Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bacias de sedimentação e seus modelos Sedimentologia II 8º Período de Geologia – FINOM professormarciosantos6@gmail.com BACIAS SEDIMENTARES • Depressão decorrente da subsidência do terreno, que passa a receber sedimentos provenientes das áreas altas que a circundam. • Nem sempre apresentam forma de “prato” ou “bacia”, podendo assumir formas bastantes variadas em superfície e subsuperfície. • Geralmente apresentam espesso pacote sedimentar no seu interior, que tende a diminuir de espessura ao se aproximar das bordas. O mergulho das camadas se faz da periferia para o centro. • As bacias sedimentares preservam registros detalhados do ambiente e dos processos tectônicos que lhes deram origem e forma. • As bacias sedimentares invertidas estão emersas e já não “funcionam” como bacias. Apresentam-se como planícies e planaltos, com relevo tabuliforme, sulcadas por linhas de drenagem que as estão dissecando. • Grandes bacias são importantes mega-estruturas da crosta, que propiciaram mudanças nas suas condições. Por ex., as subsidências profundas, somadas às zonas de falha, possibilitam manifestações magmáticas importantes. • Relação entre a tectônica, paleoclima e a eustasia (subsidência) – Áreas Anorogênicas ----> Clima e eustasia – Áreas Orogênicas ----- > Sedimentação e respostas ao tectonismo MECANISMOS DE CRIAÇÃO DE TOPOGRAFIA CRUSTAL • Resposta isostática – Isostasia composicional (estiramento) – Isostasia termal (aquecimento/resfriamento) – Isostasia de carga crustal (tectônica/sedimentos) • Tectônica/Processos mecânicos – Compensação não isostática Isostasia: Condição de equilíbrio gravitacional que existe entre a litosfera e a astenosfera. Eustasia: Variação universal do nível dos mares decorrente da capacidade das bacias oceânicas ou do volume de água do oceano. RESPOSTA ISOSTÁTICA • Isostasia composicional • Isostasia por carga de sedimentos: fluxo viscoso na astenosfera acomoda redistribuição de carga crustal de sedimentos. Compensação isostática – Tipo Pratt Variação de densidade Compensação isostática – Tipo Airy Variação de espessura • Fator de subsidência: Espessura inicial da crosta ou litosfera / Espessura após a distensão. • Como a distensão da litosfera implica em ascensão da astenosfera, o gradiente térmico aumenta. • O aquecimento da litosfera pode ser rápido se houver adição de magma, e com isso a densidade diminui e a subsidência é reduzida. • Isostasia termal e de carga (controles na formação das bacias). Espaço para acomodação de sedimentos: T + E = S + W. – T= Subsidência tectônica – E= Variação eustática do nível do mar – S= Taxa de sedimentação – W= Incremento na profundidade da água • Condicionantes da isostasia termal: – Fonte dos sedimentos. – Controle topográfico. – Controle pelo clima/vegetação. – Controles oceânicos (condições químicas/bioquímicas). • Como a crosta inferior e a litosfera apresentam comportamento dúctil com a deformação, a área de ascensão astenosférica é maior que a de distensão crustal. • Assim, a subsidência termal (sag basin) afeta uma área maior que a subsidência mecânica por ela responsável. • Uma sobrecarga (p.e., cavalgamento, edifício vulcânico) também causará compensação isostática. • Se a litosfera fosse formada por blocos separados com movimento vertical independente, essa compensação não causaria subsidência, pois não haveria abatimento da superfície. • Na realidade a crosta tem uma rigidez que implica em abatimento por flexura de áreas adjacentes à sobrecarga. • Esse abatimento é denominado subsidência flexural. • Os três principais mecanismos de formação de bacias sedimentares podem ser utilizados para classificar as bacias em: – Bacias de subsidência mecânica – Bacias de subsidência termal – Bacias de subsidência flexural. • Muitas bacias são formadas por mais de um desses processos. • Um outro tipo de classificação, muito utilizado, agrupa as bacias sedimentares de acordo com seu contexto na Tectônica da Placas. • Em uma divisão maior, as bacias podem ser classificadas em: – Bacias relacionadas a limites convergentes de placas – Bacias relacionadas a limites divergentes de placas – Bacias relacionadas a limites transformes de placas – Bacias intra-placa • Em cada um desses contextos ocorre uma série de tipos de bacias. Classificação das bacias por posição nas placas Bacias em contexto divergente Perfis de bacias intracratônicas brasileiras Perfil médio de bacias marginais Bacia em limite de placa divergente Bacia em limite de placa convergente Bacias de contextos convergentes • Trincheiras de subducção: subsidência termal + flexural • Bacias de flanco de trincheira: subsidência mecânica + termal. • Bacias de ante-arco: mecanismo incerto (subsidência flexural + ?). • Bacias de backarc: subsidência mecânica. • Bacias de intra-arco: subsidência mecânica. • Bacias de antepaís de retroarco: subsidência flexural. • Bacias periféricas de antepaís: subsidência flexural. • Bacias de colapso de orógeno: subsidência mecânica. Bacia em limite de placa transformante Bacias de ante-arco Bacias de back-arc Bacias de ante-país de retroarco Bacias periféricas de ante-país • Uma bacia de frente de cadeia ou bacia de ante-país é uma acumulação de sedimentos provenientes de um orógeno e depositados sobre uma região adjacente relativamente pouco deformada pela tectônica. • Devido ao peso do orógeno sobre a litosfera, a região onde se acumulam os sedimento afunda-se isostaticamente e gera o espaço necessário (bacia) para reter os sedimentos trazidos principalmente por rios a partir do orógeno. • As bacias de interior podem ser dividias em duas categorias: • Periféricas, na placa subductida durante a colisão (ou seja, no arco exterior ao orógeno). – Exemplos: bacias de frente de cadeia dos Alpes Setentrionais ou da Bacia do Ganges. • Retro-arcaicas, na placa superior durante a convergência ou colisão (i.e. situada atrás do arco magmático que está ligado à subducção da litosfera oceânica). – Exemplos: bacias dos Andes, e as do Mesozóico tardio ao Cenozóico das Montanhas Rochosas. Ciclos Tectônicos 1. Conceitos • Os ciclos tectônicos foram conceituados como intervalos entre a abertura e formação de um oceano e a cratonização (quiescência dos movimentos tectônicos) e se desenvolveriam por fases sucessivas. • Por um tempo, pensou-se que os ciclos e fases fossem sincrônicos no mundo todo. O Ciclo de Wilson não permite reconhecer ciclos e fases síncronos em escala global, mas reconhece-se que houve diferentes intervalos em que eles atuaram (ciclos diacrônicos). • Os ciclos tectônicos apresentam metamorfismo, dobramentos e plutonismo, além de períodos de sedimentação, vulcanismo, bem como outras manifestações tectônicas. • Os eventos magmáticos pré, sin, tardi e pós- tectônicos foram observados por meio de rochas que representam porções das placas envolvidas na colisão e manifestações em diversos estágios do processo evolutivo do cinturão orogênico (estágios embrionário, juvenil, de maturidade, senil, terminal e de geossutura). • Estes ciclos não ocorrem simultaneamente em todos os continentes, mas se manifestam com maior intensidade e extensão em determinados intervalos de tempo. • Ao se encerrarem, as áreas em que atuaram tornam-se rígidas ou consolidadas (normalmente são chamadas de zonas de acresção). • Sua evolução admite, ainda, ciclos de erosão e sedimentação de coberturas molássicas*,de plataforma, sedimentares ou vulcano- sedimentares. – Molassa: Sequência deposicional de bacia intramontanha ou marginal ao orógeno, tardi a pós- orogênica. Ciclos Termotectônicos no Brasil • Os eventos termotectônicos correspondem a etapas dos Ciclos Tectônicos. • O término dos sucessivos processos de maior significado resulta em quebras importantes no registro geológico. Estes podem ser datados radiometricamente. • Os eventos térmicos, acompanhados ou não de tectonismo, deixam impressões em rochas geradas anteriormente a eles. • No Brasil os principais ciclos tectônicos estão posicionados no Pré-Cambriano (Arqueano e Proterozóico) e no início do Paleozóico. Na tabela a seguir são apresentados as idades e a correlação entre estes ciclos. Este material foi extraído e modificado de: • INSTITUTO CENTRAL DE GEOCIÊNCIAS – USP. Classificação de bacias sedimentares: mecanismos de subsidência e contexto tectônico. Obtido em: http://www.igc.usp.br/pessoais/renatoalmeida/P%20G eoSED/Aula%20%20Bacias%20sedimentares%20e%20 Mecanismos.pdf . Acesso em: 08/08/2016. SALAMUNI, Eduardo. Geotectônica – Geotectônica Global: Bacias Sedimentares. Obtido em: http://www.neotectonica.ufpr.br/aula- geotectonica/aula12.pdf. Acesso em: 20/07/2016. WIKIPEDIA. Bacias de frente de cadeia. Obtido em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacia_de_frente_de_cad eia . Acesso em: 18/08/2016.
Compartilhar