Buscar

Tuberculose: Definição, Etiologia e Ocorrência

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

TUBERCULOSE
1) Definição: É uma doença infecto-contagiosa crônica, granulomatosa, caracterizada pelo aparecimento de nódulos e tecido de granulação, conhecido também como tubérculo, que passa pela fase de calcificação, caseificação, e abcedação.
2) Sinonímia: É também conhecida como Tísica, Consunção, Peste branca, Fininha e Peste do Emagrecimento.
3) Importância Econômica: A tuberculose descrita a mais de 2.000 anos. É uma zoonose causadora de grandes prejuízos econômicos, principalmente ao gado leiteiro. A tuberculose nos animais está relacionada ao manejo e aparece principalmente em animais confinados de preferência nas vacas de alta produção de leite.
4) Distribuição Geográfica: A tuberculose é uma doença muito espalhada pelas diversas regiões do mundo. No Brasil aparece em todos os estados, principalmente nos locais onde se adota sistema intensivo de criação.
5) Susceptíveis: Homem, mamíferos e aves. É raro em ovinos e caprinos freqüente em suínos, raro em eqüinos, cães e gatos sensíveis, dentre os bovinos as vacas em lactação são as mais sensíveis.
6) Etiologia: Temos três tipos de agentes responsáveis pela tuberculose: 
- Mycobacterium bovis,
- Mycobacterium tuberculosis, 
- Mycobacterium avium, 
Diferenciados morfologicamente. São bacilos delgados indo desde tipos cocóides, não esporulados e imóveis, Gram positivo (G +), álcool-ácido-
-resistente, retêm fucsina, são acapsulados, porém, possuem um invólucro gorduroso que protege o agente; Colora-se de vermelho, pelo método de 
Ziehl-neelsen. Mesmo após o tratamento da lâmina pelo álcool-ácido, ele retém a fucsina, que dá a coloração vermelha.
O Mycobacterium bovis, atinge os bovinos em ordem de importância suínos, eqüinos, cães, gatos, homem.
O Mycobacterium tuberculosis, atinge o homem, suínos e raramente bovinos, equinos, cães e gatos.
O Mycobacterium avium, atinge as aves, bovinos, suínos e homem, raramente cães, gatos e equinos.
O cultivo é feito em estufa a 37(C, por um período de até 90 dias, com observações semanais e antes de desprezar o cultivo, dado como negativo, recomenda-se examinar a cultura com uma lupa. Os meios utilizados são: Pretagnani, meio de Loweistein-Jensen e meio de Ogawa.
 O Mycobacterium tuberculosis cresce luxuriantemente. 
 O Mycobacterium bovis o crescimento é mais delicado e 
o Mycobacterium avium o crescimento é úmido e pegajoso.
7) Ocorrência no Homem: A prevalência da tuberculose humana de origem animal. Têm diminuído muito nos países onde ocorre a pasteurização obrigatória do leite e onde se realizam com êxitos campanhas de controle e erradicação da infecção bovina.
Apesar da redução da infecção humana, na Grã Bretanã, de 5.021 pacientes tuberculosos - 63 (1,25%) são de “cepas bovinas clássicas” (M. bovis ); De acordo com a localização 27 (42,85%), corresponde a Tuberculose Pulmonar e 36 (57,14%) são extrapulmonares.
A tuberculose humana de origem animal ocorre em áreas com alta prevalência de infecção nos bovinos; E onde se consome leite cru sem pasteurizar e os demais casos são por via aerógena.(Acha,1989).
Segundo os dados fornecidos pela OMS, a prevalência da infecção tuberculosa nas crianças, ao entrarem para as escolas das capitais brasileiras (1973) , têm a seguinte distribuição:
Região Norte...............................................................16,9%
Região Nordeste..........................................................14,2%
Região Sudeste..............................................................8,3%
Região Centro-Oeste.....................................................7,9%
Região Sul.....................................................................6,7%
A estimativa que seja 40.000 de infectados em todo o país.
A prevalência média de infectados à entrada da escola (seis a nove anos de idade) é de 12% e aumenta com o decorrer da idade. Tal fato demonstra a extensão da propagação da tuberculose na população.
O fenômeno mais auspicioso verificado nos últimos 30 anos, em todos os países, foi o declínio da curva de mortalidade por tuberculose devido à melhoria das condições de vida da população e sobretudo, ao advento da quimioterapia. Embora tenha acompanhado esse declínio, a mortalidade no Brasil se mantém, nos últimos anos, na média de 10 óbitos por 5.000 habitantes.(Veronesi,1988).
No ano passado, foram registrados 18.875 casos de pacientes tuberculosos no estado de São Paulo; Muitos destes pacientes interropem o tratamento que é de 6 meses, em geral o indivíduo para o tratamento quando cessa a tosse e quando começa a engordar, em geral isso ocorre com 2 meses de tratamento, levando esse paciente a eliminar o agente no ambiente; tornado-se um portador assintomático.(Fonte: Sec. da Saúde do Estado de S.P.)
8) Ocorrência nos animais: Nos países industrializados, a tuberculose bovina está erradicada ou se encontra em uma fase avançada de controle. 
Nos países da Europa Ocidental, a prevalência da infecção é inferior a 0,1%. No Canadá e nos E.U.A., de 4,5 milhões de bovinos examinados em 1969, somente 0,06% apresentaram reações a tuberculina. Na América Latina, só Cuba e Venezuela tiveram programas de controle de cobertura nacional. Nos países Sul-Americanos, onde as crianças se alimentam com subprodutos lácteos não pasteurizados, a taxa de infecção é maior.
Estudo recente da freqüência de tuberculose em bovinos abatidos no município de Tupã - S.P. , durante os anos de 1992 e 1993, a partir de fichas mensais de abate em um frigorífico sob o controle do Serviço de Inspeção Federal (SIF). Observou-se que , para o ano de 1992, o total de bovinos abatidos correspondeu a 53.848, sendo que destes, 0,07 % apresentaram-se positivos para tuberculose, enquanto que, para 1993, de 61.826 animais abatidos,0,03 % mostraram-se positivos para a patologia em estudo. 
Verificou-se também a localização das lesões de tuberculose, sendo que, tanto no seu aspecto calcificada quanto não calcificada, apareceu predominantemente nos linfonodos regionais da cabeça e pulmão, notando-se que quando calcificada apresentou-se de forma localizada, limitando-se a um único segmento do organismo e quando não calcificada apresentou maior incidência na forma disseminada.(Manhoso,F.F.R. & Moreira,M.B.,1993). 
Esses dados acima referidos parecem baixos, mas deve-se considerar que se trata de gado de corte e que a prevalência para o gado leiteiro deve ser bem maior. 
A tuberculose bovina é importante no solo, porque constitue uma fonte de infecção humana, e também pelas perdas econômicas que ocasiona. 
9) Patogenia: O agente penetra no organismo através da via respiratória e digestiva, multiplicando-se na porta de entrada (pulmões ou intestino). Os neutrófilos, macrófagos, linfócitos, fagocitam ativamente após se dirigirem ao foco, no local forma-se uma lesão inflamatória específica, sendo produzida, um tecido de granulação de forma nodular, denominado tubérculo que é o foco primário ou infecção primária. Se estas lesões aparecerem também nos linfonodos regionais, denomina-se Complexo primário, dependendo do grau de lesão tecidual, virulência e quantidade do agente, da capacidade de defesa do organismo, o foco pode ser detido, produzindo um encapsulamento conjuntivo.
Organização do foco com posterior calcificação do mesmo.
A localização do foco primário indica a via seguida pela infecção, completada a formação do foco primário ou complexo primário, a evolução da doença pode levar a cura clínica, a cura bacteriológica ou levar a progressão da doença num período de 3 meses a 1 ano.
No homem a cura clínica é o normal, enquanto que nos bovinos as curas clínicas e bacteriológicas são raras; Sendo que o mais comum é o estabelecimento progressivo da doença.
Quando as defesas do organismo são insuficientes, e o agente escapa dos focos primários principalmente dos linfonodos regionais, são lançados na corrente linfática, corrente venosa (recebe o nome de difusão linfo-hematógena),distribuindo-se por todo o organismo, ocorrendo uma Generalização precoce, formando tubérculos pequenos, firmes roeados por um halo eritematoso de inflamação ativa, com rápida caseificação central, sendo encontrado em vários órgãos e nas serosas pleural e peritoneal; Esses tubérculos pequenos são denominados miliares ( semelhantes ao millium ou sorgo granífero ou milhete ), recebendo o nome de Tuberculose Miliar; Quando esses tubérculos são encontrados na serosa, apresentam cor perlácea brilhante e nesse caso recebe a denominação de Tuberculose Perlácea. 
Segunda fase da doença
O animal pode resistir ou morrer em conseqüência das lesões e da sua localização, fatores tais como: fome, doença, gestação, lactação continuadas, uso de corticóides, descalsificação; No caso do animal resistir a generalização precoce podem provocar a reativação da doença por infecção endógena ou por nova infecção exógena.
A tuberculose assume seu caráter progressivo crônico, mas devido ao fato do organismo já estar sensibilizado as reações serão muito proliferativa formando grandes nódulos necróticos como extensas caseificações. Essa tuberculose nos bovinos é geralmente orgânica, ataca com freqüência os pulmões, difunde-se por contiguidade ou pela via broncógena, chegando a atingir todo órgão, sendo esse fato designado de generalização tardia.
Em bovinos e nos outros animais domésticos, ocorre poucos casos de formação de cavernas pulmonares, resultantes de um grande foco caseoso, cujo conteúdo sai pelos brônquios ou foi reabsorvido. Se no interior da caverna, passar algum vaso sangüíneo calibroso e se houver ruptura, ocorrerá hemorragia externa, através de golfadas de sangue = Hemoptize.
Os tuberculos geralmente são firmes, tem o centro caseoso e quando rangem ao corte, como se o local tivesse areia.
Os grandes nódulos são calficados, podendo também se apresentar como abcessos com pus espesso e esses tubérculos se encontram principalmente nos pulmões, linfonodos, serosas, rins, mama, ovários, útero, genital masculino . 
10) Epidemiologia: A principal via de transmissão é a via aerógena, através da inalação de partículas ou gotículas que estão em suspensão no ar.
Em 80 a 90% dos casos de bovinos adulto a responsável é a via aerógena e em 10 a 20% é via entérica ou digestiva. Nos bezerros a via aerógena ocorre em 1/3 dos casos, mais ou menos 33% e a via digestiva em 13% .
A via congênita é observada em bezerros, mas é de pequena importância, a transmissão pelo leite ocorre quando o bezerro mama o úbere tuberculoso e no homem quando bebe o leite cru sem ferver, pois o Mycobacterium bovis é altamente patogênico para o homem. A via genital ocorre em animais com lesão nos órgãos genitais, + comum em cães e bovinos.
As fontes de infecção são: o ar, animais doentes, alimentos, água, comedouros, bebedouros e objetos contaminados.
O contágio direto se dá através da via transplacentária, ovo, leite contaminado e lesões durante o parto.
O contágio indireto Vias aerógena, digestiva, cutânea, genital e mamária.
Fatores Pré Disponentes : 
- Promiscuidade prolongada entre doentes e sadios; Estábulos super lotados;
- Condições inadequadas de higiene e alimentação; Raça; Idade; 
- Hereditariedade; Alta produção leiteira; Muda de dentes.
- Frio, chuva, umidade, mas pode atingir animais com perfeitas condições de saúde, inclusivo animal gordo.
Fonte de Infecção e modo de infecção:
O reservatório principal de M. bovis é o bovino, que pode transmitir a infecção a muitas espécies de mamíferos, incluindo o Homem. Este adquire a infecção devida a ingerir o agente, primeiro por via digestiva (leite e produtos lácteos cru) e em segundo lugar por via aerógena.(Acha,1989)
11) Sintomas: É uma doença de difícil identificação, devido a ampla sintomatologia, pode se ter apenas uma suspeita clínica através da tosse seca e intensa, após beber água fria, caquexia, gânglios regionais aumentados, ruídos vesiculares agudos e se estiver muito disseminada os ruídos são crepitantes de estalo e atrito. A respiração é dificultada e acelerada, a hemoptise é rara em bovinos.
12) Diagnóstico: Clínico: É feito através da sintomatologia, sendo de mera probabilidade.
D. Anatomopatológico: Na necropsia, os órgãos estão com lesões típicas de tuberculose, a faca range ao cortar um tubérculo calcificado.
D. Laboratorial: É feito através de esfregaços de catarro, cultura em meios especiais, utilização de Rx em cães, através de hemograma com ocorrência de linfocitose e a prova da tuberculina ou método imuno-alérgico.
A prova da tuberculina é feita através da utilização de um tubérculo-proteína, conhecida pela sigla PPD (Pure Protein Derivate) na dose de 0,1 ml intradérmica que produz um pequeno aumento de volume de consistência firme. A leitura é feita após 72 horas nos EUA e Brasil.
A prova da tuberculina é feita na prega anu-caudal e quando ocorre um aumento de volume de 1 caroço de azeitona para baixo o resultado é duvidoso, tamanho maior, o resultado será positivo.
Os europeus utilizam a prova na região centro-lateral-cervical ou na tábua do pescoço, com a mesma dosagem; Mas essa prova é mais sensível 10 a 20 vezes, do que a prova anu-caudal. 
O aumento de volume é mensurada através de um cutímetro, 
e aumento de até 1,5mm é considerado (-) negativo, 
 de 1,5 a 2,9 mm suspeito 
 e acima de 3,0 mm positivo. 
Correa-Correa = de 0 a 2,0 mm (negativo)
 2,1 a 4,0 mm (suspeito)
 4,1 ou mais (positivo)
Prova de Stormont: 
1) Injeção de 0,1 ml na região centro-lateral-cervical.
2) Leitura no 6 ou 7° dia com cutímetro.
3) Injeção com nova dose no mesmo local.
4) Após 24 horas, fazer leitura e anotar a espessura.
5) Interpretação: de 0 a 3 mm - (negativo)
 3,1 a 5 mm - (suspeito)
 5,1 ou mais - (positivo); Repetir após 90 dias.
As provas devem ser repetidas após 60 dias no mínimo, não repeti-la antes de 30 dias, pois o animal vai estar dessensibilizado, não vai reagir dando falso negativo.
13) Prognóstico: É sempre reservado, com tendência a grave principalmente quando o diagnóstico é tardio e o tratamento é problemático.
14) Tratamento: A legislação brasileira não recomenda o tratamento de animais doentes e sim o sacrifício, mas devido o envolvimento de animais de alto valor, principalmente bovinos de leite, recomenda-se tratar os animais cujo estado físico ainda seja bom. Não tratar vacas com mastite tuberculosa, velhas ou improdutivas.
Esquema de Tratamento:
- Aplicar streptomicina na dose de 10 mg/Kg/PV, IM, durante 30 dias.
- Aplicar Isoniazida na dose de 10 mg/Kg/PV, VO, durante 30 dias.
Após os 30 dias, continuar o ttt. com isoniazida na mesma dose, durante 
5 meses e 1 mês após o término do tratamento, Fazer a Prova da Tuberculina.
Langner e outros (1981): Utilizaram a dose de 25 ml de isoniazida por dia, durante 60 dias (VO) e em seguida a cada 2 dias por mais 4 meses e observou um índice de 93% de cura, pode-se utilizar o tratamento profilático preventivo, utilizando a dose de 
5 mg/Kg/PV, durante 6 meses na ração ou VO e esse tratamento é eficaz para evitar novos casos.
15) Profilaxia: É feito através das seguintes medidas, 
gado de leite ( Tuberculização semestral.
gado de corte ( Tuberculização anual.
- Não adquirir animais suspeitos ou doentes.
- Isolar os doentes, tratando-os ou sacrificando-os.
- Procurar descobrir outros reservatórios da doença que não sejam animais ou instalações.
Obs.: Aguadas, se têm criações suínos,
ovinos, caprinos, eqüinos, cães, gatos, etc. e se o campeiro ou o ordenhador estão doentes. Verificar se os empregados criam animais próprios, se utilizam farinha de carne ou ossos, a mesma deve ser bi-autoclavada. Vigilância constante em exposições e leilões, inspeção de carnes em matadouros, limpezadas instalações, desinfetantes, pasteurizar o leite. Os meios químicos mais ativos são : a formalina, desinfetantes clorados a 3%, a soda cáustica a 3%. 
O agente é pouco resistente ao calor, mas muito resistente aos desinfetantes comuns e influências ambientais. Se mantêm vivos por 13 dias em fezes nos pastos, 100 a 150 dias em estercos ressecados, 5 horas quando exposto a luz solar, 15 dias no leite.
Só morrendo após ferver o leite, durante 30 minutos a 65(C.
A vacinação com BCG em animais não têm valor preventivo.
�PAGE �
�PAGE �1�

Outros materiais