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Aula 9 UTI

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Aula 9
PREGNOLATTO e AGOSTINHO (2012, p. 140) descrevem a composição de uma UTI de um hospital conveniado com o SUS. 
De acordo com a descrição, este ambiente é composto por um salão que concentra leitos dispostos um ao lado do outro, separados por divisórias. Esta disposição se dá em função da necessidade de observação, controle e pronto atendimento constantes ao paciente pelos profissionais de saúde.
 Permite também que o paciente acompanhe toda a rotina da unidade, o que por vezes pode causar reações negativas, por presenciar emergências e procedimentos.
A evolução da UTI – A
Em função do olhar voltado somente para a doença, a composição da UTI antigamente tinha o objetivo do diagnóstico médico de cada paciente e, portanto, em sua estrutura não havia janelas, o que prejudicava a localização espaço-temporal do paciente.
Além disso, a luminosidade artificial e o alto nível de ruído dificultavam o descanso dos pacientes, e o contato com seus familiares era ainda mais restrito.
Essas características aumentavam a probabilidade da ocorrência de um fenômeno chamado de síndrome da UTI, na qual os pacientes apresentavam um estado confusional, reversível e secundário à internação.
Esta síndrome está ligada à dificuldade de descanso, privação do sono, falta de estimulação visual, ausência de atividades, efeitos colaterais de alguns medicamentos, falta de estímulos específicos, a idade avançada e o comprometimento do quadro clínico.
Em função dos avanços tecnológicos, medicamentosos e novas formas de intervenção, esse cenário tem sido modificado. Isto porque atualmente uma das maiores preocupações dos profissionais de saúde é com o paciente, com os aspectos voltados para a humanização, tanto em termos da ergonomia como na melhoria das relações humanas dentro do ambiente hospitalar, percebendo o paciente para além de sua doença.
Hoje, apesar da luminosidade artificial e dos ruídos, existem trabalhos sendo realizados com o intuito de amenizar tais fatores, como: 
Apagar as luzes próximas aos pacientes conscientes e orientados durante a noite, para que possam descansar;
 Redução da movimentação de pessoas na unidade;
 Presença de um relógio digital para auxiliar na orientação espaço-temporal dos pacientes acordados; 
Orientações junto às equipes em relação ao dia e ao estado de saúdepara paciente; 
Atendimento personalizado ao paciente.
 Todas essas medidas visam uma melhor adaptação do paciente à rotina da UTI.
É importante prestar uma assistência adequada aos familiares dos pacientes internados em uma UTI, já que seus medos são esperados, pelo risco de vida. Portanto, deve-se pensar em um trabalho que vise minimizar esta ansiedade. 
A UTI para muitos é considerada um lugar ameaçador, em função da quantidade de aparelhos e pelo desconhecimento a seu respeito.
Para minimizar estes medos e ansiedades, podem acontecer atendimentos ao grupo de familiares e visitantes, realizados por uma equipe composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e assistentes sociais. 
Esse grupo visa orientar e informar sobre os equipamentos e aparelhos utilizados pelo paciente na unidade, procedimentos e rotinas inesperadas que podem acontecer na hora da visita. Esse grupo costuma acontecer meia hora antes das visitas.
Preocupações do paciente
Quando o paciente entra em uma UTI, além de enfrentar a gravidade da doença, também encara um ambiente físico desconhecido, muitos equipamentos, sons e ruídos. Assim, ele apresenta uma ideia equivocada sobre sua irrecuperabilidade e a possibilidade de morte iminente.
 Muitas vezes, o paciente vê na hospitalização apenas a relação com a morte. É importante ajuda-lo no entendimento destes aspectos, com o intuito de auxiliá-lo no enfrentamento das imposições das rotinas hospitalares. Quanto maior o conhecimento por parte do paciente, melhor será sua adaptação a este contexto.
De acordo com Frankl (citado por PREGNOLATTO e AGOSTINHO, 2012, p. 143): 
O homem está em constante busca do sentido da vida, e quando vivencia momentos aflitivos, como é o caso de encontrar-se gravemente doente, defronta-se com três aspectos principais: sofrimento, culpa e morte. 
Ainda para o autor, é possível modificar esta tríade, desde que o homem encontre sentido em cada um desses aspectos, com a transformação do sofrimento em desempenho, da culpa em mudança e da morte em um estímulo de enfrentamento. 
Com isso, pode-se pensar a intervenção psicológica com o objetivo de ajudar o paciente no processo do adoecimento e da hospitalização, visando uma adaptação a esta nova situação.
O papel do psicólogo junto ao paciente, aos familiares e à equipe de saúde
O psicólogo tem como principais atribuições junto ao paciente: 
Assistir o paciente;
Atender aos fatores que influenciam sua estabilidade emocional;
Orientar e informar sobre as rotinas da UTI;
Avaliar a adaptação do paciente à hospitalização;
Avaliar o estado psíquico do paciente e sua compreensão acerca do seu diagnóstico, além das reações emocionais frente à internação e à doença.
A atuação do psicólogo não se restringe ao paciente. Ele também precisa atuar junto aos familiares, sempre objetivando o benefício do internado. Sendo assim, são objetivos da intervenção psicológica junto aos familiares:
 Orientação e informação sobre as rotinas da UTI;
Estimulação do contato do paciente com a família e equipe, objetivando uma melhor comunicação;
Avaliação e adequada compreensão do quadro clínico e prognóstico pelos familiares;
Verificação de qual membro da família tem mais condições emocionais e intelectuais para o contato com a equipe;
O psicólogo pode disponibilizar horários para atendimentos individuais aos familiares, quando julgar necessário ou quando solicitado pela família.
Por fim, mas não menos importante, vamos destacar o papel do psicólogo junto à equipe de saúde. O psicólogo tem como principal objetivo atender as queixas referentes aos pacientes, orientar a equipe com relação ao contato com o paciente e seus familiares e intervir conforme a necessidade apresentada em cada caso. Cabe destacar o quanto é importante o bom relacionamento entre os membros da equipe, o que possibilita a troca com relação às dificuldades vivenciadas. Isto porque tais fatores podem afetar os profissionais e, consequentemente, dificultar o cuidado com o paciente. 
“Todos os profissionais devem estar voltados para um único foco: o paciente, ressaltando a necessidade de cuidar deste como um ser biopsicossocial” (SENNA e LASE, 1981, citados por PREGNOLATTO e AGOSTINHO, 2012, p. 145).

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