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PAPILOMAVÍRUS HUMANO - HPV Profª Mst. Ana Carolina Rocha Papilomavírus Humano - HPV • Sinonímia: condiloma acuminado; crista de galo. • Agente etiológico: vírus de DNA grupo Papilomaviridae. • Período de incubação: aproximadamente 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos. • Transmissão do HPV: via sexual, que inclui contato oral- genital e genital-genital. Embora de forma mais rara, o HPV pode ser transmitido durante o parto existem mais de 200 tipos de HPV, alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e ânus • Baixo risco: 6, 11. • Alto risco: 16, 18. O que ocorre quando um indivíduo é infectado pelo HPV? • O organismo pode reagir de três maneiras: 1. A maioria dos indivíduos consegue eliminar o vírus naturalmente em cerca de 18 meses, sem que ocorra nenhuma manifestação clínica 2. o vírus pode se multiplicar e então provocar o aparecimento de lesões, como as verrugas genitais (visíveis a olho nu) ou "lesões microscópicas" que só são visíveis através de aparelhos com lente de aumento. 3. O vírus pode permanecer no organismo por vários anos, sem causar nenhuma manifestação. A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A evolução da infecção pelo HPV é igual para o homem e para a mulher? • Não. O órgão genital da mulher permite maior desenvolvimento e multiplicação do HPV, podendo ocorrer complicações mais sérias, como lesões, que se não tratadas podem evoluir para câncer. • No homem o câncer de ânus e de pênis podem ocorrer, porém são mais raros. Quando ocorre a transmissão do HPV? • O risco de transmissão é muito maior quando as verrugas são visíveis • risco de transmissão: • 65% para as lesões verrucosas (clinicas) • 25% para as lesões subclínicas. Como nas infecções latentes não há expressão viral, estas infecções não são transmissíveis. Sinais e sintomas • Verrugas não dolorosas, isoladas ou agrupadas, que aparecem nos órgãos genitais. • Irritação ou coceira no local. • As lesões podem aparecer no pênis, ânus, vagina, vulva (genitália feminina), colo do útero, boca e garganta. • As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e pessoas com imunidade baixa. HPV na gestação • O HPV na gravidez pode levar ao aumento do número de verrugas na região genital, devido às alterações hormonais, baixa da imunidade e aumento da vascularização da região. Para mulheres em infecção latente ou sem lesões visíveis não há contraindicação do parto normal Papilomatose Respiratória Recorrente (PRR). • É um tumor benigno epitelial da via aérea • Afeta principalmente: laringe e traqueia • Principal sintomas: • Rouquidão • Obstrução de vias aéreas • Tratamento: cirúrgico Uma criança pode desenvolver a doença se a mãe estiver infectada com HPV e passar a infecção para a criança durante o parto normal Diagnóstico precoce • O exame preventivo (Papanicolaou ou citopatológico) pode detectar as lesões precursoras. • O exame deve ser feito preferencialmente pelas mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram atividade sexual. • Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser realizado a cada três anos. Revisando... • O útero é um órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado no abdome inferior, por trás da bexiga e na frente do reto, sendo dividido em corpo e colo. • Endocervice (epitélio colunar simples) • Ectocervice ( epitélio escamoso estratificado) • JEC ( junção escamocolunar) Localização da JEC O exame citopatológico - Papanicolau • Recomendações prévias: • Evitar nas ultimas 48 horas antes do exame: • A utilização de lubrificantes, espermicidas • medicamentos vaginais • abstinência sexual prévia • Evitar exames vaginais (US transvaginal) • O exame não deve ser feito no período menstrual. Deve- se aguardar o quinto dia após o término da menstruação. Material necessário • Espéculo de tamanhos variados. • Lâminas de vidro com extremidade fosca. • Espátula de Ayre. • Escova endocervical. • Par de luvas descartáveis. • Pinça de Cherron. • Solução fixadora • Gaze. • Lápis grafite ou preto nº 2. • Avental ou camisola, • Lençóis, preferencialmente descartáveis Procedimento de coleta • Lavar as mãos com água e sabão antes e após o atendimento. • A mulher deve ser colocada na posição ginecológica adequada, o mais confortável possível. • Cubra-a com o lençol. • Posicionar o foco de luz. • Colocar as luvas descartáveis. • observar atentamente os órgãos • genitais externos • Colocar o espéculo, • escolher o tamanho adequado Procedimento de coleta • O espéculo deve ser introduzido suavemente, em posição vertical e ligeiramente inclinado de maneira que o colo do útero fique exposto completamente. • Iniciada a introdução fazer uma rotação deixando-o em posição transversa, de modo que a fenda da abertura do espéculo fique na posição horizontal. • Uma vez introduzido totalmente na vagina, abrir lentamente e com delicadeza. Procedimento de coleta • A coleta do material deve ser realizada na ectocérvice e na endocérvice em lâmina única. • Para coleta na ectocérvice utiliza-se espátula de Ayre • Para coleta na endocérvice, utilizar a escova endocervical • Realizar movimento giratório 360° Procedimento de coleta • A amostra ectocervical deve ser disposta no sentido transversal, na metade superior da lâmina, próximo da região fosca,previamente identificada com as iniciais da mulher e o número do registro. • O material retirado da endocérvice deve ser colocado na metade inferior da lâmina, no sentido longitudinal. Cuidado na retirada do espéculo! • Fechar o espéculo não totalmente, evitando beliscar a mulher. • Retirar o espéculo delicadamente, inclinando levemente para cima, observando as paredes vaginais. • Retirar as luvas. • Auxiliar a mulher a descer da mesa. • Solicitar que ela troque de roupa. • Informar sobre a possibilidade de um • pequeno sangramento que poderá ocorrer. • Enfatizar a importância do retorno para o resultado! Adequabilidade da amostra • Amostra insatisfatória • Material acelular ou hipocelular (menos de 10% do esfregaço). • Leitura prejudicada (mais de 75% do esfregaço) presença de sangue, corrimento. • Recomendação: a mulher deve repetir o exame entre 6 e 12 semanas Adequabilidade da amostra • Amostra satisfatória para avaliação • Designa amostra que apresente células em quantidade representativa, bem distribuídas, fixadas e coradas, de tal modo que sua observação permita uma conclusão diagnóstica. • Podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero: • Células escamosas. • Células glandulares. • Células metaplásicas. Resultado exame citopatologico Teste de Schiller • O teste é feito com uma gaze embebida com iodo (ou ácido acético) que será aplicada em toda a região do colo do útero. Após um minuto de espera, as lesões serão visualizadas. • Chamamos de teste de Schiller positivo toda vez que houver alguma área amarelada do colo uterino, que não fica coradacom o lugol, sugerindo a presença de células atípicas. Colposcopia • A colposcopia é um exame no qual o médico avalia o colo do útero, vagina, vulva e ânus através de um aparelho chamado de colposcópio, que aumenta sua visão em 40 vezes. • Orienta exames complementares e procedimento: biopsia, eletrocauterização. Tratamento • Várias são as formas de tratamento, cujo objetivo principal é a eliminação das lesões condilomatosas. • Vários fatores devem ser levados em consideração: tamanho, número e local das lesões, recursos disponíveis. • Os tratamentos podem ser químicos, mecânicos e imunes. O tratamento não leva a cura da infecção por HPV. Tratamento • Ácido tricloroacético (ATA) 70 a 90% em solução aquosa: • Aplicado uma vez por semana, por quatro semanas ou até o desaparecimento da lesão. Indicado nos casos de verrugas externas nos homens e mulheres. • Pode ser utilizado em gestantes. Tratamento • Podofilotoxina 0,15% creme: • Aplicação sobre as lesões de pele, duas vezes ao dia, durante três dias consecutivos e pausa de quatro dias, durante no máximo quatro semanas. Indicada no tratamento de verrugas dos genitais femininos e do pênis, por meio de auto-aplicação em casa. Não deve ser usado em grávidas e crianças! Tratamento • Imiquimod 5% creme: • Imiquimod (imidazolquinolina) é um medicamento tópico de auto-aplicação que estimula a produção local de interferon e outras citoquinas, sendo a principal delas o interferon alfa. • Deve ser feita aplicação tópica à noite, ao deitar, três vezes por semana, em dias alternados, por 16 semanas no máximo. Não é recomendado na gravidez! Tratamento • Cirúrgico • Exérese cirúrgica ( lâmina de bisturi) • Eletrocoagulação eletrocauterização • Laserterapia • Cirurgia de Alta Freqüência (CAF): • Trata-se de um tipo de cirurgia que utiliza um bisturi elétrico de baixa voltagem e alta freqüência de corrente, capaz de retirar partes de tecido sem causar queimaduras. É atualmente o melhor tratamento para as lesões pré-malignas do colo uterino. Tratamento • Adenocarcinoma in situ e Carcinoma invasor • Procedimentos cirurgicos: • Histerectomia As pacientes histerectomizadas devem manter seguimento citológico anual por 5 anos e trienal a seguir Como prevenir? • Usar preservativo O uso do preservativo impede totalmente o contágio pelo HPV? Calcula-se que o uso da camisinha consiga barrar entre 70% e 80% a transmissão do HPV. Porém, o contato genital externo também pode causar infecção. Vacina HPV Quadrivalente • Protege contra HPV de baixo risco (tipos 6 e 11, que causam verrugas anogenitais) e de alto risco (tipos 16 e 18, que causam câncer de colo uterino). • A população-alvo prioritária: meninas de 9 a 13 anos • Número de doses: 2 doses, 0,5 ml, IM. • Intervalo: 6 meses entre a primeira e a segunda dose • mulheres vivendo com HIV na faixa etária de 9 a 26 anos, receberão três doses (0, 2 e 6 meses). • Não está indicada para gestantes. • Não substitui o exame preventivo (papanicolau) e o uso de preservativo A vacina contra HPV provoca algum efeito colateral ? • A vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação são raros! • Em raros casos, pode ocasionar: • dor de cabeça, • febre de 38ºC • síncope (ou desmaios). A síncope mais frequente em adolescentes e adultos jovens é a Síncope Vasovagal Educação em saúde • Tem grande importância, especialmente nas populações de baixa renda. • Orientar quanto o HPV e outras DSTs • Diagnostico precoce • Prevenção • Vacina • Convocar parceiros sexuais • Orientar tratamento e possibilidade de recidiva O HPV e o câncer do colo do útero • O câncer do colo do útero é caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas e órgãos contíguos ou a distância. • No estágio invasor da doença os principais sintomas são sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou esforço), leucorreia e dor pélvica, que podem estar associados com queixas urinárias ou intestinais nos casos mais avançados. • Ao exame especular podem ser evidenciado sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. Epidemiologia • Com aproximadamente 530 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável pelo óbito de 274 mil mulheres por ano • Na análise regional no Brasil, o câncer do colo do útero destaca-se como o primeiro mais incidente na Região Norte, com 24 casos por 100 mil mulheres. Há algum fator que aumenta o risco de desenvolver câncer do colo do útero ou acelerar sua progressão? • Tabagismo • Uso de contraceptivos orais • Multiparidade • Imunossupressão • Infecção pelo HIV • Infecção por outras DSTs OBRIGADA!
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