Buscar

A entrevista

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM SERVIÇO SOCIAL
NOTURNO
 
Síntese critica sobre “A Entrevista”.
FORTALEZA – CEARÁ
2017 
Para ser realizada uma entrevista é preciso ser feito um roteiro com a problematizarão central que se quer trabalhar, para assim coletar os dados mais relevantes. A autora lista quatro componentes importantes para fazer uma entrevista, esses são: o entrevistador; o entrevistado; a situação da entrevista; e por fim o roteiro. É preciso problematizar esses componentes juntos, pois assim poderão ser minimizados os desvios de informações, porém estes devem trabalhar juntos para poder fazer sentido.
A entrevista é uma tentativa de captar a realidade, sem que os dados sejam contaminados pelos pesquisadores ou por fatores externos. Mesmo sendo difícil é papel do entrevistador tentar o máximo possível ser neutro, na coleta dos dados. Para isso, o entrevistador deve aceitar os limites do método que ele irá utiliza, para assim poder entender os limites existentes nos dados que ele irá colher. 
Fatores externos ao observador e o roteiro podem influenciar a maneira de agir do entrevistado. Por isso, cabe ao pesquisador analisar a veracidade das informações repassadas. Pode acontecer também do entrevistado entrar em contradição, porém isso deve ser avaliado pelo pesquisador e não julgado como mentira. Outro ponto colocado pela autora são os dados subjetivos informados pelo entrevistado, aqui é preciso ter muita atenção por está sendo transmitidos sentimentos ou atitudes do passado. Por isso se faz necessário ter outras fontes para controlar a qualidade dos fatos.
Os aspectos, segundo Haguette, que podem interferir na qualidade dos fatos por parte do informante: motivos ulteriores, ou seja, respostas que podem influenciar positivamente sua situação futura; quebra de espontaneidade, por causa da presença de outras pessoas; desejo de agradar o pesquisador; fatos idiossincráticos onde o próprio entrevistado pode ter falha na sua observação; conhecimento sobre o assunto da entrevista. Porém, tanto o informante quanto o pesquisador podem omitir dados por falha de percepção.
A autora apresenta algumas especificidades que podem levar o entrevistado a ficar nervoso na hora da entrevista, que são: para o informante aquela situação representa uma nova situação psicológica; se sentem de alguma forma subjulgados; podem perceber a entrevista como armadilha para revelarem algo comprometedor, no caso de pessoas envolvidas em movimentos sociais; criam uma defesa por acharem o entrevistador muito sofisticado. Por isso o pesquisador precisa está sempre atento às limitações que envolvem os instrumentos de coleta de dados.
Segundo Duarte, a entrevista não é a única maneira de se fazer pesquisa qualitativa, pois o que dá o caráter qualitativo é o referencial teórico/metodológico escolhido para a construção do objeto de pesquisa que vai ser analisado. Porém, a entrevista é adequada para todas as situações de pesquisa, pois naquelas onde o entrevistado corre risco de vida, provavelmente esse não fornecerá as informações ao pesquisador. Por isso o pesquisador deve avaliar a situação antes de escolher o recurso que irá utilizar na coleta de dados.
A entrevista poderá ser utilizada quando os conflitos e contradições não estiverem claramente explícitos, se essa for bem realizada proporcionará ao pesquisador um aprofundamento nos dados que serão coletados, que para outros instrumentos de coleta seria mais difícil.
Para alguns a entrevista é considera mais fácil que os outros instrumentos de coleta, porém para a autora esse é um meio de trabalho e assim como os outros métodos esse também tem suas particularidades e limitações, ou seja, também vai exigir do pesquisador um bom preparo teórico. 
Para Duarte a realização de uma boa entrevista exige que: o pesquisador tenha definidos os objetivos da pesquisa; conheça o contexto em que pretende realizar sua investigação; a introjecção, pelo entrevistador, do roteiro da entrevista; segurança e autoconfiança; algum nível de informalidade, sem perder seus objetivos. O planejamento da atuação, uma roupa neutra e a pontualidade também podem ajudar na qualidade dos dados. 
Analisar uma entrevista é complicado e exige cuidado com a interpretação, principalmente com a vontade de extrair informações que confirmem as hipóteses de trabalho do pesquisador. Por isso é preciso tomar muito cuidado com a interpretação subjetiva. Respostas abertas possibilitam interpretações excessivamente subjetiva. 
Existe um mito de que a entrevista serve para dar voz a comunidade, porém não é bem assim. O pesquisador mesmo estando na comunidade, o seu papel não é igual ao de seus informantes, pois é a fala do pesquisador que será ouvida no relatório de pesquisa e não a da comunidade. Porém, assumir que o pesquisador é autor da pesquisa, não significa que estará desqualificando os informantes, mas é o pesquisador que define o objetivo da pesquisa, mesmo tendo seu ponto de partida no que é dito pelo informante. 
 Para a autora outra ideia equivocada é de que tudo o que for dito pelo informante é objeto para ser analisado, pois o que realmente interessa é o que está ligado diretamente com a pesquisa. Mas é preciso extrair o que é subjetivo dos informantes e pensar de maneira coletiva. 
Segundo ela é necessário explicitar sempre: as razões pelas quais o pesquisador usou aquele meio de coleta; os critérios utilizados para selecionar os entrevistados; número de informantes; quadro descritivo dos mesmos; como se deu a situação de contato; roteiro da entrevista; e os procedimentos de análise. 
 Muitos acreditam que para ter bons resultados é preciso identificar-se com o outro, porém não é assim, pois podem obter bons resultados com um bom plano teórico. A entrevista é sempre uma troca de informações pela oportunidade de reflexão. 
Segundo Duarte, procedimentos importantes devem ser adotados, esses são: a transcrição que deve ser feita logo depois da entrevista e de preferência pelo entrevistador; é preciso ouvir novamente junto com a transcrição para saber se está igual. Isso possibilita corrigir erros e evitar respostas induzidas ou com duplicidade. 
Uma maneira de analisar é a fragmentação e depois organização deixando o mínimo de texto possível para se possa compreender o significado da pesquisa. 
Os dados de uma pesquisa serão a ordenação do material empírico coletado, ou seja, a construção de um novo texto promovendo um diálogo entre os dados. Esse procedimento ajuda a entender o modo como os diferentes interlocutores percebem o problema. Vai caber ao pesquisador organizar essas ideias e desconfiar dos seus informantes, pois nem tudo que é dito deve ser considerado como verdade. Por isso se faz necessário está sempre aberto a novas descobertas e deixa de lado os preconceitos e prenoções.
	
Referencial bibliográfico
HAGUETTE, Teresa Maria Frota. A entrevista. In: Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis, RJ: vozes, 2010. Cap.8, P.81-86.
DUARTE, R. Entrevistas em pesquisas qualitativas. Educar, Curitiba,n. 24, p.213-225, 2004. Editora UFPR.

Outros materiais