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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá Relatório VI CARGA E DESCARGA DE CAPACITOR Engenharia Civil – Turma 222 Camila Federice -151321991 Gabriela Araújo - 151323046 Helena Ramos - 151323569 Guaratinguetá- SP 18/04/2016 Introdução Capacitor é um dispositivo de circuito elétrico que tem como função armazenar cargas elétricas e energia eletrostática, ou elétrica. Ele é constituído de duas peças condutoras que são chamadas de armaduras. Entre essas armaduras existe um material que é chamado de dielétrico. Dielétrico é uma substância isolante que possui alta capacidade de resistência ao fluxo de corrente elétrica. A utilização dos dielétricos tem várias vantagens. É denominada capacitância C a propriedade que os capacitores têm de armazenar cargas elétricas na forma de campo eletrostático, e ela é medida através do quociente entre a quantidade de carga (Q) e a diferença de potencial (V) existente entre as placas do capacitor, matematicamente fica da seguinte forma: C = Q/V No Sistema Internacional de Unidades, a unidade de capacitância é o farad (F), no entanto essa é uma medida muito grande e que para fins práticos são utilizados valores expressos em microfarads (μF), nanofarads (nF) e picofarads (pF). Nos circuitos simples analisados as grandezas, força eletromotriz ε, diferença de potencial V, resistência R e corrente I foram consideradas constantes (independentes do tempo). Quando se analisa o comportamento dessas grandezas no processo de carga e descarga de um capacitor verifica-se que ocorrem variações nos valores da voltagem, da corrente e da potência no circuito. Os capacitores possuem muitas aplicações que usam sua propriedade de armazenar carga e energia por isso é de grande interesse saber como são carregados e descarregados. São utilizados com o fim de eliminar sinais indesejados, oferecendo um caminho mais fácil pelo qual a energia associada a esses sinais espúrios pode ser escoada, impedindo-a de invadir o circuito protegido. Nestas aplicações, normalmente quanto maior a capacitância melhor o efeito obtido e podem apresentar grandes tolerâncias. RC é chamado de constante de tempo capacitiva do circuito e é representada pelo símbolo τ, dado por τ=RC, onde RC é o tempo para que a ddp no capacitor atinja certa porcentagem do seu valor inicial. O processo de carga inicia quando fechamos a chave.No instante imediato a este fechamento (t=0) o circuito comporta-se como se o capacitor não existisse. Portanto a corrente i no instante t=0 ́e igual a V/R. A medida que o capacitor é carregado esta corrente diminui. A corrente é dada por i(t) =(V e^−t/τ)/R. A voltagem do capacitor é dada por Vc(t) = V (1−e^−t/τ) no processo de carga. Já no processo de descarga, iniciamos com um capacitor carregado a uma tensão Vd e a descarga ocorre através de um resistor R.O processo inicia ao fecharmos a chave (t=0). No instante imediato a este fechamento o capacitor carregado atua como uma fonte de força eletromotriz com tensão Vd. Portanto em t=0 a corrente no circuito é igual a Vd/R. A corrente durante a descarga do capacitor é dada por: i(t) =(Vd e^−t/τ)/R. A voltagem do capacitor no processo de descarga é Vc(t)= Vd(1-e^-t/ τ). Materiais utilizados Fios condutores encapados Micro amperímetro Resistência de 106 Ω Capacitor Placa de protoboard Cronômetro Bateria Procedimento Experimental Para realização do experimento, primeiramente montamos o circuito abaixo: Liga-se a fonte de força eletromotriz e então conecta-se a chave a para o capacitor ser carregado. A coleta de dados nesta etapa é feita com o auxílio de um microamperímetro, de maneira que ao se fechar a chave supracitada, imediatamente observa-se uma corrente no sentido positivo. Quando o instrumento marca a corrente máxima do circuito, isto é, na iminência do ponteiro começar a retornar para o valor zero, inicia-se o cronômetro. A cada fase do experimento, para-se o cronômetro no momento estipulado (t=10, t=9, t=6 e assim por diante). Após a corrente registrada no microamperímetro voltar a ser zero, o capacitor está carregado. Inicia-se então a descarga, fechando agora a chave b. De maneira similar, será registrada corrente no circuito, entretanto será no sentido inverso. Inicia-se o cronômetro quando atingir a corrente máxima e para-o no momento estipulado, como no experimento de carga. Carga Corrente =I (µA) t1 (s) t2 (s) t3 (s) tm (s) 12 0 0 0 0 10 2,34 2,07 2,13 2,26 9 4,64 3,59 3,92 4,05 6 9,18 10,10 9,58 9,62 4 17,50 19,27 18,12 18,30 2 32,01 30,44 31,28 31,24 0 59,60 59,44 55,27 58,10 Descarga Corrente =I (µA) t1 (s) t2 (s) t3 (s) tm (s) 12 0 0 0 0 10 3,60 3,36 3,45 3,47 9 4,95 5,13 4,79 4,96 6 11,32 11,63 12,07 11,67 4 20,95 20,04 18,83 19,94 2 36,37 36,37 36,48 36,40 0 84,10 84,02 83,79 83,97 Análise de dados A partir dos valores obtidos fizemos o gráfico Corrente x Tempo (em anexo) no papel monolog, e com o método dos mínimos quadrados (m.m.q.) foi possível determinar o coeficiente angular da reta para carga e para descarga do capacitor. Com o valor médio deste coeficiente e valor da resistência R do circuito determinamos o valor da capacitância. Carga Σ tm² = 4,8x10³ Σ tm = 123,6 Σ tm*lnI = 78,64 Σ lnI = 10,9 Σ lnI= Σtm * a + n *b Σ tm*lnI = Σ tm² *a + Σtm * b 4,8x10³*a + 123,6*b = 78,64 123,6*a + 7*b = 10,9 a = -0,04 s/µA b = 2,26 µA τ = 1/ a τ = -25 µA/s Descarga Σ tm² = 8,9x10³ Σ tm = 160,41 Σ tm*lnI = 92,98 Σ lnI = 10,9 Σ lnI= Σtm * a + n *b Σ tm*lnI = Σ tm² *a + Σtm * b 8,9x10³*a + 160,41*b = 92,98 160,41*a + 7*b = 10,9 a = -0,03 s/µA b = 2,25 µA τ = 1/ a τ = -33 µA/s Calculando τ médio, vem (τC + τD )/2 = 29 τ = RC C = τ /R Logo C = 2,9x10-5 = 29µF Conclusão No experimento realizado, podemos observar uma relação exponencial entre a corrente e o tempo de carga ou descarga, visto que, em intervalos de corrente menor, o tempo registrado é menor, e este aumenta exponencialmente à medida que o intervalo da corrente registrada aumenta. Plotando um gráfico com estes dois dados, podemos determinar um coeficiente que satisfatoriamente permite-nos encontrar um valor de capacitância para o capacitor. No experimento em questão, o valor encontrado foi 29µF. Quanto ao método, é possível afirmar que o experimento é adequado para este fim, embora existam incertezas experimentais em virtude de erros do experimentador, e possíveis falhas do instrumento. Para obter um resultado mais preciso, recomenda-se que um mesmo experimentador fique responsável pelo manuseio do cronômetro ao longo de todo experimento e também que se realizem diversas medidas, procurando obter um valor experimental médio satisfatório. Por fim, é importante concluir a importância de conhecer as propriedades do capacitor de maneira a aplicá-las em circuitos mais complexos. Bibliografia Halliday, David and Resnick, Robert. F´ısica 4 a ed., volume 3. Livros T´ecnicos e cient´ıficos, Rio de Janeiro, 1983. Guia do laboratório
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