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CRIME DE FURTO

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FURTO
SUJEITOS DO CRIME
 A doutrina majoritária entende que o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa que subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. Excluindo-se apenas a figura do proprietário que, neste caso, não praticará furto, mas o delito de exercício arbitrário das próprias razões. 
O funcionário público que subtrai ou facilita para que seja subtraído bem público ou particular que se encontra sob a guarda ou custódia da Administração, valendo-se, para tanto, de alguma facilidade proporcionada pelo cargo, pratica crime de PECULATO FURTO (art. 312, parágrafo 1º, do CP)
 O sujeito passivo poderá ser qualquer pessoa, física ou jurídica, detentora ou possuidora da coisa assenhorada.
CONDUTA
A conduta consiste em apoderar-se, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel.
 Direto 
Apoderamento 
 Indireto
Ainda que o objeto da conduta não tenha um valor econômico apreciável, poderá figurar como objeto, pois é possível o interesse apenas moral ou sentimental da coisa, pois não deixa de compor o patrimônio de alguém. Entretanto, existem posicionamentos contrários. 
O ser humano, em regra, não poderá figurar como objeto da conduta, exceto o cadáver que pertença a alguém, como no caso dos que são utilizados nas faculdades.
 Os objetos que nunca pertenceram a alguém ou que foram abandonados, não podem ser objetos do delito de furto.
Na coisa perdida, o crime será de apropriação indébita de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II, do CP).
A coisa deve ser móvel, mas o “móvel” não terá o mesmo sentido do Código Civil, bastando apenas que possa ser transportada de um lugar a outro ou apreendida. Ex.: navio, aeronaves etc.
 Importante a colocação do doutrinador Cleber Masson sobre o assunto:
O ser humano não pode ser furtado, pois não é coisa. O crime será de sequestro (CP, art. 148), extorsão mediante sequestro (CP, art. 159) ou subtração de incapazes (CP, art. 249), conforme o caso. Entretanto, é possível o furto de partes do corpo humano, tal como se dá na subtração de cabelos ou de dentes com intuito de lucro. Observe-se, porém, que a subtração de órgãos vitais do corpo humano (rim ou pulmão, entre outros) configura lesão corporal grave (CP, art. 129, § 1°, inc. III) ou gravíssima (CP, art. 129, § 2°, inc. III), ou até mesmo homicídio, consumado ou tentado, dependendo da finalidade almejada pelo agente.
VOLUNTARIEDADE
 Consiste na vontade de apoderar-se de coisa alheia. É importante que existe a intenção de não devolver o objeto à vítima, pois o apoderamento apenas para uso, configura furto de uso, caso de atipicidade. 
Obs.: Os requisitos do furto de uso são: 
1) Intenção, desde o início, de uso momentâneo da coisa subtraída;
2) Coisa não consumível; 
3) Sua restituição imediata e integral à vítima.
 No que tange ao furto famélico, a jurisprudência vem reconhecendo o estado de necessidade, desde que sejam cumpridos alguns requisitos, como que o fato tenha sido praticado para mitigar a fome, que o agente não tenha recursos, entre outros. 
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
 O STF e STJ consideram que o delito será consumado quando o proprietário perder, no todo ou em parte, a possibilidade de contato material com a coisa. 
A tentativa é possível!
QUALIFICADORAS, MAJORANTES DE PENA, FORMA PRIVILEGIADA E CLÁUSULA DE EQUIPARAÇÃO
A pena será aumentada de 1/3 se o crime for praticado durante o repouso noturno. Em síntese, o critério para definir repouso noturno é variável, dependendo do caso concreto. 
O furto privilegiado, ou mínimo foi, originalmente, instituído em favor dos autores primários de subtração de coisa de valor insignificante, movidos por necessidade de uso. Entretanto, atualmente, a doutrina não exige que, necessariamente, o agente esteja movido por necessidade de uso, visto que, neste caso, poderá configurar estado de necessidade ou furto de uso.
 O STJ editou a súmula nº 511, onde reconhece o privilégio no furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.
O parágrafo 3º equipara à coisa móvel a energia elétrica e outras (genética, mecânica, térmica e a radioativa), desde que tenham valor econômico. ATENÇÃO: O furto de energia elétrica é diferente do crime de estelionato. Neste, o medidor é alterado para apontar um resultado menor do que o valor consumido.
As qualificadoras estão presentes nos incisos I a IV do parágrafo 4º e também no 5º.
Destituição ou rompimento de obstáculo (inciso I): arrombamento, destruição, rompimento de qualquer objeto que dificulte o furto. Sendo importante que o arrombamento não ocorra no objeto visado, mas em outro, que dificulte o processo de furto.
Não obstante o posicionamento outrora exarado acerca da irrazoabilidade de se considerar o furto "qualificado" quando há rompimento do vidro do veículo para a subtração do som automotivo, e considerá-lo "simples" quando o rompimento se dá para a subtração do próprio veículo, a Terceira Seção desta Corte, no julgamento do REsp n.º 1.079.847⁄SP, firmou a orientação de que a subtração de objeto localizado no interior de veículo automotor mediante o rompimento de obstáculo - quebra do vidro - qualifica o furto. (HC 205.967/SP)
Abuso de confiança (incisoII,1ª hipótese): Entende a doutrina, que a coisa deve ingressar na esfera de disponibilidade do agente em face da facilidade decorrente da confiança nele depositada. Para configurar esta qualificadora exige-se um especial vínculo de lealdade ou confiança entre a vítima e o agente.
Fraude (inciso II, 2ª hipótese): Trata-se de meio enganoso, capaz de iludir a vigilância do ofendido e permitir maior facilidade na subtração do objeto material. Ex.: sujeito se fantasia de funcionário da companhia telefônica para penetrar na residência da vítima e subtrair-lhe bens.
Escalada (inciso II, 3ª hipótese): Essa qualificadora ocorre mediante via anormal para ingressar no local em que se encontra a coisa visada. Não implica, necessariamente, subida, mas a utilização de qualquer meio incomum. Ex.: penetração via subterrânea. 
Destreza (inciso II, 4ª hipótese): O Agente, por meio de peculiar habilidade física ou manual, pratica o crime sem que a vítima perceba. Entende-se que a destreza deve ser analisada sob a ótica da vítima e não de terceiros. Assim, se a vítima, no caso concreto, pressente a ação do agente, conseguindo impedir a fuga, haverá tentativa de furto simples. Sendo o agente impedido por terceiro, a tentativa será de furto qualificado.
Chave falsa (inciso III): A chave falsa consiste em instrumento, com o sem forma de chave, destinado a abrir fechaduras. Ex.: gazuas, grampos, pregos, arame etc.
Concurso de pessoas (inciso IV): É possível a participação moral, com a instigação à prática do delito, inclusive beneficiando-se, depois, com o fruto do ato, ou participação material, com o fornecimento, por parte do partícipe, dos objetos necessários à execução do crime. “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade (art. 29, caput, CP).
Furto de veículo automotor (parágrafo 5º): Pune-se aquele que concorreu, de qualquer modo, para o crime patrimonial, sabendo que a intenção era o transporte do veículo para outro Estado ou país. A pessoa contratada apenas para o transporte, não tem qualquer participação no delito anterior, responde apenas por receptação ou favorecimento real, a depender do caso. Para a configuração de qualificadora, não basta que a subtração seja de veículo automotor. É indispensável que seu destino seja outro Estado ou exterior. 
A ação penal é pública incondicionada, observadas as exceções do art. 182 do CP.
FURTO DE COISA COMUM
 O furto de coisa comum caracteriza-se como uma forma menos gravosa do crime de furto. A coisa, agora, não é mais alheia, e sim comum, pertencente a várias pessoas, dentre elas o próprio sujeito ativo.Diante disso, permite-se a transação penal e a suspensão condicional do processo.
Sujeito do crime: Trata-se de crime próprio, isto porque só pode ser praticado pelo condômino, coerdeiro ou sócio.
Conduta: A conduta continua a mesma do crime anterior, mas desta vez, irá recair sobre coisa comum. O bem visado pelo agente deve estar na legítima posse de alguém, pois, do contrário, se estava sendo legitimamente detida pelo próprio agente, a disposição arbitrária que este faça da coisa, como dono exclusivo, constitui o delito de apropriação indébita, e não furto.
Voluntariedade: O crime é punido a título de dolo, representado pela vontade consciente de subtrair para si ou para outrem, coisa comum.
Consumação e tentativa: O momento da consumação é divergente. Entendendo a maioria ser suficiente a retirada da coisa da esfera de posse e disponibilidade da vítima, ingressando na livre disponibilidade do agente, dispensando-se, no entanto, posse tranquila. A tentativa é possível.
Ação penal: É condicionada à prévia representação da vítima ou de seu representante legal.

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