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Neoplasia - Patologia

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1.0 INTRODUÇÃO 
 Tumor é frequentemente usado como sinônimo de neoplasia, porém essa nomenclatura não é 
adequada pois tumor relaciona-se a qualquer lesão expansiva, além dessa mesma nomenclatura 
estar relacionada com edema. Na prática, no entanto, tumor é usado como sinônimo de neoplasia. 
A oncologia é um ramo da clínica médica que estuda as neoplasias. Para o início desse estudo, fazse 
necessário identificar a diferença entre carcinogênese e neoplasia. A primeira relaciona-se ao 
processo, ou seja, todas as alterações que irão levar ao aparecimento da neoplasia. 
Conceitualmente, neoplasia é uma proliferação local celular normal descontrolada, autônoma, ou 
seja, os mecanismos de controle celular não serão suficientes para controlar essa proliferação, e 
irreversível, pois mesmo após cessar o estimulo que desencadeou o início da carcinogênese a 
proliferação não cessa, desencadeando, assim, uma redução ou perda da diferenciação por conta 
das alterações genéticas vistas no capítulo de carcinogênese (ver carcinogênese). Em suma, a 
neoplasia irá desenvolver-se de forma gradativa se não houver nenhuma terapêutica para barrar 
esse crescimento, seja através de quimioterápicos ou de cirurgias. 
A etiopatogênese na maioria dos casos é desconhecida, mas já existem hoje em dia vários 
estudos na biologia molecular para tentar identificar quais são os genes defeituosos que levam às 
principais neoplasias na tentativa de obter-se uma terapia-alvo, isto é, uma terapia que faça que o 
gene expresse a proteína normal ou que a alteração genética não se replique nas demais células. 
Porém, mesmo com os avanços, ainda é um grande desafio a obtenção dessa terapêutica. Existem 
vários fatores que não determinam, mas predispõem a oncogênese que são os carcinógenos. Outro 
fator importante é a regulação dos processos de replicação celular que são indispensáveis para a 
diferenciação e proliferação, pois se não houver um crescimento celular bem organizado pode haver 
perdas ou alterações genéticas durante a replicação. Por fim, alterações nos genes supressores de 
tumores e nos genes de reparo de DNA as alterações genéticas podem ser transferidas para as 
células em replicação celular dando origem às neoplasias. 
 
 2.0 CARACTERISTICAS GERAIS DAS NEOPLASIAS 
 
Como características, todas as neoplasias irão ter: 
a) Progressividade, pois há uma proliferação celular descontrolada 
b) Perda da diferenciação celular, que pode ser uma perda discreta até uma perda total de 
diferenciação 
c) Independência, ou seja, não existe resposta eficaz dos mecanismos de controle, crescendo 
independente de qualquer mecanismo 
d) Irreversível, pois após instalada a neoplasia não regride, pois perde todas as características dos 
mecanismos de controle da replicação celular 
 
 3.0 CLASSIFICAÇÃO 
 
Atualmente, existem três formas de classificação das neoplasias: 
a) Quanto ao comportamento, que é a forma de classificação mais conhecida, pois classifica as 
neoplasias em neoplasia benigna e neoplasia maligna 
b) Quanto à origem, classificando em epitelial, mesenquimal ou embrionário, informações bastante 
importantes no prognostico e no tratamento 
c) Quanto ao aspecto microscópico, que será detalhada futuramente 
Quanto ao comportamento, a nomenclatura utilizada para a neoplasia benigna do tipo 
epitelial ou mesenquimal é a adição do sufixo –oma (p. ex. hemangioma, lipoma) e quando for 
neoplasia maligna do tipo mesenquimal 
é usado o sufixo –sarcoma (p. ex. 
hemangiosarcoma, liposarcoma) e para 
maligna do tipo epitelial é usado –
carcinoma. Logo, por exemplo, ao se 
referir a um carcinoma, entende-se 
como uma neoplasia maligna de origem 
epitelial. Se estamos nos referindo a um 
sarcoma, estamos falando de uma 
neoplasia maligna do tipo mesenquimal. 
Quase sempre esses sufixos são fiéis à 
sua classificação, indicando se a 
neoplasia é benigna ou maligna. No 
entanto, existem algumas exceções, 
como por exemplo, os nevos (não 
possui os sufixos –oma ou –sarcoma, 
logo não dá para saber se é uma 
neoplasia benigna ou maligna somente 
pela nomenclatura. Pela prática clínica, 
entretanto, sabe-se que se trata de uma 
neoplasia benigna do tipo epitelial). 
Ainda sobre algumas nomenclaturas 
que não fazem correspondência com a 
classificação, é possível citar o 
melanoma que é uma neoplasia maligna 
de melanócitos, mesmo a terminologia 
(sufixo –oma) indicando que é uma 
neoplasia benigna. Outro exemplo 
parecido seria o linfoma. Para 
aprofundamento desta classificação, 
observe a tabela 1. 
Quanto à origem, são 
classificadas em epitelial, mesenquimal 
e embrionária. Estas últimas são 
divididas em três tipos: (1) teratomas, 
que podem ser tanto benignos quanto 
malignos, e correspondem a uma 
neoplasia composta dos três folhetos 
embrionários (endo, meso e 
ectoderma). É uma neoplasia, portanto, 
que apresentará tecidos de diversas linhagens germinativas, podendo apresentar, por exemplo, 
tecido nervoso, tecido glandular, ossos, dentes, entre outros. Um exemplo é lesão cística, 
neoplasia bastante presente em ovários de mulheres jovens, mas que também pode ocorrer em 
homens. Dentro dessas lesões é possível observar estruturas dentárias e cabelos, por exemplo; 
na parede do órgão normalmente são outros tecidos de origem embrionária. As neoplasias ainda 
podem ser classificadas como (2) mistas, que são neoplasias oriundas de mais um tecido, 
normalmente apresentando componente mesenquimal e componente epitelial. Um exemplo 
bastante comum é o fibroadenoma, na mama, que tem um componente mesenquimal e um 
componente luctal (epitelial). Por fim, os (3) blastomas são neoplasias oriundas de blastemas, 
classificados como brotos germinativos percussores de órgãos. Quando está na diferenciação de 
determinado órgão, podem haver alterações genéticas que levam a essa perda de crescimento e 
diferenciação celular levando a algumas neoplasias como o retinoblastoma. 
Algumas vezes a nomenclatura de uma neoplasia segue o nome de quem a descobriu: 
a) "Tumor de Brenner" (ovário / benigno) 
b) "Tumor de Wilms" (rim / maligno) 
c) "Tumor de Codmam" (osso / benigno) 
d) "Linfoma de Burkitt" (linfócitos / maligno) 
e) "Doença de Hodgkin" (linfócitos / maligno) 
f) "Sarcoma de Kaposi" (pele / maligno / imunodeprimidos) 
 
Ainda podemos classificar as neoplasias como hamartoma, que são erros locais de 
crescimento onde os tecidos se desenvolvem além do normal. Como exemplo pode-se citar: 
hemangiomas, linfangiomas e adenomas. Alguns desses não eram considerados como 
neoplasias, e sim, hamartoma, mas atualmente a maioria dos autores os classificam como 
neoplasias por possuírem um aumento da quantidade das estruturas e possuírem um potencial 
malefício. Hoje em dia, os hamartomas são considerados quando se tem um aumento de alguns 
tecidos, com mais de um tecido na mesma lesão, como por exemplo, no hamartoma mamário há 
aumento do tecido mesenquimal, aumento do tecido gorduroso com aumento do tecido luctal. 
Coristomas são erros locais congênitos de desenvolvimento com o tecido normal, mas que 
aparece em outra localidade. Não é uma neoplasia, sendo classificado como um tecido ectópico 
ou tecido heterotópico. Por exemplo, lesões nodulares na parede do estomago com tecido 
pancreático (o tecido pancreático pode não alterações e só se desenvolveu em um local que não 
deveria estar). Logo, não são neoplasias, são erros de localização. 
Quanto à microscopia, classifica-se de 
acordo com o grau de diferenciação da neoplasia, 
ou seja, o quanto ela está se diferenciando e o 
quanto essa neoplasia ainda possui características 
do tecido que a originou.São classificadas em bem 
diferenciadas, que são aquelas que perdem pouco 
da sua diferenciação sendo muito semelhantes aos 
tecidos normais. As classificadas como 
moderadamente diferenciadas já perdem parte de 
sua diferenciação, mas ainda é possível descobrir 
por técnicas microscópicas de qual tecido aquela 
neoplasia se originou. Por fim, ainda existem as 
neoplasias pouco diferenciadas, indiferenciadas ou 
anaplásicas, que são aquelas que perdem 
totalmente sua diferenciação e muitas vezes apenas 
por técnicas de microscopia (hematoxilina e eosina) 
não é possível distinguir de qual tecido foi originado 
a neoplasia. Para isso, utiliza-se a imunohistoquímica, para tentar descobrir qual tecido a originou. 
Quanto a localização, as neoplasias podem ser superficiais, que são as neoplasias 
restritas ao epitélio que está a originando. Dentro das neoplasias superficiais podemos 
classificálas em vegetantes, ulceradas, ulcero-vegetantes ou profundas. As lesões superficiais 
vegetantes apresentam lesões polipoides, exofíticas, que não infiltram a parede do órgão, 
crescendo formando pólipos. As infiltrativas são as lesões que crescem de forma endofítica, ou 
seja, para dentro da parede do órgão. Macroscopicamente, essas neoplasias podem ser nodulares 
(ou bem delimitadas). Normalmente neoplasias benignas irão se desenvolver dessa forma, o que 
facilita o tratamento cirúrgico, já que se consegue fazer a remoção completa dessas lesões sem 
perda de muito tecido saudável adjacente. As classificadas como vegetantes, são as neoplasias 
de crescimento exofítico, ou seja, para a superfície do tecido, semelhantemente a couve-flor. As 
que são classificadas como ulceradas apresentam ulcerações com perda de parte do tecido da 
própria neoplasia na superfície. Por fim, ainda é possível encontrar neoplasias ulcero-vegetantes, 
que é caracterizada por crescimento exofitico com áreas de ulcerações. 
4.0 COMPORTAMENTO 
É uma forma de classificação mais utilizada, principalmente no início da avaliação, cujo 
uma das primeiras coisas que se tenta identificar é se a neoplasia é benigna ou maligna. Visa-se 
classifica-las em benignas ou malignas antes mesmo de qualquer classificação ou do uso de 
qualquer técnica adjacente complementar para dar o diagnóstico. 
4.1 NEOPLASIAS BENIGNAS 
As neoplasias benignas geralmente não são letais a depender da localização. Por 
exemplo, neoplasias mesmo que benignas no sistema nervoso central costumam levar ao óbito 
se não tratadas. Presença de células bem diferencias, semelhantes ao tecido que a originou, 
perdendo muito pouco das características do tecido que a originou. O crescimento é lento, com 
baixo índice mitótico. Por crescerem lentamente, existe um tempo adequado para novos vasos 
sanguíneos se formarem (angiogênese) logo neoplasias benignas costumam possuir adequado 
suporte sanguíneo. Por conta desse suporte sanguíneo adequado, não é comum observar necrose 
em neoplasias benignas. Costumam ser bem delimitadas, não infiltrativas e ainda costumam ter 
uma capsula envolvendo-a, o que facilita a remoção cirúrgica. Não possuem metástase. Recidivas 
são infrequentes, mas podem ocorrer quando a lesão não é retirada completamente. Podem levar 
ao óbito por complicações, e não pela neoplasia e si, como por exemplo quando localizadas em 
órgãos vitais como cérebro, coração, aorta. Outras complicações são as rupturas dessas 
neoplasias, como a ruptura de hemangiomas, que são neoplasias benignas de vasos sanguíneos. 
Se houver ruptura desses vasos, haverá sangramento podendo levar à morte; obstrução de 
lumens de órgãos tubulares é outra complicação que pode ser observada é o adenoma intestinal, 
que é o aumento do número de glândulas intestinais na área neoplásica. Essas glândulas podem 
crescer tanto ao ponto de obstruir o lúmen intestinal, causando oclusão intestinal. Podem causar 
ainda ulcerações, dor e hemorragias secundárias. Por fim, neoplasias pediculadas podem 
estrangular as alças intestinais. 
4.2 NEOPLASIAS MALIGNAS 
Já as neoplasias malignas costumam levar ao óbito e são bem agressivas. O crescimento 
é rápido por possuírem alto índice mitótico. Podem apresentar-se bem diferenciadas, 
moderadamente diferenciadas ou pouco diferenciadas. As neoplasias malignas bem diferenciadas 
assemelham-se muito às neoplasias benignas, porém não são bem delimitadas e têm um caráter 
infiltrativo. Já as neoplasias malignas moderadamente diferenciadas e pouco diferenciadas são 
bem distintas das neoplasias benignas, pois existe perda das características funcionais das 
células, como por exemplo o carcinoma epidermóide. Quando bem diferenciado, esse carcinoma 
continua produzindo ceratina (camada protetora da superfície da epiderme) e dessa forma existem 
métodos para identificar de qual tecido o carcinoma de originou. Já quando são moderadamente 
ou pouco diferenciados irão produzir pouco, no caso dos moderadamente diferenciados, ou 
nenhuma ceratina, no caso dos pouco diferenciados, dificultando a identificação, pois esta é feita 
em comparação ao tecido normal. 
Angiogênese também está persente nas neoplasias malignas, mas diferentemente das 
neoplasias benignas, que encontramos um crescimento lento do tumor, nas neoplasias malignas 
o crescimento é muito acelerado, então a angiogênese que existe não consegue vascularizar toda 
a estrutura que está sendo formada e frequentemente o quadro evolui com necrose isquêmica 
nesses tumores principalmente nas regiões centrais, pois não existe uma angiogênse que 
acompanhe o crescimento acelerado do tumor. 
Outra característica que difere da benigna é que nas neoplasias malignas a lesão é 
infiltrativa com limites imprecisos. Com isso, o tratamento cirúrgico destas neoplasias é mais 
amplo, pois não se consegue distinguir com precisão os limites da lesão. Logo, muito tecido são 
costuma ser removido cirurgicamente para se ter certeza que a lesão foi removida completamente 
(diferentemente da benigna em que quase nenhum tecido são é removido já que esta é bem 
delimitada). Por fim, outra característica é que frequentemente irão recidivar e poderão evoluir com 
metástase. Algo importante é que nem todas as neoplasias malignas irão evoluir com metástase, 
mas toda metástase evolui de uma neoplasia maligna. 
Algumas características das células neoplásicas que as classificam como malignas são: 
a) Características bioquímicas, pois as células neoplásicas têm uma quantidade pobre em enzimas, 
com muita água, glicólise elevada e síntese proteica elevada o que aumenta o índice mitótico e 
faz que haja a síntese de fatores de crescimento, que estimularão o crescimento da neoplasia. 
b) A adesividade se perde nas células neoplásicas. Como elas não ficam aderidas umas às outras, 
elas facilmente podem se deslocar para qualquer lugar da parede do órgão. Na epiderme, por 
exemplo, existem desmossomos que irão promover a adesividade celular. Quando existe uma 
neoplasia maligna da epiderme, os desmossomos são destruídos, aumentando a capacidade 
infiltrativa celular. 
c) A motilidade estará aumentada por conta da baixa adesividade 
d) Haverá uma perda de diferenciação levando a uma perda de função na área especifica de 
neoplasia. 
Na imagem ao lado podemos observar 
uma neoplasia maligna pouco diferenciada, pois 
há perda quase que completa da diferenciação. É 
possível definir que se trata de uma neoplasia de 
origem epitelial pois ainda existe bastante 
citoplasma, o que difere das neoplasias de origem 
mesenquimal e embrionária. No entanto, nesse 
carcinoma epidermóide não é possivel observar 
formação de ceratina, os núcleos são irregulares, 
as células apresentam-se pleomórficas e, às 
vezes, multinucleadas. Essas característicassão 
de pior prognóstico pois são características de 
neoplasias pouco diferenciadas. 
 5.0 METÁSTASE 
As metástases caracterizam-se por desenvolvimento do tumor em áreas longes do local que o 
originou. Para que haja metástase, portanto, as células precisam chegar a alguma outra região. 
As principais vias de metástase são: 
a) Via sanguínea 
b) Via linfática, que juntamente com a sanguínea constituem as formas mais comuns de 
propagação de metástases 
c) Via canalicular, quando se tem 
um próprio canal que pode levar as 
células de um local para outro 
(p. ex. tuba uterina, que liga o útero ao 
ovário) 
d) Via celomática, que corresponde 
aos carcinomas gástricos, intestinais, 
vesicais e ovarianos com metástase 
no peritônio. São neoplasias em 
órgãos, geralmente abdominais, que 
infiltram totalmente a parede do órgão 
e há perfuração desse órgão liberando 
células na cavidade abdominal, 
podendo desenvolver-se em qualquer 
parte do peritônio. 
e) Via de implantação autoplásica, 
que pode ocorrer durante a manipulação cirúrgica, pois a própria luva no final da cirurgia pode 
levar células neoplásicas para outra do corpo do indivíduo. É raro, mas pode ocorrer. 
As fases da metastatização correspondem a uma fase de infiltração, que é o rompimento 
da membrana basal, onde a célula tem um aumento da motilidade em decorrência da baixa 
adesividade, aumentando sua capacidade infiltrativa. A fase de embolia representa o momento 
que a célula entra nos vasos sanguíneos. A próxima fase, ou seja, a fase de segregação 
caracteriza-se pelo estacionamento de células malignas (oncócitos) em vasos de menor calibre 
sem ser destruídos por células inflamatórias. A fase de sobrevivência é a fase em que as células 
chegam em determinado órgão e se estabelecem, cerca de 90% são destruídas, e apenas cerca 
de 10% conseguirão sobreviver, e para isso elas precisarão de suprimento sanguíneo adequando, 
uma síntese proteica adequada, dentre outros fatores. Logo, não basta uma célula sofrer 
processos carcinógenos, transformar-se em células malignas, ganhar a corrente sanguínea, 
sobreviver ao sistema imune do indivíduo e estabelecer-se em algum órgão. A célula maligna 
ainda precisa desenvolver-se no órgão a distância. A última fase é a fase de proliferação, na qual 
só conseguirão se proliferar caso haja um meio adequado para sua sobrevivência. Porém, mesmo 
com todo esse processo, as metástases ainda são bastante comuns na maioria dos carcinomas. 
Algumas neoplasias têm predileções por metastatizar órgãos específicos, como por 
exemplo o câncer de mama tem predileção por metastatizar linfonodos ipsilaterais e ossos; 
carcinomas gástricos têm predileções pelo fígado. Diferentemente de uma neoplasia primária, 
caracterizada por uma lesão única, as metástases costumam fazer múltiplas lesões na parede do 
órgão metastatizado. Isso é uma diferença primordial entre metástases e neoplasias primarias da 
própria região. Metástases no fígado, entretanto, geralmente evoluem bem por causa da 
possibilidade de intervenção cirúrgica, já que os hepatócitos são células estáveis, logo quando há 
qualquer estímulo elas podem entrar no ciclo celular e se regenerar. Metástases em apenas um 
lobo hepático, partes do fígado são retiradas na tentativa de prolongar a sobrevida do paciente. 
Em outros órgãos ainda só é possível radio e quimioterapia. 
6.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Por fim, é importante destacar que é feita uma graduação e estadiamento das neoplasias. 
Elas são feitas para estabelecer o grau de desenvolvimento e o prognóstico das neoplasias, que 
muitas vezes orientarão as condutas terapêuticas e os protocolos que deverão ser seguidos. 
Esses estadiamentos são feitos sempre após a remoção cirúrgica do tumor. O estadiamento mais 
utilizado é o estadiamento TNM (existem outros, mas o TNM é o padrão e sempre deve ser 
utilizado). O “T” relaciona-se com o tamanho do tumor primário ou o tamanho da infiltração (p. ex. 
lesão no estômago: T1 - lesões que infiltrem até a lâmina própria, T2 – lesões que infiltrem até a 
camada muscular da mucosa, T3 – lesões que infiltrem até a submucosa, T4 – lesões que infiltrem 
até a camada muscular própria). O “”N” relaciona-se ao comprometimento ou não 
comprometimento dos linfonodos, ou seja, metástase linfonodal. A maioria é classificada como N0 
(sem metástase linfonodal) e N1 (quando há metástase). Alguns cânceres têm algumas 
diferenças, como por exemplo o câncer de mama. Quando existem de um a três linfonodos 
comprometidos são classificados como N1a, de quatro a seis linfonodos comprometidos, N1b, mas 
a maioria das neoplasias seguem a classificação N1 ou N0. O “M” relaciona-se a metástase em 
outros órgãos, sendo classificado em M0 (sem metástase) ou M1 (com metástase). Podem ser 
encontradas algumas outras formas de classificação, como Mx ou Nx, que são usadas quando 
não se tem como avaliar a metástase à distância ou quando não se tem linfonodos para avaliação. 
O estadiamento será sempre em conjunto com outras fontes, como por exemplo, dados da 
radiografia, de exames por imagem, dados de endoscopias e dados da cirurgia, que são 
importantes para a avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matheus Leara 
Medicina UFPI 86

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