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CCJ0021-WL-D-AMMA-05-Ordem Social-01

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DIREITO CONSTITUCIONAL III
Aula 5– SEGURIDADE SOCIAL E SAÚDE
PLANO DE AULA – AULA 5
DIREITO CONSTITUCIONAL III
Conteúdo Programático desta aula
 Estrutura: Seguridade
Social e Saúde.
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DIREITO CONSTITUCIONAL III
DA SEGURIDADE SOCIAL
CONTEXTUALIZAÇÃO
“A seguridade social, fundada na solidariedade, é o meio pelo
qual o Estado garante os direitos essenciais à saúde, à
previdência e à assistência social, nos precisos termos do art.
194 da CRFB/88”. Celso Spitzcovsky.
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“A organização da seguridade social é tarefa que incumbe aos
Poderes Públicos e visa a atingir os objetivos fixados na
parágrafo único do art. 194 do texto constitucional.” Celso
Spitzcovsky.
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2. OBJETIVOS
 Universalidade da cobertura e do atendimento: “as ações
de seguridade social devem atender a todas as situações de
necessidade e dirigir-se a todas as pessoas que encontram
sob o império do Estado brasileiro. Trata-se de objetivo que
comporta análise sob duplo enfoque: de um lado a
universalidade da cobertura, segundo a qual a seguridade
social deve atender a todas as situações de necessidade; por
outro lado, a universalidade do atendimento, significando que
todas as pessoas, indistintamente, têm direito à proteção
social”. Celso Spitzcovsky.
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 Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais: “cuida-se de desdobramento
do princípio da igualdade previsto, genericamente, no caput do
art. 5 da CRFB/88. Esse objetivo visa a assegurar o tratamento
isonômico entre as populações urbanas e rurais, no que
respeita ao direito à seguridade social”. Celso Spitzcovsky.
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 Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios
e serviços: “com esse objetivo a Lei Maior quer que o Poder
Público, na sua atuação em matéria de seguridade social,
paute seu comportamento pelo bom senso, que, de resto, é o
mínimo que se espera de todo o agir da Administração Pública.
Destarte, devem ser criados benefícios e serviços que atendam
à finalidade maior da ordem social, qual seja a garantia do
bem-estar e da justiça sociais para o maior número possível de
pessoas”. Celso Spitzcovsky.
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 Irredutibilidade do valor dos benefícios: “garantia da
manutenção do valor real das prestações pagas pela
seguridade social, bem como norma fixadora de comando que
tem por objetivo buscar, também, a melhoria das condições de
vida dos beneficiários da proteção social”. Celso Spitzcovsky.
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 Equidade na forma de participação no custeio: “em matéria
de custeio da seguridade social, a Constituição impõe a
solidariedade, é dizer, o Estado e toda a sociedade devem
participar, de forma direta e indireta, do financiamento das
ações nas áreas de saúde, previdência e assistência social.
Essa participação, contudo, deve ser informada pelo princípio
da equidade, ou seja, ao criar as contribuições sociais a lei
deverá considerar as diferenças entre os contribuintes”. Celso
Spitzcovsky.
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 Diversidade da base de financiamento: “a seguridade social
vai trabalhar com recursos provenientes de várias fontes.
Destarte, a Lei Maior determina que o financiamento da
seguridade social repousa nas seguintes fontes: contribuições
dos trabalhadores, dos importadores de bens ou serviços do
exterior, ou de quem a lei a eles equiparar, dos empregadores
e, de forma indireta, de toda a sociedade, à medida que
ingressam, também, nos cofres da seguridade recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
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De acordo com o art. 195, o empregador, a empresa e a entidade
a ela equiparada contribuem sobre a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício; sobre a receita ou o faturamento e, também, sobre
o lucro. Quanto ao trabalhador e demais segurados da
previdência social, a base de cálculo é o salário-de-contribuição
fixado, nos termos da lei, entre u, e dez salários mínimos”. Celso
Spitzcovsky.
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 Caráter democrático e descentralizado da administração:
“trata-se de objetivo que não poderia estar ausente, pois
coaduna-se com os princípios fundamentais do Estado
brasileiro, esculpidos nos art. 1º e 2º, quais sejam a
democracia e a descentralização materializada por meio da
adoção da forma federativa e da divisão do exercício das
funções estatais. O caráter democrático é alcançado pela
participação dos interessados na fixação das políticas a serem
implantadas na área de seguridade social. É evidente que
ninguém mais qualificado para a gestão das formas de atuação
nessa área que aqueles que vão se beneficiar dela”. Celso
Spitzcovsky.
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SAÚDE
“A inclusão da saúde no Título relativo à ordem social integra a
estratégia do Constituinte de oferecer o bem-estar e a justiça
sociais.
É sob essa ótica, aliás, que se deve compreender a diretriz
apresentada pelo art. 196, que consagra a saúde em uma dúplice
vertente: como direito de todos e como dever do Estado.” Celso
Spitzcovsky.
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PERFIL CONSTITUCIONAL
Deve ser oferecido com respeito aos objetivos relacionados na
Seguridade Social, em especial com universalidade de cobertura
e de atendimento.
TITULARIDADE
Poder Público, incluindo-se União, Estados, Municípios e Distrito
Federal.
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FORMAS DE PRESTAÇÕES DO SERVIÇO
Por ser serviço público, devem ser respeitadas as regras
relacionadas à defesa do consumidor (art. 5º, XXXII e 170, V,
CRFB/88).
FONTES DE FINANCIAMENTO
Art. 34, VII; 35,III; 198, §3º; 167, IV; CRFB/88.
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Questão discursiva:
Uma jovem de 21 anos, portadora de uma grave patologia
neurodegenerativa, necessita de um tratamento que pode
prolongar sua expectativa de vida, bem como melhorar
sensivelmente suas condições. O tratamento tem um custo de
aproximadamente R$ 52.000,00 mensais, com o qual a família da
jovem não possui condições de arcar. A Defensoria Pública
ajuizou, então, uma ação visando obrigar a União Federal e o
município onde a jovem reside a fornecerem o tratamento sem
custos. Em contestação, os entes federativos alegaram, em
síntese, que: (i) o alto custo do tratamento pode causar um grave
abalo à economia e à saúde públicas;
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(ii) a decisão viola o princípio da separação de poderes e as
normas e regulamentos do SUS (que não incluem tal
medicamento na relação de tratamentos dispensados aos
cidadãos gratuitamente), cabendo ao poder público estabelecer
as diretrizes no campo das políticas públicas; (iii) ofensa ao
sistema de repartição de competências, em face da inexistência
de solidariedade entre os entes componentes do SUS. Com base
na jurisprudência do STF, opine sobre a correta decisão do caso,
fundamentadamente.
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Questão objetiva (fonte: Delegado de Polícia/AP - FGV 2010):
Relativamente à ordem social, assinale a afirmativa incorreta.
a) A assistência à saúde pode ser exercida pela iniciativa privada,
desde que previamente autorizado seu funcionamento pelo
Ministério da Saúde e submetidas às regras de concessão
pública contidas na Constituição.
b) A seguridade socialcompreende um conjunto integrado de
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.
c) A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como
objetivo o bem-estar e a justiça sociais.
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d) A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, além de contribuições sociais
determinadas na Constituição.
e) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
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Questão discursiva:
No julgamento da STA 175, o ministro Gilmar Mendes proferiu
longo voto discorrendo sobre os requisitos para o fornecimento de
medicamentos pelo poder público, aproveitando-se de subsídios
fornecidos pela audiência pública que o próprio STF realizara
sobre o tema. Em síntese, afirmou o ministro que, para a
concessão do tratamento pretendido é necessário que: (i) o
medicamento pretendido deve, necessariamente, ser registrado
na ANVISA, visto que tal registro é o atestado de eficácia do
produto, evitando-se, assim, o fornecimento de tratamentos
experimentais e/ou de eficácia não comprovada; (ii) havendo
tratamento para a patologia fornecido pelo SUS, este deverá ser
preferido ao pretendido pelo paciente;
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(iii) a responsabilidade entre os entes da federação em matéria
de saúde é efetivamente solidária, diante da competência comum
prevista no art. 23, II, da CF, da Lei Federal 8.080/90 (art. 7º, XI) e
da jurisprudência do STF. Atendidos tais requisitos, o Judiciário
possui legitimidade para determinar o fornecimento compulsório
do tratamento, sem invadir matéria afeta aos poderes políticos
(elaboração de políticas públicas), já que estará simplesmente
determinando o cumprimento daquilo que a Constituição
determinou. Recomenda-se fortemente a leitura do citado voto,
que pode ser encontrado em
http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/STA175.
pdf
Questão objetiva: letra A

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