅<Ι78! ;ΕΧ9Γ8Γ8 Τ! 87Ι9≅7 ;≅<Ι78 =ΓΧΓ8Γ8Υ 8ΓΙ7>Β7!87!>ΦΓ! ΛΓ≅!9≅?Β<;?=Γ! ;ΓΙ!Α<ΓΧς>;<?!ΓΕ! Ω≅?Α7!?Ι7?Η?!Κ! 9788Γ? ΘΕ?>Β<=?=7!=7! 97>?!?9Χ<;?=? ;≅<Ι78! ;ΕΧ9Γ8Γ8 Τ! 87Ι9≅7 ;≅<Ι78 =ΓΧΓ8Γ8 8ΓΙ7>Β7!87!?!97>?! >ΦΓ!ΛΓ≅!8Ε97≅<Γ≅! ?!Π5!?>Γ8 ≅7ΘΕ<8<ΒΓ8 8Ε∆Ρ7Β<ΑΓ8 >ΦΓ! ≅7<>;<=ς>;<?!7Ι! ;≅<Ι7!=ΓΧΓ8Γ ≅7<>;<=7>Β7 7Ι! ;≅<Ι7!=ΓΧΓ8Γ! 9Γ=7Υ!8<ΙΞ!Ψ∃%Ψ∃! Ζ.∃[ >ΦΓ!87Ρ?! ≅7<>;<=ς>;<?! 7897;∴Λ<;? Ι7=<=?!87Ρ?! 8Γ;<?ΧΙ7>Β7 ≅7;ΓΙ7>=ϑΑ7ΧΙ7=<=?!87Ρ?! 8ΕΛ<;<7>Β7 !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Μ!()!23! !! Facultativa – Superveniência de nova condenação à pena privativa de liberdade, por outro crime. Pode deixar de reconverter se for possível cumprir ambas simultaneamente. Observações importantes: Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena de multa. Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ. Espécies de penas restritivas de direitos Prestação pecuniária – Consiste no pagamento em dinheiro à vítima da infração penal, a seus dependentes, ou ainda, a entidade pública ou privada com finalidade social, em montante fixado pelo Juiz entre 01 (um) e 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. Este valor pago será deduzido de eventual valor a ser pago em razão de condenação na esfera cível, SE OS BENEFICIÁRIOS FOREM OS MESMOS. Perda de bens e valores – Em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor tem como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou o proveito do crime. OBS.: Não confundir com o confisco, que é mero efeito secundário da condenação, e recai sobre o patrimônio ilícito, bem como sobre os instrumentos do crime (apenas se se tratar de coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito.). Limitação de fim de semana - Consiste na obrigação de permanecer, aos finais de semana (sábados e domingos), por 05 horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Neste período, poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras, bem como ser atribuídas atividades educativas. Prestação de serviços à comunidade - Atribuição de tarefas gratuitas, e de acordo com as aptidões do condenado, em favor da comunidade ou de entidades públicas (em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais), ou privadas com destinação social (entendimento doutrinário). Cabível para as condenações superiores a seis meses de privação da liberdade. O sistema de cumprimento adotado pelo CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada será computada como um dia da condenação. Se superior a 01 ano, pode ser cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade. Interdição temporária de direitos – Consiste na limitação temporária de alguns direitos do condenado, e pode ser de diversas ordens: !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Ν!()!23! (a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo - só pode ser aplicada quando o crime for cometido no exercício do cargo ou função pública (b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público – só pode ser aplicada quando o crime for cometido no exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público. (c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo – somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no trânsito (CTB também trata deste tema). (d) proibição de frequentar determinados lugares – Impossibilita o condenado de frequentar certos lugares, e deve ter relação com o fato praticado (Ex.: proibir um valentão, membro de torcida organizada, de frequentar estádios de futebol). (e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos - em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena terá como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada. PENA DE MULTA Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário Nacional. Fixação – Bifásico. O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o do dia-multa. Primeiro fixa a quantidade de dias-multa – Entre 10 e 360 dias-multa (com base nas circunstâncias judiciais do art. 59) Depois fixa o valor do dia-multa – Deve variar entre 1/30 (um trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário mínimo vigente à época do fato (com base na situação econômica do condenado). OBS.: A pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso se mostre insuficiente (de acordo com a situação financeira do condenado).Tópicos importantes !! O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar do trânsito em julgado da sentença. !! Juiz pode, considerando as circunstâncias e a requerimento do condenado, permitir o parcelamento. !! Pode ser descontada diretamente na remuneração do condenado, salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade. !! Não pode incidir sobre recursos indispensáveis ao sustento do infrator e de sua família. !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!4Ο!()!23! !! Não sendo paga, será considerada dívida de valor, devendo ser executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda Pública !! Em caso de sobrevir doença mental ao condenado é suspensa a execução da pena de multa !! Em caso de morte do condenado, NÃO passa aos herdeiros. Neste caso, fica extinta a punibilidade ___________ Bons estudos! Prof. Renan Araujo 3.!EXERCÍCIOS DA AULA 01.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao entendimento sumulado do STJ a respeito das espécies, da cominação e da aplicação de penas e do regime de execução de penas em espécie, julgue os itens subsecutivos. Se as circunstâncias judiciais forem favoráveis, o reincidente condenado à pena de quatro anos poderá ser submetido ao regime prisional semiaberto. 02.! (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) Julgue os itens seguintes, a respeito de concurso de pessoas, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e fixação da pena. É possível que réu primário portador de circunstâncias judiciais desfavoráveis condenado à pena de quatro anos de reclusão inicie o cumprimento da reprimenda em regime semiaberto. 03.! (CESPE – 2015 – TJ-PB – JUIZ - ADAPTADA) O condenado a pena superior a oito anos pode começar a cumpri-la em regime fechado, desde que o juiz fundamente as razões que ensejam regime inicial diferenciado. 04.! (CESPE - 2008 - PC-TO - DELEGADO DE POLÍCIA) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!3Π!()!23! Um cidadão condenado a pena de reclusão de 15 anos pela prática de um homicídio deve, obrigatoriamente, iniciar o cumprimento da pena em regime fechado, podendo, no entanto, trabalhar fora do estabelecimento prisional, em serviços de natureza privada, durante o período diurno, desde que mediante prévia autorização judicial. 05.! (CESPE - 2008 - DPE-CE - DEFENSOR PÚBLICO) A progressão de regime do cumprimento da pena de condenado por crime contra a administração pública condiciona-se à reparação do dano que ele causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. 06.! (CESPE – 2006 – DPE-AC – DEFENSOR PÚBLICO) No tocante às penas autorizadas pelo ordenamento jurídico brasileiro, assinale a opção incorreta. a) A cominação de pena em seu aspecto abstrato corresponde à pena aplicada em concreto. b) A pena alternativa é uma opção de escolha que pode substituir a pena privativa de liberdade. c) Ao aplicar a pena, o juiz deve observar, necessariamente, o contido na parte geral do CP. d) A pena pode ser atenuada, durante sua aplicação, em razão de circunstância não prevista em lei. 07.! (CESPE – 2009 – DPE-AL – DEFENSOR PÚBLICO) Julgue o item subsequente, acerca do instituto da pena. Quanto às suas finalidades, segundo a teoria eclética ou conciliatória, a pena tem dupla função: punir o criminoso e prevenir a prática do crime. 08.! (CESPE – 2011 – TJ-ES – ANALISTA JUDICIÁRIO) A pena de prestação pecuniária consiste no pagamento — em dinheiro, à vista ou em parcelas, à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social — de importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo, nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. 09.! (CESPE – 2012 – TJ-AC – TÉCNICO JUDICIÁRIO) É inconstitucional lei que preveja a condenação à morte ou à execução de trabalhos forçados, dado que a Constituição Federal de 1988 (CF) proíbe, expressamente, essas modalidades de pena. !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!31!()!23! 10.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL) Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em julgado por crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso em flagrante, confessou o delito e, posteriormente, foi condenado a pena privativa de liberdade de um ano e três meses de reclusão sob o regime fechado. Ao prolatar a sentença, o juiz agravou a pena base tão somente por força da condenação anterior. Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. O juiz poderia ter aplicado pena privativa de liberdade inferior a um ano de reclusão porque a confissão é preponderante à reincidência. 11.! (CESPE – 2012 – TJ-RR – ANALISTA PROCESSUAL) Alberto, que já ostentava condenação anterior transitada em julgado por crime de furto, praticou outro crime de furto, foi preso em flagrante, confessou o delito e, posteriormente, foi condenado a pena privativa de liberdade de um ano e três meses de reclusão sob o regime fechado. Ao prolatar a sentença, o juiz agravou a pena base tão somente por força da condenação anterior. Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir. O juiz poderia estabelecer o regime semiaberto para o início de cumprimento da pena. 12.! (CESPE – 2012 – PC-AL – DELEGADO) No caso de substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, a sua execução depende do trânsito em julgado da sentença condenatória, sendo vedada a execução provisória. 13.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) A multa aplicada cumulativamente com a pena de reclusão pode ser executada em face do espólio, quando o réu vem a óbito no curso da execução da pena, respeitando - se o limite das forças da herança. 14.! (CESPE – 2013 – DPE-DF – DEFENSOR PÚBLICO) Com relação aos conceitos, objetivos e princípios do direito penal, às penas restritivas de direitos, ao livramento condicional e à reincidência, julgue os itens subsecutivos. O juiz poderá substituir a pena privativa de liberdade do condenado reincidente não específico por penas restritivas de direitos se, em face da condenação anterior, a substituição for socialmente recomendável. 15.! (CESPE – 2013 – TJDF – ANALISTA JUDICIÁRIO) !∀#∃∀%&∋(∃)∗+∋,∋(−./&∋012345∋ !∃+∃/∗!&∋!∃∋(&+6−∀∗∋ %789:;∋7∋7<79=>=:8?∋=8≅7ΑΒ;Χ8?∋ (98∆Ε∋#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋,∋∗ΦΗ;∋2Ι! ! ! ! ! ! ! ! ! ! (98∆Ε#7Α;Α∋∗9;ΦΓ8∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!34!()!23! Em 15/10/2005, nas dependências do banco Y, Carlos, com o objetivo de prejudicar direitos da instituição financeira, preencheu e assinou declaração falsa na qual se autodenominava Maurício. No mesmo dia, foi até outra agência do mesmo banco e, agindo da mesma forma, declarou falsamente chamar-se Alexandre. Em 1/5/2010, Carlos foi denunciado, tendo a denúncia sido recebida em 24/5/2010. Após o devido processo legal, em sentença proferida em 23/8/2012, o acusado foi condenado a um ano e dois meses de reclusão, em regime inicialmente aberto, e ao pagamento de doze
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