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PETIÇÃO INICIAL - RESUMO - FREDIE DIDIER - 2016 (Novo CPC)

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Processo Civil II 
Glória Corrêa 
PETIÇÃO INICIAL 
FORMAÇÃO DO PROCESSO 
O processo nasce com a propositura da demanda. 
Processo = série de atos e um feixe de relações jurídicas. 
A demanda considera-se proposta na data em que a petição inicial foi protocolada. 
“Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, 
todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 
240 depois que for validamente citado.” 
A partir desta data surge a litispendência. O processo existe e, para o autor, todos os 
efeitos decorrentes se produzem. No entanto, para o réu, a litispendência só produz 
efeitos a partir da sua citação. 
PETIÇÃO INICIAL E DEMANDA 
Demanda = conteúdo. Ato jurídico. Função: bitolar a atividade jurisdicional, que não 
pode extrapolar seus limites. 
Petição inicial = forma; instrumento da demanda. É um projeto de sentença: contém 
aquilo que o demandante almeja ser o conteúdo da decisão que vier a acolher seu 
pedido. 
- Forma: 
A postulação deve ser escrita, datada e assinada. Admite-se postulação oral (é sempre 
reduzida a termo) nos Juizados Especiais Cíveis. 
 “Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou oral, à 
Secretaria do Juizado. ” 
REQUISITOS DA INICIAL 
- Assinatura de quem possua capacidade postulatória 
Normalmente o Advogado, defensor público ou membro do MP. 
Há algumas hipóteses em que o leigo tem capacidade postulatória: a) ação de 
alimentos; b) habeas corpus; c) juizados especiais cíveis, em 1ª instância, em causas cujo 
valor não exceda a 20 salários-mínimos; d) pedido de concessão de medidas protetivas 
de urgência em favor da mulher que se afirma vítima de violência doméstica ou familiar. 
Indicação do endereço, inclusive o eletrônico, do advogado e deve vir acompanhada 
de procuração. 
“Art. 287. A petição inicial deve vir acompanhada de procuração, que conterá os 
endereços do advogado, eletrônico e não eletrônico. 
Parágrafo único. Dispensa-se a juntada da procuração: 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
I - no caso previsto no art. 104; 
II - se a parte estiver representada pela Defensoria Pública; 
III - se a representação decorrer diretamente de norma prevista na Constituição Federal ou 
em lei.” 
- Indicação do juízo a que é dirigida a demanda 
O autor tem de indicar o juízo (singular ou colegiado) perante o qual formula a sua 
pretensão, observadas as regras de competência. 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida;” 
O endereçamento far-se-á no cabeçalho da P.I. 
Comarca = unidade territorial da justiça estadual. 
Seção judiciária = Justiça Federal (capital) 
Subseção Judiciária = Justiça Federal (interior). 
Exmo. Sr. Juiz de Direito da Vara de Família da Comarca de Salvador, Estado Federado 
da Bahia. 
- Qualificação das partes 
O demandante apresentará qualificação das partes (dele e réu). Deve constar: a) 
nome; b) prenomes; c) estado civil; d) a existência de união estável; e) profissão; f) CPF 
ou CNPJ; g) endereço eletrônico; h) domicílio; i) residência do autor e do réu. 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
[...] 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o 
número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa 
Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;” 
Pretende-se evitar que o processamento de pessoas incertas, bem como verificar a 
incidência de algumas normas que têm por suporte fática algum desses 
qualificativos (litisconsórcio necessário de pessoas casadas, art. 73, §1º, CPC). 
A análise sobre a concessão dos benefícios da justiça gratuita pauta-se, muitas 
vezes, nos dados que qualificam o litigante, como sua profissão ou atividade 
desenvolvida, ou, em relação a pessoa jurídica, as entidades filantrópicas – 
entendimento jurisprudencial -. 
COLOCAR A PARTE DIGITADA ATÉ PÁGINA 562 
- O pedido 
Toda inicial deve conter, ao menos, um pedido, com as suas especificações. 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
[...] 
IV - o pedido com as suas especificações;” 
Petição sem pedido = INEPTA, ensejando o seu indeferimento. 
- Atribuição de valor da causa 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
[...] 
V - o valor da causa;” 
Toda petição inicial deve constar o valor da causa. Fixação conforme os artigos 
291-293, CPC. 
“Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo 
econômico imediatamente aferível. 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos 
juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da 
ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, 
a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte 
controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da 
área ou do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos 
valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. 
§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de 
umas e outras. 
§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação 
for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, 
será igual à soma das prestações. 
§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que 
não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes. 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa 
pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a 
complementação das custas.”. 
NÃO há causa SEM VALOR, assim como não há causa de valor inestimável ou 
mínimo. 
O valor da causa deve ser certo e fixado em moeda corrente nacional. 
SÚMULA Nº 261, TRF 
 
“No litisconsórcio ativo voluntário, determina-se o valor da causa, para efeito de alçada 
recursal, dividindo-se o valor global pelo número de litisconsortes.” 
Importância do valor da causa: 
a) Base de cálculo das custas judiciais; 
b) Definição da competência do órgão jurisdicional; 
c) Cabimento de recursos 
d) Base de cálculo de multas processuais. 
Não é fim meramente fiscal. 
Se a causa não se encaixe em nenhuma das hipóteses do art. 292, CPC, cabe ao 
autor atribuir o valor à causa, segundo seu critério. Controlando-o a partir do 
princípio da boa-fé (art. 5º, CPC), que veda abuso de direitos, e a partir dospostulados da razoabilidade e da proporcionalidade (art. 8º, CPC). 
O juiz pode controlar ex ofício o valor atribuído à causa. Pode o reú impugnar a 
atribuição de um valor à causa; essa impugnação deve ser feita através da 
contestação, sob pena de preclusão. 
A decisão interlocutória sobre correção ou não da atribuição do valor à causa 
poderá ser impugnada por apelação e não por agravo de instrumento. 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser 
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, 
ou nas contrarrazões. 
- A indicação dos meios de prova 
O autor deve indicar os meios de prova de que se irá valer para comprovar as suas 
alegações. 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
No entanto, essa exigência tem pouca aplicabilidade prática, pois o órgão julgador 
pode determinar ex officio a produção de provas e há momento próprio – fase de 
saneamento do processo – em que há intimação das partes para apresentação 
dos meios de prova dos quais se valerão. 
Art. 319. A petição inicial indicará: 
[...] 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; 
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas 
necessárias ao julgamento do mérito. 
- Opção da audiência de conciliação e mediação 
O autor deve manifestar a sua opção pela realização ou não de audiência 
preliminar de conciliação ou mediação. 
“Art. 319. A petição inicial indicará: 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação.” 
A audiência preliminar ocorrerá antes de o réu apresentar a sua resposta. 
Se o réu e o autor manifestarem vontade de não resolver o litígio por autocomposição, 
a audiência não ocorrerá; 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de 
improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de 
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com 
pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 4o A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição 
consensual; 
[...] 
§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o 
réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, 
contados da data da audiência. 
A manifestação do autor, nesse sentido, deve ser realizada na inicial. Além dessa 
opção, a manifestação bilateral de desinteresse pode ser celebrada antes do início 
do processo, em que as partes previamente dispensam a realização do ato; neste 
caso, cabe ao autor anexar esse documento à inicial. 
O silencio importa anuência, ou seja, indicativo de vontade. 
- Documentos Indispensáveis à propositura da demanda 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
A petição inicial deve vir acompanhada dos documentos indispensáveis à 
propositura da causa. 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura 
da ação. 
Deve-se produzir a prova documental no momento da postulação. 
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos 
destinados a provar suas alegações. 
 Documentos substanciais: documentos que a lei expressamente exige para 
que a demanda seja proposta. 
Exemplos: titulo executivo, na execução; prova escrita, na ação monitória; 
procuração, em qualquer caso. 
 Documentos fundamentais: que se tornam indispensáveis porque o autor a 
eles se referiu na petição inicial, como fundamento do seu pedido. 
É possível a produção ulterior de prova documental. 
É possível o autor requerer ao juiz diligências necessárias à obtenção de documento 
(aplicação analógica do art. 319, §1º). 
Pode o autor se valer de documento que esteja em poder do réu ou de terceiros. 
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, 
quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para 
contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. 
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após 
a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, 
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o 
motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, 
avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5o. 
EMENDA DA INICIAL 
Se a inicial estiver irregular, pela ausência de algum requisito, e esta irregularidade 
seja sanável, deve o magistrado intimar o autor para corrigi-la, no prazo de 15 dias, 
emendando-a ou complementando-a, indicando com precisão o que deve ser 
corrigido/completado. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 
e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de 
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. 
 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
JURISPRUDÊNCIA STJ 
Esse prazo do juiz, é prorrogável, ao seu critério. 
Se o autor não cumprir a diligência, a petição será indeferida, sem resolução de 
mérito. 
Sempre que o defeito for sanável, é recomendado que o magistrado determine 
emendar. Não lhe permitido o indeferimento sem dar a oportunidade de o autor 
corrigir o erro. 
É possível a emenda da inicial MESMO APÓS a CONTESTAÇÃO, desde de que não 
enseje a modificação do pedido ou da causa de pedir sem o consentimento do 
réu. 
Trata-se de aplicação das regras do aproveitamento dos atos processuais e da 
instrumentalidade das formas. 
Essas regras são decorrentes do princípio da cooperação. 
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em 
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
JURISPRUDÊNCIA STJ 
Ofende ao art. 284, CPC, o acórdão que declara extinto o processo, por deficiência 
da inicial, sem dar ao autor oportunidade para suprir a falha. (STJ, 1º, Resp. 114.092-
SP). 
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
É decisão judicial que obsta liminarmente o prosseguimento da causa, pois não se 
admite o processamento da demanda. 
Ocorre somente no início do processo: só há indeferimento liminar antes da ouvida do 
réu. Após a citação, o juiz não poderá mais indeferir a petição inicial, pois, neste caso, 
ela já foi admitida. 
É indeferimento por falta de um pressuposto processual. 
Sendo liminar a sentença, não se condenará o autor ao pagamento de honorários 
advocatícios em favor do réu ainda não citado. 
Não se admite o indeferimento indiscriminado. A petição inicial somente será indeferida 
se não houver possibilidade de correção do vício ou, se houver, tiver sido conferida a 
oportunidade para que o autor a emende e este não o faça satisfatoriamente. 
O indeferimento da petição inicial é um dos casos de invalidade, má-formação, 
inépcia, defeito da petição inicial. Extingue-se o processo sem resoluçãode mérito. 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
O indeferimento da P.I pode ocorrer em juízo singular e em tribunal. No segundo caso, 
o indeferimento tanto pode ser decisão do relator, como pode ser por acórdão. 
O indeferimento pode ser total ou parcial. Será parcial quando o juiz apenas rejeitar 
parte da demanda (em casos de cumulação de pedidos, o indeferimento de um deles). 
Contra decisão de juiz que indeferir parcialmente a inicial, caberá agravo de 
instrumento. 
Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o 
juiz proferirá sentença. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela 
do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. 
Na cumulação de pedidos, se o juízo é incompetente para conhecer e julgar um deles, 
o juiz indefere a cumulação, mas julgará o pedido de sua competência. 
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo 
federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades 
autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na 
qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: 
[...] 
§ 1o Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de 
competência do juízo perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2o Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da 
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que 
exista interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. 
SÚMULA Nº 170, STJ 
Compete ao juízo onde for intentada a ação de acumulação de pedidos, trabalhistas e 
estatutário, decidi-la nos limites da sua jurisdição, sem prejuízo do ajuizamento de nova 
causa, com pedido remanescente, no juízo próprio. 
Se o indeferimento for parcial, não haverá extinção do processo, por isso, não há 
que se falar em sentença; se ocorreu em juízo singular, será uma DECISÃO 
INTERLOCUTÓRIA (recurso cabível: agravo de instrumento); se ocorreu em tribunal, 
será uma DECISÃO UNIPESSOAL, se proferida por relator, ou um ACÓRDÃO, se 
decisão colegiada. 
Se o indeferimento for TOTAL e feito por juiz singular: sentença. Cujo recurso é 
APELAÇÃO. 
SE o indeferimento for (total ou parcial) feito por decisão de RELATOR: AGRAVO 
INTERNO. 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
Se o indeferimento – total ou parcial – for feito por acórdão, caberão recurso 
ordinário constitucional, recurso especial ou recurso extraordinário. 
- Retratação 
Havendo apelação contra sentença que indefere a petição inicial, poderá o juiz, 
no prazo de 5 dias, rever a sua decisão e modificá-la, em juízo de retratação. 
Se não houver retratação, o juiz determinará a citação do réu para responder o 
recurso. 
Se a apelação for provida, o prazo para a contestação começará a correr da 
intimação do retorno dos autos. 
Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo 
de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. 
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará 
a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. 
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da 
sentença. 
É uma regra especial, então, excepciona-se o art. 494. 
Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: 
I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros 
de cálculo; 
II - por meio de embargos de declaração. 
Se a apelação é intempestiva, o juiz não pode se retratar, sendo obrigado a 
encaminhá-la ao tribunal. 
- Hipóteses de indeferimento 
 INÉPCIA 
OU inaptidão é a petição que contem defeitos vinculados à CAUSA DE PEDIR e ao 
PEDIDO (identificação e formulação dos elementos objetivos da demanda). 
Impedem o julgamento do mérito da causa. 
Leva ao INDEFERIMENTO da inicial, mas nem todo indeferimento tem a inépcia 
como fundamento. 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
I. Ausência de pedido ou de causa de pedir 
Nesse caso, será impossível ao órgão jurisdicional saber os limites da demanda e, 
por consequência, os limites da sua atuação. 
Pedido ou causa de pedir obscuros  A clareza na exposição é uma exigência de 
boa-fé, cooperação e do contraditório. 
O autor deve apresentar a sua fundamentação de modo analítico, sob pena de 
inépcia, não sendo suficiente se fazer de meras paráfrases da lei. A regra se estende 
a qualquer postulação. Trata-se de um corolário do princípio da cooperação. 
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: 
 
[...] 
§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, 
sentença ou acórdão, que: 
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar 
sua relação com a causa ou a questão decidida; 
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua 
incidência no caso; 
II. Pedido indeterminado 
O pedido deve ser determinado, salvo algumas situações excepcionais. 
Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1o É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato 
que deva ser praticado pelo réu. 
III. Quando da narração dos fatos não decorrer logicamente o pedido 
A petição tem que ser coerente. O pedido deve resultar de maneira lógica da 
causa de pedir, caso contrário, há contradição, que é hipótese de inépcia. Ex. pedir 
invalidação de negócio em causa de inadimplemento. 
IV. A cumulação de pedidos incompatíveis entre si 
Chamada Petição suicida, pois um pedido aniquila o outro. A compatibilidade dos 
pedidos é requisito para que se os possa cumular. 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
Neste caso o juiz deve determinar que o autor corrija a inicial, escolhendo um dos 
pedidos ou trocando um deles por outro. Não pode indeferir a inicial sem dar ensejo 
à emenda. 
Em caso de revisão de obrigação decorrente de empréstimo, deverá o autor definir 
na inicial quais as obrigações contratuais ele pretende controverter e quantificar o 
valor incontroverso do débito. 
Não discriminando o valor, cabe ao juiz determinar a intimação do autor para que 
emende a petição inicial; não retificado o defeito, a petição há de ser indeferida 
por inépcia. 
A regra do direito material, cabe ao autor-devedor continuar pagando o valor 
incontroverso – que não é objeto do processo -. Não há regra que discipline como 
isso será feito: se por depósito judicial, se por boleto emitido pelo réu-credor, se 
consignação em pagamento. Inadimplida a parcela incontroversa, há mora.Não adimplida a parcela controversa, há mora? Se não houver decisão judicial 
provisória em sentido contrário (tutela antecipada), há mora. A simples propositura 
da demanda para a discussão de um negócio jurídico não tem o efeito de 
suspender a eficácia desse negócio. 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará 
a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. 
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
 
 ILEGITIMIDADE DA PARTE 
A ilegitimidade da parte leva ao indeferimento da petição inicial. 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
 FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
III - o autor carecer de interesse processual; 
 NÃO ATENDIMENTO AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 106 E 321. 
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado: 
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número de inscrição 
na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de advogados da qual 
participa, para o recebimento de intimações; 
Processo Civil II 
Glória Corrêa 
II - comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço. 
§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se supra a 
omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do réu, sob pena de 
indeferimento da petição. 
§ 2o Se o advogado infringir o previsto no inciso II, serão consideradas válidas as 
intimações enviadas por carta registrada ou meio eletrônico ao endereço constante dos 
autos. 
Se não for suprida a omissão no prazo de cinco dias, a petição será indeferida. 
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 
e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de 
mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a 
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. 
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

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